segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Questão de ouvidos

Ver nem sempre é crer e ouvir nem sempre é seguir! Leiam: “João 6,64-69”.


Os apóstolos tinham suas dúvidas, mas ficaram não sem ter que aprender o diálogo e a unidade. Um dos que comeram a mesma mesa não quis dialogar, entregou Jesus e não acreditou em misericórdia.

Destruiu-se carcomido de remorso: “Mateus 27,5”. Pedro também o negou, mas superou a culpa. Acreditou no perdão: “Mateus 26,75”. Ele e outros dez, com Paulo, que veio mais tarde, deram a vida por Cristo. Com eles, milhões de discípulos que nesses vinte séculos de fé permaneceram firmes na Igreja da sua primeira catequese.

Também merecem respeito os que ficaram, enquanto seus irmãos e parentes mudavam de Igreja, mas conseguiram não perder o respeito pelos que foram orar num outro templo e de outro jeito. Não acharam certo, mas não agridem!

O urgente e o básico
Se um grupo de católicos me pedisse dois meses de aulas sobre o que significa ser católico hoje, sugerindo que resumisse para os alunos o básico e o indispensável, eu teria dificuldade.

Teria que saber: a) o seu nível de catequese; b) que livros já leram; c) que pregadores ouviram e ouve, e que ênfase; d) que programas de rádio e televisão vêem ou ouvem; e) a que movimentos se filiaram; f) que canções conhecem e cantam; g) quem são os seus pregadores preferidos.

Indicaria, como sempre, a Bíblia, o Catecismo da Igreja Católica, o Compêndio da Doutrina Social e por estarmos na América Latina, os Documentos do Celam, os principais documentos da CNBB e alguns livros de excelentes escritores católicos.

Se meus interlocutores insistissem em me ouvir, eu lhes daria minhas anotações, parte delas contida neste livro que você lê. Não é tudo, mas é o que eu daria aos meus leitores que não conhecem a maioria dos escritos da nossa Igreja.

Sugeriria que, na dúvida, seguissem os documentos oficiais e seu pregador preferido. Mas que o seu pregador não fosse nunca o primeiro da lista! Primeiro os livros oficiais e a voz dos Bispos! É sempre um risco seguir apenas uma pregação. Vai cair na mesmice. A influência excessiva de um só pregador empobrece. Ninguém é assim tão santo e tão culto. Ninguém sabe suficiente catequese. O pregador único pode errar, como, de fato, muitos fundadores de Comunidades erraram através da história. Há que haver outras referências numa Igreja tão grávida de História e Teologia.

Ouvir os bispos e os teólogos

O discípulo e o missionário católico deveriam dar uma chance especial aos teólogos e pastoralistas que levantam algumas questões essenciais ao Catolicismo. Jesus questionou os apóstolos e Paulo fez o mesmo com quem o questionava. Foi bom para a Igreja. É muito pobre o grupo de Igreja que não pergunta, não deixa perguntar, expulsa quem pergunta demais, não deixar ler os outros e não admite que seus membros abram os olhos, o coração e os horizontes com outros pregadores e outras leituras. Alguém está aprisionando aquele grupo! Orar é vital e perguntar também é! “Mateus 21,24”; “Marcos 9,28” e “João 16,5”




Palavra de fé: “E todo povo ia de manhã cedo ter com ele, no templo, para ouvi-lo”. (Lucas 21,38)

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