quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Por que ficamos doentes?

Visitando um hospital, fui surpreendido por uma criança que me perguntou: “Padre, porque ficamos doentes?”
Não lembro direito o que lhe respondi, porém a pergunta da menininha me acompanhou durante um bom tempo.

Qualquer doença nos desinstala; sofremos com a possibilidade de estarmos enfermos; sofremos durante a enfermidade; sofremos quando alguém que amamos fica doente. A doença é um indício claro de que nosso corpo não é feito de aço.

Tomamos consciência de nossa fragilidade quando, por um motivo ou por outro, nosso corpo dá sinais de limitações.

Todo organismo vivo (plantas, animais) enfrenta agressões. A natureza em si segue o ciclo da vida: nascer, crescer e morrer.

As doenças que enfrentamos geralmente não nos levam à morte ou ao fim. Dá-se um jeito em quase tudo; medicamentos; terapias; cirurgias. Vivemos mais, é verdade, porém não deixamos de adoecer.

Quase sempre as doenças nos fazem parar, temos que tirar um tempo para irmos ao médico, descansar alguns dias, em casos mais graves fazemos um longo tratamento, tudo isso porque desejamos viver. A possibilidade iminente da morte nos assusta. Parar é fundamental para recomeçar bem.

As pessoas que passam por grandes traumas, ou enfermidades severas, geralmente não vivem mais da forma que viviam, desejam mudanças radicais de vida. A reflexão que a doença causou foi capaz de dar um valor inestimável a coisas que antes talvez passassem desapercebidas.

Os que sobrevivem não pensam em contabilizar os anos que ainda têm para viver, mas querem fazê-lo em plenitude cada dia.

Apesar das doenças não serem desejadas por nós, podemos aprender, e muito, com elas. Algumas lições importantes: não somos o centro do universo; não somos mais que ninguém; somos finitos e limitados; somos extremamente frágeis; podemos morrer a qualquer momento; a vida é muito curta para perdermos tempo com besteiras e mesquinharias. Podemos comprovar quem verdadeiramente nos ama e, sobretudo, somos capazes de testar nossa confiança e fé em Deus e nossa força de superação.

Se, em cada enfermidade, fizéssemos uma avaliação da nossa vida e nos propuséssemos a viver melhor, com toda a certeza, quando a doença certeira chegasse, não nos encontraria abatidos, mas agradecidos, por termos vivido felizes.



Palavra de fé: “Senhor, meu Deus, clamei a vós e fui curado”. (Salmo 29/30,2)

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