sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

O beijo

Quando eu era criança, os laços que uniam meus pais eram misteriosos. Meu pai nunca foi um homem expansivo. Minha mãe era alegre, gostava de brincar quase como uma criança. Eles não costumavam trocar gestos de afeto no cotidiano. Ou, então, eu não os notava. Sabia, é claro, da história de seu casamento, contada por mamãe inúmeras vezes.

Ela tivera um noivo durante cinco anos, na pequena cidade do interior paulista onde morava. Papai era seu vizinho na infância. Quando menina brincaram juntos. Mas ele já trabalhava em outra cidade. O noivado com o outro rapaz foi rompido porque meu avô, homem rigoroso, não gostava do moço. Papai soube e não perdeu tempo. Enviou uma carta candidatando-se a namorado. Três anos depois, eles se casaram.

Só os números me confundiam um pouco. Meus pais tinham a mesma idade. Iniciaram o namoro aos 17 anos. Bem, se mamãe teve um noivo durante cinco outros... quer dizer que botou o anel no dedo com 12! Esse número me inquieta ainda hoje, não nego. Até agora também é difícil imaginar meu pai adolescente escrevendo uma carta apaixonada. Tento imaginar seu medo, o coração batendo apressado, ao botar a carta no correio. E mamãe respondendo animada, alegre, porque já conhecia meu pai e, sem dúvida, gostava de seus olhos azuis.

Ouvia essa história como se fosse de personagens que eu não conhecesse. Não combinava com aquele homem sério, às vezes bravo. Nem com a minha mãe. Minha mãe namorar? Outro noivo? Parecia tão estranho! Encarava meus pais como companheiros. Nunca como duas pessoas que viviam um amor.

Adolescente, descobri as idas e vindas dos amores. Vivi minha primeira paixão. Mais no sentimento que na realidade propriamente dita. Sempre fui do tipo romântico! Eu e meus amigos falávamos sobre o assunto o tempo todo. Quem com quem, como? Já? E também sobre as paixões do mundo das celebridades, casamentos instantâneos que nos fascinavam. Então o amor podia ser tão rápido? Torcia pelo namoro de meu irmão, apaixonado por uma prima. Acompanhava as idas e vindas de uma tia separada. E o relacionamento mais maduro de um amigo dois anos mais velho. Eu via o amor em mim e nos outros.

Mas o sentimento que unia meus pais permanecia misterioso. Era revelado em situações específicas, como quando papai foi operado e mamãe transformou-se em enfermeira, cuidadosa em sua recuperação. Ou quando se uniam para vencer as dificuldades financeiras. Também havia uma relação diplomática, da qual sempre me utilizava. Se papai era contra algo que eu queria, ela o convencia a ceder. Esses debates aconteciam na cama, de noite. Do meu quarto ouvia o som da voz de mamãe. No dia seguinte, ela me dizia:

— Seu pai deixou, mas só desta vez.

No fundo, eu achava que a cama era um local para meus pais conversarem!

Quando eu tinha 17 anos — a mesma idade em que papai pediu mamãe em namoro! —, meus pais comemoraram 25 anos de casados. As bodas de prata. Na época não tínhamos muito dinheiro. Foi uma festa simples, com pouca gente. Papai nunca bebia. Mas abriu um champanhe. Batemos os copos, porque taças não tínhamos. Nunca vi meu pai tão alegre! A certa altura, entre palavras de animação e risos dos convidados, o grande acontecimento! Papai abraçou minha mãe e a beijou na boca.

A foto tenho até hoje. Ainda me emociona. Fala sobre um amor discreto. Amor de pai e mãe, ao qual muitas vezes os filhos dão pouca importância. É um beijo inesquecível. Naquele dia, descobri que meus pais se amavam profundamente.



Palavra de fé: “Ouve, meu filho, a instrução do teu pai: Não desprezes o ensinamento de tua mãe”. (Provérbios 1,8)

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Por que ficamos doentes?

Visitando um hospital, fui surpreendido por uma criança que me perguntou: “Padre, porque ficamos doentes?”
Não lembro direito o que lhe respondi, porém a pergunta da menininha me acompanhou durante um bom tempo.

Qualquer doença nos desinstala; sofremos com a possibilidade de estarmos enfermos; sofremos durante a enfermidade; sofremos quando alguém que amamos fica doente. A doença é um indício claro de que nosso corpo não é feito de aço.

Tomamos consciência de nossa fragilidade quando, por um motivo ou por outro, nosso corpo dá sinais de limitações.

Todo organismo vivo (plantas, animais) enfrenta agressões. A natureza em si segue o ciclo da vida: nascer, crescer e morrer.

As doenças que enfrentamos geralmente não nos levam à morte ou ao fim. Dá-se um jeito em quase tudo; medicamentos; terapias; cirurgias. Vivemos mais, é verdade, porém não deixamos de adoecer.

Quase sempre as doenças nos fazem parar, temos que tirar um tempo para irmos ao médico, descansar alguns dias, em casos mais graves fazemos um longo tratamento, tudo isso porque desejamos viver. A possibilidade iminente da morte nos assusta. Parar é fundamental para recomeçar bem.

As pessoas que passam por grandes traumas, ou enfermidades severas, geralmente não vivem mais da forma que viviam, desejam mudanças radicais de vida. A reflexão que a doença causou foi capaz de dar um valor inestimável a coisas que antes talvez passassem desapercebidas.

Os que sobrevivem não pensam em contabilizar os anos que ainda têm para viver, mas querem fazê-lo em plenitude cada dia.

Apesar das doenças não serem desejadas por nós, podemos aprender, e muito, com elas. Algumas lições importantes: não somos o centro do universo; não somos mais que ninguém; somos finitos e limitados; somos extremamente frágeis; podemos morrer a qualquer momento; a vida é muito curta para perdermos tempo com besteiras e mesquinharias. Podemos comprovar quem verdadeiramente nos ama e, sobretudo, somos capazes de testar nossa confiança e fé em Deus e nossa força de superação.

Se, em cada enfermidade, fizéssemos uma avaliação da nossa vida e nos propuséssemos a viver melhor, com toda a certeza, quando a doença certeira chegasse, não nos encontraria abatidos, mas agradecidos, por termos vivido felizes.



Palavra de fé: “Senhor, meu Deus, clamei a vós e fui curado”. (Salmo 29/30,2)

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Jesus nasceu

Na gruta de Belém nasceu o Salvador do mundo e o deserto moribundo se converteu em Édem (Paraíso).

Junto à manjedoura florida anjos vão cantar.

Surgiu uma estrela para alumiar o menino recém-nascido.

Maria, te felicito, por que és de Deus,

para abraçar os dois, correndo me precipito;

e assim misturo-me ao montão de reis e de pastores

que ao Menino de seus amores

todos lhe trazem um presente.

Toma, José, aquele esbanjamento, novo incenso,

ouro amarelo.

E o tímido cordeirinho nascido na mesma noite

e eu, que para adorá-lo venho, apesar de meu carinho,

como não sou mais que uma criança,

eu sou pobre e nada tenho.

Que darei eu a Jesus? Ó Maria, minha mãe,

com que poderia presentear ao Deus que me deu a luz?

Já sei qual será o meu dom e,

embora seja pequeno o presente,

não há de ser todo mau: trago-lhe meu coração.


Meditemos: “O menino ia crescendo e se fortificava: estava cheio de sabedoria , e agraça de Deus repousava nele”. (Lucas 2,40).

Sem dúvida alguma, sendo Jesus verdadeiro Filho de Deus, em nada podia crescer; mas, como era também verdadeiro homem, podia ir adquirindo experiência humana, de modo que, dado que seu organismo ia se desenvolvendo, também sua mente ia se enriquecendo, “experimentalmente” com os sucessos diários. E você vai crescendo, como Ele, em sabedoria e graça?




Palavra de fé: “E Jesus crescia em estatura, em sabedoria e graça, diante de Deus e dos homens”. (Lucas 2,52)

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Você sabia?

- Eva: em hebraico é Hava e significa vida;

- Noé: em hebraico é Noah e significa descanso;

- Ismael: significa Deus ouve;

- Abrão: significa pai elevado; Abraão: significa pai de uma multidão. Texto citado em “Romanos 1,17”;

- Jacó: significa que segura o calcanhar (aqueb), que suplanta ou que leva vantagem (Gênese 28,19);

- Betel: significa casa de Deus (Gênese 28,19);

- Israel: significa aquele que luta com Deus (Gênese 32,28);

- Fanuel: significa face de Deus (Gênese 32,30);

- Habitação dos mortos: em hebraico “Cheol”, lugar subterrâneo onde sobrevivem as almas dos mortos no estado em que elas se encontravam no momento da morte (Números 16,30-33);

- Efá: medida de capacidade de 30 litros aproximadamente;

- Serpente de bronze (Números 21,9): essa escultura devia servir de sinal de piedade e libertação. Olhar para ela constituía um ato de fé. Ver a alusão em “João 3,14” e a comparação com Cristo crucificado;

- Salomão: significa pacífico; e Deus lhe deu o sobrenome de Amado de javé (II Samuel 12,25);

- Os Sabeus eram um povo que habitava o sudoeste da Arábia e sua líder: A rainha de Sabá (1 Reis 10,1);

- Satã: nome próprio que significa o adversário; adversário de Deus e adversário de Israel. O que inspira as más ações que irritam a Deus, e atraem sobre Israel os castigos (I Crônicas 21,1);

- Rafael: significa em hebraico Deus cura (Tobias 3,25).


Palavra de fé: “Guarda meus ensinamentos como a pupila dos teus olhos”. (Provérbios 7,2)

Em busca de uma resposta

Ronan nasceu em 2000 de parto normal. Um bebê perfeito. Mas, com o tempo, percebi que havia algo de errado: ele chorava muito, quase não dormia e tinha refluxo severo. Aos 11 meses, ainda não sentava sozinho e seu atraso psicomotor era mais evidente. O pediatra insistia que eu estava sendo ansiosa demais e os neurologistas diziam que ele só precisava de um estímulo profissional maior, com fisioterapia, fonoaudiologia, psicomotricista e terapia ocupacional.

Como sou psicóloga, sabia que não era nada daquilo; tinha consciência de que Ronan não apresentava o desenvolvimento adequado. Até que uma neurologista pediu a ressonância magnética de crânio e constatou um atraso cerebral, que podia ser esclerose múltipla. Naquela época, uma tia enfrentava essa doença degenerativa e eu previa que poderia ser fatal para um bebê. Tive um medo profundo de perdê-lo. Então, uma amigo pediatra me explico que, para obter um diagnóstico preciso da doença, são necessárias, no mínimo, duas ressonâncias com uma prazo de pelo menos seis meses entre elas. Continuei procurando uma resposta.

Com 1 ano e 3 meses ele teve febre alta seguida de convulsões. Foi internado durante uma semana; depois, voltou ao hospital com novas crises convulsivas de difícil controle. Outra neurologista nos encaminhou para um geneticista que o examinou com a ajuda de uma equipe de estudantes. Ele adora contato físico e amou aquela “pegação”, mas meu coração doía. O tempo passava e a angústia de continuar sem respostas crescia. Até que encontrei o doutor Juan Lerena, uma referência em genética. Pelo histórico do Ronan, o médico suspeitou de síndrome de Angelman, distúrbio neurológico que pode afetar o desenvolvimento mental e intelectual. O resultado positivo foi uma bomba, mas também um alívio: era o fim das buscas depois de quase três anos. Finalmente sabia que o meu anjo tem Ele está com 11 anos e, por causa do medicamento anticonvulsionante, vive há seis anos sem crise. A jornada ainda será longa, mas sou recompensada cada vez que olho para ele e vejo o sorriso em seu rosto.



Palavra de fé: “Põe tua confiança em Deus ele te salvará; oriente bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor (respeito) a ele até na velhice”. (Eclesiástico 2,6)

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Amor: Pedra Angular da Família

A família não está desestabilizada só na Europa ou nos países desenvolvidos, ou nos países marcados pela pobreza extre­ma. Está desestabilizada não só entre os católi­cos, mas também em todas as religiões, mesmo naquelas onde se pensa que a estrutura familiar seja sólida. O que falta à família humana? Por que há traições matrimoniais ou por que filhos re­voltados matam os pais e pais raivosos renegam o que eles mesmos geraram?

A família não está em crise, ela por si mesma, como a vida humana, é crise, que se alterna com tempos de bonança para depois voltar o grito da tempestade. Há famílias, isto é, eu e você, visto que ninguém pode viver sozinho, que acreditam, que buscam a pedra angular sobre a qual se pode construir o relacionamento humano afetivo, sexual, políti­co, social. Esta pedra angular é o amor.

Santa Teresa de Ávila diz: "o maior proble­ma é que não sabemos o que seja o amor". É ver­dade. Hoje falamos, como sempre se tem falado, de amor, mas não sabemos sempre concreti­zá-lo na vida de cada dia. Na maioria das vezes entendemos por amor a própria satisfação, os próprios gostos, ter todos ao nosso serviço, para que façam tudo o que nós desejamos.

É a busca do prazer próprio, sem levar em consideração o outro. Este tipo de amor lentamente se revela como um câncer, vai penetrando e apodrecendo a beleza da vida, o amor, para ser verdadeiro, deve ser atento ao outro, capaz de esquecer-se de si mesmo, da própria felicidade, e ver a felicidade do ­outro que caminha ao nosso lado. Só posso ser feliz fazendo felizes os demais.

Na família, a pedra fundamental sobre a qual se deve construir o futuro não são coisas, nem beleza, nem juventude, nem saúde, nem projeção, porque tudo isto passa como vento e um belo dia podemos no levantar pobres, doentes, velhos, sem trabalho, mas nunca nos levantare­mos sem amor e sem vida.

É preciso sentar-se como Jesus junto ao poço da vida e saber pedir a água aos que vêm buscá-la. Não impor, não dominar, só pedir... e lentamente estaremos em condição de dar a água que trazemos no poço do coração, uma água viva que jorra do alto.

Deixemos de olhar nossa pequena sombra, pensando só em nós mesmos, comecemos a olhar o que o outro espera de mim para que seja feliz. Todo o amor autêntico, verdadeiro, sabe dizer sim e sabe dizer não. Todo sim e todo não que pronunciamos devem fazer crescer o ser humano, a glória de Deus. Nunca o nosso sim e não devem diminuir-nos e diminuir os outros.




Palavra de fé: “Tua mulher será em teu lar como uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de oliveira” (Salmo 127/128,3)

O acontecimento central da vida de Maria

O Evangelho deste domingo passado (19/12): “Lucas 1,26-38”, traz-nos a narrativa da Anunciação. O encontro do anjo Gabriel com Maria. A mensagem do anjo, o “sim” de Maria é um consentimento ativo e responsável à vontade de Deus.

O diálogo do anjo Gabriel com a Virgem Maria nos mostra três momentos importantes para reflexão: a saudação e a mensagem; o anúncio da maternidade pelo Espírito Santo e a revelação da divina maternidade no anúncio.

A dúvida de Maria: “como isso acontecerá?”. E o anjo Gabriel lhe dá a esclarecedora resposta, o ato mais sublime e mais profundo do grande mistério de Salvação.

José e Maria são os grandes colaboradores do Plano de Deus. Como Maria, na Anunciação, aceitou a mensagem de Deus, também José em sonhos: “Mateus 1,20-21”, aceita com fé o sinal.

Maria nos introduz no mistério de Deus e nos alimenta com a Palavra que é o próprio Deus. Ela nos oferece seu Filho Jesus, a Palavra Eterna e pela Palavra se torna nossa Mãe.

Jesus não é apenas um filho da história humana. Ele é o Filho de Deus. Sua Mãe é humana. Seu pai é divino.

Ele vai nos ensinar o Plano de Deus para que sejamos livres, vivos e felizes como Deus deseja para nós. O nome “Jesus” significa “Deus salva”.

Que de nós, também, um “sim” a um convite de Deus possa ser início de uma grande obra em favor dos nossos irmãos mais necessitados e na proclamação da Palavra.


Palavra de fé: “Minha alma glorifica ao Senhor, meu espírito exulta de alegria em Deus meu Salvador, porque olhou para sua pobre serva”. (Lucas 1,46-48a)

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Questão de ouvidos

Ver nem sempre é crer e ouvir nem sempre é seguir! Leiam: “João 6,64-69”.


Os apóstolos tinham suas dúvidas, mas ficaram não sem ter que aprender o diálogo e a unidade. Um dos que comeram a mesma mesa não quis dialogar, entregou Jesus e não acreditou em misericórdia.

Destruiu-se carcomido de remorso: “Mateus 27,5”. Pedro também o negou, mas superou a culpa. Acreditou no perdão: “Mateus 26,75”. Ele e outros dez, com Paulo, que veio mais tarde, deram a vida por Cristo. Com eles, milhões de discípulos que nesses vinte séculos de fé permaneceram firmes na Igreja da sua primeira catequese.

Também merecem respeito os que ficaram, enquanto seus irmãos e parentes mudavam de Igreja, mas conseguiram não perder o respeito pelos que foram orar num outro templo e de outro jeito. Não acharam certo, mas não agridem!

O urgente e o básico
Se um grupo de católicos me pedisse dois meses de aulas sobre o que significa ser católico hoje, sugerindo que resumisse para os alunos o básico e o indispensável, eu teria dificuldade.

Teria que saber: a) o seu nível de catequese; b) que livros já leram; c) que pregadores ouviram e ouve, e que ênfase; d) que programas de rádio e televisão vêem ou ouvem; e) a que movimentos se filiaram; f) que canções conhecem e cantam; g) quem são os seus pregadores preferidos.

Indicaria, como sempre, a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio da Doutrina Social e por estarmos na América Latina, os Documentos do Celam, os principais documentos da CNBB e alguns livros de excelentes escritores católicos.

Se meus interlocutores insistissem em me ouvir, eu lhes daria minhas anotações, parte delas contida neste livro que você lê. Não é tudo, mas é o que eu daria aos meus leitores que não conhecem a maioria dos escritos da nossa Igreja.

Sugeriria que, na dúvida, seguissem os documentos oficiais e seu pregador preferido. Mas que o seu pregador não fosse nunca o primeiro da lista! Primeiro os livros oficiais e a voz dos Bispos! É sempre um risco seguir apenas uma pregação. Vai cair na mesmice. A influência excessiva de um só pregador empobrece. Ninguém é assim tão santo e tão culto. Ninguém sabe suficiente catequese. O pregador único pode errar, como, de fato, muitos fundadores de Comunidades erraram através da história. Há que haver outras referências numa Igreja tão grávida de História e Teologia.

Ouvir os bispos e os teólogos

O discípulo e o missionário católico deveriam dar uma chance especial aos teólogos e pastoralistas que levantam algumas questões essenciais ao Catolicismo. Jesus questionou os apóstolos e Paulo fez o mesmo com quem o questionava. Foi bom para a Igreja. É muito pobre o grupo de Igreja que não pergunta, não deixa perguntar, expulsa quem pergunta demais, não deixar ler os outros e não admite que seus membros abram os olhos, o coração e os horizontes com outros pregadores e outras leituras. Alguém está aprisionando aquele grupo! Orar é vital e perguntar também é! “Mateus 21,24”; “Marcos 9,28” e “João 16,5”




Palavra de fé: “E todo povo ia de manhã cedo ter com ele, no templo, para ouvi-lo”. (Lucas 21,38)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

A árvore da imortalidade

Conta o famoso poeta persa Rumi que certo dia, em uma aldeia do Norte do atual Irã, apareceu um homem contando histórias sobre uma árvore cujos frutos davam imortalidade a quem os comesse.

A notícia logo chegou aos ouvidos do rei, mas antes que ele pudesse pedir a localização exata de tal prodígio da natureza, o viajante já havia partido.

O rei, entretanto, estava decidido a tornar-se imortal, pois queria ter tempo suficiente de transformar o seu reino em um exemplo para todos os povos do mundo. Quando ainda jovem, sonhara em fazer desaparecer a pobreza, ensinar a justiça, alimentar cada um dos seus súditos, mas logo se deu conta de que este trabalho durava mais de uma geração. Entretanto, a vida tinha lhe dado uma chance, e não iria deixar que ela lhe escapasse.
Chamou o homem mais corajoso da sua corte, e encarregou-o de encontrar a árvore. O homem partiu no dia seguinte, munido de dinheiro suficiente para conseguir informações, comida, e todo o necessário para atingir sua meta. Percorreu cidades, planícies, montanhas, perguntando e oferecendo recompensas; as pessoas honestas diziam que tal árvore não existia, os cínicos demonstravam respeito irônico, e alguns trapaceiros lhe enviaram a lugares remotos, apenas com o objetivo de conseguir algumas moedas em troca. Depois de decepções, o homem resolveu renunciar à sua busca; embora tivesse admiração por seu soberano, iria voltar com as mãos vazias. Sabia que com isso perderia sua honra, mas estava cansado, e convencido de que a tal árvore não existia.

No caminho de volta, ao subir uma pequena colina, lembrou-se de que ali vivia um sábio. E pensou: "não tenho mais esperança de encontrar o que queria, mas posso pedir sua bênção, e implorar para que reze pelo meu destino".

Ao chegar diante do sábio, não aguentou e caiu em prantos.

- Por que estás tão desesperado, meu filho?, perguntou o homem santo.

- O rei me encarregou de encontrar uma árvore que era única no mundo; seu fruto nos faz viver para sempre. Sempre cumpri minhas tarefas com lealdade e coragem, mas desta vez estou voltando com as mãos vazias.

O sábio começou a rir:

- Isto que você está buscando existe, e é feito da água da Vida que provém do infinito oceano de Deus. O seu erro foi tentar buscar uma forma, com um nome.
Às vezes isso se chama ‘árvore', outras vezes ‘sol', outras vezes ‘nuvem', e a podemos chamar de qualquer coisa que exista sobre a face da terra. Entretanto, para conseguir encontrar este fruto, é preciso renunciar à forma, e buscar o conteúdo.
Qualquer coisa onde está a presença da Criação é eterna em si mesma. Nada pode ser destruído; quando nosso coração para de bater, ainda assim nossa essência se transforma na natureza ao redor. Podemos virar árvores, gotas de chuva, plantas, ou até mesmo outro ser humano.

Por que deter-se na palavra ‘árvore', e esquecer que somos imortais? Renascemos sempre em nossos filhos, no amor que manifestamos para com o mundo, em cada um dos gestos de generosidade e caridade que praticamos.

Volte e diga ao rei que ele não precisa se preocupar em encontrar um fruto de uma árvore mágica: cada atitude e decisão que tomar agora, irá permanecer por muitas gerações. Peça, portanto, que seja justo com seu povo; se ele fizer seu trabalho com dedicação, ninguém o esquecerá, e seu exemplo irá influenciar a história do seu povo, e estimular seus filhos e netos a agirem sempre da melhor maneira possível.

E diz ainda: todo aquele que busca apenas um nome, sempre permanecerá ligado à aparência, sem jamais descobrir o mistério oculto das coisas, e o milagre da vida.
Todas as lutas que enfrentamos são por causa de nomes: propriedade, ciúme, riqueza, imortalidade. Entretanto, quando nos esquecemos do nome e buscamos a realidade que se esconde atrás das palavras, teremos tudo que desejamos - e, além disso, teremos paz de espírito.



Palavra de fé: “Aquele que crê no Filho tem a vida eterna; quem não crê no Filho não verá a vida. Mas sobre ele pesa a ira de Deus”. (João 3,36)

sábado, 10 de dezembro de 2011

A idade aumenta e a visão diminui? Pode ser degeneração macular

Incidência da doença deve triplicar até 2025, mas novas terapias apresentam excelente grau de eficiência.

Para quem já passou dos 50 anos, a dificuldade, por causa da visão, em realizar atividades como ler, escrever, dirigir e identificar os traços de um rosto pode ser indicio de Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI),principal causa da perda da acuidade visual nas faixas etárias mais avançadas. Ela atinge 8% dos indivíduos com mais de 50 anos, crescendo exponencialmente até acometer 2/3 das pessoas com 90 anos ou mais. Com o envelhecimento da população, estima-se que ate 2025 os casos em todo o mundo triplicarão.

A DMRI afeta a mácula, uma estrutura localizada no centro da retina,responsável pela visão central e de detalhes. A causa principal é o deposito, no fundo do olho, de drusas,um material acumulado pelas células ao longo dos anos, mas que nem sempre compromete a visão.

Fatores genéticos, hereditários, étnicos (incide mais em pessoas de pele e olhos claros) e tabagismo são alguns fatores de risco. Cerca de 90% dos portadores de DMRI possuem a forma seca da doença (atrófica), mais amena e de progressão gradual ao longo dos anos. Embora não tenha cura, alimentação adequada, uso de suplementos vitamínicos e abandono do cigarro ajudam a retardar sua evolução, se o diagnóstico for feito precocemente. Por isso, após os 50 anos e importante a realização anual do exame de fundo de olho com dilatação de pupila,que permite observar eventuais alterações na mácula.

Os outros 10% tem a DMRI na forma úmida (exsudativa), que se caracteriza pela perda aguda da visão, com formação de manchas no campo visual, uma progressão da forma seca, provocada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos na área da mácula, causando inchaço e hemorragia. O diagnóstico é feito com exames como a retinografia fluorescente, que estuda a circulação no fundo de olho, e a tomografia de coerência óptica, que permite identificar alterações no tecido com elevada resolução.

Usada pela primeira vez em 2005, a terapia antiangiogênica revolucionou o tratamento da DMRI úmida, com a utilização de drogas que bloqueiam o fator de crescimento dos vasos sanguíneos. A droga é injetada no fundo de olho e age diretamente na área afetada, com procedimento realizado em centro cirúrgico, de forma segura e sem dor para o paciente. São três aplicações, uma por mês, com possibilidade de repetição se a resposta ao tratamento for parcial. Hoje, essa é considerada a terapia de escolha para esses casos.

Estudos científicos mostram que 25% a 45% dos pacientes submetidos a terapia antiangiogênica tiveram reversão na perda visual e mais de 90% apresentaram estabilidade.

Mesmo em sua forma mais grave, a DMRI não causa cegueira total, mas pode ser altamente incapacitante, trazendo perda de qualidade de vida. Assim, depois dos 50 anos, é importante estar bem atento para o problema. Afinal, apesar da incidência crescente, a DMRf pode ser perfeitamente controlada com atenção aos fatores de risco, diagnóstico precoce e terapias cada vez mais eficazes.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Aquarelas das idades

Envelhecer é o único meio de viver muito tempo.
A idade madura é aquela na qual ainda se é jovem, porém com muito mais esforço.
O que mais me atormenta em relação às tolices de minha juventude, não é havê-las cometido... é sim não poder voltar a cometê-las.
Envelhecer é passar da paixão para a compaixão.
Muitas pessoas não chegam nos oitenta porque perdem muito tempo tentando ficar nos quarenta.
Aos vinte anos reina o desejo, aos trinta reina a razão, aos quarenta o juízo.
O que não é belo aos vinte, forte aos trinta, rico aos quarenta, nem sábio aos cinqüenta, nunca serão nem belo, nem forte, nem rico, nem sábio…
Quando se passa dos sessenta são poucas as coisas que nos parecem absurdas.
Os jovens pensam que os velhos são bobos; os velhos sabem que os jovens o são.
A maturidade do homem é voltar a encontrar a serenidade como aquela que se usufruía quando se era menino.
Nada passa mais depressa que os anos.
Quando era jovem dizia: “verás quando tiver cinqüenta anos”. Tenho cinqüenta anos e não estou vendo nada.
Nos olhos dos jovens arde a chama, nos olhos dos velhos brilha a luz.
A iniciativa da juventude vale tanto quanto a experiência dos velhos.
Sempre há um menino em todos os homens.
A cada idade lhe cai bem uma conduta diferente.
Os jovens andam em grupo, os adultos em pares e os velhos andam sós.
Feliz é quem foi jovem em sua juventude e feliz é quem foi sábio em sua velhice.
Todos desejamos chegar à velhice e todos negamos que tenhamos chegado.

NÃO ENTENDO ISSO DOS ANOS: QUE, TODAVIA, É BOM VIVE-LOS, NÃO TÊ-LOS…




Palavra de fé: Quão belo é para a velhice o saber julgar, e para os anciões o saber aconselhar!” (Eclesiástico 25,6)

Jacó lutou com Deus e o venceu, diz a Bíblia. Como pode ser isso?

Evidentemente o homem não pode lutar com Deus corpo a corpo, como aparece no texto: “Gênese 32,24-32”.

A Bíblia usa muitas histórias religiosas que corriam na boca do povo e as transmite dando-lhes, porém, base teológica. Essa é uma delas: Jacó lutou com Deus e começa a vencê-lo, mas ao perceber que estava lutando com Deus, pede-lhe a benção e pergunta-lhe o nome. O estranho lutador o abençoa, mas não diz o quem ele é. Depois da luta, Jacó manca de uma perna. O texto conclui que por isso até hoje os israelitas não comem o nervo ciático (versículo 32).

Temos aqui dos elementos importantes da vida religiosa hebraica. O primeiro é a explicação que o texto quer dar sobre o nome “israelita”, nome que caracteriza o povo de Deus. O segundo é a explicação do significado do nome “Fanuel”, nome que designava um lugar de culto no Jaboc e muito conhecido pelo povo.

Na montagem dessa história são dadas então as explicações: o nome “israelita” provém de Israel, que foi o nome dado por Deus a Jacó: “Gênese 33,20”; e deu-lhe esse nome porque Jacó, de fato, lutara contra Deus. Em hebraico popular se dizia: IS+RA+EL, ou seja: o homem que lutou contra (com) Deus. Outros estudiosos traduzem o nome “Israel” como “aquele que viu Deus”, ou seja: Jacó travou luta muito grande no seu interior para aderir a Deus e ser-lhe fiel, como seu pai Abraão. Só depois de muita luta ele conseguiu aderir a Deus e ser então abençoado por ele.

O outro elemento da narrativa quer dar o significado do nome “Fanuel”, que designava o lugar de um santuário, como se disse.

Fanuel é o lugar onde o homem está “diante de Deus” (Fanuel em hebraico significa: rosto de Deus, diante de Deus). Aquele local de culto, tão conhecido por todos, chamava-se Fanuel, diz o texto, porque aí o patriarca Jacó vira Deus face a face, estivera diante Dele.

Esse é o aspecto etiológico (ciência que estuda as causas) da narrativa. Dá o motivo, a causa. O aspecto teológico é a explicação do nome de Israel. Ambos os aspectos formam o núcleo da narrativa. A menção do “nervo ciático” é alusão a uma regra alimentar: o israelita não podia comer o nervo ciático. Toda via, essa regra alimentar não é mencionada em nenhum lugar da Bíblia. Somente a tradição fala dela.




Palavra de fé: “Os filhos de Israel serão tão numerosos como a areia do mar, que não se pode medir nem contar. Em lugar de se lhes dizer: Lo-Ami (significa – não meu povo), serão chamados Filhos de Deus vivo”. (Oseias 2,1)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Advento – Preparação para o Natal

Estamos na segunda semana do Advento (que significa vinda, chegada). O Advento é o período de quatro semanas que precedem os festejos do Natal. A expectativa do nascimento de Jesus como esperava os antigos patriarcas e profetas. Jesus é o Messias, o Salvador aquele que seria enviado por Deus para libertar o povo de Israel.

Para a vinda do Filho de Deus entre os homens, Deus escolhe Maria de Nazaré para ser sua mãe. De fato Maria parece ser aquela que contribui de maneira decisiva para a libertação do povo de Deus. Ela interfere positivamente, na nova criação em Cristo mediante o Espírito Santo: “Lucas 1,35”.

Assim, ao mesmo tempo, Maria é mãe, é discípula e modelo de discípulo que acolhe a Palavra e dela brota a Vida para o mundo; “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós”.

Jesus é a Palavra viva e decisiva de Deus manifestando o seu amor pelos homens. Para experimentar nossas dores e alegrias, nossas derrotas e vitórias, nossos festejos e nossas solidões. Para nos ensinar a carregar os pesos uns dos outros, a amar e a nos olhar, a nos reconhecer como irmãos uns dos outros.

Para morrer pela nossa salvação, para nos dar a certeza da vitória sobre o mal e a morte, para abrir o caminho para a ressurreição e ficar conosco para sempre pela Eucaristia.

Enfim, Cristo se fez nosso irmão para que nos tornássemos todos filhos de Deus.

Que ao longo do tempo do Advento preparemos, carinhosamente, em nossos corações um belo presépio repleto de amor e ternura para acolhermos o Menino Jesus.


Palavra de fé: “Por isso, o próprio Senhor vos dará um sinal: uma virgem conceberá e dará a luz um filho e o chamará Deus conosco”. (Isaias 7,14)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Esclarecendo sobre: Espiritismo, Espírito Santo e Espiritismo

Espírito: é a alma, princípio de vida e no corpo, e que continua a viver depois da morte. Veja: “1 Corintios 5,3”. O elemento sobrenatural que atua no nosso corpo: “Efésios 4,23”.
Princípio animador ou vital que dá vida ao corpo humano, as faculdades mentais do homem, em contraposição à parte física, à carne, à inteligência ao ânimo.


Espírito Santo: a Terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Neste caso, a palavra Espírito costuma ser escrita com letra maiúscula, veja: “1 João 3,24”. Foi “enviado pelo Pai e o Filho para a missão de renovar os corações dos homens”. As três Pessoas entram na alma que ama Deus, mas só a Segunda e a Terceira, é que foram enviadas, o Filho pelo Pai e o Espírito Santo pelo Pai e Filho.


Espiritismo: doutrina (e prática) segundo a qual os espíritos dos mortos, se comunicam com os vivos pela ação dos médiuns, manifestando-se por toques, movimentos de objetos e outros rituais.


Há em nosso blog outras citações mais detalhadas sobre o Espírito (a alma), o Espírito Santo (e a Santíssima Trindade) e Espiritismo.



Palavra de fé: “Quem possui o Filho possui a vida; quem não tem o filho de Deus não tem a vida”. (1 João 5,12)

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Eu preciso de você!
- Eu... chamado?
Por que não!


O mundo está sempre em evolução. Muda de hora e hora. Algumas mudanças são boas, outras necessárias, porém muitas das mudanças fazem bem para alguns e muito mal para a maioria. Deus ao criar o mundo o fez para que todos pudessem viver bem, serem felizes, construindo dia a dia sua vida nutridos pela fé e esperança.
Mas, a ganância, o ódio, o consumismo, a busca dos bens materiais, o lucro que gera desinteligência, a denominação, a injustiça, a falta de fraternidade, a violência urbana, as divisões familiares e comunitárias e tantas outras.
Por certo, este não é o mundo que Deus criou para nós. Por isso, desde o momento em que os homens começaram a ser infiéis aos propósitos e as obras de Deus, Ele foi chamando pessoas para denunciar o mal que existia e anunciar o bem que precisava ser feito para o seu povo.
- Chamou Abraão, fiel na fé a Deus até o fim de sua vida;
- Também Moisés, o libertador do seu povo no Egito e que conversava com Deus;
- Samuel, o exemplo daquele que responde à vocação: “Fala, Senhor, o teu servo escuta”.
- Foi assim, também, com os profetas, os despertadores do povo chamados a anunciar e denunciar;
- Foi com os apóstolos, que souberam, bem o mal, partilhar com Jesus o anúncio do Reino de Deus;
- Foi com Paulo, o missionário formador de comunidades cristãs;
- Foi assim com os santos e santas, amigos de Deus e irmãos do povo;
- É assim com cada um de nós, chamados para evangelizar: “Vem e segue-me”.


Palavra de fé: “Olhemos uns pelos outros para estímulo à caridade e as boas obras”. (Hebreus 10,24)

terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dilema de mãe: Preferido da mamãe

Ter predileção por um filho não significa falta de amor pelo outro, mas é preciso ter equilíbrio. Como em qualquer relacionamento afetivo, mães e filhos não estão livres de preferências. Tanto que, em toda família com mais de uma criança, os irmãos sempre acusam os pais de ter um favorito. Se algum dia você achar que tem afinidade com mais um filho, não se sinta culpada, mas tente repensar o que está por trás dos sentimentos que cada filho desperta em você.

A psicoterapeuta Ana Cristina Marzolla, explica que também é comum haver conflitos entre duas pessoas muito parecidas. O motivo? Como se olhasse em um espelho, você enxerga no outro emoções e comportamentos de que não gosta em si mesma. Aí, inconscientemente, passa a rejeitar a criança, que se torna um eterno lembrete dos seus pontos fracos. Ela, ainda, dá uma dica muito valiosa: "Reflita ainda sobre as circunstâncias que cercaram a gravidez e o nascimento de cada um de seus filhos. Quem sabe se involuntariamente você não está associando (e responsabilizando) seu filho por dificuldades da época em que engravidou pela segunda vez?"

Seja como for, é importante investir na proximidade com o filho que você não tem tanta afinidade. Toda criança precisa se sentir aprovada e amada pelos pais para se desenvolver bem - intelectual, social, emocional e até fisicamente. Equilibrar essa balança evitará também prejuízos para a personalidade de ambos. A posição de favorito pode levar o outro a uma dependência exagerada de sua eterna aprovação. Para o menor, há o risco de anular a própria personalidade tentando se igualar ao irmão a fim de conquistar a mesma atenção.

Para construir essa aproximação, tente passar mais tempo com o pequeno interagindo nas brincadeiras. Você pode descobrir interesses em comum, surpreender-se positivamente com a maneira como ele lida com desafios e ver que seu menino possui qualidades que merecem ser reconhecidas e valorizadas. Observe ainda a forma como os outros – o pai, a professora, o próprio irmão e parentes – agem em relação a ele. Também elas têm dificuldade? E como lidam com aquelas características que tanto incomodam você?

Se nada disso resolver, não deixe que a distância entre vocês dois aumente. Um psicólogo pode ajudá-lo a olhar o seu filho e a relação com ele de outro modo. Assim, o afeto mútuo que existe virá à tona sem esforço, como acontece com o mais velho.




Palavra de fé: “Que teus olhos vejam de frente e que tua vista perceba o que há diante de ti!”. (Provérbios 4,25)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Contemplar o belo

É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção...

Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos idosos.
É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros, o baile das olhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras. Creio que menos de 10% das pessoas sabem contemplar o belo. Quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.

O PRAZER DE VIVER
Se sua história se transformou numa rotina repleta de tédio, se lhe faltam prazer, sabor e encanto pela vida, é porque você não tem gastado tempo contemplando o belo. Desperte! Se não usar essa ferramenta, você poderá ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria. Será infeliz.
O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que o seguia para fazer dos lírios um show aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.

BOM HUMOR
Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do negativismo. Nem você mesmo se suportará.
Diversas doenças auto-imunes, cardíacas, bem como alguns tipos de câncer, são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo.
Contemple o belo para ser bem humorado. Ser negativista não resolve os problemas, mas pode abreviar seus dias...

REJUVENESCIMENTO DA EMOÇÃO
Se você contemplar o belo, será sempre jovem, ainda que o tempo sulque seu rosto com rugas. Se não contemplar, você poderá fazer cirurgia plástica, peelings, mas envelhecerá no único lugar que é proibido envelhecer: no território da emoção. Reclamar é um dos sintomas da velhice emocional.
Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!

AUTO-ESTIMA
Quem observa a lei de contemplar o belo tem elevada auto-estima, está sempre em consigo mesmo. Mas eis que a psicologia constata algo trágico, a baixa auto-estima se tornou uma síndrome epidêmica. Observe o caso da guerra das mulheres com o espelho. Ao invés de contemplar seus aspectos positivos diante do espelho, elas são especialistas em enxergar seus defeitos.
Atendi muitas mulheres que se queixam com os maridos sobre as áreas do seu próprio corpo que detestam. A baixa auto-estima delas sufoca o amor deles. Por quê?
Porque todas as reclamações delas registram-se na memória deles. E, como estudaremos esse registro não pode mais ser apagado, só reescrito. Com o tempo, seus maridos começam a supervalorizar os defeitos reclamados por elas. Isso sufoca o interesse e o amor.

As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.

DICAS PARA CONTEMPLAR O BELO
Todas as pessoas devem sentir-se bonitas. Não seja escravo do padrão de beleza da mídia. Diga diariamente: eu sou bonito (a)! Pois o feio e o belo são relativos. Beleza está nos olhos de quem contempla...
Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por dia em silêncio contemplativo. Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.




Palavra de fé: “Considerai os lírios, como crescem; não fiam, nem tecem. Contudo, digo-vos: nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles”. (Lucas 12,27)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A coisa mais bela do mundo

Um célebre pintor, que tinha realizado vários trabalhos de grande beleza, convenceu-se, certo dia, de que ainda lhe faltava pintar a sua obra prima.
Em sua procura por um motivo, numa poeirenta estrada, encontrou um idoso sacerdote que lhe perguntou para onde se dirigia.
Não sei, respondeu o pintor.
Quero pintar a coisa mais bela do mundo. Talvez que o senhor possa me orientar.
É muito simples!... Disse o sacerdote...
Em qualquer igreja ou crença você achará o que procura.
A fé é a mais bela coisa do mundo.
Prosseguiu viagem o pintor.
Mais tarde, perguntou a uma jovem noiva se sabia qual a coisa mais bela do mundo.
O amor... Respondeu ela.
O amor torna os pobres em ricos, suaviza as lágrimas, faz muito do pouco... Sem amor, não há beleza.
Continuou ainda o pintor a sua procura.
Um soldado exausto cruzou o seu caminho, e quando o pintor lhe fez a mesma pergunta, respondeu:
A Paz é a mais bela coisa do mundo. A guerra a coisa mais feia. Onde você encontrar a paz, fique certo de que encontrará a beleza.
Fé, Amor e Paz.
Como poderei pintá-las?... Pensou tristemente o artista.
Meneando a cabeça desanimado, tomou o rumo de casa.
Ao entrar em sua própria casa, deu com a coisa mais bela do mundo.
Nos olhos dos filhos estava a Fé.
O Amor brilhava no sorriso de sua esposa.
E aqui, em seu lar, havia a Paz de que lhe falara o soldado.
Realizou assim o pintor o quadro
'A coisa mais bela do mundo'.
E, terminando-o, chamou-lhe “LAR”.


Palavra de fé: “E agora, orai a Deus de todas as coisas, que fez grandes coisas pela terra, que, multiplicou nossos dias desde o seio materno, e usou de misericórdia para conosco”. (Eclesiástico 50,24)

sábado, 19 de novembro de 2011

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!



Observação espiritual: O mal está no mundo para ser combatido e vencido. Só a fé, a esperança e a caridade, apoiadas pela oração, podem vencer o mal e revelar o amor e a felicidade. O pecado traz a morte, o amor traz a vida. Sigamos os conselhos de São Paulo: “2 Tessalonicenses 3,13”. Precisamos ocuparmo-nos com o bem do que preocuparmo-nos com o mal.


Palavra de fé: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem”. (Romanos 12,13)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Você sabia?

- Além do culto a Jesus Cristo, o catolicismo enfatiza o culto à Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo) e a diversos santos. Este, aliás, foi um dos pontos de divergência mais sérios entre a Igreja Católica e as outras.

- O catolicismo surgiu, aproximadamente, no ano 50 d.C, quando alguns seguidores de Jesus Cristo começaram a dizer que não era necessário obedecer a certos mandamentos da Lei de Moisés (Tora), mas à Boa Nova de Jesus Cristo (o amor).

- O catolicismo é uma das mais expressivas vertentes do Cristianismo e até hoje congrega a maior comunidade de cristãos existentes no Planeta. Segundo estatísticas recentes, cerca de um bilhão de pessoas. O Brasil e o México são os principais redutos dos cristãos.

- A missa é o principal culto dos seguidores do Catolicismo. Nessa cerimônia, de maneira incruenta, renova-se a morte e ressurreição de Cristo pelo milagre de transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo.

- No século XX, a Igreja sofreu uma profunda renovação de suas práticas quando promoveu o Concílio Vaticano II, ocorrido durante a década de 1960. Opção pelos menos favorecidos.

- O Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais, com 73,8% da população brasileira declarando-se católica de acordo com o IBGE. Porém, sua hegemonia deve ser relativizada devido ao grande sincretismo religioso existente no país.

- A oração aparece em todas as religiões como uma maneira pela qual o homem se coloca conscientemente na presença de Deus, em diferentes formas e sentidos. Existem orações de súplica, louvor e arrependimento.

- O mar da Galiléia, também conhecido como Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré, é, na verdade, um extenso lago de água doce, o maior de Israel, com comprimento máximo de cerca de 19 km e a largura máxima de cerca de 13 km.

- Há uma distinção entre “diabo” e “demônios”. A Bíblia chama os “demônios” de “espíritos malignos” e “espíritos imundos”. Mateus chama Satanás de “maior dos demônios”.

- Parábola significa narrativa curta. Tem como característica ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão moral.

- Ação Pastoral – conjunto de atividades que tem como finalidade o cumprimento da missão da Igreja, isto é, o estabelecimento do Reino de Deus.

- Na missa, há duas mesas que são partes integrantes da mesma celebração: a mesa da palavra e a mesa eucarística. A mesa da palavra é precedida pelos ritos iniciais, e a mesa eucarística é seguida pelos ritos finais.

- O monge é um religioso que, chamado pelo Espírito Santo, vive em comunidade em um mosteiro, alternando orações e trabalhos.

- Em 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial do Doente. A data foi instituída pelo Papa João Paulo II.

- Missal ou Missal Romano é o livro que apresenta o ritual da Missa (exceto as leituras), segundo as diversas circunstâncias e os diversos tempos litúrgicos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bíblia: Perguntas que o povo faz

O que significam no Gênesis: a árvore, a maçã e a serpente?


Para essas respostas sobre o livro do “Gênesis”, baseamo-nos nas reflexões dos autores deste gênero literário. Gênero literário é o modo de apresentar um pensamento ou mensagem. O gênero literário usa certos recursos, certas técnicas (por exemplo, comparações, alegorias, imagens, etc) que possa, traduzir a melhor idéia que o autor quer transmitir.

Cada ciência, cada disciplina, tem seu gênero literário específico. “Conhecer o gênero literário de uma obra – diz Pe Bernoit – é ter nas mãos a chave que nos possibilita entendê-la”. Assim acontece na Bíblia, onde o gênero literário específico é religioso; e dentro desse gênero específico religioso, cada autor escolheu a forma que melhor lhe servia parta transmitir sua idéia.

O Gênesis usa muita simbologia, jogo de palavras. Emprega imagens do conhecimento do povo. Usa elementos tirados da cultura judaica religiosa, da Mesopotâmia, da Cananaica, etc.

Os elementos simbólicos presentes no relato: “Gênese 3,1-24”: a serpente, as árvores do jardim, o fruto das árvores, as folhas da figueira, o rumor dos passos de Deus, a hora da brisa, o esconder do homem, os diálogos (Deus e o homem, Deus e a serpente), as maldições (à serpente, à mulher, ao homem), as vestes para o casal, a expulsão do paraíso e os querubins (anjos) que guardam com espada desembainhada a entrada do paraíso.

O autor não quer explicar a origem do mal. Ele não sabe a origem, como nós também não sabemos. Sabe apenas como nós, que o mal existe.

Por que existe o mal? Por que não existe só o bem?

Religiões e culturas antigas procuram dar uma resposta, criando lendas religiosas, seus mitos “etiológicos”, isto é, histórias que explicavam a origem de alguma crença comum. Como fizeram os gregos, os romanos, os egípcios, os nossos índios. O autor constata com seu texto que há um mal de origem, ou como dizemos um “pecado original”.

Diante desta constatação, o autor ataca pela raiz o mal capital que existia no seu tempo, que seduzia e comprometia o povo: a tentação pelos ídolos. Depois de constatar isso, aponta a saída: lutar contra essa sedução do mal que está dentro de cada um, para retornarmos ao paraíso (uma terra sem maldade, justa e fraterna). Para transmitir essa reflexão, o autor usa uma história; a história é verdadeira: o mal existe e entrou no mundo através do homem. Os elementos para ilustrar essa história são simbólicos, isto é, são indicadores da verdade que ele quer transmitir. Vejamos alguns:

1. A árvore – são citados dois tipos de árvores: “a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Confira em: “Gênese 3,5”. E a árvore da vida, leia: “Gênese 3,22”. Conforme o texto bíblico, o homem podia comer de todas as árvores, menos da árvore do conhecimento e do mal. Nesse dia morreria, veja em: “Gênese 2,16-17”. O que significa isto? “Comer de todas as árvores” é símbolo. Na Bíblia, a Sabedoria e a Lei de Deus são comparadas a uma árvore. Leia: “Provérbios 3,18”.

Ter sabedoria é ter vida; ela ensina os caminhos da vida. Já a Lei de Deus é chamada na Bíblia “lei da vida”. Assim, observar a Lei de Deus é viver, veja: “Salmo 118/119,93”. E mais, comprove: “Salmo 1,1-3”. Então se conclui, se o homem observar a Lei de Deus (praticar o bem) será feliz, viverá. Se não observar (praticar o mal) será infeliz, morrerá. Comprove: “Deuteronômio 30,15”; e ainda: “Deuteronômio 30,19-20”. Assim, se a Sabedoria e a Lei de Deus são comparadas na Bíblia, as árvores, “comer destas árvores” significa ter Sabedoria e observar a Lei de Deus = ser sábio, viver. Esse é o sentido da ordem de Deus, grave com atenção: “Gênese 2,16”.

Mas o homem não aceita facilmente o que Deus lhe ordena. Não crê na sua Palavra. Segue seus próprios critérios, deixando de lado a Sabedoria e a Lei de Deus. A esse comportamento amargo, a Bíblia chama “comer da árvore do bem e do mal”. Conclusão: não é preciso fazer experiência por si. Basta confiar e crer em Deus.

2. A maçã – não é mencionada nesse texto bíblico. O texto fala de “fruto”, vejam: “Gênese 3,3.6”. A citação da “maça” como fruto proibido do paraíso, vem das pinturas bíblicas clássicas, que traduzem a idéia da mitologia antiga, na qual a maça era símbolo de tentação. No Gênesis, o fruto ou a maçã, simbolizam a eterna tentação do homem em não querer conhecer-se como criatura diante de Deus, mas querer comportar-se por si mesmo.

3. As folhas da figueira e a nudez; o rumor dos passos de Deus e o esconder-se de Adão e Eva. Vejam: “Gênese 3,7-8”. Todos esses elementos ao mesmo quadro: a tomada de consciência, pelo homem, de uma burrada feita! Uma vez feita a experiência da desobediência contra Deus, o homem percebeu imediatamente o mal que acabara de praticar e, com medo, não quis olhar para Deus, não quis enfrentá-lo! Era preciso fugir dele!

Esse drama é descrito com imagens, com símbolos em: a nudez é tomada de consciência diante de Deus; ele está desarmado, envergonhado, desprevenido. Errou, tem que calar a boca.

As folhas da figueira - significam o medo do homem depois da trágica experiência: é preciso cobrir-se, ou seja, o erro foi percebido, descoberto e precisa ser escondido, ocultado. A reação é semelhante a pessoa que é surpreendida nua!

O rumor dos passos de Deus – o temor profundo do homem que errou: agora deve encontrar-se com Deus e dar-lhes satisfação por ter desobedecido à Lei Divina. O esconder-se de Deus é símbolo do homem que se reconhece pecador: “Gênese 3,8b.10”.

4. A serpente – personifica aqui a tentação. Personifica a nossa inclinação para o mal. Para o autor, a causa de todo o mal é o próprio homem que se deixa levar por essa tentação. O símbolo usado é a serpente. E por que a serpente?

No seu tempo a serpente era o símbolo da religião de Canaã, país que vivia também o povo de Deus. Essa religião não tinha compromissos éticos; era religião mágica, idólatra e praticava a prostituição “sagrada”. Leia e aprenda: “1 Reis 14,24”; “1 Reis 15,12”; “1 Reis 22,47”; “2 Reis 23,7”. A serpente era símbolo dessa religião porque representava, primeiramente, o órgão sexual masculino, reprodutor da vida, e depois, porque soltando periodicamente sua pele e renovando-se sempre, a serpente tornava-se símbolo da vida eterna. Esses elementos entraram na mitologia e no folclore oriental.

Outro elemento para explicação do texto: a serpente é símbolo do mal; traiçoeira, venenosa e mata.

O povo de Deus sempre sentiu a tentação de deixar sua religião de aliança comprometida com Deus para seguir a religião de Canaã, mas sedutora, sem compromissos, além de favorecer a prostituição – sob aparência de culto. Por isso, os profetas e os reis justos atacavam violentamente esse tipo de religião. Veja as citações: “Oséas 4,12.18; 6,10”; “Ezequiel 16,25.31.39”; “Isaías 1,21-23”; “Amós 4,1-3”.

A serpente tornou-se símbolo da traição a Deus e a fé; símbolo do todo mal.

A origem do mal está na escolha de ouvir a serpente e não a Deus.

Até hoje a tentação está sempre próxima do homem.


Palavra de fé: “Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma”. (Sabedoria 1,13).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Radiocirurgia aumenta a segurança e a eficiência no tratamento de tumores


Ampliam-se as possibilidades de uso dessa técnica em substituição à cirurgia convencional.


Sem abrir o crânio, sem internação e, frequentemente, em uma só sessão que dura de uma a duas horas em média, a radiocirurgia faz o que até recentemente só era possível por meio da cirurgia tradicional: destrói tumores. Hoje, a técnica é reconhecida como a melhor alternativa para tratar metástases e outras lesões anormais do cérebro. Apesar do nome, a radiocirurgia não envolve cirurgia. Trata-se de uma tecnologia que permite aplicar uma alta dose de radiação, com grande precisão e segurança, que atinge o tumor sem afetar os tecidos saudáveis.

São muitas as vantagens da radiocirurgia. A primeira é evitar a cirurgia invasiva e os riscos e complicações a ela associadas. Isso é importante para pacientes com metástase no cérebro, já fragilizados pelo câncer principal (mama, pulmão, etc.) e, às vezes, portadores de outras doenças, como problemas cardíacos. A radiocirurgia permite ainda chegar a tumores localizados em áreas não operáveis pelo método tradicional, seja pela dificuldade de acesso ou pelo risco elevado. Outro diferencial é que podem ser tratadas várias lesões ao mesmo tempo, um aspecto relevante, já que metade dos pacientes com metástase no cérebro tem mais de uma lesão. A limitação da radiocirurgia é o tamanho do tumor: no máximo quatro centímetros.

Além das metástases no cérebro, a técnica é usada para tratar tumores benignos na cabeça. Os riscos da cirurgia tradicional – perda de audição e paralisia que atinge a metade do rosto – são praticamente nulos na radiocirurgia.

A radiocirurgia pode destruir tumores em procedimentos sem abrir o crânio, sem internação e em uma sessão que dura de uma a duas horas em média.
Pacientes com má-formação arteriovenosa, um emaranhado de vasos no cérebro que se conectam diretamente, podendo provocar sangramentos e hemorragias, também têm se beneficiado. Apesar de, neste caso, a primeira opção ser a cirurgia, a radiocirurgia é a alternativa quando o local não é acessível ou há alto risco de sequelas.

Os avanços têm permitido adotar a radiocirurgia no tratamento de tumores em outras partes do corpo, como fígado, pulmão, coluna, rins, pâncreas. Nesses locais, o tumor se movimenta em função da respiração, e avançados recursos de imagem possibilitam acompanhar esse deslocamento e direcionar o feixe de radiação sobre a lesão de maneira precisa. Nesses tratamentos, a radiocirurgia é usada apenas quando o paciente não pode ser submetido à cirurgia tradicional. Mas se os estudos em andamento indicarem que os resultados são semelhantes nos dois tipos de procedimento será possível aproveitar os benefícios que a técnica não invasiva oferece em termos de segurança para o paciente, com menos riscos, recuperação mais rápida e menor custo.




Palavra de fé: “O Senhor está perto dos contritos de coração, e salva os que tem o espírito abatido”. (Salmo 33,19)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bíblia: perguntas que o povo faz

Qual foi o pecado de Adão e Eva?

Muitos dizem que o pecado de Adão e Eva foi o pecado de ordem sexual. Não é verdade; não está na Bíblia. Pelo contrário, a Bíblia diz que Deus criou o homem e a mulher e deu-lhes ordem para terem muitos filhos. Confira: “Gênese 1,28”. Assim, a ordem para uma vida sexual é anterior à desobediência narrada em Gênese, capítulo 3. Para ser pecado sexual, deveria haver a proibição de Deus; e não há.

Então, qual foi o pecado de Adão e Eva? Qual é o pecado original? A Bíblia não diz qual foi o pecado. E nem podia dizer, pois o primeiro pecado, ou o pecado original, embora seja real, não pode ser comprovado com documentos.

O autor bíblico não está querendo descobrir qual o primeiro pecado do homem. A intenção dele é outra: ele não quer provar nada e nem quer demonstrar que houve pecado que se teria transmitido de pai para filho. Ele apenas constata que há pecado no mundo. Constata que existe em cada pessoa a misteriosa tendência para o mal. Diante da Lei de Deus o homem é tentado a escolher o mal e não o bem. Isso é um mistério que se esconde no coração do homem.

A narração bíblica sobre o pecado original é montagem literária feita sobre uma grande verdade: o homem pecou, errou no passado e peca e erra no presente. Assim, mostra-nos que houve “uma ruptura com sua Origem, que é Deus”. E para retratar tudo isso, o autor bíblico usa a linguagem simbólica e elementos da sua cultura: nudez, voz de Deus, esconder-se de Deus, etc. Para o autor, todo homem é Adão, isto é, pecador.

Não há resposta para a pergunta: “qual foi o pecado de Adão e Eva?”. Porque a Bíblia não o identifica, nem é a intenção do autor em identificá-lo. Em outras palavras: o pecado de Adão e Eva é histórico no sentido real e não comprovado e documentado.

Muitos autores dizem que o pecado original foi um ato de desobediência à Lei de Deus, mas não esclarecem. O pecado original, então, não existiu, mas existe. Não aconteceu, mas acontece. Talvez esteja aí a chamada “desobediência à Lei de Deus”, considerada o núcleo do pecado. Essa desobediência, esse erro inicial, primordial, é chamada “pecado original”, porque está na origem, no começo da humanidade. É uma “força perigosa e ameaçadora e da qual cada geração é responsável, inclusive a primeira”.

A tarefa mais importante não é a de descobrir qual foi o pecado original, mas sim, como combatê-lo agora, em cada pessoa, em cada estrutura, em cada época. Combater esse mal de origem é também construir o paraíso.




Palavra de fé: “Mas os justos viverão eternamente; sua recompensa está no Senhor, e o Altíssimo cuidará deles”. (Sabedoria 5,15)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Complicações da busca

Nasrudin e ovo
Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi que sempre fingia ser louco – colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
- Hoje teremos um importante concurso! – disse – Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam: - Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!
Nasrudin insistiu: - O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
- Todos vocês sabiam a resposta – afirmou. – E ninguém ousou traduzí-la em palavras.
“É assim a vida daqueles que não tem coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada.”


Deus e o amor do homem
Um homem chegou até o filósofo Ramanuja, e pediu:
- Mostre-me o caminho até Deus.
- Você já se apaixonou por alguém? – perguntou Ramanuja.
- Apaixonar-me? O que o grande mestre quer dizer com isso? Eu prometi a mim mesmo jamais me aproximar de uma mulher, fujo delas como quem tenta escapar de uma doença.
“Eu sequer as olho: quando passam, fecho os meus olhos.”
- Procure voltar ao seu passado, e tentar descobrir se nunca, em toda a sua vida, houve algum momento de paixão que deixasse seu corpo e seu espírito cheios de fogo.
- Vim até aqui para aprender como rezar, e não como me apaixonar por uma mulher. Quero ser guiado até Deus, e o senhor fica insistindo em me conduzir até os prazeres do mundo? Não entendo o que deseja me ensinar.
Ramanuja ficou em silêncio por alguns minutos, e finalmente disse: - Não posso ajudá-lo. Se você ainda não teve uma experiência de amor, você nunca conseguirá experimentar a paz de uma oração. Portanto, volte para sua cidade, apaixone-se, e só me procure novamente quando sua alma estiver cheia de momentos felizes.
“Apenas uma pessoa que entende o amor, pode entender o significado da oração. Porque o amor por alguém é uma prece dirigida ao coração do Universo, uma prece que Deus colocou nas mãos de cada ser humano como um presente.”



Palavra de fé: “Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bíblia: Perguntas que o povo faz


Se Adão e Eva formavam o único casal no começo do mundo, Caim casou-se então com sua irmã?


Essa pergunta não tem nenhum sentido porque a Bíblia não relata uma história ou redige uma genealogia.

O autor faz uma reflexão sobre a vida. Constata que há homens e mulheres; dominadores e dominador. Há duas significações; há uma tendência no homem para o mal. Constata o peso da tentação que seduz o homem. Há homens bons e justos; maus e injustos, etc.

Ele vive essa chama na sua época. O contrário de tudo isso é o paraíso. Nesse contexto entram Caim e Abel como protótipos do mal e do bem respectivamente. Só isso.

Para o autor não importava saber se Caim casou-se ou não. E se casou, não lhe interessava saber com quem (embora o texto relata o casamento dele. Veja: “Gênese 4,17”). Nós é que nos preocupamos em identificar a mulher dele. A Bíblia, tem apenas a intenção de relatar que existe a maldade desde o começo do mundo e a personifica aqui em um homem (Caim).

O texto na Bíblia não autoriza a interpretação de que Caim casou-se com sua irmã.

Alguns autores, porém, resolvem simplesmente a questão dizendo que de fato Caim casou-se com uma de suas irmãs ou uma de suas sobrinhas, pois o texto bíblico diz que Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas, leiam: “Gênese 5,4”. Outros autores aceitam a hipótese da existência de vários casais no início do mundo.

O autor não está interessado em identificar quem casou com quem. Quer apenas refletir sobre a existência do mal no mundo e identificar seus representantes concretos. O representante do bem no mundo é o homem (Abel), como também é o homem o representante do mal (Caim). O resto é pura especulação que escapa à intenção do autor.


Palavra de fé: “Mas as almas dos justos estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento os tocará”. (Sabedoria 3,1)

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Todos os santos – 1º de novembro

Jesus, que o mundo salvastes,
dos que remistes cuidai.
E vós, Mãe santa de Deus,
por nós a Deus suplicai.

Os coros todos dos Anjos,
patriarcal legião,
Profetas de tantos méritos,
pedi por nós o perdão.

Ó Precursor do Messias,
ó Ostiário dos céus,
com os Apóstolos todos,
quebrai os laços dos réus.

Santa Assembléia dos Mártires;
vós, Confessores, Pastores,
Virgens prudentes e castas
rogai por nós pecadores.

Que os monges peçam por nós
e todos que o céu habitam:
a vida eterna consigam
os que na terra militam.

Honra e louvor tributemos
ao Pai e ao Filho também,
com seu Amor, um só Deus,
por todo o sempre. Amém.




Palavra de fé: “Sede santos, porque eu sou santo”. (1 Pedro 1,16)

Pequenas Misses

Filhos só podem ser projeto de vida dos pais se ele for bem mais amplo do que o futuro pessoal da criança

Já recebi diversas mensagens e pedidos para assistir a um programa de televisão chamado "Pequenas Misses" (Discovery Home&Health).

O titulo já me fazia imaginar o tipo do programa, e também tinha a lembrança de ter lido alguma crítica na imprensa. Mas, por causa da insistência, decidi assistir.

Era mesmo o reality show que eu imaginava. Entretanto, devo confessar: não esperava ver tudo o que o programa mostra. Você não teve a oportunidade de ver, caro leitor? Pois eu indico. Por quê?

Primeiro, porque é um retrato cruel do tipo de relação que o mundo contemporâneo aponta para os pais estabelecerem com seus filhos.

Claro que a maioria deles não quer prepará-los, como mostra o programa, para participar de concursos de misses infantis. Mas e se tomarmos o programa como uma pista? Vamos analisar sob essa perspectiva.

As mães e os pais mostrados no programa tratam seus filhos sem o mínimo respeito.

As crianças, muito pequenas, são submetidas aos mais diversos tratamentos de beleza "que vão dos cabelos à pele, passando por sessões de bronzeamento artificial"", que são verdadeiras torturas para elas, com idades entre dois e nove anos.

Elas reclamam, apresentam expressões faciais de dor e até de desespero, fogem etc. E qual a reação dos pais frente a essas manifestações dos filhos? Ignorar solenemente. Eles pensam só no que eles próprios querem, nos seus anseios para os seus filhos.

E por que esse querer dos pais é diferente de quando as crianças são levadas ao médico, por exemplo, e apresentam as mesmas reações citadas acima?

Porque cuidar de uma criança e educá-la, mesmo à sua revelia e ao seu contragosto, é parte do processo de formação de todos e, em especial, de uma sociedade melhor. É assim que mantemos a humanidade e o mundo.
Voltemos ao programa. Os filhos são também submetidos aos mais variados e intensos ensaios cotidianamente: de coreografias, caras e bocas, andar de passarela etc., apenas com o intuito de ter uma boa performance nos desfiles. E, de novo, os filhos recusam, fazem birra, brigam com os pais, que continuam a ignorar seus apelos para dar encaminhamento ao projeto que têm na vida.

Isso nos mostra que os filhos são tratados como posse dos pais. Esses se sentem no direito de agir como querem, sem considerar que a criança tem direitos que devem ser respeitados.

Entre tais direitos, cito dois apenas: o de viver a infância e o de ser visto como um ser humano em formação que é distinto dos seus pais.

Será que os pais do programa são muito diferentes daqueles que querem que os filhos aprendam precocemente, em vez de brincar? Daqueles que enchem a agenda dos filhos com aulas de todos os tipos? Dos que procuram definir o futuro dos filhos do modo como eles arquitetam?

Creio que a diferença reside apenas em um ponto: os pais mostrados no programa agem de modo grotesco, enquanto os outros sempre parecem bem-intencionados aos olhos dos outros, da sociedade em geral. Mas, em todos os casos, os filhos são quase que ignorados em sua existência. Os filhos só podem ser encarados como um projeto de vida dos pais se esse projeto for bem mais amplo do que o futuro pessoal da criança.

Educar um filho para que ele contribua para a vida ética, para que tenha autonomia, para que aprenda a ter respeito próprio e ao outro, por exemplo, pode, sim, ser um projeto de vida dos pais.

Mas isso supõe olhar para o filho, ouvir o que ele comunica mesmo em silêncio, relacionar-se com ele afetivamente para ensiná-lo a se tornar um ser humano livre, autônomo e que tem amor à vida.



Palavra de fé: “Vendo-o, Jesus indignou-se e disse-lhes: Deixai vir a mim os pequeninos (crianças) e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. (Marcos 10,16)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Conviva bem com o “mal” de Parkinson

Esta doença interfere nos movimentos e atinge até jovens a partir de 40 anos de idade.
Mais de duzentos (200) mil brasileiros tem Parkinson, doença que causa tremores, lentidão de movimentos e alteração na fala e na escrita. Ainda não se conhece a causa do problema, nem, tão pouco, se há cura. Existem, no entanto, tratamento e medicações que retardam a evolução desse “mal” (doença) e permitem uma vida de boa qualidade, quase normal.

Sintomas discretos:
- braços e pernas tremem em movimentos fáceis;
- as pessoas andam curvadas, inclinadas;
- os músculos do rosto se tornam rígidos;
- dificuldades para mastigar, engolir e escrever;
- dificuldades na articulação das palavras e baixo tom de voz.

Ao detectar os sintomas, o que fazer?
O fato de perceber um ou mais sinais não significa ter o “mal” de Parkinson.

Diagnóstico: consulte um neurologista. Ele fará testes detalhados que servem para excluir outros problemas, uma vez que não existe nenhum exame específico para a doença. O Parkinson é identificado pela exclusão de outros males, como a enxaqueca.

Tratamento: com medicamentos, mas o médico poderá incluir terapia, fisioteraía, fonoaudiologia e terapia ocupacional.

Mudanças na rotina: algumas adaptações na rotina são de grande importância, como ter freqüente atividade social, fazer caminhadas, leituras, etc. Os alimentos nas refeições devem ser fáceis de mastigar e engolir. Conviver com o doente: quem convive com um doente do “mal” de Parkinson, tente ser paciente e generoso, quando a pessoa derrubar o suco da mesa ou não conseguir falar direito. Todo apoio será benéfico e, principalmente, prova de amor.


Palavra de fé: “Na presença do Senhor continuarei o meu caminho na terra dos vivos”. (Salmo 114,9)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Sobre o tempo e a sabedoria

Ajudando nos problemas

Pela manhã, o discípulo foi visitar seu mestre.
- Tenho um importante problema para resolver – disse.
- Gostaria que me ajudasse, porque tenho pressa.
- Como posso ajudá-lo? Eu posso saber como me comportar diante de determinado problema, mas esta é a minha maneira de agir. Se você está procurando crescer, observe os outros – mas jamais procure agir exatamente como eles. Cada pessoa tem um caminho diferente nesta vida.
“Não nos transformamos em mestres porque sabemos repetir o que os mestres fazem, mas porque aprendemos a pensar por nós mesmos. Descubra sua própria luz – ou passará o resto da vida sendo um pálido reflexo da luz alheia”.


A iluminação em sete dias

Um mestre zen dizia:
- Buda afirmou aos seus discípulos: quem se esforça, pode alcançar a iluminação em sete dias. Se não conseguir, com certeza alcançará em sete meses, ou em sete anos.
Entusiasmado, o jovem perguntou como conseguiria chegar à sabedoria em sete dias.
- Concentração – foi a resposta.
O jovem começou a praticar - mas em dez minutos já havia se distraído. Recomeçou, e de novo perdeu a concentração.
Depois de uma semana, não havia conseguido nada de concreto, mas estava mais atento a sua ansiedade e suas fantasias. Aos poucos, foi prestando atenção em tudo que o distraía, e achou que não estava perdendo tempo, mas se acostumando consigo mesmo.
Um belo dia, o rapaz decidiu que não era preciso chegar tão rápido a sua meta, já que o caminho estava lhe ensinando muitas coisas.
E foi neste momento que se tornou um iluminado.



Palavra de fé: “Os que a procuram encontram-na. Ela antecipa-se aos que a desejam”. (Sabedoria 6,13)

domingo, 23 de outubro de 2011

Exemplo de humildade em Cristo

Socorrer os pobres com as receitas da Comunidade


Ouve-se muito dentro das comunidades quando alguém pede socorro: “vou rezar pra você e Deus, por certo, resolverá todos os seus problemas”. Que tipo de religião é essa? Onde está a ação?

Rezar ou orar significa falar com Deus, tudo bem, mas onde estão os operários da “messe” para que se realize o plano de Deus na vida dos pobres e marginalizados?

Precisamos conhecer e aprender os ensinamentos que Cristo nos deixou: “Não há religião autêntica senão procurar corrigir as injustiças e remediar as necessidades do próximo”. (João Paulo II, 28/03/79).

Devemos nos unir como Comunidade fraterna com Jesus Cristo para ajudarmos nossos irmãos da Comunidade que passam necessidades e, dessa maneira, fazê-los sentir que Deus não os abandonou e que Cristo não morreu em vão.

Procuremos, sempre, em nome de Jesus, encontrar alternativas para melhorar as condições de vida dos nossos irmãos desvalidas e distantes da vida em Comunidade; essa é a verdadeira atitude para provar a Deus e a Jesus Cristo o nosso amor. Não apenas dar, mas ensiná-los a vencer as dificuldades e conquistar oportunidades que lhes devolvam a autoestima e incluí-los no seio da Comunidade, resgatando-os para a vida. “Pensai nos pobres e ajudai-os”. (João Paulo II, 02/07/80). Também São Paulo nos alerta: “Filipenses 2,4”. Leia e reflita.

Devemos praticar a caridade na Comunidade como exercício e gesto concreto ao sacrifício de Cristo por nós e também pôr em prática o que Dele aprendemos para socorrer os nossos irmãos pobres e desvalidos.

A religião Católica é a única que possui um Código do Direito Canônico, desde 1983, que nos fornece concretamente esclarecedoras orientações para pôr em prática e ação pastoral:

“Can.222, parágrafo 1º - Os fiéis tem obrigação de socorrer as necessidades da Igreja, a fim de que ela possa dispor do que é necessário para o culto divino, para as obras do apostolado e de caridade e para o honesto sustento dos ministros.

Parágrafo 2º - Tem também a obrigação de promover a justiça social lembrados do preceito do Senhor: “socorrer os pobres com as próprias rendas”.

As virtudes realçadas por Cristo são: “a justiça, a misericórdia e a felicidade”. (Mateus 23,23)

Em muitas Comunidades, o padre tem “carrão” e nos sanitários falta papel higiênico e toalhas de papel. Mais chocante, ao redor da Comunidade, muitos passam fome.

Cuidado! “Mateus 16,27”.

Observação: rendas da Comunidade: dízimos, coletas, doações, taxas, quermesses, eventos, etc.


Palavra de fé: “Assim como o corpo sem a alma é morto, assim também a fé sem obras é morta”. (Tiago 2,26)

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

O desejo da liberdade

Todo ser humano tem no íntimo o desejo de ser livre.Convém observarmos que a verdadeira liberdade vem do nosso interior, da nossa alma. Para isso, precisamos nos libertar de tudo o que nos oprime: o pecado e o distanciamento dos ensinamentos de Cristo. O encontro com Cristo e a aceitação das suas palavras nos tornarão pessoas livres. O pecado escraviza. Eis o que diz: “João 8,3”.


A aceitação da fé em Jesus Cristo é necessária para aceitarmos como Messias, profeta, salvador e libertador, assumindo assim, uma autêntica fé revelada no serviço ao irmão e a evangelização.


Cristo ensina que o melhor uso da liberdade é a caridade, que se realiza no dom e no serviço. Confira: “João 8,31-32”. Com essas palavras, Jesus Cristo nos afirma a necessidade de permanecermos firmes e perseverantes na fé para chegarmos à verdade e ao caminho da liberdade. Mas como podemos chegar e conhecer esse caminho, Senhor? – “João 14,6”.


A adesão a Jesus não deve ser feita apenas com palavras. Ela exige prática, com prioridade no serviço ao próximo, a caridade. A palavra de Jesus é como uma luz que brilha sobre nossos sentimentos egoístas, apontando para nós a “escravidão” de nossas obras e atitudes: omissão. Já, a liberdade espiritual se manifesta nas obras e no serviço de ajuda aos irmãos necessitados. A fé se obras escraviza; com obras santifica e liberta.


Deus tratou indistintamente tanto os antigos pagãos como os judeus convertidos, associando-os à glorificação de Cristo.


Grave estas palavras de São Paulo: “Efésios 2,5”. E creiamos e conservemos a liberdade cristã: “Gálatas 5,1”.


Palavra de fé: “Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade como pretexto para prazeres carnais. Pelo contrário, fazei-vos servos uns dos outros pela caridade”. (Gálatas 5,13)

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Somos jovens. O que significa isto?

O conceito de juventude é em geral muito variado. Dependendo do que se pretende, até um homem de 70 anos se proclama jovem. Baste que acrescente o tão repetido chavão de que é jovem em espírito. Perante a lei, porém, e dentro da pedagogia das idades há um período na vida em que o ser humano é considerado jovem. E depois da fase da infância e da adolescência. Por vezes, a fase da adolescência já é considerada também como juventude.

Dos doze aos vinte e um? Dos doze ou treze aos vinte e cinco? Entramos de novo no conflito de conceitos. O fato é que, para a lei, aos dezoito ou vinte e um, de acordo com as circunstâncias, alguém já pode ser considerado adulto.

Se você está, portanto, na faixa dos treze aos vinte e cinco, talvez possa se considerar jovem. Mas, se passou dos vinte e um já deve se considerar um jovem-adulto. E nessa base pode se proclamar jovem, que sabe até os vinte e oito anos.

Como vê, não há um consenso que defina com clareza quando alguém começa a ser jovem e quando deixa de sê-lo no corpo e na idade. Se você aprofundar bem este significado descobrirá uma verdade que compromete enormemente: alguém pode ter corpo e idade de jovem e agir como ser não tivesse mais nada a aprender ou melhorar. E no caso estaria negando essa magnífica idade de crescimento interior e físico. Alguém pode ter atingido os sessenta anos e, embora o físico tenha atingido a maturidade e também a mente, conservar a abertura para a vida e para o mundo e portar-se como um jovem que tem uma vida inteira pela frente e quer aprender cada dia mais.

Ser jovem é, pois, algo muito relativo. Fisicamente se é jovem dos doze ou treze aos vinte e oito, no máximo. Depois torna-se adulto. Mas, pode-se conservar pela vida inteira alguns valores que deveriam ser vividos especialmente na juventude.

Você pode, pois, com seus colegas, repetir a já batida expressão: “Somos jovens!”. E o mundo tem o direito de lhe perguntar: “Está bem. Vocês são jovens. E daí?”. Isto é um privilégio ou uma responsabilidade?

A resposta, naturalmente, fica com você:

1. Até hoje, para você, o que significa ser jovem?

2. A expressão “sou jovem de espírito” não pode ser falsa e significar vergonha de ter envelhecido e medo de não ser aceito por causa da idade?

3. Em que aspectos ser jovem é um privilégio?

4. Em que aspectos ser jovem é uma responsabilidade?





Palavra de fé: “Poe tua confiança em Deus e ele te salvará; orienta bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor a ele até na velhice”. (Eclesiástico 2,6)

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

O cerco de Jericó

Cidade Cananéia do Antigo Testamento, mencionada como a “cidade das palmeiras”: “Deuteronômio 34,3”, foi tomada e destruída pelos israelitas quando entraram na terra prometida, sob o comando de Josué. Comprove: “Josué 6,1-27”.

A maldição que Josué lançou sobre aquele que reconstruísse as muralhas da cidade: “Josué 6,26”, caiu sobre Hiel, que perdeu seu filho primogênito quando lançou os fundamentos e o filho mais moço quando completou o trabalho. Veja: “1 Reis 16,34” (ao preço, no texto, significa a morte dos filhos).

Os israelitas instalaram-se na cidade restaurada de Canaã e foram visitadas por Eliseu que purificou as águas da fonte. Leiam: “2 Reis 2,18-22”.

Eliseu possui um poder divino para salvar ou para perder: ele é benéfico para os que reconhecem sua missão, mas não se ganha impunemente do homem de Deus.

Com relação ao interdito, relembre: “Josué 6,18”. Os israelitas cometeram uma infidelidade e não respeitaram as ordens e o Senhor inflamou-se contra eles: “Josué 7,1-26”.

Acar (ou Akar) tem o significado: trazer desgraça, confusão, perturbação, inquietação.


Palavra de fé: “A sabedoria não entrará na alma perversa, nem habitará no corpo sujeito ao pecado”. (Sabedoria 1,4)

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

O sentido da vida

Tentamos dar um significado diferente à nossa existência do que é ditado pela natureza humana

Do ponto de vista da mãe natureza, já nascemos com o sentido da vida, embutido em nossos softwares cerebrais, completamente prontos.

Dizem os genes masculinos aos seus portadores: "Procrie com o maior número de mulheres possível, escolhendo as mais belas, dóceis, inteligentes e atenciosas com as crias”. Dê alguma atenção e ajuda a elas para que suas crias não sejam prejudicadas, mas nada que o impeça de partir para a próxima. De preferência, tenha um harém bem cuidado por eunucos (você não vai querer criar filhos de outros, claro) e vá incorporando novas mulheres pelos mesmos critérios.

Para isso, você precisa se preparar: torne-se belo, forte, alto, inteligente, mas, sobretudo, rico e poderoso. Lidere guerras que possam tomar do inimigo suas posses e mulheres, pois isso o enriquecerá e encherá seu harém (um sultão do século 19 teve 840 filhos, um exemplo de homem comandado por seus genes).

Se a política do país o obrigar à monogamia, drible-a sendo um polígamo seriado: você tem dinheiro para sustentar oito ex-esposas e suas crias e você tem tempo para isso, já que os homens não envelhecem. Podem seguir acumulando dinheiro e poder e são férteis até a morte.

Dizem os genes femininos às suas portadoras: "Procrie o mais que puder com os homens mais belos, fortes, inteligentes, agressivos, mas, sobretudo, ricos e poderosos. Se possível, case-se com um deles e cuide para que ele a prestigie e dê garantias de provimento para você e suas crias, pelo maior tempo possível.

Se você não conseguir um 'topo de linha', pode se casar com um 'mais ou menos': você pode se oferecer e procriar com o patrão dele, sem que ele saiba, e colher genes poderosos para suas crias, desde que a aparência delas não seja testemunha da sua traição. Prepare-se: comece cedo. Você não tem muito tempo, e juventude é seu maior cacife.

Procure ser bela e parecer recatada: isso aumenta seu preço de compra e ilude o homem com presumida fidelidade. Não conseguindo ser bela, você pode ser oferecida, mas procure parecer bela, usando todos os expedientes ao seu alcance.
O mesmo vale para a juventude (velhas nunca foram símbolos sexuais). Malhação, plástica e pintar cabelos servem para isso. Cuide das crias. São raros os homens que se preocupam com isso.

É a natureza é cínica e cruel para atingir seus objetivos. A ponto de os biólogos dizerem que a galinha é uma máquina inventada pelo ovo para fazer outros ovos.
Mas nós somos um bicho que pensa, que deseja ética, que filosofa e que, portanto, busca um sentido na vida diferente daquele dos genes.

Isso resultou em inúmeros "sentidos da vida" criados por nós. Mas meu objetivo era falar do que ninguém fala: da natureza humana, essa força poderosa que carregamos sem saber.



Palavra de fé: “Porque o Filho do homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redução por muitos” (Marcos 10,45)

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Eva foi tirada da costela de Adão?

A formação do homem e da mulher é narrada na Bíblia no estilo de reflexão popular. A criação do homem é narrada na Bíblia duas vezes e de modos diferentes: “Gênese 1,26-2” e “Gênese 2,7”. Verifique!

A primeira narração afirma a dignidade do homem, sua espiritualidade, sua liberdade: ele é imagem e semelhança de Deus, isto é, ele corresponde ao modelo divino. Ele é imagem, pode relacionar-se com Deus, falar-lhe, ouvir a voz e até resistir-lhe. Segundo os estudiosos, foi feita por um grupo de sacerdotes que salientam a parte espiritual.

A segunda narração vem do povo. É mais concreta e a narração mostra, então, o aspecto físico, corporal, aquilo que se percebe.

Que o homem, além de suas capacidades intelectuais e espirituais, além de sua liberdade, apresenta em si a força terrena: ele é terreno, limitado, frágil, pecador, sujeito a dor, a morte. O narrador deste pensamento popular usou uma comparação muito conhecida no seu tempo, o “oleiro”: Deus modela o homem, como o “oleiro” molda o tijolo, o vaso. O homem é criatura das mãos de Deus, é feito de barro. Com isso, o autor não descreve o modo como o homem foi feito, mas sim, chama atenção para sai fragilidade e dependência de Deus. “Formar, pois, o homem do barro”, não é um ensinamento cientifico da Bíblia, e sim, teológico. Ela ensina que o homem vem de Deus, depende de Deus, é pecador, fraco e limitado. É como o vaso de barro que se quebra facilmente.

Também a formação da mulher é ensinada dentro desse tema literário de sabedoria popular. Basicamente a narração quer mostrar que homem e mulher são iguais, que entre eles há a atração de complementação; que essa atração leva à aproximação, ao amor e ao casamento monogâmico.

Essa atração profunda e misteriosa, o autor observa no dia-a-dia, como observamos hoje também. Ele traduz isso pela expressão “tirar da costela”. A mulher não foi tirada da costela do homem, mas foi criada, como o homem, por Deus. Por isso são iguais. Confira: “Gênese 2,23”.

O autor relata ainda o sono de Adão, durante o qual Deus realiza a “operação”. Deus não fez cirurgia nenhuma. Para os antigos, a obra da criação era algo misterioso, só conhecido por Deus. Veja no “Salmo 138/139”. Leia e compreenda.

O homem, segundo a narração, não tinha capacidade para entender a criação. Por isso ele dorme quando Deus cria a mulher, sua companheira. Discutir se o homem foi feito ou não de barro ou se a mulher foi tirada ou não da costela de Adão é discussão inútil, porque está fora da idéia do autor. Ele não ensina isso. Faz apenas uma observação teológica, e para isso, usa comparações populares do seu tempo. Ficar nas comparações e esquecer a intenção do autor é ficar na casca e esquecer o miolo. E lamber o papel e jogar fora o doce.




Palavra de fé: “Um belo dia nascemos, e, depois disso, seremos como se jamais tivéssemos sido!”. (Sabedoria 2,2)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

Você sabia?

- O culto religioso do “Dia de Finados” teve início no ano de 998. O abade Odilon de Cluny, na Borgonha, estabeleceu que em todos os mosteiros da Ordem de São Bento fosse celebrado o ofício dos mortos.

- Shalom, em hebraico é a palavra usada por Jesus ao referir-se à paz que ele prometeu. Ela significa, ao mesmo tempo, paz interior, alegria e plenitude da vida.

- O Vaticano é o menor país do mundo, com 0,44 quilômetros quadrados.

- A cruz, instrumento de suplício de Jesus, passou a ser símbolo do cristianismo. Antes, era sinal de condenação; depois, sinal de salvação.

- O termo “católico” significa universal. A primeira vez em que foi usado para qualificar a Igreja foi no ano 105 d.C em uma carta de Santo Inácio, então bispo de Antioquia.

- Somente no século XVI, mais precisamente após o Concílio de Trento (1571), a expressão “Igreja Católica” passou a designar exclusivamente a Igreja que tem seu centro no Vaticano.

- O Concílio de Trento aconteceu como reação à Reforma Protestante incitada pelo sacerdote alemão Martim Lutero.

- No catolicismo, um fiel poderá receber sete sacramentos: Batismo, que o torna membro do corpo místico de Cristo; Crisma ou Confirmação; Eucaristia; Penitência ou Confissão; Unção dos Enfermos; Ordem e o Matrimônio.

- Pela Unção dos Enfermos e pela Oração dos presbíteros, toda a Igreja entrega os doentes aos cuidados do Senhor, sofredor e glorioso, para que os alivie e salve.

- O cristianismo firmou-se como uma religião de origem divina. Ser cristão, portanto, seria engajar-se na obra redentora de Cristo, tendo como base a fé em seus ensinamentos.

- Foi no século IV que a data de 25 de dezembro foi estabelecida como data oficial de comemoração do nascimento de Jesus.

- Moisés é considerado pelos judeus um profeta superior a todos os demais, tratando-se ainda de um símbolo de libertação e independência.

- Batiza-se com água porque ela representa a graça de Deus, sem a qual não somos nada. E por ela nos tornamos filhos e filhas de Deus, participantes de sua vida e salvação.

- A palavra “Eucaristia” tem origem no termo grego “Eucaristós”, que significa: “reconhecimento”, “ação de graças”.

- O jejum é uma prática muito comum no meio religioso. Todas as religiões existentes, cristãos ou não usam desta forma de sacrifício para louvar suas divindades.

sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Vítimas de violência sexual têm direito a atendimento gratuito

“Casa de Saúde da Mulher”, da Unifesp, oferece atendimento diferenciado às mulheres e adolescentes vítimas de violência sexual desde 1998.


A Universidade Federal de São Paulo – UNIFESP, por meio da Unidade “Casa de Saúde da Mulher”, ligada ao Departamento de Obstetrícia e apoiada pela Faculdade de Enfermagem e Pró- Reitoria de Extensão, oferece atendimento diferenciado às mulheres e adolescentes vítimas de violência sexual desde 1998.

O serviço conta com atendimento multiprofissional, composto por profissionais da área de enfermagem, médicos, psicólogos, assistentes sociais e ultrassonografistas, além de oferecer apoio jurídico por meio da Organização Pró-Bono, na qual uma advogada se disponibiliza, gratuitamente, a orientar, acompanhar e facilitar o acesso das pacientes aos encaminhamentos jurídicos eventualmente necessários, caso a paciente assim o desejar.

Denunciar a violência sexual é um direito de opção das mulheres, independente da obrigação que os serviços de saúde têm em oferecer o atendimento às pessoas agredidas.

Segundo o Dr. Osmar Colás, mestre em obstetrícia pela Unifesp e responsável pela “Casa de Saúde da Mulher”, o diferencial do serviço é o fato de respeitar o direito da mulher em querer ou não denunciar a agressão sexual, antes de receber o devido atendimento médico. “Nós entendemos que a saúde da mulher deve ser mais importante do que a denúncia na delegacia já que, por este motivo, muitas mulheres deixam de ser atendidas por acharem que serão obrigadas a fazer a denúncia policial antes ou depois do atendimento”, afirma Colás.

O atendimento multiprofissional é necessário para que se realize a prevenção, não só de uma possível gravidez decorrente da violência, bem como das doenças sexualmente transmitidas como: sífilis, hepatites, AIDS entre outras; das complicações sociais como acesso a medicações, escolas, empresas, etc.; traumas psicológicos resultantes da violência (Transtorno de Estresse Pós- Traumático). Na Casa da Mulher, o atendimento psicológico é diferenciado, já que se alinha com estratégias de psicoterapia breve, com média de 12 sessões. Desta maneira, a instituição oferece um auxílio completo, sem imposições às mulheres, respeitando seus direitos de exercício à cidadania.

Casa de Saúde da Mulher

Os atendimentos de emergência (imediatamente após a agressão sexual) são realizados no Pronto-Socorro do Hospital São Paulo, por equipe treinada neste tipo de violência. Logo após, as vítimas são encaminhadas para a “Casa de Saúde”, para o devido acompanhamento ambulatorial pela equipe especializada multiprofissional.


End.: Rua Borges Lagoa, 418 - Vila Mariana - São Paulo - SP
Informações e marcação de consultas: tel. (11) 5084 4987
Horário de atendimento: de segunda a sexta-feira, das 07h00 às 17h00


Palavra de fé: “Se procurares a justiça, hás de consegui-la, e dela te revestirás como um manto de festa; habitarás com ela, ela te protegerá para sempre; e, no dia do juízo, nela encontrarás apoio”. (Eclesiástico 27,9)

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Bíblia: Perguntas que o povo faz: O mundo foi feito em seis dias? Deus descansou depois da criação?

A narração bíblica sobre a criação do mundo e do homem não oferecia problema: os antigos consideravam como históricos os acontecimentos narrados em “Gênese 1-11”. Na Idade Média, a narração da criação no livro do Gênesis foi considerada alegoria (ficção), de modo geral.


Hoje a ciência levanta dúvidas quanto à historicidade da narração e mostra que muitas afirmações são anticientíficas. Exemplo: o aparecimento das plantas antes do sol: “Gênese 1,11-18”. As visões Bíblicas e científicas são opostas.


Segundo a Bíblia, a criação foi obra perfeita: “Gênese 1,4.10.12.18.21.25.31”. Para a Bíblia o homem aparece já feito, perfeito e feliz. O que estragou esse estado de perfeição foi o pecado: “Gênese 3,1-24”. Segundo a ciência, a perfeição não é a própria das origens. Na origem há imperfeição e a perfeição é alcançada através de uma evolução natural. Daí, a perfeição referida na Bíblia só foi alcançada mais tarde. Nesse sentido o pecado, relatado em “Gênese 3” como queda de um estado de perfeição anterior, é visto por alguns estudiosos não como pecado, mas como um passo à frente buscando a perfeição: o homem quis conhecer mais, saber mais, desfrutar de total liberdade.


Hoje o relato bíblico sobre as origens não é aceito, incondicionalmente, como documento histórico. A narração passou pela crítica científica, exegética, histórica e literária. Temos hoje bem clara e definida a intenção do autor ao escrever isso. Hoje temos a síntese (resumo). Antigamente toda a narração era considerada histórica, na Idade Média alegórica. Hoje sabemos que é essencialmente teológica baseada nas tradições do povo, na cultura do Antigo Oriente e principalmente na fé.


Há muitos que julgam ainda a narração bíblica de ontem com os critérios científicos de hoje. Atribuindo à Bíblia erros que ela não comete, pois ela não faz ciência, mas teologia.


Hoje sabemos, provadamente, que a narração bíblica sobre as origens do mundo e do homem não é um relato religioso único e específico do povo hebreu. Tais escritos religiosos usam forma literária específica comum onde entram o simbolismo, as imagens, as concepções populares, a intenção do autor, a cultura do tempo, etc.


Nesse contexto cultural e histórico é que podemos inserir o relato do Gênesis sobre a criação do mundo em seis dias e o “descanso” de Deus no sétimo: “Gênese 1,1-3”.


Lendo com atenção os dois primeiros capítulos de Gênesis, percebemos que a criação é narrada duas vezes. A primeira: “Gênese 1,1-2,4a” e a segunda em: “Gênese 2,4b”, o início da segunda, pois falam de coisas diferentes.


A primeira narração: longa, solene, minuciosa. A segunda: simples, breve, concisa. As duas falam da criação do mundo, do homem e do paraíso. Por que duas narrações? Porque foram feitas épocas diferentes, por pessoas diferentes, com intenções diferentes e que, mais tarde, foram juntadas numa narração porque se completavam. A primeira foi escrita por um grupo de sacerdotes, e a segunda foi escrita por gente do povo. A intenção de cada grupo ao escrever a história da criação era diferente. O relato sobre a criação em seis dias e o “descanso” de Deus faz parte do primeiro grupo, o sacerdotal. A intenção deles era religiosa e litúrgica.


Os sacerdotes escreveram no tempo em que os hebreus estavam exilados em Babilônia (587 – 539 a.C). Estava o povo fora da pátria, sem rei, sem sacerdote, sem templo, diante de muitos ídolos sofreram pressão para abandonarem a fé e aderir ao Deus Marduc, que era o Deus da Babilônia. Como manter a fé nessa situação? Quem era mais poderoso: Marduc, o Deus da Babilônia vencedora ou Javé, o Deus libertador do povo vencido? Que libertação era essa?


Diante desse estado de desânimo é que surge a narração sacerdotal em “Gênese 1,1-2,4a”. Com a finalidade específica de sustentar a fé do povo, dar sentido à vida e dar esperanças de retorno.


A inspiração dos sacerdotes: Israel recebeu as promessas de Deus em Abraão, e com os patriarcas, e tem a herança do passado. Se agora está exilado é porque se esqueceu de Deus. Voltar para Deus e permanecer fiel a Ele, tudo será reconstruído: haverá nação, rei, templo e sacerdote, pois o povo é e será sempre a “herança do Senhor”: “Salmo 15/16,5”, “Salmo 27/28,9”, “Salmo 46/47,4”, “Salmo 77/78,71”, “Salmo 9/10,16”, e outros.


Em seguida, os sacerdotes ensinaram que era para manter a fidelidade a Deus e continuar sendo sua herança, deveria o povo, evitar o culto dos ídolos e a religião de Babilônia. Como celebrar o culto verdadeiro e participar da vida religiosa se não existia o Templo?


Em resposta à indignação do povo, os sacerdotes montaram o esquema da criação em seus dias como o “descanso” de Deus no sétimo. Não foi uma intenção científica, nem que o mundo foi feito em seis dias de vinte e quatro horas (24) horas e nem em seis períodos de tempo. A intenção foi religiosa: fundamentar o sétimo dia como dia de descanso e culto.


Se Deus descansou, no sétimo dia, também o povo deveria descansar nesse dia (o sábado). Reunir-se em comunidade, ouvir e estudar a Palavra de Deus e cultivar a fé. Portanto, o relato não é histórico, mas essencialmente teológico: o Deus todo poderoso que tudo criou, e o mesmo que criou o povo de Israel. O povo de Deus não desaparecerá. Voltará à sua pátria, ao seu Templo. Precisa manter a fé e ser fiel a Javé.


O “descanso” de Deus não é um repouso físico, mas no esquema literário e teológico para observarmos no sábado como o “Dia do Senhor” e um meio de reunir o povo e manter a fé.


A criação em seis dias, repetimos, é um esquema artificial, feito para terminar no sábado (sétimo dia). O autor não está preocupado em discutir se as plantas devem existir antes ou depois do sol. Com seu esquema, o autor está apenas afirmando que foi Deus quem fez o sol e as plantas. Fala da criação a partir da observação do dia-a-dia: para criar as coisas é preciso ter claridade: “Gênese 1,3”. Fala que existem terra e água: “Gênese 1,6-10”. Árvores, ervas e sementes: “Gênese 1,11-13”. Sol e Lua, dia e noite: “Gênese 1,14-19”, Animais, aves e peixes: “Gênese 1,20-26”. E diz que o homem domina a natureza e os animais, que ele ama e gera filhos, que o homem é um “carbono” de Deus: “Gênese 1,26-31”.


São, portanto seis (06) dias de criação. No sétimo, Deus descansou. O homem “imagem de Deus”, deve também descansar, observar o sábado, celebrar o culto, guardar a identidade religiosa. O esquema do autor é sacerdotal, e não científico, é artificial. Sua intenção não é de fazer histórica, mas teologia.



Palavra de fé: “O Senhor é justo em seus caminhos, e santo em tudo que faz”. (Salmo 144/145,17)