quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Em busca de uma resposta

Ronan nasceu em 2000 de parto normal. Um bebê perfeito. Mas, com o tempo, percebi que havia algo de errado: ele chorava muito, quase não dormia e tinha refluxo severo. Aos 11 meses, ainda não sentava sozinho e seu atraso psicomotor era mais evidente. O pediatra insistia que eu estava sendo ansiosa demais e os neurologistas diziam que ele só precisava de um estímulo profissional maior, com fisioterapia, fonoaudiologia, psicomotricista e terapia ocupacional.

Como sou psicóloga, sabia que não era nada daquilo; tinha consciência de que Ronan não apresentava o desenvolvimento adequado. Até que uma neurologista pediu a ressonância magnética de crânio e constatou um atraso cerebral, que podia ser esclerose múltipla. Naquela época, uma tia enfrentava essa doença degenerativa e eu previa que poderia ser fatal para um bebê. Tive um medo profundo de perdê-lo. Então, uma amigo pediatra me explico que, para obter um diagnóstico preciso da doença, são necessárias, no mínimo, duas ressonâncias com uma prazo de pelo menos seis meses entre elas. Continuei procurando uma resposta.

Com 1 ano e 3 meses ele teve febre alta seguida de convulsões. Foi internado durante uma semana; depois, voltou ao hospital com novas crises convulsivas de difícil controle. Outra neurologista nos encaminhou para um geneticista que o examinou com a ajuda de uma equipe de estudantes. Ele adora contato físico e amou aquela “pegação”, mas meu coração doía. O tempo passava e a angústia de continuar sem respostas crescia. Até que encontrei o doutor Juan Lerena, uma referência em genética. Pelo histórico do Ronan, o médico suspeitou de síndrome de Angelman, distúrbio neurológico que pode afetar o desenvolvimento mental e intelectual. O resultado positivo foi uma bomba, mas também um alívio: era o fim das buscas depois de quase três anos. Finalmente sabia que o meu anjo tem Ele está com 11 anos e, por causa do medicamento anticonvulsionante, vive há seis anos sem crise. A jornada ainda será longa, mas sou recompensada cada vez que olho para ele e vejo o sorriso em seu rosto.



Palavra de fé: “Põe tua confiança em Deus ele te salvará; oriente bem o teu caminho e espera nele. Conserva o temor (respeito) a ele até na velhice”. (Eclesiástico 2,6)

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