terça-feira, 29 de novembro de 2011

Dilema de mãe: Preferido da mamãe

Ter predileção por um filho não significa falta de amor pelo outro, mas é preciso ter equilíbrio. Como em qualquer relacionamento afetivo, mães e filhos não estão livres de preferências. Tanto que, em toda família com mais de uma criança, os irmãos sempre acusam os pais de ter um favorito. Se algum dia você achar que tem afinidade com mais um filho, não se sinta culpada, mas tente repensar o que está por trás dos sentimentos que cada filho desperta em você.

A psicoterapeuta Ana Cristina Marzolla, explica que também é comum haver conflitos entre duas pessoas muito parecidas. O motivo? Como se olhasse em um espelho, você enxerga no outro emoções e comportamentos de que não gosta em si mesma. Aí, inconscientemente, passa a rejeitar a criança, que se torna um eterno lembrete dos seus pontos fracos. Ela, ainda, dá uma dica muito valiosa: "Reflita ainda sobre as circunstâncias que cercaram a gravidez e o nascimento de cada um de seus filhos. Quem sabe se involuntariamente você não está associando (e responsabilizando) seu filho por dificuldades da época em que engravidou pela segunda vez?"

Seja como for, é importante investir na proximidade com o filho que você não tem tanta afinidade. Toda criança precisa se sentir aprovada e amada pelos pais para se desenvolver bem - intelectual, social, emocional e até fisicamente. Equilibrar essa balança evitará também prejuízos para a personalidade de ambos. A posição de favorito pode levar o outro a uma dependência exagerada de sua eterna aprovação. Para o menor, há o risco de anular a própria personalidade tentando se igualar ao irmão a fim de conquistar a mesma atenção.

Para construir essa aproximação, tente passar mais tempo com o pequeno interagindo nas brincadeiras. Você pode descobrir interesses em comum, surpreender-se positivamente com a maneira como ele lida com desafios e ver que seu menino possui qualidades que merecem ser reconhecidas e valorizadas. Observe ainda a forma como os outros – o pai, a professora, o próprio irmão e parentes – agem em relação a ele. Também elas têm dificuldade? E como lidam com aquelas características que tanto incomodam você?

Se nada disso resolver, não deixe que a distância entre vocês dois aumente. Um psicólogo pode ajudá-lo a olhar o seu filho e a relação com ele de outro modo. Assim, o afeto mútuo que existe virá à tona sem esforço, como acontece com o mais velho.




Palavra de fé: “Que teus olhos vejam de frente e que tua vista perceba o que há diante de ti!”. (Provérbios 4,25)

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Contemplar o belo

É nas coisas simples e anônimas que se encontram os maiores tesouros da emoção...

Contemplar o belo é fazer das pequenas coisas um espetáculo aos nossos olhos. É dialogar com os amigos, elogiar as pessoas, amar os desafios da vida. É admirar as crianças, ouvir as histórias dos idosos.
É descobrir as coisas lindas e ocultas que nos rodeiam. É admirar as nuvens, o canto dos pássaros, o baile das olhas sob a orquestra do vento. É perceber além das imagens e das palavras. Creio que menos de 10% das pessoas sabem contemplar o belo. Quem despreza essa lei tem uma alegria fugaz, uma emoção superficial.

O PRAZER DE VIVER
Se sua história se transformou numa rotina repleta de tédio, se lhe faltam prazer, sabor e encanto pela vida, é porque você não tem gastado tempo contemplando o belo. Desperte! Se não usar essa ferramenta, você poderá ter sucesso profissional, financeiro e social, mas mendigará o pão da alegria. Será infeliz.
O mestre da emoção, Jesus Cristo, parava a multidão que o seguia para fazer dos lírios um show aos seus olhos. Foi feliz na terra de infelizes, pois vivia a arte da contemplação do belo.

BOM HUMOR
Se você contemplar o belo, você será uma pessoa bem-humorada. As pessoas terão prazer de ficar ao seu lado. Mas, se não contemplar, viverá debaixo da ditadura do mau humor e do negativismo. Nem você mesmo se suportará.
Diversas doenças auto-imunes, cardíacas, bem como alguns tipos de câncer, são desencadeadas pelos transtornos emocionais, em especial pelo mau humor. Uma pessoa otimista vive melhor e por mais tempo.
Contemple o belo para ser bem humorado. Ser negativista não resolve os problemas, mas pode abreviar seus dias...

REJUVENESCIMENTO DA EMOÇÃO
Se você contemplar o belo, será sempre jovem, ainda que o tempo sulque seu rosto com rugas. Se não contemplar, você poderá fazer cirurgia plástica, peelings, mas envelhecerá no único lugar que é proibido envelhecer: no território da emoção. Reclamar é um dos sintomas da velhice emocional.
Muitos jovens são emocionalmente velhos. Eles reclamam do corpo, da roupa, da comida, de levantar pela manhã, de estudar, de que não há nada para fazer. São infelizes porque não sabem agradecer nem fazer muito do pouco. Abra os olhos!

AUTO-ESTIMA
Quem observa a lei de contemplar o belo tem elevada auto-estima, está sempre em consigo mesmo. Mas eis que a psicologia constata algo trágico, a baixa auto-estima se tornou uma síndrome epidêmica. Observe o caso da guerra das mulheres com o espelho. Ao invés de contemplar seus aspectos positivos diante do espelho, elas são especialistas em enxergar seus defeitos.
Atendi muitas mulheres que se queixam com os maridos sobre as áreas do seu próprio corpo que detestam. A baixa auto-estima delas sufoca o amor deles. Por quê?
Porque todas as reclamações delas registram-se na memória deles. E, como estudaremos esse registro não pode mais ser apagado, só reescrito. Com o tempo, seus maridos começam a supervalorizar os defeitos reclamados por elas. Isso sufoca o interesse e o amor.

As mulheres também se afligem diante das revistas que destacam o corpo e não a inteligência feminina. Ao invés de se sentirem belas, elas comparam seu corpo com o das modelos e se martirizam. Cuidado! Tudo o que você reclama se torna um veneno para sua auto-estima.

DICAS PARA CONTEMPLAR O BELO
Todas as pessoas devem sentir-se bonitas. Não seja escravo do padrão de beleza da mídia. Diga diariamente: eu sou bonito (a)! Pois o feio e o belo são relativos. Beleza está nos olhos de quem contempla...
Contemplar o belo é colocar combustível na felicidade. Cuide de plantas, escreva poesias. Role no tapete com as crianças. Valorize as coisas que são aparentemente insignificantes. Escreva cartas para os amigos. Descubra os filhos. Explore o mundo dos seus pais. Fique dez minutos por dia em silêncio contemplativo. Falar da felicidade sem contemplar o belo é cair no vazio.




Palavra de fé: “Considerai os lírios, como crescem; não fiam, nem tecem. Contudo, digo-vos: nem Salomão em toda a sua glória jamais se vestiu como um deles”. (Lucas 12,27)

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

A coisa mais bela do mundo

Um célebre pintor, que tinha realizado vários trabalhos de grande beleza, convenceu-se, certo dia, de que ainda lhe faltava pintar a sua obra prima.
Em sua procura por um motivo, numa poeirenta estrada, encontrou um idoso sacerdote que lhe perguntou para onde se dirigia.
Não sei, respondeu o pintor.
Quero pintar a coisa mais bela do mundo. Talvez que o senhor possa me orientar.
É muito simples!... Disse o sacerdote...
Em qualquer igreja ou crença você achará o que procura.
A fé é a mais bela coisa do mundo.
Prosseguiu viagem o pintor.
Mais tarde, perguntou a uma jovem noiva se sabia qual a coisa mais bela do mundo.
O amor... Respondeu ela.
O amor torna os pobres em ricos, suaviza as lágrimas, faz muito do pouco... Sem amor, não há beleza.
Continuou ainda o pintor a sua procura.
Um soldado exausto cruzou o seu caminho, e quando o pintor lhe fez a mesma pergunta, respondeu:
A Paz é a mais bela coisa do mundo. A guerra a coisa mais feia. Onde você encontrar a paz, fique certo de que encontrará a beleza.
Fé, Amor e Paz.
Como poderei pintá-las?... Pensou tristemente o artista.
Meneando a cabeça desanimado, tomou o rumo de casa.
Ao entrar em sua própria casa, deu com a coisa mais bela do mundo.
Nos olhos dos filhos estava a Fé.
O Amor brilhava no sorriso de sua esposa.
E aqui, em seu lar, havia a Paz de que lhe falara o soldado.
Realizou assim o pintor o quadro
'A coisa mais bela do mundo'.
E, terminando-o, chamou-lhe “LAR”.


Palavra de fé: “E agora, orai a Deus de todas as coisas, que fez grandes coisas pela terra, que, multiplicou nossos dias desde o seio materno, e usou de misericórdia para conosco”. (Eclesiástico 50,24)

sábado, 19 de novembro de 2011

Nem tudo é fácil

É difícil fazer alguém feliz, assim como é fácil fazer triste.
É difícil dizer eu te amo, assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, assim como é fácil olhar para o próprio umbigo.
Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se? Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida... Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, Mas também tornemos todos esses desejos, realidade!!!



Observação espiritual: O mal está no mundo para ser combatido e vencido. Só a fé, a esperança e a caridade, apoiadas pela oração, podem vencer o mal e revelar o amor e a felicidade. O pecado traz a morte, o amor traz a vida. Sigamos os conselhos de São Paulo: “2 Tessalonicenses 3,13”. Precisamos ocuparmo-nos com o bem do que preocuparmo-nos com o mal.


Palavra de fé: “Não te deixes vencer pelo mal, mas triunfa do mal com o bem”. (Romanos 12,13)

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Você sabia?

- Além do culto a Jesus Cristo, o catolicismo enfatiza o culto à Virgem Maria (mãe de Jesus Cristo) e a diversos santos. Este, aliás, foi um dos pontos de divergência mais sérios entre a Igreja Católica e as outras.

- O catolicismo surgiu, aproximadamente, no ano 50 d.C, quando alguns seguidores de Jesus Cristo começaram a dizer que não era necessário obedecer a certos mandamentos da Lei de Moisés (Tora), mas à Boa Nova de Jesus Cristo (o amor).

- O catolicismo é uma das mais expressivas vertentes do Cristianismo e até hoje congrega a maior comunidade de cristãos existentes no Planeta. Segundo estatísticas recentes, cerca de um bilhão de pessoas. O Brasil e o México são os principais redutos dos cristãos.

- A missa é o principal culto dos seguidores do Catolicismo. Nessa cerimônia, de maneira incruenta, renova-se a morte e ressurreição de Cristo pelo milagre de transubstanciação do pão e do vinho no Corpo e no Sangue de Cristo.

- No século XX, a Igreja sofreu uma profunda renovação de suas práticas quando promoveu o Concílio Vaticano II, ocorrido durante a década de 1960. Opção pelos menos favorecidos.

- O Brasil é considerado o maior país do mundo em número de católicos nominais, com 73,8% da população brasileira declarando-se católica de acordo com o IBGE. Porém, sua hegemonia deve ser relativizada devido ao grande sincretismo religioso existente no país.

- A oração aparece em todas as religiões como uma maneira pela qual o homem se coloca conscientemente na presença de Deus, em diferentes formas e sentidos. Existem orações de súplica, louvor e arrependimento.

- O mar da Galiléia, também conhecido como Mar de Tiberíades ou Lago de Genesaré, é, na verdade, um extenso lago de água doce, o maior de Israel, com comprimento máximo de cerca de 19 km e a largura máxima de cerca de 13 km.

- Há uma distinção entre “diabo” e “demônios”. A Bíblia chama os “demônios” de “espíritos malignos” e “espíritos imundos”. Mateus chama Satanás de “maior dos demônios”.

- Parábola significa narrativa curta. Tem como característica ser protagonizada por seres humanos e possuir sempre uma razão moral.

- Ação Pastoral – conjunto de atividades que tem como finalidade o cumprimento da missão da Igreja, isto é, o estabelecimento do Reino de Deus.

- Na missa, há duas mesas que são partes integrantes da mesma celebração: a mesa da palavra e a mesa eucarística. A mesa da palavra é precedida pelos ritos iniciais, e a mesa eucarística é seguida pelos ritos finais.

- O monge é um religioso que, chamado pelo Espírito Santo, vive em comunidade em um mosteiro, alternando orações e trabalhos.

- Em 11 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial do Doente. A data foi instituída pelo Papa João Paulo II.

- Missal ou Missal Romano é o livro que apresenta o ritual da Missa (exceto as leituras), segundo as diversas circunstâncias e os diversos tempos litúrgicos.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Bíblia: Perguntas que o povo faz

O que significam no Gênesis: a árvore, a maçã e a serpente?


Para essas respostas sobre o livro do “Gênesis”, baseamo-nos nas reflexões dos autores deste gênero literário. Gênero literário é o modo de apresentar um pensamento ou mensagem. O gênero literário usa certos recursos, certas técnicas (por exemplo, comparações, alegorias, imagens, etc) que possa, traduzir a melhor idéia que o autor quer transmitir.

Cada ciência, cada disciplina, tem seu gênero literário específico. “Conhecer o gênero literário de uma obra – diz Pe Bernoit – é ter nas mãos a chave que nos possibilita entendê-la”. Assim acontece na Bíblia, onde o gênero literário específico é religioso; e dentro desse gênero específico religioso, cada autor escolheu a forma que melhor lhe servia parta transmitir sua idéia.

O Gênesis usa muita simbologia, jogo de palavras. Emprega imagens do conhecimento do povo. Usa elementos tirados da cultura judaica religiosa, da Mesopotâmia, da Cananaica, etc.

Os elementos simbólicos presentes no relato: “Gênese 3,1-24”: a serpente, as árvores do jardim, o fruto das árvores, as folhas da figueira, o rumor dos passos de Deus, a hora da brisa, o esconder do homem, os diálogos (Deus e o homem, Deus e a serpente), as maldições (à serpente, à mulher, ao homem), as vestes para o casal, a expulsão do paraíso e os querubins (anjos) que guardam com espada desembainhada a entrada do paraíso.

O autor não quer explicar a origem do mal. Ele não sabe a origem, como nós também não sabemos. Sabe apenas como nós, que o mal existe.

Por que existe o mal? Por que não existe só o bem?

Religiões e culturas antigas procuram dar uma resposta, criando lendas religiosas, seus mitos “etiológicos”, isto é, histórias que explicavam a origem de alguma crença comum. Como fizeram os gregos, os romanos, os egípcios, os nossos índios. O autor constata com seu texto que há um mal de origem, ou como dizemos um “pecado original”.

Diante desta constatação, o autor ataca pela raiz o mal capital que existia no seu tempo, que seduzia e comprometia o povo: a tentação pelos ídolos. Depois de constatar isso, aponta a saída: lutar contra essa sedução do mal que está dentro de cada um, para retornarmos ao paraíso (uma terra sem maldade, justa e fraterna). Para transmitir essa reflexão, o autor usa uma história; a história é verdadeira: o mal existe e entrou no mundo através do homem. Os elementos para ilustrar essa história são simbólicos, isto é, são indicadores da verdade que ele quer transmitir. Vejamos alguns:

1. A árvore – são citados dois tipos de árvores: “a árvore do conhecimento do bem e do mal”. Confira em: “Gênese 3,5”. E a árvore da vida, leia: “Gênese 3,22”. Conforme o texto bíblico, o homem podia comer de todas as árvores, menos da árvore do conhecimento e do mal. Nesse dia morreria, veja em: “Gênese 2,16-17”. O que significa isto? “Comer de todas as árvores” é símbolo. Na Bíblia, a Sabedoria e a Lei de Deus são comparadas a uma árvore. Leia: “Provérbios 3,18”.

Ter sabedoria é ter vida; ela ensina os caminhos da vida. Já a Lei de Deus é chamada na Bíblia “lei da vida”. Assim, observar a Lei de Deus é viver, veja: “Salmo 118/119,93”. E mais, comprove: “Salmo 1,1-3”. Então se conclui, se o homem observar a Lei de Deus (praticar o bem) será feliz, viverá. Se não observar (praticar o mal) será infeliz, morrerá. Comprove: “Deuteronômio 30,15”; e ainda: “Deuteronômio 30,19-20”. Assim, se a Sabedoria e a Lei de Deus são comparadas na Bíblia, as árvores, “comer destas árvores” significa ter Sabedoria e observar a Lei de Deus = ser sábio, viver. Esse é o sentido da ordem de Deus, grave com atenção: “Gênese 2,16”.

Mas o homem não aceita facilmente o que Deus lhe ordena. Não crê na sua Palavra. Segue seus próprios critérios, deixando de lado a Sabedoria e a Lei de Deus. A esse comportamento amargo, a Bíblia chama “comer da árvore do bem e do mal”. Conclusão: não é preciso fazer experiência por si. Basta confiar e crer em Deus.

2. A maçã – não é mencionada nesse texto bíblico. O texto fala de “fruto”, vejam: “Gênese 3,3.6”. A citação da “maça” como fruto proibido do paraíso, vem das pinturas bíblicas clássicas, que traduzem a idéia da mitologia antiga, na qual a maça era símbolo de tentação. No Gênesis, o fruto ou a maçã, simbolizam a eterna tentação do homem em não querer conhecer-se como criatura diante de Deus, mas querer comportar-se por si mesmo.

3. As folhas da figueira e a nudez; o rumor dos passos de Deus e o esconder-se de Adão e Eva. Vejam: “Gênese 3,7-8”. Todos esses elementos ao mesmo quadro: a tomada de consciência, pelo homem, de uma burrada feita! Uma vez feita a experiência da desobediência contra Deus, o homem percebeu imediatamente o mal que acabara de praticar e, com medo, não quis olhar para Deus, não quis enfrentá-lo! Era preciso fugir dele!

Esse drama é descrito com imagens, com símbolos em: a nudez é tomada de consciência diante de Deus; ele está desarmado, envergonhado, desprevenido. Errou, tem que calar a boca.

As folhas da figueira - significam o medo do homem depois da trágica experiência: é preciso cobrir-se, ou seja, o erro foi percebido, descoberto e precisa ser escondido, ocultado. A reação é semelhante a pessoa que é surpreendida nua!

O rumor dos passos de Deus – o temor profundo do homem que errou: agora deve encontrar-se com Deus e dar-lhes satisfação por ter desobedecido à Lei Divina. O esconder-se de Deus é símbolo do homem que se reconhece pecador: “Gênese 3,8b.10”.

4. A serpente – personifica aqui a tentação. Personifica a nossa inclinação para o mal. Para o autor, a causa de todo o mal é o próprio homem que se deixa levar por essa tentação. O símbolo usado é a serpente. E por que a serpente?

No seu tempo a serpente era o símbolo da religião de Canaã, país que vivia também o povo de Deus. Essa religião não tinha compromissos éticos; era religião mágica, idólatra e praticava a prostituição “sagrada”. Leia e aprenda: “1 Reis 14,24”; “1 Reis 15,12”; “1 Reis 22,47”; “2 Reis 23,7”. A serpente era símbolo dessa religião porque representava, primeiramente, o órgão sexual masculino, reprodutor da vida, e depois, porque soltando periodicamente sua pele e renovando-se sempre, a serpente tornava-se símbolo da vida eterna. Esses elementos entraram na mitologia e no folclore oriental.

Outro elemento para explicação do texto: a serpente é símbolo do mal; traiçoeira, venenosa e mata.

O povo de Deus sempre sentiu a tentação de deixar sua religião de aliança comprometida com Deus para seguir a religião de Canaã, mas sedutora, sem compromissos, além de favorecer a prostituição – sob aparência de culto. Por isso, os profetas e os reis justos atacavam violentamente esse tipo de religião. Veja as citações: “Oséas 4,12.18; 6,10”; “Ezequiel 16,25.31.39”; “Isaías 1,21-23”; “Amós 4,1-3”.

A serpente tornou-se símbolo da traição a Deus e a fé; símbolo do todo mal.

A origem do mal está na escolha de ouvir a serpente e não a Deus.

Até hoje a tentação está sempre próxima do homem.


Palavra de fé: “Deus não é o autor da morte, a perdição dos vivos não lhe dá alegria alguma”. (Sabedoria 1,13).

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Radiocirurgia aumenta a segurança e a eficiência no tratamento de tumores


Ampliam-se as possibilidades de uso dessa técnica em substituição à cirurgia convencional.


Sem abrir o crânio, sem internação e, frequentemente, em uma só sessão que dura de uma a duas horas em média, a radiocirurgia faz o que até recentemente só era possível por meio da cirurgia tradicional: destrói tumores. Hoje, a técnica é reconhecida como a melhor alternativa para tratar metástases e outras lesões anormais do cérebro. Apesar do nome, a radiocirurgia não envolve cirurgia. Trata-se de uma tecnologia que permite aplicar uma alta dose de radiação, com grande precisão e segurança, que atinge o tumor sem afetar os tecidos saudáveis.

São muitas as vantagens da radiocirurgia. A primeira é evitar a cirurgia invasiva e os riscos e complicações a ela associadas. Isso é importante para pacientes com metástase no cérebro, já fragilizados pelo câncer principal (mama, pulmão, etc.) e, às vezes, portadores de outras doenças, como problemas cardíacos. A radiocirurgia permite ainda chegar a tumores localizados em áreas não operáveis pelo método tradicional, seja pela dificuldade de acesso ou pelo risco elevado. Outro diferencial é que podem ser tratadas várias lesões ao mesmo tempo, um aspecto relevante, já que metade dos pacientes com metástase no cérebro tem mais de uma lesão. A limitação da radiocirurgia é o tamanho do tumor: no máximo quatro centímetros.

Além das metástases no cérebro, a técnica é usada para tratar tumores benignos na cabeça. Os riscos da cirurgia tradicional – perda de audição e paralisia que atinge a metade do rosto – são praticamente nulos na radiocirurgia.

A radiocirurgia pode destruir tumores em procedimentos sem abrir o crânio, sem internação e em uma sessão que dura de uma a duas horas em média.
Pacientes com má-formação arteriovenosa, um emaranhado de vasos no cérebro que se conectam diretamente, podendo provocar sangramentos e hemorragias, também têm se beneficiado. Apesar de, neste caso, a primeira opção ser a cirurgia, a radiocirurgia é a alternativa quando o local não é acessível ou há alto risco de sequelas.

Os avanços têm permitido adotar a radiocirurgia no tratamento de tumores em outras partes do corpo, como fígado, pulmão, coluna, rins, pâncreas. Nesses locais, o tumor se movimenta em função da respiração, e avançados recursos de imagem possibilitam acompanhar esse deslocamento e direcionar o feixe de radiação sobre a lesão de maneira precisa. Nesses tratamentos, a radiocirurgia é usada apenas quando o paciente não pode ser submetido à cirurgia tradicional. Mas se os estudos em andamento indicarem que os resultados são semelhantes nos dois tipos de procedimento será possível aproveitar os benefícios que a técnica não invasiva oferece em termos de segurança para o paciente, com menos riscos, recuperação mais rápida e menor custo.




Palavra de fé: “O Senhor está perto dos contritos de coração, e salva os que tem o espírito abatido”. (Salmo 33,19)

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Bíblia: perguntas que o povo faz

Qual foi o pecado de Adão e Eva?

Muitos dizem que o pecado de Adão e Eva foi o pecado de ordem sexual. Não é verdade; não está na Bíblia. Pelo contrário, a Bíblia diz que Deus criou o homem e a mulher e deu-lhes ordem para terem muitos filhos. Confira: “Gênese 1,28”. Assim, a ordem para uma vida sexual é anterior à desobediência narrada em Gênese, capítulo 3. Para ser pecado sexual, deveria haver a proibição de Deus; e não há.

Então, qual foi o pecado de Adão e Eva? Qual é o pecado original? A Bíblia não diz qual foi o pecado. E nem podia dizer, pois o primeiro pecado, ou o pecado original, embora seja real, não pode ser comprovado com documentos.

O autor bíblico não está querendo descobrir qual o primeiro pecado do homem. A intenção dele é outra: ele não quer provar nada e nem quer demonstrar que houve pecado que se teria transmitido de pai para filho. Ele apenas constata que há pecado no mundo. Constata que existe em cada pessoa a misteriosa tendência para o mal. Diante da Lei de Deus o homem é tentado a escolher o mal e não o bem. Isso é um mistério que se esconde no coração do homem.

A narração bíblica sobre o pecado original é montagem literária feita sobre uma grande verdade: o homem pecou, errou no passado e peca e erra no presente. Assim, mostra-nos que houve “uma ruptura com sua Origem, que é Deus”. E para retratar tudo isso, o autor bíblico usa a linguagem simbólica e elementos da sua cultura: nudez, voz de Deus, esconder-se de Deus, etc. Para o autor, todo homem é Adão, isto é, pecador.

Não há resposta para a pergunta: “qual foi o pecado de Adão e Eva?”. Porque a Bíblia não o identifica, nem é a intenção do autor em identificá-lo. Em outras palavras: o pecado de Adão e Eva é histórico no sentido real e não comprovado e documentado.

Muitos autores dizem que o pecado original foi um ato de desobediência à Lei de Deus, mas não esclarecem. O pecado original, então, não existiu, mas existe. Não aconteceu, mas acontece. Talvez esteja aí a chamada “desobediência à Lei de Deus”, considerada o núcleo do pecado. Essa desobediência, esse erro inicial, primordial, é chamada “pecado original”, porque está na origem, no começo da humanidade. É uma “força perigosa e ameaçadora e da qual cada geração é responsável, inclusive a primeira”.

A tarefa mais importante não é a de descobrir qual foi o pecado original, mas sim, como combatê-lo agora, em cada pessoa, em cada estrutura, em cada época. Combater esse mal de origem é também construir o paraíso.




Palavra de fé: “Mas os justos viverão eternamente; sua recompensa está no Senhor, e o Altíssimo cuidará deles”. (Sabedoria 5,15)

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

Complicações da busca

Nasrudin e ovo
Certa manhã, Nasrudin – o grande místico sufi que sempre fingia ser louco – colocou um ovo embrulhado em um lenço, foi para o meio da praça de sua cidade, e chamou aqueles que estavam ali.
- Hoje teremos um importante concurso! – disse – Quem descobrir o que está embrulhado neste lenço, eu dou de presente o ovo que está dentro!
As pessoas se olharam, intrigadas, e responderam: - Como podemos saber? Ninguém aqui é capaz de fazer adivinhações!
Nasrudin insistiu: - O que está neste lenço tem um centro que é amarelo como uma gema, cercado de um líquido da cor da clara, que por sua vez está contido dentro de uma casca que quebra facilmente. É um símbolo de fertilidade, e nos lembra dos pássaros que voam para seus ninhos. Então, quem pode me dizer o que está escondido?
Todos os habitantes pensavam que Nasrudin tinha em suas mãos um ovo, mas a resposta era tão óbvia, que ninguém resolveu passar vergonha diante dos outros.
E se não fosse um ovo, mas algo muito importante, produto da fértil imaginação mística dos sufis? Um centro amarelo podia significar algo do sol, o líquido ao redor talvez fosse um preparado alquímico. Não, aquele louco estava querendo fazer alguém de ridículo.
Nasrudin perguntou mais duas vezes, e ninguém se arriscou a dizer algo impróprio.
Então ele abriu o lenço e mostrou a todos o ovo.
- Todos vocês sabiam a resposta – afirmou. – E ninguém ousou traduzí-la em palavras.
“É assim a vida daqueles que não tem coragem de arriscar: as soluções nos são dadas generosamente por Deus, mas estas pessoas sempre procuram explicações mais complicadas, e terminam não fazendo nada.”


Deus e o amor do homem
Um homem chegou até o filósofo Ramanuja, e pediu:
- Mostre-me o caminho até Deus.
- Você já se apaixonou por alguém? – perguntou Ramanuja.
- Apaixonar-me? O que o grande mestre quer dizer com isso? Eu prometi a mim mesmo jamais me aproximar de uma mulher, fujo delas como quem tenta escapar de uma doença.
“Eu sequer as olho: quando passam, fecho os meus olhos.”
- Procure voltar ao seu passado, e tentar descobrir se nunca, em toda a sua vida, houve algum momento de paixão que deixasse seu corpo e seu espírito cheios de fogo.
- Vim até aqui para aprender como rezar, e não como me apaixonar por uma mulher. Quero ser guiado até Deus, e o senhor fica insistindo em me conduzir até os prazeres do mundo? Não entendo o que deseja me ensinar.
Ramanuja ficou em silêncio por alguns minutos, e finalmente disse: - Não posso ajudá-lo. Se você ainda não teve uma experiência de amor, você nunca conseguirá experimentar a paz de uma oração. Portanto, volte para sua cidade, apaixone-se, e só me procure novamente quando sua alma estiver cheia de momentos felizes.
“Apenas uma pessoa que entende o amor, pode entender o significado da oração. Porque o amor por alguém é uma prece dirigida ao coração do Universo, uma prece que Deus colocou nas mãos de cada ser humano como um presente.”



Palavra de fé: “Referi-vos essas coisas para que tenhais a paz em mim. No mundo haveis de ter aflições. Coragem! Eu venci o mundo”.

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Bíblia: Perguntas que o povo faz


Se Adão e Eva formavam o único casal no começo do mundo, Caim casou-se então com sua irmã?


Essa pergunta não tem nenhum sentido porque a Bíblia não relata uma história ou redige uma genealogia.

O autor faz uma reflexão sobre a vida. Constata que há homens e mulheres; dominadores e dominador. Há duas significações; há uma tendência no homem para o mal. Constata o peso da tentação que seduz o homem. Há homens bons e justos; maus e injustos, etc.

Ele vive essa chama na sua época. O contrário de tudo isso é o paraíso. Nesse contexto entram Caim e Abel como protótipos do mal e do bem respectivamente. Só isso.

Para o autor não importava saber se Caim casou-se ou não. E se casou, não lhe interessava saber com quem (embora o texto relata o casamento dele. Veja: “Gênese 4,17”). Nós é que nos preocupamos em identificar a mulher dele. A Bíblia, tem apenas a intenção de relatar que existe a maldade desde o começo do mundo e a personifica aqui em um homem (Caim).

O texto na Bíblia não autoriza a interpretação de que Caim casou-se com sua irmã.

Alguns autores, porém, resolvem simplesmente a questão dizendo que de fato Caim casou-se com uma de suas irmãs ou uma de suas sobrinhas, pois o texto bíblico diz que Adão e Eva tiveram muitos filhos e filhas, leiam: “Gênese 5,4”. Outros autores aceitam a hipótese da existência de vários casais no início do mundo.

O autor não está interessado em identificar quem casou com quem. Quer apenas refletir sobre a existência do mal no mundo e identificar seus representantes concretos. O representante do bem no mundo é o homem (Abel), como também é o homem o representante do mal (Caim). O resto é pura especulação que escapa à intenção do autor.


Palavra de fé: “Mas as almas dos justos estão nas mãos de Deus, e nenhum tormento os tocará”. (Sabedoria 3,1)