quarta-feira, 31 de março de 2010

Síndrome do pânico

A doença atinge principalmente pessoas com idade, entre 25 e 35 anos, sendo que a maioria dos portadores são mulheres. Fatores biológicos, como a constituição hormonal feminina, podem explicar porque as mulheres manifestam mais a doença que os homens. Por outro lado, as mulheres uma vez atingidas procuram mais o tratamento médico, ao contrário dos homens.

Com a doença, a vida profissional é fortemente afetada no dia-a-dia e, além disso, outras doenças estão associadas ao problema da síndrome do pânico, segundo pesquisas.

Geralmente 60% dos portadores da síndrome do pânico sofrem de depressão e 45% são alcoólatras e viciados em drogas.

Ao contrário do que se diz a doença não surgiu em função da vida agitada moderna, embora fatores como desemprego, falta de perspectivas profissionais, má qualidade de vida, falta de estrutura familiar,... possam agravar os sintomas da crise do pânico. Trata-se de uma doença física que precisa de medicação específica.

Os especialistas recomendam que os portadores da síndrome sejam submetidos a um tratamento que associe terapia comportamental e medicamentos.

Um bom tratamento, no período de três meses, pode trazer um alívio bem significativo e podem voltar a trabalhar e ter uma vida social normal, garante os especialistas.

Reconheça os sintomas: As crises de pânico chegam a durar até 30 minutos e os sintomas são bem desagradáveis:

- Palpitações (o coração dispara);
- Dores do peito;
- Tontura, atordoamento, náuseas;
- Dificuldade para respirar;
- Sensação de formigamento ou fraqueza nas mãos;
- Calafrios ou ondas de calor;
- Sensação de estar sonhando ou distorções de percepção da realidade;
- Terror – sensação de que algo inimaginavelmente horrível está prestes a acontecer e de que está impotente para evitar tal acontecimento;
- Medo de perder o controle e fazer algo ruim;
- Medo de morrer.

O tratamento deve ser preferencialmente, tratado por psiquiatra.

Para obter informações sobre o tratamento psiquiátrico, a pessoa deve dirigir-se a um dos seguintes lugares:

- Hospitais universitários;
- Centros de saúde mental da comunidade;
- Hospitais psiquiátricos públicos;
- Serviços psiquiátricos de hospitais gerais e
- Associações profissionais como sociedades médicas ou associações de psiquiatria.

Procure ajuda, lute, pois as chances de cura são enormes.

E guarde bem: O reencontro com a fé será de grande valia. Experimente!

terça-feira, 30 de março de 2010

O que a Igreja ensina sobre... Adoção de crianças

“O dom da fecundidade do casal, contudo, deve ser concebido de maneira muito mais ampla do que a única dimensão da fertilidade biológica. O amor esponsal, como manifestação concreta do amor de Deus pela humanidade, é sempre chamado à amar, servir, defender e promover a vida humana (João Paulo II) – em todas as suas dimensões, mesmo quando, de fato, não a pode gerar biologicamente. Por isso, sentimo-nos profundamente próximos dos casais esposos, que ainda não conseguem encontrar na medicina uma solução para a sua condição de esterilidade, encorajá-los fraternalmente a exprimir e realizar igualmente a sua fecundidade conjugal, pondo-se com generosidade ao serviço das numerosas situações humanas necessitadas de amor e de partilha. Entre elas, merecem uma particular menção os institutos sociais de adoção e de entrega periódica da criança a uma família, para os quais desejamos normativas jurídicas cada vez mais capazes de garantir as devidas garantias e, simultaneamente, tempos rápidos para as práticas burocráticas”.

(Comunicado final da X Assembléia Geral da Pontifícia Academia da Vida)

Adoção de embriões:

- A adoção de embriões pode ser a alternativa ao seu uso em pesquisas. Em países onde pesquisas com células-tronco estão legalizadas, como Brasil, Inglaterra, EUA e Coréia, grupos contrários apostam na “adoção” de embriões de clínicas de fecundação assistida, para evitar seu descarte ou uso em pesquisas. Nas clínicas implantam-se no útero embriões congelados e guardados em tanques de nitrogênio, “sobras” de outras fertilizações in vitro. A gestação completa e o parto natural garantem que o bebê seja registrado como filho legítimo, ainda que sem parentesco genético com os pais.

Considerando que:

1. Os embriões são seres humanos vivos em constante desenvolvimento, sujeitos distintos da mãe e de seus progenitores, possuidores desde a sua concepção de identidade genética própria e permanente. E que, portanto, igualmente as pessoas nascidas, são dignas de um sincero respeito, independentemente de seu estágio de desenvolvimento, forma ou tamanho. Não merecem o destino de serem utilizados como matéria-prima de processos industriais ou serem objeto de investigação científica (como “cobaias”).

2. Setores da indústria biotecnológica internacional e alguns pesquisadores brasileiros estão promovendo uma campanha de opinião a favor da utilização “terapêutica” de células embrionárias humanas a partir da destruição de embriões humanos que “sobram” na fertilização in vitro.

Assim sendo, deve ser promovida:

A proteção dos embriões humanos que sobrem nos processos de fecundação assistida. O erro cometido por ocasião da produção e do armazenamento dos embriões, não justifica, agora, um outro erro que é a utilização desses embriões em pesquisas, reduzindo-os ao status de coisa ou objeto e, consequentemente, negando seu significado ontológico.

Com a possibilidade de adoção desses embriões congelados, evitar-se-ia a destruição desses seres humanos. Nesse caso, poderia abrir-se uma exceção, permitindo que mulheres solteiras procriassem (adotassem) esses embriões, além das casadas, ou em união estável. Seria menos mais que a destruição desses embriões.

segunda-feira, 29 de março de 2010

Reflexão sobre os Evangelhos de domingo, 21/03 até 27/03

Domingo, em “João 8,1-11”, Jesus nos fala sobre o pecado. Estando no Templo, os escribas e os fariseus trouxeram-lhe uma mulher apanhada em adultério. Citando a Lei de Moisés que a condenava ao apedrejamento, perguntaram-lhe: “O que dizes disto?”. Perguntaram-lhe querendo pô-lo a prova e condená-lo. Após algum tempo em silêncio respondeu-lhes: “Quem de vós estiver sem pecado, seja o primeiro a lhe atirar uma pedra”. Lançar pedra aos outros é cômodo: pode dar a sensação que nada temos a justificar, que não temos defeitos. Na mulher adultera o significado de nós mesmos: frágeis e pecadores.

Segunda-feira, ainda “João 8,12-20”, mais uma discussão entre Jesus e os fariseus. Jesus afirma: “Eu sou a luz do mundo”, e mais: “Eu dou testemunho de mim mesmo, o meu testemunho é digno de fé, porque sei de onde vim e para onde vou”. Assim com autoridade, Jesus ensinava no Templo.

Terça-feira, “João 8,21-30”, Jesus fala da sua morte e deixa também para as autoridades religiosas judaicas uma afirmação: “Morrereis no vosso pecado”. Este pronunciamento de Jesus por causa da oposição a Ele. Aqui, Jesus revela ao mesmo tempo a sua divindade e a sua dependência do Pai. E muitos creram.

Quarta-feira, “João 8,31-42”, aqui de maneira clara, Jesus diz aos que nele creram: “A verdade vos libertará”. A palavra de Jesus é como uma luz que brilha sobre nosso egoísmo, escravizando-nos pelas nossas más obras e atitudes. No amor do Senhor, seremos verdadeiramente livres.

Quinta-feira, “Lucas 1,26-38” – Anunciação do Senhor! Hoje, nove meses antes do Natal, celebramos a visita do arcanjo Gabriel à Maria, para convidá-la a ser a Mãe do Senhor. Ao aceitar, Maria revela a sua fé e humildade. Por ser humilde, crê em coisas humanamente impossíveis e se coloca na condição de escrava do Senhor. Tudo isto mistério de misericórdia do Altíssimo e ato de fé e humildade de Maria.

Sexta-feira, “João 10,31-42”. Neste Evangelho dois grupos com duas atitudes opostas diante de Jesus: os que crêem e os que não crêem. Os que não crêem tentam apedrejá-lo por declarar-se Filho de Deus (blasfêmia). Diante dessa atitude, Jesus lembra-lhe a Escritura e as suas obras.

Sábado, “João 11,45-56”, os pontífices e os fariseus convocam o conselho para tomarem uma contra o incômodo, chamado Jesus. E resolveram tirar-lhe a vida. Jesus retirou-se para a região vizinha do decreto junto com os seus discípulos. Jesus deu sua vida para mudar os corações dos homens, transformando-os de alienados em irmãos, de uma sociedade injusta e dividida em outra mais fraterna e unificada.

Fraternidade e Comunhão, frutos da Páscoa.

Para refletir: Como devemos enfrentar as nossas adversidades?

Pergunta da semana: Qual o Evangelho desta semana que cita várias vezes o nome de Abraão?

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 02/04/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Reposta da semana passada: “João 5,45-46”.

sexta-feira, 26 de março de 2010

Depressão

Se você conhece alguém que sofre, ajude-o!
Se você é alguém que sofre, peça ajuda!


Como é difícil falar sobre depressão... Parece que nos sentimos “deprimidos” só de falar ou ler sobre este assunto... Fiquei pensando o porquê deste sentimento, e chego à conclusão de que talvez seja porque poucos de nós saibamos que existe tratamento e cura para essa terrível doença. Mas se existe cura, porque existem tantas pessoas que continuam a sofrer? Talvez porque elas precisem que você leia este artigo para que possa ajudá-las... Sim, elas sozinhas dificilmente conseguirão, mas você pode fazer toda a diferença!

Parece incrível, mas apesar de tanto ouvirmos falar da tal doença do século, a depressão ainda é tão desconhecida para a maioria das pessoas... E foi por este motivo que eu resolvi escrever sobre ela, pois precisamos ajudar a reconhecê-la, e o mais importante: ajudar as pessoas a se curarem, pois acredite, o tratamento está bem mais perto do que você imagina!

Conviver com um depressivo é muito mais difícil do que qualquer pessoa possa imaginar, pois por mais que a família se esforce, nada, mas nada parece ser capaz de trazer novamente a alegria de viver àquela pessoa que tanto amamos...

Na minha opinião profissional, o fato mais triste sobre a depressão é que muito deste sofrimento é desnecessário.

A maioria das pessoas com depressão, infelizmente não procura tratamento, embora uma grande parte pudesse ser auxiliada, mesmo aquelas pessoas com distúrbios mais graves.

O depressivo geralmente está completamente indeciso com relação a tudo, por isto, é de suma importância que você o ajude a iniciar o tratamento.

Eu sei o quanto é complicado tirar um deprimido de dentro de casa, mas uma simples caminhada é capaz de produzir efeitos maravilhosos no paciente, principalmente se ela for praticada com constância, pois o exercício físico libera endorfinas que são antidepressivos naturais fabricados pelo nosso corpo. Elas são capazes de aumentar o bem-estar, fazer o intestino funcionar melhor, a pressão arterial ficar mais estável e a pessoa ter menos taquicardia.

Embora a depressão seja uma doença que incomode muito a vida do paciente e de sua família, ela costuma ser fácil de tratar. Assim como na depressão o doente não é capaz de se imaginar bem, quando ela passa, a pessoa não consegue imaginar como foi possível estar tão mal a tão pouco tempo atrás.

A depressão, ao contrário do que muitas pessoas pensam, não é uma tristeza muito grande, uma falta de vontade de lutar ou preguiça... Ela é uma doença que se caracteriza por afetar o estado de humor da pessoa, deixando-a com um predomínio anormal de tristeza. Nas crianças, a depressão muitas vezes é confundida com agressividade ou hiperatividade e no idoso com esclerose já que seu principal sintoma nem sempre é a tristeza.

Muitas podem ser as causas da depressão, como fatores genéticos, ambientais, sociais e psicológicos como o stress, o estilo de vida e os acontecimentos da vida como a morte, a separação, crise da meia idade, aposentadoria, menopausa...

A depressão, infelizmente, ainda é uma das principais causas do suicídio... principalmente na adolescência.

A família, muitas vezes, chega ao consultório com uma ansiedade enorme, quer ajudar e não sabe como... Eu vou te responder, então: o mais importante para ajudá-lo é entender que ele está doente e que por mais que se esforce não é capaz de sair desta sozinho. Ele precisa de muita compreensão... precisa que você dê o primeiro passo.

Anunciação do Senhor

Hoje, precisamente nove meses antes do nata, celebramos a solenidade da “Anunciação” à virgem Maria pelo anjo Gabriel, convidando-a a ser Mãe do Senhor. Maria estava prometida em casamento a José.

Maria perturbou-se com as palavras do anjo e pôs-se a pensar no convite recebido. Após esse momento de surpresa, Maria se submete num ato de fé e de humildade. E assim, humildemente, crê em coisas humanamente impossíveis. E ouve o anjo Gabriel: “Lucas 1,30-33”.

Maria, noiva de José e ainda virgem pergunta: “Lucas 1,34”.

Resposta: “Lucas 1,35-37”.

Convencida pela fé: “Lucas 1,38”.

Assim, Deus faz de Maria a Mãe intacta do seu Filho Unigênito. Maria, grávida, a partir desse momento. Verdadeiro mistério de misericórdia do Altíssimo e ato de humildade e fé de Maria. “Lucas 1,46-49”.

Assim, se confirmou a profecia de Isaías: “Isaías 7,14”.

E o canto de ação de graças: “Salmo 39,9”.

Oremos: “Ave Maria ...”

quarta-feira, 24 de março de 2010

Colóquio afetivo

Todos nós sabemos, e somos mais do que conscientes, que a oração não pode ser uma ladainha de pedidos e súplicas, mas que é necessário instaurar com Deus nosso Pai amigo, um diálogo de amor.


Deus é amor e Ele nos ama com o mesmo amor com que Ele ama a si mesmo. Essa certeza é a base da nossa oração e um passo fundamental entre todos os outros que fazemos no caminho que tem como finalidade nos levar ao diálogo com Deus. Todo diálogo não pode ser demasiadamente formal, necessita de espontaneidade, de abertura, de comunhão. O diálogo é a forma mais bela com que se revela a amizade entre as pessoas. Para nós, é possível o diálogo somente através das palavras, mas nosso colóquio com Deus, mais do que palavras, é presença silenciosa e amorosa diante dele.

Depois de termos escutado e meditado a palavra de Deus, surge espontânea em nós a necessidade de traduzir com palavras, com gestos ou silenciosamente todo o nosso amor para com Ele. Jesus nos recorda: “Quando rezardes, não multipliqueis as palavras como fazem os pagãos. O Pai sabe do que necessitais” (Mateus 6,7-8). Deus, conhecendo em profundidade o nosso ser e a nossa pobreza, estende a mão para nos ajudar antes que nós lhe peçamos. É o próprio do amor prevenir os que nós amamos. O diálogo com Deus deve ter duas características fundamentais:

1. Deve ser um diálogo humilde, sem prepotência. Nunca diante de Deus e diante dos outros, podemos levantar a voz e fazer valer os nossos direitos. O direito do amor é amar. O dever é deixar-se amar. Nesse relacionamento de humildade, é que nos sentimos atraídos por Deus e amados numa forma toda especial. Ser humilde é reconhecer de um lado as nossas fragilidades e pecados e, de outro, saber também reconhecer as nossas capacidades, dons, riqueza e amor. Deus gosta que nós lhe digamos que o amamos sobre todas as coisas.

2. O diálogo deve ser sincero. Não podemos cair no diálogo dos fariseus que se apresentavam diante de Deus como cumpridores fiéis de todos os deveres e, por isso, achavam-se em grau de julgar o publicano. A sinceridade da oração deve nos levar a apresentar diante de Deus o que somos na realidade, sem máscaras, sem maquiagem. Na mudez do nosso espírito, o Senhor realiza suas maravilhas. Na sinceridade do diálogo, devemos conversar com ele de tudo o que nos faz felizes ou infelizes, tristes ou alegres, e esperar que ele venha em nossa ajuda e socorro.

Assim, concretizamos o diálogo afetivo, amoroso, cheio de ternura filial com o nosso Deus. Podemos, então, sentir sua presença em nossa vida e confirmar em nós a certeza de que Ele nos ama. Deus “não quer sacrifícios e holocaustos”, mas sim um coração humilde e arrependido, um coração sincero que se revela em tudo na sua beleza e na sua fragilidade. Santa Teresinha nos ensina como deve ser o nosso diálogo, quando diz: “Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar para o Céu, um grito de gratidão e de amor no meio da provocação como no meio da alegria. Enfim, é alguma coisa de grande, de sobrenatural que dilata a minha alma e me une a Jesus”.

terça-feira, 23 de março de 2010

Jesus não é um ídolo

Recebo cartas de todo o país. Entre elas, as de alguns que se dizem meus fãs e que sou seu ídolo. Que pena! Por mais branda que seja a palavra ídolo, é sempre errado colocar alguém no lugar de Deus. Ídolo é exatamente isso: um falso Deus. Uma imagem é só uma imagem, um símbolo, uma lembrança ou um sinal, até o momento em que é adorada. Então vira ídolo.

Estátuas e imagens não atrapalham em nada quando são tratadas como objetos de culto e não sujeitos do culto. Faca é coisa boa enquanto bem usada. Mal usada vira objeto perigoso, nas mãos de quem não sabe a diferença é arma. Nas mãos da cozinheira tranqüila é instrumento de trabalho. Estátuas e imagens nas mãos de cristãos inteligentes são apenas instrumentos de culto. Nas mãos de cristão mal evangelizado, se for católico, pode levar à idolatria ou ao culto errado das imagens que a Igreja condena; nas mãos de crente fanático vira objeto de calúnia porque ele passa a acusar quem não é de sua igreja de idólatras, só porque tais pessoas usam imagens. Ele se ofenderia se eu o chamasse de assassino só porque tem uma faca em casa. Se ter uma faca e usá-la direito não é pecado, ter uma imagem e usá-la direito também não é. Está lá na Bíblia deles e na nossa. Deus permite e manda fazer, desde que não sejam adoradas.

A palavra ídolo é mal usada por uns e outros. Espanta-me ver pessoas que chamam Jesus de seu ídolo. Atriz famosa, numa entrevista, interrogada sobre qual era seu ídolo respondeu que era Jesus. Enganou-se, Jesus não ocupa o lugar de Deus. Ele é Deus de verdade. Se Jesus for um simples homem, então católicos e evangélicos são idólatras, porque tanto uns como outros adoram Jesus. Seriam um idólatra acusando o outro. Se Jesus é Deus, então qualquer tributo prestado a ele é louvor verdadeiro. Para o cristão Jesus é Deus e não ídolo.

Da próxima vez que lhe perguntarem sobre seu ídolo, diga que é cristão e por isso não tem ídolos. Nem diga a uma pessoa que você a adora. Adoração, só Deus merece. Queira bem, curta, admire, encante-se, mas não adore nem pessoas e nem coisas. Guarde essa palavra para Deus: Pai, Filho e Espírito Santo.

Cá entre nós católicos: católico evangelizado não adora nem santo, nem imagem. Ele venera e respeita. Só adora a Deus. Cá entre nós católicos: evangélico evangelizado não acusa levianamente os outros de idólatras... nem se acha verdadeiro adorador desprezando os outros como falsos adoradores. Ele respeita e acaba entendendo que tanto na igreja dele quanto na nossa há idólatras. Todo aquele que põe alguma coisa acima de Deus é idólatra. Quem julga os outros também é... Diga isso aos irmãos que o acusam de estar nas trevas e na idolatria. Há muitas maneiras de ser idólatra: uma delas é brincar de Deus e sairmos por aí julgando os outros e achando-o menos cristãos do que nós.


Revista: O mensageiro de Santo Antônio

segunda-feira, 22 de março de 2010

Reflexão sobre os Evangelhos de domingo, 14/03 a 20/03

No Evangelho de domingo, “Lucas 15,11-32”, a parábola do filho pródigo ensina-nos a destacar a iniciativa de Deus para a nossa conversão. Por sua misericórdia, o filho mais novo se emancipa, fracassa e retorna arrependido. O mais velho reage como se fosse um filho perfeito e revela sua soberba e seu egoísmo. O pai se encontra com os dois e tem uma atitude de perdão com os dois. Assim é Deus para conosco!

Segunda-feira, “João 4,43-54”, revela que a verdadeira adesão a Cristo é pela fé. A fé desse oficial revela que toda a sua família estava envolvida na confiança em Jesus. A fé deve firmar-se mesmo sem sinais visíveis, basta crer na palavra de Jesus.

Terça-feira, “João 5,1-16”, nesta cura é Jesus quem toma a iniciativa diante da passividade do enfermo. Em todos os milagres de cura, os necessitados foram até Jesus, por si ou por meio dos outros. Aqui, Jesus vai até o enfermo.

Quarta-feira, “João 5,17-30”, agindo Jesus, Deus age nele e com Ele. Em Cristo estamos unidos a Deus, o Pai. Esse mistério vivido e acolhido pode transformar o rumo da nossa vida. Aqui, Jesus revela que sua libertação é para uma vida de ressurreição.

Em “João 5,31-47”, quinta-feira, contemplamos o valor do testemunho. O cristão, como testemunho, reflete essas palavras e ações em sua vida. Faz-se necessário entrar na sintonia de Jesus para atendermos sua voz, sua obra, sua mensagem viva.

Sexta-feira, “Mateus 1,16.18-21.24”, a homenagem a São José, o protetor da Igreja. Digno de uma verdadeira reflexão sobre a importância do exemplo de São José na sua família de Nazaré e na nossa família também, no mistério da fé. São José rogai por nós.

“João 7,40-53”, sábado, a multidão reconhece Jesus como profeta. Já os fariseus tramam a sua prisão e ordenam aos guardas para prendê-lo, mas impressionados com as palavras de Jesus, voltaram sem cumprir a ordem recebida e são acusados de se deixarem convencer por Ele.


Para refletir: Será que queremos ser convencidos por Jesus a ouví-lo e seguí-lo na missão de evangelizar?

Pergunta da semana
: Qual o Evangelho, capítulo r versículo, desta reflexão, em que Moisés é citado?

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 26/03/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Resposta da semana passada: “Lucas 11,23”.

sexta-feira, 19 de março de 2010

Jesus, o homem de oração

O comportamento de Jesus ensina que é preciso orar sempre:

Nos seus momentos de pavor e angústia: “Marcos 14,32-34”

Na decepção com os discípulos: “Marcos 14,37-38”

Jesus orou na cruz: “Lucas 23,33-34”

Em sua agonia também orou: “Lucas 23,44-46”

Nos momentos de tristeza: “Mateus 26,37-39”

Rezava antes de se encontrar com os discípulos: “Lucas 22,45-46”

Isolava-se para rezar: “Mateus 26,42”

Quando entrou em agonia orou com mais insistência: “Lucas 22,43-44”


Tudo motivava Jesus à oração:

Antes de curar o gago-surdo levantou os olhos ao céu e orou: “Marcos 7,34”

Ao ressuscitar Lázaro orou: “João 11,41-43”

Subiu a montanha para orar e transfigurou-se: “Lucas 9,28-29”

Na multiplicação dos pães: “Mateus 14,19”

Passou a noite inteira em oração: “Lucas 6,12”

Quando exultava de alegria também orava: “Lucas 10,21”


O segredo do vigor de Jesus:

Subia a montanha para orar: “Marcos 6,45-46”

Seguia para lugares desertos bem cedo para orar: “Marcos 1,35”

Na montanha orava na solidão: “Mateus 14,22-23”

Após ouvir multidões e curar enfermidades, retirava-se a lugares solitários para orar: “Lucas 5,15-16”


Sejamos também homens e mulheres de oração!

quinta-feira, 18 de março de 2010

Oração de agradecimento a Deus, após uma grande provocação ou sofrimento

Eu Vos louvo e agradeço, Senhor, porque me livrastes da provocação e do sofrimento que me atormentava.

Mesmo sem méritos, aos Vossos olhos, pedi, clamei e tivestes misericórdia de mim.

Obrigado, Senhor, pois aprendi que pelo exercício das minhas orações diárias, pouco a pouco, fui me aproximando de Ti e o meu coração foi passando do sofrimento para a esperança, da tristeza para a alegria e, percebi a manifestação da Vossa graça em mim.

Por isso eu canto e dou graças ao Vosso Santo nome, pois o Vosso amor é para sempre um amor fiel. Se o mundo nos faz chorar, Vossa misericórdia nos traz alegria.

Ajudai-me, Senhor, a perseverar na fé, na esperança e na caridade e que jamais fraqueje na minha caminhada em Vossa direção.

Mostrai-me sempre a Vossa face e que eu não seja mais confundido.

A Vós, Senhor, eu quero chamar, implorar e agradecer por Vosso amor misericordioso. Quero, também, em agradecimento, dar testemunho da Vossa ternura e sensibilidade para com aqueles que com fé Vos procuram.

Mais uma vez reafirmo, Senhor, o meu agradecimento pois tivestes piedade de mim, ouvistes minhas preces e, no tempo da Vossa misericórdia, viestes em meu socorro.

Transformaste o meu pranto em esperança, meu sofrimento em alegria. Assim, minh´alma Vos louvará por toda a minha vida.

Senhor, meu Deus, eu Vos louvarei e bendirei eternamente!

Rezemos: Pai Nosso, Ave Maria e Glória ao Pai.

Amém!

(Oração inspirada no Salmo 29)

quarta-feira, 17 de março de 2010

O que a Igreja ensina sobre o SUICÍDIO

Introdução: Suicídio e Psicologia

Hoje, pela psicologia, sabe-se com certeza que existe uma relação estreita entre isolamento social e suicídio. Devemos dar atenção especial para as motivações psicossociais e culturais do suicídio.

Subjetivamente a responsabilidade inexista ou é diminuída porque a liberdade está condicionada pela presença de processos psicológicos e caráter depressivo. Objetivamente não se podem descartar possibilidades de suicídios praticados com plena liberdade.

Nessa perspectiva são interpretados os suicídios de protestos e os “altruístas”. (Sobre Altruístas, Carta Encíclica Evangelium Vitae, nº 66 do Papa João Paulo II).

Argumentos humanos e humanizadores para avaliação moral:

1. A auto-realização é preferível à autodestruição (o suicídio e, portanto, devem ter preferência de auto-realização);

2. As ações revogáveis tem mais peso humano e, portanto, devem ter preferência existencial diante das irrevogáveis;

3. Admitir a fragilidade do exercício da liberdade é mais humanizadora do que a eliminação da possibilidade de opção prematura.

Argumentos em sentido estrito para a avaliação moral:

1. Somos administradores e não donos da própria vida;

2. O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano de perpetuar e conservar a própria vida (é um ato grave contra o amor a si mesmo e é um ato de injustiça contra o amor ao próximo porque rompe tragicamente os laços de solidariedade familiar e de amizade. É um ato de descrença no amor de Deus).

Em atitude cristã e pastoral diante dos familiares da pessoa que se suicidou, não se deve dar margem nenhuma para que os familiares se desesperem contra a situação dos que atentam contra a própria vida (é preciso encontrar argumentos para falar dos caminhos que Deus tem).

Suicídio coletivo:

É negativa a exaltação patriótica indevida e a manipulação feita por líderes. É de se excluir, também, o fanatismo religioso.

Moralmente deve-se condenar toda e qualquer instrumentalização, porque é desumano o desprezo da vida, induz ao fanatismo intransigente que faz ver no outro o inimigo abominável e dependendo da seita, pode gerar um ritual necrófilo (de morte). Portanto, o mandamento “não matar” é um preceito absoluto, sem exceção.

O suicídio conforme o Catecismo da Igreja Católica:
(leia integralmente as citações e familiarizar-se com os documentos de nossa Igreja)

2280 – Cada um é responsável por sua vida diante de Deus, que lhe deu e que dela é sempre o único soberano Senhor. Devemos receber a vida (continue a leitura no Catecismo)... (continue a leitura no Catecismo);

2281 – O suicídio contradiz a inclinação natural do ser humano a conservar a perpetuar a própria vida. É gravemente contrário ao justo amor de si mesmo. Ofende igualmente... (continue a leitura no Catecismo);

2282 – Se for cometido com a intenção de servir de exemplo, principalmente para os jovens, o suicídio adquire a gravidade de um escândalo. A cooperação... (continue a leitura no Catecismo);

2283 – Não se deve desesperar da salvação das pessoas que se mataram. Deus pode, por caminhos que só Ele conhece, dar-lhes ocasião de um arrependimento salutar. A Igreja ora (reza) pelas pessoas que atentaram contra a própria vida.


Capítulo extraído do livro: “O que a Igreja ensina sobre...”, do Pe. Mario Marcelo Coelho, scj.

terça-feira, 16 de março de 2010

Jesus – a razão da vida plena e feliz!

Faz-se necessário entrar na perspectiva de Jesus Cristo para podermos entender a sua voz, sua obra, sua mensagem viva.

Para isso devemos conhecê-lo, como Ele é através do acompanhamento diário das suas mensagens nos Evangelhos. E não conhecê-lo por ouvir dizer. Na Bíblia Sagrada o encontramos autêntico, misericordioso e poderoso, simples e acólito. Experimente!

Conhecer sua vida pelas profecias, anunciação, nascimento, pregação, milagres, condenação por um crime que não cometeu, mas, principalmente, por sua vitória na cruz. Conhecê-lo é descobrir o caminho que Deus nos apresenta direcionando-nos à salvação e a vida eterna: “Marcos 16,15-18”.

Conviver diariamente com Jesus, com a sua Palavra de Salvação, é mergulhar no seu amor misericordioso, é deixar-se apaixonar por Ele, fazê-lo hóspede da nossa vida, em nosso coração, para nos fortalecer a transformar-nos em seus discípulos e irmãos na propagação do Reino de Deus.

Deixemo-nos conduzir pelo Espírito Santo pelo verdadeiro e único caminho da fé, da esperança e do amor. Ele é o guia da nossa segurança: “João 14,6”.

Há uma crise existencial de fé que atinge toda a humanidade, desde as camadas mais pobres até as mais ricas das nossas sociedades. O conceito de pecado perdeu o sentido. O que hoje se proclama é que tudo é válido em nome da liberdade pessoal.

Hoje valorizar-se o sexo, a desvalorização do matrimônio, a venda do corpo, as drogas, o consumismo desenfreado, etc.

Conseqüências de tudo isto: doenças como o stress, pânico, desamor, insônia, doenças infecto-contagiosas, violência, fome, suicídios, destruição da natureza, guerras e divisões entre os homens. Isto tudo é a vida, vivida sem Deus. São Paulo, apóstolo, nos adverte: “Romanos 1,24-25”.

Vivemos num mundo difícil e confuso, cheio de falsas doutrinas e falsos pastores que se apresentam como se fossem salvadores, quando na verdade confundem e nos desviam do verdadeiro caminho... Jesus!

Pela inspiração nas sagradas Escrituras, São Paulo nos dá os passos da salvação: “Gálatas 4,4-5”.

Sim! A nossa salvação é Jesus.

E é o próprio Jesus quem nos garante: “Mateus 11,28-30”.

Qual a nossa resposta a Jesus?

Medite, pense, decida: “Filipenses 4,4-9”.

Em recompensa, Deus há de prover todas as nossas necessidades por Jesus Cristo e em Jesus Cristo.

Amém!

segunda-feira, 15 de março de 2010

Reflexão sobre os Evangelhos de domingo 07/03 até 13/03


Em Lucas 13,1-9, de domingo: “Jesus pede e mostra compreensão”. Deus não quer que façamos como os pagãos, que só fazem o bem como retribuição a outro bem recebido. Quando fazemos o mal, não é Deus que castiga, mas sim, o mal que praticamos traz-nos a própria punição. Se acumulamos no coração ódio, inveja, maus sentimentos, as conseqüências que virão não poderão ser agradáveis aos que acumulou tudo isso e aos que com ele convivem. Neste Evangelho contemplamos Jesus paciente e impaciente ao mesmo tempo.

Lucas 4,24-30, de segunda-feira: Jesus faz uma exortação, um chamado à conversão a todo o tipo de classes de pessoas, sociais e culturais. A palavra de Jesus foi contundente como deve ser a característica da própria Igreja missionária. Foi profundamente provocativa e Ele, Jesus, foi lançado fora da cidade. Tanto naquele tempo como ainda hoje, Jesus continuará o seu caminho, anunciando a Boa Nova aos pobres e libertando o povo para a vida.

Na terça-feira, em Mateus 18,21-35: Jesus fala-nos sobre o perdão. E nos diz que a medida do perdão é o amor. Quem condiciona ou recusa o amor e o perdão se fecha, se afasta ao amor e ao perdão de Deus. Na resposta de Jesus a Pedro, fica bem claro que o perdão deve ser ilimitado. Nesta Quaresma a Igreja convida-nos a confiar no perdão redentor de Deus.

Quarta-feira, Mateus 5,17-19: aqui contemplamos Jesus a plenitude da Lei e dos profetas. Na citação “a Lei e os profetas”, Jesus faz uma alusão significativa à Escritura (o Antigo Testamento). A Lei de Deus é a expressão da sua vontade a ser cumprida, acolhida e vivida. E não as deformações e corrupções que predominavam naquela época. O respeito à Lei é uma atitude pedagógica que ajuda o homem a viver no amor. Assim, o respeito à Lei de Deus nos torna cidadãos do seu Reino, do contrário, ao rejeitá-la nos colocamos fora desse Reino.

Lucas 11,14-23, quinta-feira: aqui podemos tirar conclusões sobre o mistério da fé. Jesus ao expulsar o demônio do corpo de um mudo, mostra-nos que quando não guardamos a Palavra de Deus no coração, o espaço desse vazio pode ser preenchido pelas coisas do mundo. Não basta acreditar em qualquer coisa. É preciso reconhecer Cristo como nosso Senhor e libertador que nos salva de todo o mal. Ao expulsar demônios, Jesus se coloca como nosso escudo protetor contra toda a espécie do mal que ameaça o homem.

Sexta-feira, Marcos 12,28b-34: “O amor a Deus e ao próximo são inseparáveis”. Dois pilares da vida cristã: o amor a Deus e o amor ao próximo. São inseparáveis e não devem ser confundidos. Precisamos nos relacionar com Deus (pela fé e pela oração) e com nossos irmãos (no caminho fraterno). Ser cristão significa viver o amor em todas as dimensões. O próprio culto de nossa fé é insignificante sem a vivência do amor fraterno. É difícil... mas Deus ajuda a quem desejar!

No sábado, Lucas 18,9-14: nesta parábola do fariseu e do publicano, um dos termos favoritos de Jesus. A que poderíamos usar um sub-título: “A falsa e a verdadeira religião”. Aqui o confronto de dois mundos religiosos em contraste entre si: um apresenta a justiça de Deus e o outro implorará aos seus pés. Um se sente credor e o outro devedor sem crédito. O fariseu representa a devoção à Lei e a sua norma de fé. O publicano, o reconhecimento do seu afastamento de Deus e a necessidade da conversão. Ser exaltado diante de Deus significa receber sua graça a seu pedido.
Para refletir: Será que estamos buscando uma sincera aproximação com Deus? Como estamos vivenciando os mandamentos da Lei de Deus? Como andam nossas atitudes quaresmais?

Pergunta da semana: Dos Evangelhos abordados nesta reflexão, qual o capítulo e versículo desta citação: “Quem não está comigo, está contra mim; quem não recolhe comigo, espalha”.

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 19/03/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Reposta da semana passada: “Mateus 16,31”, de quinta-feira, 04/03.

sexta-feira, 12 de março de 2010

Liturgia é vida


Cura-me, estou doente! (Salmo 6)

Todos somos e estamos doentes. Ninguém pode fugir desta lei que está escrita no nosso corpo e na nossa alma. A experiência da dor é algo de tão pessoal que não se pode medir com nenhum instrumento inventado pelo homem.

Os cientistas tentam pode medir a dor, mas é algo de impossível. Os engenheiros podem saber quantas toneladas uma ponte pode sustentar e quanto peso uma balança pode carregar, mas nunca saberemos quanta dor os ombros humanos podem sustentar. Por isso nunca devemos fazer chantagem com os sofrimentos dos outros, mas ter uma atitude de silêncio, de adoração e de respeito quando alguém geme debaixo da sua dor, para que, para nós, pode até parece ridícula.

Mas na verdade toda a dor é algo de íntimo que exige todo o nosso amor. O salmista é um doente, um enfermo há muito tempo, cansado de sofrer e que sente nascer dentro de si uma “revolta surda, silenciosa”, que influencia e prejudica não só a ele mas também aos que convivem com ele. O versículo 4 nos dá uma dimensão do que se passa dentro desse enfermo: “Todo o meu ser está abalado”.

E tu, Senhor, até quando?

Quando nós dizemos “até quando?”, é porque estamos no limite de dor. Este salmo é pedagógico, sapiencial; na sua escolha aprendemos a nunca nos envergonhar dos nossos sofrimentos e das nossas fragilidades. O salmista nos diz que ele não tem mais lágrimas, e inunda com lágrimas dia e noite o seu leito.

Qual doença?

Não é fácil poder compreender que tipo de doença seria, para ser tão dura e tão deprimente. O que nos é dado compreender é o que diz hoje a psicologia, se acertar em cheio, que há no salmista uma grande somatização da dor que lhe atinge três partes do seu ser: o espírito, os ossos e os olhos.

O espírito que muitas vezes se traduz por “alma” é a parte mais nobre do ser humano, é a mais atingida de todo o nosso ser. A depressão, a tristeza, o desespero e a angústia podem ser um reflexo da nossa dor física. Preciso pedir constantemente ao Senhor um espírito forte, corajoso e decidido para não me deixar desanimar diante das realidades da vida. Ao salmista doem os ossos, uma dor generalizada que o ataca e o faz sofrer e não encontra lugar para um repouso tranqüilo. E os olhos que não lhe permitem enxergar tudo o que acontece ao seu redor.

Quem sabe se o salmista fez referência a vários tipos de “cegueiras”, físicas e espirituais. Mas diante de tudo isto os últimos versículos do salmo retomam a coragem e são um grito de esperança. Nunca encontramos um salmo que seja totalmente negativo e puro sofrimento, mas sempre haverá um horizonte de vida e de amor que se abre diante dos nossos olhos.

Versículos 10 e 11: o mal será vencido e os inimigos serão envergonhados. Não é fácil definir a que tipo de inimigos faz alusão o salmista, mas afinal, toda dor, sofrimento, quer sejam físicos ou espirituais não são por acaso inimigo que deve ser vencido?


Meu Pai e Vosso Pai


Por que Jesus falava sempre “meu pai” e, quando ensinou a rezar, disse “Pai Nosso”?

Vejam: “Salmo 102, 13-14”. E mais: “Isaias 64, 7-8”. É reconfortante ler essas passagens cheias de ternura, em que a Bíblia nos declara que Deus nos ama como pai compassivo. Já no Antigo Testamento, o povo da aliança foi compreendendo, pouco a pouco, que Deus nos ama com amor paternal tão estranho, tão próximo, que se compara ao amor de mãe. Deus é pai-mãe, como Ele mesmo diz: “Oseas 11, 1. 3-4”. Lembramos ainda, que a palavra misericordiosa, tão forte e tão presente na Bíblia em hebraico significa “útero” (raharim, no original).

Essa experiência de amor estranho de Deus adubou o terreno do Antigo Testamento, preparando a vinda de Jesus, o filho amado, por excelência. E a Jesus se aplica a exclamação: “Salmo 2,7”.

Esta palavra se cumpriu exatamente quando o Filho eterno do Pai, se fez carne no seio de Maria, habitando entre nós como verdadeiro homem e verdadeiro Deus. Só o amor redentor do Pai poderia ser tão criativo a ponto de nos dar ser eterno Filho, humano como nós. Se o Pai é Deus para nós, o Filho é Deus conosco!

Mas de Deus é Pai e ama a todos com igual ternura, por que Jesus costumava distinguir “meu Pai” e “vosso Pai”? Pois essa é a forma de Jesus se expressar nos Evangelhos. E mais: quando a orar, disse: “Mateus 6,9”.

A resposta, encontramos em casa, bem perto de nós. Eu, por exemplo, tenho três irmãos. Todos temos o mesmo pai e somos uma única família. Mas a experiência de filiação (de ser filho) que meu irmão tem, é diferente da minha, embora nosso pai seja o mesmo. Por isso, Jesus não distingue o Pai, que é sempre um e o mesmo Deus Pai. O que Jesus distingue, é a experiência de filiação: Ele é o filho por natureza gerado eternamente no seio da Trindade. Nós somos filhos por adoção, gerados no mistério da graça que nos santifica, e nos faz criaturas novas. E a expressão “meu Pai”, se refere à filiação, pela graça que nos fez filhos.

Deste modo, o Evangelho preserva duas verdades da fé importantes: que nós somos filhos de Deus pela graça, e que Jesus é filho por divina natureza. Mas atenção! Embora a experiência de filhos seja distinta, o Pai é o mesmo e nos ama com igual amor: o mesmo Espírito Santo que habitava em Jesus. Deus Pai nos deu, para que todos fossemos seus filhos de fato: “Gálatas 4, 4-7b”.

Sendo assim, eu, vocês e todos os remidos, podemos orar juntos o “Pai Nosso”, porque o Espírito Santo, que clama em nós “Abba, Pai”, une a todos na mesma graça. Todas as vezes que oramos essa prece, é no Espírito Santo que a oramos.

quarta-feira, 10 de março de 2010

Recado de Jesus


Certa vez, uma senhora idosa e doente, que costumava se queixar de tudo, ouviu a voz de Jesus que lhe dizia: “Ouvi seus suspiros e chegaram até mim seus lamentos”.

Ela, então, falou: “Senhor, ninguém quer me ajudar! Certa vez, você afirmou que quando os pequenos sofrem, você sofre junto com eles”.

Ele respondeu: “É isso mesmo! Mas também garanti que minha força é capaz de sustentar os fracos em suas aflições!”.

“Sou fraca, Senhor”, continuou a mulher.

“Eu sei disso”, respondeu Jesus, “mas o que você fala às pessoas: de seus problemas ou de minha força?”.

“Confesso, que, na maioria das vezes, falo de meus problemas. Mas, quando alguém finalmente me ajuda, eu agradeço a você, meu Senhor”.

Jesus então disse: “Minha filha, a partir de agora, faça o contrário: fale de seus sofrimentos comigo e agradeça às pessoas que estão lhe ajudando!”.


terça-feira, 9 de março de 2010

Reflexão sobre os Evangelhos: de domingo, 28/02 até 06/03


Em Lucas 9,28-36 (domingo) contemplamos a “transfiguração”, um dos momentos mais sublimes de Jesus. Jesus é proclamado o “Filho Amado”. Também um alerta, um sinal para os discípulos que se encontravam com Ele; Pedro, Tiago e João pela voz que saiu da nuvem: “... ouví-o”. E nós, será que ouvimos Jesus?

Já na segunda-feira (Lucas 6,36-38), Jesus bem claro nos alerta que “Deus deve ser o nosso modelo: ser misericordioso como Deus é misericordioso”. A nossa vida é a expressão da nossa fé, de nosso amor e de nossas aspirações. Tudo o que desejamos e fazemos ao nosso próximo retorna para nós em dobro.

Terça-feira (Mateus 23,1-12), Jesus alerta sobre a hipocrisia e a vaidade dos escribas e fariseus. Jesus nos convida a imitá-lo e não as autoridades, sem desrespeitá-las, dentro da missão religiosa. Em Jesus o verdadeiro reflexo da sua autoridade como pregador.

Na quarta-feira (Mateus 20,17-28), Jesus nos mostra “a recompensa pelo serviço”. Quando caminhamos com Jesus em missão, tornamo-nos familiares a Cristo. Descobrimos que a maior eficácia é servir a Cristo e aos irmãos. Neste Evangelho duas mensagens:
- os discípulos são convidados a associarem-se à paixão de Jesus, não como motivo para alcançar um lugar de honra, mas como único meio de serem fiéis a sua compaixão de discípulo;
- mostra que o poder e seu exercício deve ser de acordo com o espírito cristão e não pelo domínio, pela injustiça, pela tirania, mas pelo serviço de um irmão para o outro.

Quinta-feira (Lucas 16,19-31), advertência aos riscos “que mantém o coração fechado”. Alerta para fazer-nos abrir os olhos para o grande ídolo dos ricos, o dinheiro. O Evangelho não condena nem privilegia a condição econômica, seja de riqueza ou pobreza, mas a procura da fé e a conversão para tornar o mundo mais humano!

Já na sexta-feira (Mateus 21,33-43), adverte que “administradores não são patrões”. A parábola deixa bem claro, que o que conta diante de Deus não são as aparências, mas a prática. Deus olha para o que fazemos e não para o que falamos.

No Evangelho de sábado (Lucas 15,11-32), “Deus toma a iniciativa”. Nesta parábola encontramos um resumo da história da salvação e uma síntese da história pessoal de cada um de nós. O filho mais novo se emancipa, fracassa e volta. Aqui a imagem do homem pecador que se afasta de Deus e volta para Ele. A parábola do filho pródigo ensina-nos a destacar a conversão na iniciativa de Deus, em sua misericórdia.

Para refletir: Será que estamos tomando iniciativas de discípulos de Jesus? Será que ficou clara a mensagem de Deus, para todos nós, ao longo desta passada?

Pergunta desta semana: Qual o Evangelho, capítulo e versículo que contém esta advertência de Abraão: “Se não ouviram a Moisés e aos profetas, tampouco se deixarão convencer, ainda que ressuscite algum dos mortos?”.

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 12/03/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Reposta da semana passada: Raça, palavra grega que significa: idiota, cabeça vazia. “Mateus 5,22”.

segunda-feira, 8 de março de 2010

Dia Internacional da Mulher, 08 de março


As flores irradiam a glória e a beleza de Deus-Mãe, pois ela caminha sobre a Terra em cada mulher.

Mulher! Todos os grandes senhores te reverenciam no dia de hoje, pois eles nasceram do teu ventre.

Mulher! Além de todos os poderes cósmicos, levas dentro de ti a semente sagrada que provê a vida. Tu és o mais belo pensamento de Deus. Teu coração é manancial de sabedoria. De teu íntimo brota a força amorosa que nutre, regenera e ressuscita.

Homem! Neste dia internacional da mulher, lembra-te que podes divinizar-te pela admiração da mulher.

Estás aflito? Recorre à mulher. Ela é o consolo dos aflitos.

Estás enfermo? O toque da mulher é curativo.

Queres descobrir os mistérios da Divindade? Busca compreender o coração da mulher. Porque quem na reverencia a mulher, fecha as portas à graça e à beleza.

Mulher! Ao olhar-te no espelho, reconhece ali a Mãe Divina! Mira-te nela! Encarna com dignidade os dons femininos de amor, fidelidade, pureza, sensibilidade, compreensão, delicadeza, generosidade, doçura, abnegação, serenidade e o dom de tudo embelezar.

Mulher! Não te deixes corromper pela futilidade e mediocridade do mundo. Aumenta ainda mais a tua força, apreendendo as virtudes dos homens, mas nunca os vícios. A regeneração do mundo depende de ti, pois tens o poder de moldar o caráter de um ser, desde o teu ventre e por toda a sua vida.

Podes transformar teu lar num templo da Divina Missão de Amor. Quando defendes tua dignidade, defendes a dignidade de cada ser humano.

Mulher! Rejeita qualquer pensamento ou sentimento de rivalidade, pois isto destrói a unidade das mulheres. Caminha graciosamente, olhando sempre com admiração o teu eterno companheiro, o homem.

Mulher! Neste Dia Internacional da Mulher, dedicado a ti, todos te proclama como a Senhora da criação e da beleza, e admiram a dádiva que é ser mulher!


Mensagem extraída do Informativo campo Grande e Região, nº 155.

sexta-feira, 5 de março de 2010

O sentido do verdadeiro amor


“Amar alguém significa que sempre esperamos algo dele. Desde o momento em que começamos a julgar alguém, a limitar a nossa confiança nele, desde o momento em que identificamos com o que dele sabemos e assim o reduzimos a isso: a partir desse momento nós cessamos de amá-lo e ele cessa de poder vir a ser um homem melhor. De cada um deveríamos esperar tudo. Devemos ter a coragem de ser amor num mundo que não sabe como amar”. (Charles de Foucauld)

Se reduzimos os homens de que não gostamos a algo que é menos do que são na realidade corremos o risco de reduzir também os próprios amigos a algo insignificante. A única diferença é que as suas limitações não nos incomodam. As nossas amizades são então, provavelmente, pouco profundas. Disse certa vez Abraão Lincoln: “Eu não gosto muito desse homem, tenho de chegar a conhecê-lo melhor”. Se não gostamos de alguém, não penetramos até a profundeza dessa pessoa. A atitude cristã é: crer no bem em cada homem. É a revolução que Cristo pregava sobre o amor fraterno: “João 15,12”. Compreendendo o que aqui e diz, sentimo-nos sobrecarregados! Amar como Jesus amou! Tanta coisa nos aparece na mente. Cristo lavou os pés dos discípulos. Não, isso não podemos! Ele se deu na Eucaristia, sob forma de pedacinho de pão e uma gota de vinho. Não, isso não se pode esperar de nós!

Na cruz Ele rezou: “Lucas 23,34”. Deveríamos nós aceitar que outros zombem de nós e nos ridicularizem e, além disso, rezar por aqueles que assim nos ofendem?

Ele, Jesus, chamava Judas de “amigo” no próprio momento dele. O trair por um beijo. Nós não somos capazes de chamar alguém de “amigo”, quando este nos trai. Cristo amava a todos. É certamente admirável, mesmo nisso não o podemos imitar. Podemos tentá-lo um pouco mas não na medida exigida por Cristo: “João 15,12”. Impossível!

Há três maneiras de sairmos desse dilema. Em primeiro lugar, podemos dizer-nos: “Esse Cristo exige demais”, e passar a procurar outra religião. Raciocinamos que é melhor não ser cristão de jeito nenhum do que ser cristão pela metade. É melhor desistirmos de uma vez!

A segunda maneira é um pouco mais fácil. Em poucos minutos podemos raciocinar, tirando a palavrinha “como” na frase: “Como Eu vos amei”, e assim anular todo o problema. Recorremos ao subterfúgio de que acentuamos excessivamente a palavrinha “como”. O mínimo que devemos fazer tomar a palavrinha no seu sentido amplo e largo, sem surgir a comparação. Sob a máscara da interpretação, podemos, diluir as palavras que nos incomodam.

A terceira maneira é a autêntica: nela damos todo o peso à palavrinha “como”. Nela se encerra toda a sua tremenda força, a técnica não é capaz de produzir a Deus. Isso também não podemos produzir a caridade cristã. O amor cristão é o próprio Deus ou, por outras palavras, uma participação no amor que é o próprio Deus. Precisamos apenas abrir amplamente o nosso coração e o amor nele penetrará, feito uma corrente, e através de nós, alcançará os outros. Somos simplesmente canais desse amor divino.

O amor não é um esforço espasmódico. Não estamos sobrecarregados! Muito pelo contrário, recebemos no amor de Deus um tesouro infinito. É ele que é uma graça, um dom, A fé, a esperança e a caridade são virtudes infusas. Deus é pessoalmente o amor: “Romanos 5,5”.

Para meditar!

Observação: Este trecho do Pe. Pedro Américo Maia, jesuíta, foi-me enviado , de Itaici, onde morava, no dia 29/05/1996, junto com um cartão de Feliz Aniversário, o meu em 23/05. Este homem de Deus, sacerdote, escritor, conferencista e de profunda humildade, foi o animador espiritual de nossa família. Faleceu em 2005 num acidente no Rio de Janeiro.

quarta-feira, 3 de março de 2010

O que a Igreja pensa sobre... Planejamento familiar.


É o ato consciente de planejar o nascimento dos filhos, tanto em relação ao número desejado quanto à ocasião mais apropriada de tê-los. Isso pode ser conseguido através de métodos anticoncepcionais.

A moral cristã aceita o planejamento, afirmando simultaneamente:
- a responsabilidade na procriação;
- a bondade e a necessidade da intimidade conjugal;
- a decisão do número de filhos é do casal.

Portanto, o exercício responsável da paternidade a levará, muitas vezes, a ter que regular a natalidade.

Pontos que o casal deve considerar no agir responsável:
- o bem estar físico, psicológico e emocional dos esposos;
- a estabilidade do lar (separação, falta de entendimento, etc);
- situação econômica do casal;
- idade dos pais;
- o bem do filho que poderia nascer;
- situação geral da população: superpopulação, disponibilidade de recursos naturais.

Critérios para avaliar os métodos de controle da natalidade:
- eficácia do método;
- efeitos colaterais;
- o caráter mais ou menos técnico (custo, contra-indicação, etc);
- a maior ou a menor proximidade com a vida.

A Igreja defende o planejamento familiar com métodos naturais que respeitam a integridade física do ser humano e a cumplicidade do casal na preservação da espécie humana.

Métodos naturais de planejamento familiar são eficazes e superiores aos métodos artificiais comprovados cientificamente. São os únicos lícitos e admitidos pela Igreja e de aceitação moral e ética. Entre as vantagens asseguram ao casal a responsabilidade pelo planejamento, além de possibilitar o diálogo e a união dos esposos.

Já os métodos artificiais, além das conseqüências para a saúde da mulher, a maioria deles, hoje, provoca o aborto na fase inicial da vida.

Entre os métodos de controle da população está o aborto cirúrgico praticado clandestinamente ou sob o amparo da lei.

Visão da Igreja: “é moralmente inaceitável que, para regular a natalidade, se encoraje ou até se imponha o uso de meios como a contracepção”. Sabemos hoje que os métodos artificiais de planejamento familiar mais usados, são, na sua maioria, os abortivos.

Planejar através de métodos naturais proporcionam ao casal, espaçar os filhos sem contrariar a lei natural, usando os dias férteis da mulher quando deseja um filho e abster-se de relações sexuais durante esse período, se não deseja nova gravidez.

O ensinamento da Igreja sobre o matrimônio da procriação humana afirma a conexão indivisível, que Deus quis e o homem não pode romper, entre os dois significados do ato conjugal: o significado unitivo e procriador.
O ato conjugal, por sua estrutura íntima, enquanto une os esposos com um vínculo profundo, torna-os aptos para a geração de novas vidas, segundo leis do próprio ser do homem e da mulher. Princípio, fundamentado na natureza do matrimônio e na íntima conexão dos seus bens, no conhecimento do plano da paternidade e maternidade responsáveis. “Salveguardando os aspectos essenciais, unitivo e procriador, o ato conjugal conserva integralmente o sentido verdadeiro, amor mútuo e a sua ordenação à altíssima vocação do homem para a paternidade” (João Paulo VI).

Enquanto métodos artificiais causam efeitos colaterais provocando muitos deles o aborto, na fase inicial da vida humana, e a fecundação artificial, além de resultar em abortos, tem sérias implicações éticas e morais, os métodos naturais não tem inconvenientes e são mais eficazes que aquelas. Estimulam o conhecimento mútuo do casal, incentivam o respeito dos cônjuges e unem os esposos.

A Igreja defende o planejamento familiar com métodos naturais que respeitem a integridade física do ser humano e a cumplicidade do casal na preservação da espécie humana.

Esse método tem base científica e comprovada eficácia tais como: método da ovulação (Billings), método da temperatura basal e o método da tabelinha (Knaus-Ogino).


Texto extraído do livro: O que a Igreja ensina sobre...
Pe Mário Marcelo Coelho, scj
Editora Canção Nova

terça-feira, 2 de março de 2010

Os sábios e nós: como eles podem nos ajudar


O Caminho do meio

A maior lição de todas as lições de Aristóteles: fugir dos extremos

“Amo Platão, mas amo ainda mais a verdade”. Essa frase como que resume Aristóteles (384/323 AC), que ao lado de Sócrates e Platão forma a santíssima trindade da filosofia. Platão é citado porque foi professor de Aristóteles por um período que alguns afirmam ser de oito anos e outros esticam até vinte. O tamanho de Aristóteles pode ser medido pela evidência de que, a despeito de ter como mestre ninguém menos que Platão, deixou uma marca pessoal, extraordinariamente brilhante, indelével. Qual dos dois foi maior é uma questão que jamais encontrou e nem encontrará resposta conclusiva, dada a força superior e original da obra de cada um.
Aristóteles nasceu em Estagira, durante pouco mais de 300 quilômetros de Atenas, para onde se mudou jovem para estudar com Platão. Fundou, depois, sua própria escola. Alcançou tal reputação que Felipe, rei da Macedônia, o designou para ser tutor de seu filho Alexandre, a cujo nome a posteridade acrescentaria “O Grande”. Aristóteles cultivou em seu pupilo um amor à filosofia e às letras que o acompanharia até o fim. De Aristóteles, Alexandre disse que o amava tanto quanto ao pai. Porque do pai recebera a vida e de Aristóteles, ensinamentos sobre como vivê-la bem. Vê-se a influência de Aristóteles no maior conquistador da história no detalhe revelador de que Alexandre, até sua morte e onde quer que estivesse, dormia com sua espada e um exemplar da Ilíada sob seu travesseiro.
No livro Ética a Nicômaco, Aristóteles se detém sobre aspectos para ele essenciais na conduta das pessoas na busca da felicidade. É quando Aristóteles discorre sobre seu clássico caminho do meio. Ser covarde é tão ruim quanto ser exageradamente arrojado: a coragem está no meio desses extremos. Ser mesquinho é tão condenável quanto ser perdulário. Só se chega ao caminho do meio, o da virtude, com perseverança. Há que praticar, e praticar, e praticar. “A virtude é uma arte obtida como o treinamento e o hábito”, escreveu ele. “Nós somos aquilo que fazemos repetidas vezes. A virtude, então, não é um ato, mas um hábito”.
Alguns tópicos do homem sábio segundo Aristóteles:
- está pronto a servir aos homens, mas se envergonha quando o servem. Fazer um favor é sinal de superioridade; receber um favor é sinal de subordinação.
- é franco quanto a suas antipatias e preferências: fala e age com franqueza.
- não se deixa tomar de admiração, porque nada entre os homens a merece.
- nunca tem maldade e sempre esquece as injustiças de que é vítima.
- não se importa nem com os elogios e nem com as censuras dos outros.
- não fala mal dos outros, nem dos inimigos, a menos que seja com eles mesmos.
- não é apressado, pois se preocupa com poucas coisas; e nem veemente, pois não acha nada muito importante.
- suporta os acidentes da vida com dignidade e graça.
Ninguém encontrou na vida de Aristóteles traços de comportamento que desmentissem a lista acima. Essa é uma das grandes razões pelas quais seus ensinamentos são eternos.


O jornalista Paulo Nogueira oscila entre extremos, mas afirma que um dia ainda há de achar o caminho do meio.

segunda-feira, 1 de março de 2010

A mensagem de Jesus nos Evangelhos, de domingo 22/02 a sábado 27/02.


No domingo (Lucas 4,1-13) meditamos as tentações de Jesus. As provações do demônio eram tentativas de fazê-lo infiel à missão que Deus, o Pai, lhe confiara.

Também nós somos submetidos a tantas e tantas provações e a maior delas a tentação da infidelidade à missão que nos foi confiado como seres humanos e batizados. Muitas vezes cedemos ao tentador, ao contrário de Cristo, e nos acomodamos as coisas do mundo seus valores materiais ao dinheiro, a sensação de poder, descuidando dos valores do Reino de Deus que são a verdade, a justiça, o amor e a paz.

Segunda-feira (Mateus 16,13-19), neste evangelho Jesus confere a Pedro a sucessão da sua missão e nele, Pedro, sua presença visível.

Precisamos desenvolver uma fé verdadeira para que não haja dúvidas da presença de Jesus ressuscitado no meio de nós. Hoje, Jesus perdoa e salva por intermédio dos homens fiéis que proclamam as suas “palavras de salvação”.

Terça-feira (Mateus 6,7-15), Jesus ensina a rezar. A oração não é uma invocação mecânica e automática, mas sim, deve sim um momento de inspiração e aproximação com Jesus, sem muitas palavras, mas com compromisso de fidelidade ao Seu amor e misericórdia.

O Pai Nosso é o modelo de oração cristã, a singela pedagogia do amor a Deus e ao próximo para o crescimento espiritual. O próprio Jesus nos diz: “Eis como deveis rezar...”.

Na quarta-feira (Lucas 11,29-32), Jesus pega pesado para aqueles que só se dirigem a Ele pedindo sinais do seu poder, prova eloqüente que não acreditam Nele. Jesus não queria que sua mensagem fosse acolhida pela força dos prodígios e milagres. Mas pela fé e ao crédito das suas palavras.

O mundo ainda hoje pede sinais para crer. Qual seria? Jesus retoma o tema da oração. Comparando a bondade de Deus Pai com a bondade dos nossos pais aqui na terra. Os três imperativos neste Evangelho: Pedi... Buscai... Batei... tinham um sentido em sua divina providência. No “versículo 12” está contida a regra do verdadeiro comportamento cristão.

Sexta-feira (Mateus 5-20,26), o tema central deste Evangelho é uma exortação ao perdão fraterno. Hoje sabemos que é inútil um culto a Deus se não cultuarmos o irmão. Não amarmos o nosso próximo. Assim, estamos perto de Deus na medida que estamos junto dos nossos irmãos.

Sábado (Mateus 5, 43-48), amar o inimigo, amar o próximo é sinal de verdadeira conversão. Jesus quer que cheguemos às últimas conseqüências no amor ao próximo.

A Bíblia nos ensina que Deus ama os bons e os maus. Se Ele amasse apenas os bons seria um Deus pagão.

Vamos atender o pedido de Jesus e sermos imitadores da misericórdia divina: “Mateus 5,48”!

Para refletir: “A verdadeira conversão é caminhar com Jesus levando sua palavra e vivificar o compromisso dos apóstolos”.

Pergunta desta semana: No Evangelho (Mateus 5,20-26) qual a ofensa gravíssima contra o irmão, que levará quem o ofendem ao grande Conselho para ser castigado?

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 05/03/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Reposta da semana passada: “Marcos 8,20”, ou seja sete cestos.

Dia do Idoso: 27/02/2010


É errado o pensamento de que ao envelhecer estamos morrendo aos poucos. Este pensamento negativo só domina os corações dos idosos sem boa qualidade de vida, aqueles que se colocam numa situação de dependência total, principalmente, dos filhos e da família.

Precisamos nós, os idosos, e também aqui me incluo, buscar na fé e na esperança motivos e razões para vivermos mais felizes. Doenças, tristezas devem ser passageiras, pois até as crianças as tem.

Precisamos conviver com a velhice de maneira agradável e responsável, na expectativa de que o dia seguinte será bem melhor. Fazer novos amigos, redescobrir Jesus no coração, atividades na comunidade mais próxima de onde mora e viver intensamente até quando Deus quiser.

A nossa vida e Dele, o nosso Senhor!

Que as pessoas que convivem com idosos, familiares, amigos e pessoas de um modo geral, olhem com mais ternura a pessoa idosa, pois trata-se de um ser valioso e amado, principalmente por Deus, como também nós o somos. Não fixar-se somente nas limitações físicas e mentais, mas pensar no que representou e representa a sua história de vida, a riqueza da experiência e o alerta para a vida dos mais novos. Logo chegará a nossa vez!

Que possamos meditar e refletir sobre o valor da nossa própria vida. Nascemos, vivemos e morremos, essa é a grande realidade. Ajudar a envelhecer tem o mesmo valor de ajudar a crescer. Que na velhice dos pais e dos avós, o filho e os familiares dos idosos entendam que é tempo e oportunidade de retribuir-lhes o que deles receberam.

Para colocar no coração: “Eclesiástico 3, 14-18”.

Sacramento da Ordem


1. Reflexões Teológicas: os ministérios e os sacramentos.

A ordem é o sacramento dos ministérios ordenados pelo qual um batizado pode assumir uma participação específica no sacerdócio único e supremo de Jesus Cristo. Existem também os ministérios não ordenados e entre estes o leitorado e o acolitato, também chamados de instituídos. Os não instituído são os que dependem das necessidades das comunidades e da confirmação pelos pastores.

Ministérios são sempre participações no “ser para Cristo”.

Ministério é, em sua dimensão mais profunda, “ser a serviço” e, por conseguinte, servir como ação. Assim, a discórdia é a realização do grande mandamento: “amar a Deus e ao próximo”.

Todo ministério é serviço, mas nem todo o serviço na Igreja é ministério.

No entanto, quando um membro do povo de Deus assume um serviço, que lhe foi confiado pelo bispo ou por um representante dele, entra para um ministério. Um ministério é sempre exercido em união com a Igreja local ou universal. A obediência à hierarquia garante a autenticidade do Ministério.

Os sacramentos dos ministérios não ordenados são: o batismo e a confirmação.

2. Ministérios conferidos pela ordem:

O ministério eclesiástico é exercido em diversas ordens, que desde a Antiguidade são chamados bispos, presbíteros e diáconos. Uma ordem não é etapa para outra. Uns são chamados ao episcopado, outros para o presbiterato, ou ainda para o diaconato.

Bispos e presbíteros fazem parte de um só presbitério, do mesmo sacerdócio e ministério de Cristo, embora com ofícios distintos e diversos.

Os diáconos, por sua vez, são ordenados para o ministério do serviço de Deus em comunhão com os bispos e presbíteros.

3. O presbiterato hoje: as imagens que se faz do presbítero.

Em geral o padre é bem visto e benquisto pelo povo. Muitos o vêem como um homem de Deus, alguém que está como mediador entre Deus e os homens.

Dele se espera que interceda pelo povo e que no sacrifício da missa distribua as bênçãos e as graças de Deus. Muitas vezes é visto como Igreja e também como dono dela.

A visão teológica: o padre deve estar a serviço, dentro e fora da comunidade (Concílio Vaticano II).

Deve ser atencioso com a comunidade e tornar visível o Cristo como cabeça do corpo que é a Igreja.

O celibato: nas origens da Igreja, o celibato não se ligava obrigatoriamente à vida e ao ministério dos presbíteros. Era uma proposta como forma de vida capaz de proporcionar mais disponibilidade para o serviço de Deus e dos homens. Seguir o exemplo de Cristo.
A partir do quarto século, o celibato foi se tornando cada vez mais obrigatório na Igreja latina. Hoje, apesar de muitas discussões em diversas áreas, é mantido como lei eclesiástica para os que desejam assumir o ministério de ordem entre nós.

Daí a necessidade de insistir na espiritualidade, maturidade humana, equilíbrio afetivo, amizade profunda ao povo. Isso é missão libertadora em união com Cristo.

4. Orientações pastorais: pastoral vocacional.

A pastoral vocacional deve estar presente onde houver uma comunidade cristã organizada e onde atuarem pessoas em nome da Igreja.

1. Todo o cristão é chamado ao serviço.

- A graça do batismo lhe atribui a função de profeta, sacerdote, servo em favor dos homens.

Cristo ainda chama alguns para um testemunho especial. Os seus enviados como os primeiros apóstolos: “Mateus 10, 1-10”, “Marcos 6, 7-13”, “Lucas 9, 1-6”.

2. Responsável pela pastoral vocacional:

- Jesus confiou à comunidade cristã a incumbência de rezar pelas vocações: “Mateus 9, 35-38”, “Lucas 10, 1-12”;

- A família, como Igreja doméstica e a primeira escola de fé dentro da comunidade, saberá apreciar nos seus filhos os dons espirituais;

- Agentes de pastoral ajudarão a detectar vocações, orientá-las e incentivá-las ao sacerdócio;

- Equipe especial vocacional para a promoção de vocações para o presbitério e a vida religiosa.

3. Conteúdo da pastoral vocacional:

- Conhecer o plano de Deus a respeito do homem, discernimento pessoal (encontros e orações), motivação e reforço na caminhada;

- A Eucaristia, meditação da Palavra de Deus, oração pessoal, leitura e conhecimento da ação da Igreja, etc.

4. Etapas da pastoral vocacional:

- A vocação nasce no coração da mãe, do desejo do pai e se firma na escola permanente da fé;

- Grupos de possíveis candidatos: depois de um teste inicial, o jovem entra para o grupo de possíveis candidatos e participa do processo de formação e discernimento.

A teologia exige tempo integral para a formação, contando sempre com um ou dois padres, que assumem a orientação no dia-a-dia e ainda apoiados por um diretor espiritual disponível.

A Formação:

Apresenta três dimensões: a formação humana e cristã, a formação filosófica e teológica e a formação pastoral.

Integração no presbitério: que nenhum presbítero viva ou trabalhe sozinho, contatos e reuniões em pequenos grupos, sempre em colaboração com os leigos, dos quais não servidores e não chefes, a fraternidade na doçura e na velhice, sempre voltados para os fracos e oprimidos aos olhos do mundo.

Obs.: O Padre é servo da comunidade e não chefe!