quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

Palavras que não passam: Dinheiro demais nas Igrejas


Quando rios de dinheiro invadem as Igrejas e os consagrados, resta a eles provar que todo aquele dinheiro é vontade de Deus. Alguns até criam teologias para justificar tanta riqueza.

Dinheiro rápido demais e em quantidade absurda funciona como carro sem freio na ladeira. Quem precisa demais dele pata tocar adiante seus megaprojetos acaba querendo mais e mais obras, mais e mais lucro, mais e mais sucesso, mais e mais crescimento. Quando percebe que precisa para, não consegue. Virou vício. Não sabe mais voltar à pobreza e à simplicidade de ontem.

Paulo adverte na 1ª Carta a Timóteo (3,3) sobre quem deve ser chamado a liderar a Igreja. Entre as qualidades, aponta o fato de não ser amante do dinheiro. Boa parte do capítulo 6 trata do excesso de preocupação com dinheiro na Igreja. Para isso, é preciso mais dinheiro! Diz o mesmo em Hebreus 13,5.

Os evangelhos deixam claro que Deus não é contra a riqueza, mas que ela sufoca os outros valores (Mt 13,22; Mc 10,22, Mc 12,14; Lc 16,11). Quem sucumbe ao dinheiro não saberá ser de Deus, por mais bonito que seja o seu discurso. A esmola da mulher pobre silenciosa no templo ou do publicano arrependido pode valer mais do que os louvores e o dinheiro do fariseu que se gaba de ter o que tem por graça de Deus.

Para quem precisa cada dia mais de dinheiro vale qualquer coisa para não ter o que voltar atrás. É preciso ser muito ético e muito santo para saber o que fazer com milhões de dólares ou de reais na conta. Se a Igreja canonizou pouquíssimos deles, deve ser porque poucos homens conseguiram ser mais fortes do que o dinheiro que passou por suas mãos. Entre a ética do Reino de Deus, à maneira do jovem rico, escolheram ficar com o que possuíam. Não tinha como voltar atrás.

E sempre arranjaram um jeito de explicar que tudo aquilo veio porque Deus os abençoou. Passaram a ver sua riqueza como prêmio por ser discurso ou por sua fé. Já ouviu o discurso desses novos pregadores no rádio e na televisão? Ouça e veja. São elucidativos. Depois mergulhe na sua bíblia e veja o que ela realmente diz a respeito de dinheiro, poder, riqueza e pobreza. Não é o mesmo discurso!

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

O sacerdote vive para o altar


A Igreja tem necessidade de sacerdotes santos”, afirmou Bento XVI na homilia de abertura do Ano Sacerdotal. Pois o ministério ordenado, indispensável para a Igreja e para o mundo, requer fidelidade a Cristo e união incessante com Ele.

O presbítero deve tender constantemente para a santidade, como o fez São João Maria Vianney. A renovação interior de um sacerdote implica em um testemunho evangélico mais vigoroso, e do seu impulso para a perfeição espiritual dependerá, a eficácia do próprio ministério.

As considerações acima, extraídas dos mais recentes ensinamentos de Bento XVI, mostram bem a razão pela qual o Ano Sacerdotal, recentemente proclamado, representa benefício espiritual do conjunto dos presbíteros e atinge uma dimensão pastoral que abrange a Igreja inteira.

Ora, o cerne do ministério sacerdotal – lembrava oportunamente o Beato João XXIII – se desenvolve em torno da Celebração Eucarística. “Que é, pois, o apostolado do padre, considerado na sua ação essencial, se não congregar, onde quer que viva a Igreja, em volta do altar do povo?”, perguntava-se o Papa do Concílio (Encíclica Sacerdotii nostri primordia, n. 34).

Com efeito, é no altar que “o padre, pelos poderes que só ele recebeu, oferece o Divino Sacrifício”. É também ali “que o povo de Deus, iluminado pela pregração da fé e alimentado com o Corpo de Cristo, encontra a sua vida, o seu crescimento. É ali, numa palavra, que, de geração em geração, em toda a parte, cresce espiritualmente o Corpo místico de Cristo, que é a Igreja”. (Idem).

Essa centralidade do Santo Sacrifício na vida das paróquias e comunidades levou o famosos teólogo dominicano Fr. Antonio Royo Marin a proclamar que celebrá-lo “é a função sacerdotal por excelência, a primeira e mais sublime de todas, a mais essencial e indispensável para toda a Igreja, e ao mesmo tempo fonte e manancial mais puro de sua própria santidade sacerdotal. É-se sacerdotal, antes de tudo e sobretudo, para glorificar Deus mediante o oferecimento do Santo Sacrifício da Missa” (Teologia de la Perfección Cristiana, 11, ed. Madrid: BAC, 2006, p. 848).

O sacerdote vive, pois, para o altar. É nele que oferece o Santo Sacrifício, é em torno dele que reúne e abençoa seu povo, e é junto a ele que santifica a própria alma. Pois, como lembra o Beato João XXIII, “a santificação pessoal do padre deve modelar-se sobre o Sacrifício que ele celebra, segundo o incitamento do Pontifical Romano: ‘Sede conscientes do que fazeis, imitai o que tratais’” (sacerdotii nostri primordia, n. 36).

Mas é também no altar que o sacerdote recebe as forças necessárias para o combate espiritual. Pelo Sacramento da Eucaristia, ele se une com Cristo e fortifica com a graça sua vida interior. Ela serve de alimento e remédio espiritual, para o próprio ministro e para o povo que lhe foi confiado.

Fortalecer os fiéis com o Pão descido do Céu é o maior benefício que o pastor pode proporcionar a seu rebanho. Ao comerem nossos primeiros pais do fruto proibido, foi introduzido o pecado no mundo. Porém, a resposta divina proporcionou aos homens infinitamente mais do que estes perderam: deu-lhes o próprio Deus em alimento!

Editorial
Arautos do Evangelho, agosto 2009.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

A mensagem de Jesus nos Evangelhos de domingo, 14/02 a sábado 20/02/2010


No domingo (Lucas 6,17-26) sobre as bens aventuranças, Jesus deixa bem claro que todos os que Nele crêem são “bem aventurados”. Que não há nenhuma possibilidade de conviver entre o orgulho e o amor.

A felicidade é viver para os outros e com os outros. Nisto consiste o espírito das “bem aventuranças”, exemplo de vida para todos que querem seguir Jesus, caminhar com Jesus.

Na segunda-feira (Marcos 8,11-13), frente a frente com os fariseus que queriam pô-lo à prova, Jesus deixou-os e seguiu de barca para outra margem sem dar-lhes resposta às provocações.

Na terça-feira (Marcos 8,14-21), neste evangelho Jesus nos alerta a tomar cuidado e ser prudente, atitudes de pessoas sensatas – “uma correta atitude cristã”.

Não é fácil conviver com todos os mecanismos que seduzem o povo, nem respeitar em cada um sua liberdade, sendo fiel a verdade.

Muitas vezes perdemos o significado cristão, porque estamos muito envolvidos no aqui e agora das coisas passageiras.

Quarta-feira de cinzas (Marcos 6,1-6 e 16,18), o ritual das cinzas expressa uma atitude de conversão e arrependimento que precisamos exercitar durante este tempo de Quaresma. Neste evangelho, Jesus nos ensina a interiorizar a observância da Quaresma. A validade dos nossos sacrifícios, donativos, orações e jejum, além de conversão em relação a Deus e aos irmãos.

Quinta-feira (Lucas 9,22-25), Jesus acrescenta que quem quiser segui-lo, tome cada dia a sua cruz. É com o esplendor da cruz em nós que podemos caminhar com Jesus com segurança e realizar aqui na terra algo de belo e útil pelos irmãos.

Já na sexta-feira (Mateus 9,14-15), fala-nos do sentido do jejum. Sua resposta aos discípulos de João dá a entender que o tempo inaugurado por Jesus é um tempo de alegria. Jesus é o próprio sentido da vida dos seus discípulos e a salvação é oferecida com um dom aos homens.

E no sábado (Lucas 5,27-32) no encontro com Levi, o coletor de impostos, Jesus o convida à conversão. O próprio interesse de Jesus e a sua palavra: “segue-me”, por si só já impõem a Levi o seu poder transformador. E deixa bem claro que Jesus veio para chamar à conversão os pecadores.

Para refletir: “Não é possível crer em Jesus Cristo sem reconhecer o valor das pessoas”.

Pergunta da semana: No Evangelho de Marcos 8,14-21, quantas cestas de pedaços de pão foram levantados?


Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 26/02/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Atenção: Resposta da semana passada: “Marcos 8,9”.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Pensando a fé na Quaresma: Só o amor leva à eternidade.


Só se salva e ganha a vida eterna quem aceita Jesus? Nesse caso, só os cristãos serão salvos?

Quando a pergunta vem viciada, a resposta já fica comprometida. A vida eterna não é uma realidade independente, que existe como uma coisa que se ganha ou se perde depois da morte em troca de ações que fizemos. Assim como um prêmio da loteria esportiva que se obtém com a cartela preenchida corretamente.

A vida eterna já se inicia aqui na terra e constitui-se fundamentalmente pelas relações que criamos. O teólogo J. Ratzinger, hoje Bento XVI, escreveu: “Todo o amor quer eternidade – o amor de Deus não só a deseja como a realiza e é” (J. Ratzinger, Introdução ao Cristianismo. Preleções sobre o símbolo Apostólico, São Paulo, Herder 1970, p. 302). E, na encíclica Deus Caritas est, ele retoma idéia semelhante: “O primeiro é que entre o amor e o Divino existe qualquer relação: o amor promete infinito, eternidade – uma realidade maior e totalmente diferente do dia-a-dia da nossa existência”. “O amor visa à eternidade”. Traduzindo em linguagem simples, a eternidade não se ganha nem se perde, mas é o amor que vivemos aqui e que ultrapassa o tempo e o espaço para dentro da infinitude de Deus. Então toda pessoa que ama não ganha o céu, é já a eternidade feliz iniciada.

E Jesus Cristo? Ele manifestou tal realidade em grau máximo e possibilitou-nos vivê-la, mas não necessariamente em relação explícita a ele. Desconhecendo Jesus, mas amando, alguém participa da fé nele. E, por isso, já vive a eternidade na medida do amor.

A fé que salva é aquela que está informada de amor. Aceitar Jesus significa sair de si, cuidar do outro, realizar o que ele nos ensinou no Evangelho, mesmo sem saber que se trata dele. Que Jesus dirá aos que entrarão na sua glória eterna? Que ele teve fome, sede, foi peregrino, esteve nu, enfermo, preso e foi socorrido. Quando? Todo pequeno serviço que se fez a um dos irmãos menores foi a ele que se fez (Mateus 25,31-40). Aí está a melhor definição da fé em Jesus Cristo. O serviço da caridade.

Nessa perspectiva, a pergunta soa bem diferente. O correto seria perguntar: alguém que foi radicalmente egoísta, que não amou seu irmão, poderá salvar-se, quer seja cristão de Batismo ou não? A resposta soa: não. Não porque Deus o condene, mas porque ele se constitui um ser sem amor. E ser-sem-amor é idêntico a inferno. Vale o contrário. Quem saiu de si, amou os irmãos, foi fundamentalmente para os demais se salva, quer seja cristão ou não? Sim. Mais: ele já é céu aqui na terra e depois da morte se revelará plenamente a verdade de tal vida.

Cristão que não ama não estabelece nenhuma relação de amor e de eternidade com Deus. Portanto, não pode conviver com um Deus que é amor, porque não quer amar. Um não cristão que ama, está em íntima relação com o Deus que é amor e, por conseguinte, já começou a ser céu e o será eternamente. Mais correto é dizer que somos céu e não que vamos ao céu. E só se é céu pelo amor. E o contrário. Não perdemos a vida eterna, não vamos para o inferno, como se fosse um lugar, mas nos tornamos inferno, porque não amamos.

Santo Agostinho nos recorda que “somos o que amamos”. Se amamos somente a nós mesmos, somos solidão individual. Se amamos os irmãos, somos comunidade de amor. E a vida eterna não é nada mais do que comunidade de amor entre nós na força do amor de Deus que nos sustenta no ser, para sempre.

O deserto com Jesus ou formação de discípulos



Nos Evangelhos ao longo dos quarenta dias, Jesus vai nos falar:
da conversão verdadeira, da sua cruz, da penitência cristã, do seu amor pelos pecadores, lembrando-nos que o Reino de Deus está aqui. Que precisa de nós para salvar e ajudar os irmãos, ensina-nos a rezar, o poder da oração e que conversão é segui-lo. Amar o inimigo, a transfiguração de Jesus, a misericórdia de Deus, a hipocrisia e a vaidade, a recompensa aos que servem Jesus, o coração fechado, Deus olha para o que fazemos, Ele, Deus, toma a iniciativa, Jesus pede compreensão Jesus e a missão, o perdão, Jesus é a plenitude, Jesus luta contra todo o mal, o amor a Deus e ao próximo, a falsa e a verdadeira religião, adesão a Cristo, libertação e salvação, o valor do testemunho, o protetor Jesus, o profeta reconhecido, o julgamento e o pecado, a luz do mundo, a revelação, a verdade nos libertará, a opção diante de Jesus, fraternidade e comunhão, a nova aliança, amor a Deus e aos pobres, a cruz como sinal de esperança, a traição de Judas e a nossa traição, os ensinamentos de Cristo, sua morte na cruz, morreu para nos salvar e ressuscita para a plenitude da vida em Deus.

Caríssimos, estes termos contidos no Evangelho ao longo da Quaresma, representam um convite de Jesus para um aprofundamento do discipulado cristão.

Vamos aprender com Jesus, ouvindo-o e desfrutando da Sua presença junto de nós. Cada dia com Jesus ao longo da Quaresma será de aprendizado e bênçãos.

Faça-o por você, pela sua fé, pela sua vida, pela sua saúde e pela sua vida.

Seja fiel, dia a dia, acompanhando Jesus.

Faça um pedido ao longo destes dias, como propósito de fidelidade e penitência.

Creia, a graça alcançará!

Observação: Como começa após a quarta-feira de cinzas, leia e medite os evangelhos anteriores ao dia que começou.

Quaresma


Quaresma é o período de quarenta dias que vai da quarta-feira de cinzas até o domingo de Páscoa.

Os quarenta dias da Quaresma recordam os quarenta dias que Jesus passou no deserto, antes de começar sua caminhada e de fazer milagres.

Jesus passou esses quarenta dias sem comer e sem beber nada. Só rezava. Aproximava-se de Deus.

Durante esses dias, o diabo apareceu-lhe para tentá-lo e impedir que Jesus rezasse.

Sabendo que Jesus jejuava, tentou-o dizendo: “Mateus 4,3”.

Jesus respondeu: “Mateus 4,4”.

Em seguida o diabo transportou-o à Cidade Santa, colocando-o no ponto mais alto e disse: “Mateus 4,6” e “Mateus 4,7”.

E continuou o demônio: “Mateus 4, 8-9”.

Definitivamente: “Mateus 4,10”.

E o demônio, derrotado, foi embora.

Jesus venceu a fome, a sede e as tentações!

Assim, nesta Quaresma, precisamos fazer nosso deserto em Jesus, falar com Ele para oração e meditação.

Jesus não nos quer nesta Quaresma sendo tentados, mas sim, em Sua companhia amorosa refletindo sobre os valores importantes para a nossa vida.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O que a Igreja ensina sobre a ... SUPERSTIÇÃO.


Superstição é a crença em forças invisíveis sobre as quais a pessoas acredita se possível ter contatos e influenciar.

A magia negra, a feitiçaria, a bruxaria e em geral o ocultismo, são considerados superstições.

No mundo atual, a superstição tem predominado e revolucionado de forma direta a vida das pessoas.

Após toda uma geração declarar dogmaticamente e de uma vez por todas a impossibilidade de que haja espíritos, a mesma geração deixou-se por um pobre e pequeno espírito. Estas superstições são invenções do seu tempo.

Vejamos o primeiro mandamento da Lei de Deus:

“Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a alma e de todo entendimento”.

Este mandamento é um convite ao homem para crer em Deus, esperar Nele e amá-lo acima de tudo. O homem tem o dever de cultuar e adorar a Deus, tanto individualmente quanto em sociedade.

Assim, a superstição é um desvio do culto ao verdadeiro Deus, demonstrado na idolatria, nas adivinhações e na magia. São pecados contra o primeiro mandamento: o ateísmo, o sacrilégio, o tráfico de coisas espirituais ou sagradas e a ação de tentar a Deus, seja por palavras ou atos. O culto às imagens sagradas não contraria o primeiro mandamento, porque a honra prestada a elas é de veneração e respeito, e não de adoração, que cabe somente a Deus.

A ação do malvado:

- inventa fraudes para enganar os encantos em nome de Cristo. Introduz heresias e as dúvidas para derrubar a fé, contrariando a verdade e fragilizar a unidade. Eis o alerta de São Paulo: “2 Corintios 11,12-15”.

O malvado, o anticristo, é mestre na arte de mentir e enganar. Isto acontece porque não buscamos o Cristo e a sua palavra, mas sim, nos deixamos levar muitas vezes por aqueles que falam em seu nome, cuidado!

A superstição é um desvio do culto que rendemos ao verdadeiro Deus. Ela se mostra na idolatria, bem como nas diferentes formas de adivinhação ou magia.

“A graça de Deus é dada sempre através de Cristo no Espírito Santo e em relação misteriosa com a Igreja, atinge os não cristãos. O Concílio Vaticano II limitou-se a afirmar que Deus o dá por caminhos só por Ele conhecidos”.

A teologia esforça-se por aprofundar a questão. Para aumentar a compreensão dos desígnios de Deus na nossa salvação e dos caminhos a percorrer com Jesus.

Seria contrário a fé católica considerar a Igreja como um caminho de salvação ao lado dos caminhos construídos pelas outras religiões, como se fossem complementares ou até equivalentes a mesma, embora convergindo com ela para o Reino escatológico de Deus.


Diversas tradições religiosas contém e oferecem elementos de religiosidade, que procedem de Deus, e que fazem parte de quanto o Espírito Santo opera no coração dos homens e na história dos povos, nas culturas e religiões.

Com efeito, algumas orações e ritos das outras religiões podem assumir um papel de preparação ao Evangelho e estimulam os corações dos homens a se abrirem a Deus.

Porém, não se pode atribuir a origem divina e nem a eficácia que se opera, que é própria dos sacramentos cristãos. Ouçam São Paulo: “1 Coríntios 10,19-22”.

A Igreja interdita (bloqueia) todos os contatos dos fiéis com aqueles que se comunicam com o mais além, praticando assim a idolatria, a evocação dos mortos, adivinhação pela invocação dos espíritos, a superstição e o esoterismo (doutrinas secretas); todas as práticas que estimulem a negação de Deus e dos seus sacramentos.

Nós, católicos, precisamos conhecer e estudar a Bíblia, a Palavra de Deus e seguir a Cristo como discípulo e pregador para conduzir e realizar com convicção um caminho normal de salvação que só a Igreja Católica Apostólica Romana possui em plenitude. Diz-nos o próprio Jesus: “Marcos 16,15-18”.


Texto inspirado no Livro: “O que a Igreja ensina sobre...”, do Pe. Marcelo Coleho, scj.
Bacharel em Teologia pela PUC-RJ, Mestre em Teologia Prática, Assessor de área de Biomédica e Teologia Moral e outros tantos títulos.
Editora: Canção Nova.

terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Jovens: Limites, por que não?


Uma das noções mais difíceis de se aprender, nos nossos tempos, é a de limite. Todos queremos, a partir de uma concepção errônea de liberdade, fazer o que bem entendemos, quando e como queremos.

Quando alguém nos cerceia, proíbe ou limita, nós reagimos. Ninguém aceita pacificamente qualquer tipo de limitação, porque limitar é o mesmo que dizer este é o seu espaço, para além dele é o espaço dos outros. E, num contexto em que cada um é livre para “fazer o que quiser”, essa lição é muito difícil.

O que se sabe da Psicologia é que os limites são os parâmetros necessários e indispensáveis para manter uma pessoa em pé. Eles são como balizas que vão delimitando o caminho a ser percorrido. Quando essas balizas não são colocadas, deparamos com pessoas que não sabem governar-se diante dos fatos. Assim, quem não aprendeu a lidar com os limites e as frustrações que deles decorrem, torna-se intransigente e insuportável nas suas demandas e exigências, o que dificulta muito a sua convivência com os outros.

Outra dificuldade é a falsa idéia de que devemos deixar nossos filhos viver aquilo que nós, os pais, não conseguimos viver. Porque fomos muito limitados, reprimidos, cobrados e proibidos, devemos agora permitir que os nossos filhos vivam com mais liberdade, sem tantas proibições. Ledo engano! Graças aos limites que nossos pais nos colocaram, hoje, podemos nos dizer sadios psiquicamente e equilibrados emocionalmente. Mal nos damos conta de que, não fossem aqueles “nãos” recebidos lá atrás, estaríamos sem rumo e sem direção em nossa vida atual.

Outro dia, ouvi de um pai esta afirmação: “Não quero que o meu filho passe pelas dificuldades que eu tive que passar. Por exemplo, eu tinha que tomar ônibus para ir à faculdade, voltar tarde, etc. O meu filho não precisa passar por isso, então coloquei o carro á disposição dele”. Esse pai pode ser condenado em sua atitude? Claro que ele está certo em não querer que o filho tenha as mesmas dificuldades. Nada mais justo e humano do que isso. O problema é que muitos pais simplesmente evitam as dificuldades para os filhos, sem mostrar a eles que também existem limites a serem observados.

Então respondi àquele pai: “Você fez bem. Só que também deveria ter dito a seu filho: Esse carro está ao seu uso. Porém, quero deixar bem claro que, se ele for usado de forma irresponsável, eu o recolho e você terá de se deslocar passando pelas mesmas dificuldades que eu passe”.

O que muda? Muda o fato de que pai colocou um limite para o filho. Esta é a linha divisória entre a liberdade do filho e a responsabilidade do pai. Detalhe que muitos não percebem. Enquanto tudo for fácil e “ilimitado”, não se aprende a dura lição da responsabilidade. E o que é pior: quando não há limites não existe a possibilidade da estruturação sadia da personalidade da pessoa. Ela cresce sem parâmetros para se guiar. É como se o mundo estivesse à sua disposição a qualquer momento. E nós sabemos que não é assim! A vida não é assim! A vida é um composto de liberdade e responsabilidade. A ausência de limites impede o uso da responsabilidade, o que me torna um sujeito invasivo, perverso e desrespeitoso.

Por fim, nunca é demais lembrar que, se não aprendermos a lidar com a frustração e com os limites quando o tempo é adequado para tal, teremos de aprende-lo, forçosamente, com a dureza da própria vida. O que é bem pior!


Para refletir e meditar: Evangelhos de domingo (7/02) até sábado (13/02).


Eis a mensagem contida:

Evangelizar é um ato de amor em nome de Jesus Cristo.

No Evangelho da pesca milagrosa, Jesus prepara os discípulos para o seguirem na pesca mais importante da missão cristã: “Lucas 5,10b”.

Atracando as barcas seguiram Jesus. E na região de Genesaré, caminhando com Jesus, atendiam e socorriam a todos que padeciam de algum mal: “Marcos 6,56”.

No encontro com os fariseus, que eram apegados ás tradições dos antigos, Jesus deixou bem claro que não tolerava um culto hipócrita que encobrisse interesses egoístas e tradições manipuladoras. Pois o verdadeiro culto nasce do interior do coração do homem onde Deus opera.

A religião de Jesus está intimamente ligada a ação. Atentemos: “Marcos 4, 6-7”.

Jesus convida cada um a descobrir em si mesmo a raiz do pecado e a raiz do amor. Ao bom entendedor: “Marcos 7, 20-23”.

Precisamos de uma fé autêntica, simples, que transforme em modelo e exemplo para todos. Uma fé com compromisso, como a fé da mulher cananéia que buscou Jesus para curar a sua filha. Sendo ela pagã, seu gesto foi de verdadeira conversão.

Aparentemente, Jesus a humilha para provocar a sua fé aos olhos dos presentes. Após ouvi-la: “Marcos 7, 29-30”.

Como vemos, Jesus se torna a voz daqueles que não conseguem se expressar e participar daqueles que não tem valor algum na sociedade que só busca o ter, o poder, etc.

Assim como Jesus, precisamos agir, tocar e falar. A palavra de Jesus e a palavra dos que não tem a voz, como o surdo-mudo: “Marcos 7, 34-35”.

O caminho de Jesus leva a melhorar o mundo, fazer reformas, distribuir os bens, derrubar preconceitos de raças e nações, garantir a paz, a fé e a esperança. Caminhar e seguir Jesus, é encontrar o amor que realiza verdadeiros milagres. Com Jesus, desfrutamos da sua compaixão e do seu amor: “Marcos 8,2”.


Pergunta da semana: No Evangelho de “Marcos 8, 1-15”, “Segunda multiplicação dos pães”, quantas pessoas comeram os pães e os peixes que Jesus repartiu?

Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 19/02/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).

Resposta da semana passada: “Marcos 3,18”: Simão, o zelador
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segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sacramento do Matrimônio


Reflexões teológicas:

O matrimônio é uma realidade humana. Envolve pessoas no contexto do amor. Pelo sacramento do matrimônio, o cristão deseja que o Senhor ilumine e conduza suas expressões e iniciativas matrimoniais.

Nesta procura de Deus, descobre-se no íntimo do amor humano, a aliança que Deus faz com os homens em Jesus Cristo.

O amor conjugal cristão não pode aceitar separações ou divórcio – o casal cristão deve esforçar-se por viver o amor pascal do Senhor no sacramento do matrimônio.

O matrimônio cristão é um sinal profético. Para os esposos deve significar a missão de participar na transformação do mundo e da sociedade. E atinge, especificamente, a educação dos filhos na Comunidade humana.

A celebração do matrimônio visa confirmar a disponibilidade dos esposos de assumirem seu amor conjugal no contexto cristão com suas metas e serviços. O amor conjugal é um compromisso com a comunidade cristã e com a comunidade humana. A celebração pode significa, também, o compromisso da comunidade para com os esposos.

A celebração expressa e significa: a graça e a força do Espírito de Jesus.

Dificuldades encontradas:

1. Os meios de comunicação: rádio, cinema, jornal, revistas e especialmente a TV, entram diretamente na vida das famílias. Distorcendo os valores da verdadeira vivência matrimonial e familiar;

2. O consumismo descaracteriza o sexo, desvirtua o amor-doação e supõem com facilidade a separação e o divórcio. Ligada a esta mentalidade consumista, esta mentalidade de um liberalismo pelo qual se entende que o casal tem liberdade e direito absoluto à felicidade individual. Esquece-se com isto a dimensão social da sexualidade;

3. O machismo que persiste de modo subjacente e camuflado oprimindo a mulher e deixando-a numa situação de inferioridade e submissão;

4. Da parte econômica a distância entre os pobres e os ricos. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres;

5. A educação dos filhos ressente-se de condições e qualidade do ensino nas escolas para formar e educar os filhos. Faltam escolas com condições de formar e profissionalizar o jovem. Soma-se a isso, muitas vezes, a ausência dos pais no lar devido às exigências e condições de trabalho;

6. As famílias incompletas, especialmente casais divorciados e das mães solteiras. A fidelidade conjugal se vê, frequentemente, abalada pela permissividade, pelo consumismo sexual, protegido pelo anonimato ou por estruturas sociais injustas que obrigam as migrações em busca de emprego;

7. Celebração religiosa do matrimônio é procurada, muitas vezes, para satisfazer um vago sentimento religioso, e por isso, assume-se uma atitude descomprometida com a verdadeira coerência cristã.
“... é satisfatório verificar que são cada dia mais numerosos cristãos que procuram o casamento para viver a sua fé dentro do ambiente familiar, e a partir dele, dando valioso testemunho evangélico e educando com dignidade uma família numerosa. Muitos, também, são os noivos que se preparam com seriedade para o matrimônio e tratam de dar à celebração, um verdadeiro sentido cristão. Nota-se também o empenho em revigorar a pastoral da família nas comunidades paroquiais e adaptá-la aos desafios e circunstâncias da vida moderna”. (Puebla, 579)

Orientações pastorais:

Os três núcleos da pastoral do matrimônio:

a) Preparação para o casamento (curso de noivos), orientação para o amor humano, compreensão religiosa do matrimônio cristão, sinal de aliança e missão profética no mundo;

b) Celebração: expressa as múltiplas realidades assumidas no matrimônio;

c) A pastoral familiar: vivência concreta do matrimônio nos seus aspectos evangelizador, profético e libertador.

Preparação para o matrimônio: a escolha do parceiro deveria ser entendida como uma vocação especial. Na preparação dois itens são importantes: a educação para o amor humano e a pastoral da juventude.

1. Educação para o amor humano deve ser considerada em toda a sua dimensão humana e transcendente, própria do homem feito filho de Deus: em sua relação com Deus, consigo mesmo, com o outro e com as coisas criadas, o processo educativo deve valorizar formas adequadas, progressivas e não funcionalistas de participação nas preocupações e problemas humanos, sociais e de Igreja. Educar para o amor humano pleno, exige dos pais o cultivo da generosidade, da doação, do diálogo, do compromisso, do testemunho devido e da disponibilidade plena para servir. É o exemplo:

2. Pastoral da Juventude: a comunidade cristã é o lugar propício para experiências de amor. Em comunidade os jovens, muitas vezes, tem oportunidade de através da vivência e experiências comunitárias, o valor do outro,da amizade. No relacionamento com o outro sexo, aprendem não só a conviver mas também ser disponível em servir os outros com generosidade, exercendo a caridade cristã, aprendem a observar para os mais carentes e necessitados.

Como realizar uma preparação de forma eficiente:

Sempre feita a preparação dos noivos com antecedência e por pessoas competentes que compreendem a santidade do ato que serão ministrados. Atentos as normas da CNBB quanto a preparação próxima (conf. doc. CNBB 12, pág. 10-15).

Objetivos a serem alcançados na preparação:

- aprofundamento na compreensão teológica do amor e dos sacramentos para assumirem os compromissos decorrentes da sacramentalidade do matrimônio;

- capacitar os noivos a uma opção adulta, madura, consciente e livre para que se tornem capazes de assumir o sacramento a serviço da família e da sociedade.


Diversas formas de realizar a preparação:

1. Catecumenato pré-matrimonial: uma experiência de fé aos noivos capazes de uma preparação mais profunda;

2. Curso de noivos: há diversidade e multiplicidade dos cursos de noivos existentes nas dioceses e arquidioceses, seria desejável estabelecer vários roteiros de conteúdo que atendessem às diversas camadas sociais. Motivar os noivos a participar na comunidade.

A celebração do casamento:

A medida do possível mostrar-lhes da importância do sacramento e do respeito ao rito da celebração.

Matrimônio mistos:

É o matrimônio entre pessoas batizados, das quais uma seja católica e outra não católica. A igreja dá uma atenção especial aos matrimônios mistos.

Aplica-se os princípios ecumênicos do Concílio Vaticano II, de acordo com os documentos que se baseia a atual disciplina.

Há necessidade de instrução adequada a ambas as partes. Não é permitido haver duas celebrações. O que se recomenda e fazer uma só cerimônia ecumênica com os representantes dos dois credos.


Resumo extraído do Diretório dos Sacramentos (Edições Paulinas).


Próxima semana: Sacramento da Ordem.

sábado, 13 de fevereiro de 2010

Reflexão sobre o sofrimento


Por que algumas pessoas sofrem mais do que outras, e como algumas que sofrem bastante aceitam o sofrimento com maior facilidade do que outras cujo o sofrimento é menor?

São Paulo dá a dimensão exata sobre o valor do sofrimento na salvação: “Colossenses 1,24”.

O sofrimento acontece na vida das pessoas em diversos momentos, em diversas maneiras e assume dimensões diferentes ao longo da vida do homem. De um modo geral se associa o sofrimento à dor, porém, o sofrimento físico são dores no corpo, enquanto o sofrimento moral são dores da alma. No sofrimento moral e a variedade de suas formas não são menores do que o sofrimento físico, sendo que o sofrimento moral é muito mais difícil de curar.

A Sagrada Escritura muito nos fala sobre o sofrimento. No Antigo Testamento vemos vários casos de sofrimento moral, perigo de morte, morte dos próprios filhos, principalmente os primogênitos, falta de descendência, perseguição, hostilidade, ambição, solidão, dificuldade de compreender porque os maus prosperam e os justos sofrem, etc.

O Antigo Testamento considera o homem como um conjunto em três dimensões: espiritual, mental e físico, e associa os sofrimentos morais à dor de determinadas partes do organismo, como:

- os ossos: “Isaías 38,13”;

- o fígado: “Lamentações 2,11”;

- o coração: “Salmo 38,4”;

- os rins: “Jô 16,13”.

Com toda a certeza, os sofrimentos morais trazem conseqüências sérias para o organismo, assim precisamos entender que na vida de Cristo está a resposta para enfrentar o sofrimento.

No sentido cristão, porém, a realidade do sofrimento explica-se por meio do mal, que de certa forma está sempre em oposto ao bem.

O sofrimento ajuda na conversão, reconstrói a fé e pode reconhecer a misericórdia de Deus neste chamado a penitência. O sofrimento de Cristo e sua elevação, e a sua ressurreição, é a confirmação de sua força e superação.

Por isso, sofrer significa abrir-se a ação da força salvadora de Deus, oferecida por Jesus Cristo.

No sofrimento está contido um apelo à virtude que o homem deve exercitar. É a virtude da perseverança em suportar tudo que incomoda com paciência e resignação.

Veja em: “João 3,16”.

O filho de Deus veio ao mundo para livrar-nos do mal, da morte e dar-nos a vida eterna.

Em: “1 Corintios 1,18”.

Cristo sofreu inocentemente e respondeu à pergunta sobre p sentido do sofrimento, com sua palavra e com a cruz.

Assim, o clímax do sofrimento é a cruz e a sua nova dimensão está associado ao amor de Deus, ao nosso reencontro com a fé.

(Texto inspirado na carta pastoral do Papa João Paulo II, com o título: “O sentido cristão do sofrimento”).

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Experiências para reflexão


A ordem natural


Texto de Paulo Coelho:

Um homem muito rico pediu a um mestre zen um texto que o fizesse sempre lembrar o quanto era feliz com a sua família.

O mestre zen pegou um pergaminho e, com uma linda caligrafia, escreveu um pequeno texto:

- O pai morre. O filho morre. O neto morre.

- Como? Eu lhe pedi alguma coisa que me inspirasse, um ensinamento que fosse sempre contemplado com respeito pelas minhas próximas gerações e o senhor me dá algo tão deprimente e depressivo como estas palavras? – disse, com indignação.

- O senhor me pediu algo que lhe fizesse lembrar a felicidade de viver junto à sua família. Se o seu filho morrer antes, todos serão devastados pela dor. Se o seu neto morrer, será uma experiência insuportável. Entretanto, se sua família for desaparecendo na ordem em que coloquei no papel, isso trata-se do curso natural da vida. Assim, embora todos passem por momentos de dor, as gerações continuarão e seu legado demorará muito tempo.

A ordem natural na Bíblia (vontade de Deus):

- morre o pai (Gênesis 25,8);

- e Deus abençoa o filho (Gênesis 25,11);

- morre o filho (Gênesis 35,29);

- morre o neto (Gênesis 49,33).

Eis o legado de Deus.

Reflita e responda: Quem inspirou quem?

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

A voz do coração


Quem acha que tanto faz a música e o trajeto, acaba correndo atrás de qualquer trio elétrico. Depois, não reclame se o trio acabar em becos sem saída!


Esses dias, num exame rotineiro de ecocardiograma, vi os sinais e ouvi dez sons diferentes do meu coração. O jovem e tranqüilo médico deu-me essa chance. Foi bonito e foi educativo. Ouvi sons e gostei de saber que um corpo emite sons diferentes a cada nova área que a máquina percorre. Parecemos cavernas e cachoeiras ambulantes, mas não entendi nenhum daqueles sons e sinais.

Ouvi meu coração falando e cantando ritmado, mas não entendi o que ele dizia. Precisei de ajuda de alguém fora para entender meu próprio coração. Espiritualmente, ocorre o mesmo fenômeno. Ninguém é juiz em causa própria. Erraremos, se teimarmos em seguir nosso coração sem consultar alguém que entenda a sua linguagem.

Como frase de efeito, é bonito e até poético mandar alguém seguir a voz do coração. Na realidade, porém, a grande maioria que fez apenas isso, errou feio. Muitos seguiram o que pensavam que o coração dizia, mas o coração não estava dizendo o que depois fizeram. Casaram-se com a pessoa errada ou tomaram a decisão insensata, baseados apenas na voz do coração.

Sem a ajuda da razão, o coração costuma bater errado! Talvez seja por isso que estão nos Profetas, nos Sapienciais, nos Evangelhos, nos Atos e nas Epístolas, com razoável freqüência, as expressões: ficar atento e prestar atenção.

Crer é exatamente isto: prestar atenção nos sons e sinais que vem de dentro e naqueles que nos chegam de fora. Só os de fora não servem e só os de dentro não bastam.

Um verdadeiro crente em Jesus precisa ouvir o próprio coração, mas também deve escutar os irmãos e consultar a Igreja. O coração erra! O erro dos fanáticos e dos hereges foi seguir apenas a voz do coração, e iludidos, afirmar que aquela voz era do Espírito Santo, quando era apenas o eco do seu coração erradamente interpretado.

Eu teria lido errado aquele ecocardiograma. Precisei do médico para entendê-lo. Mateus 18, 17 nos sirva de guia. Ouçamos mais do que a nós mesmos, mais do que a um só profeta. Ouçamos dois ou três, ou a Igreja! Quem apenas se ouviu, errou. Quem seguiu cegamente um só pregador, errou. Nem Jesus quis seguidores cegos. Exigia reflexão e até mandou os agraciados irem aos sacerdotes do seu tempo.

Feliz é aquele que não ouve nem demais e nem de menos a vos do próprio coração. Isso se chama discernimento. Virtude que nem todos valorizam ou pedem. E é a única que nos garante um caminhar sereno e seguro!



segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Reflexão: Seguir Jesus é conhecê-lo e tornar parte na sua missão.


Evangelho: Marcos 3, 13-19


Nesta passagem Jesus convoca e organiza a nova comunidade para pregar a Boa Nova:

- no versículo 13 na citação “... os que Ele quis”, Jesus manifesta a sua divina vontade, e por iniciativa própria, escolhe quem quer;

- no versículo 14: “... para ficar em Sua companhia”, tempo para prepará-los e imbuí-los do seu Espírito. É o ensino básico para os escolhidos – primeira finalidade da escolha;

- no versículo 15: “... Ele os enviaria a pregar”, uma vez preparados a evangelizar, é a segunda finalidade da escolha;

- nos versículos 16 a 19: “... nome deles”, o nome é a identidade para os judeus, quer dizer, a partir desse momento os Doze fazem parte da vida de Jesus.

Neste Evangelho, encontramos as dimensões bem claras de Jesus:

- formação e missão, escuta e provação, contemplação e ação!

Ação e discipulado dos escolhidos no mundo atual:

- conhecer Jesus, ouvi-lo e dar seqüência à sua missão na sua comunidade. Evangelizar!

Responda e ganhe uma Bíblia Ave Maria e um “Louvemos ao Senhor”:

- Neste Evangelho (Marcos 3, 13-19), como se chama o discípulo conhecido também como “o zelador”?


Respondam até sexta-feira, dia 12/02/2010, e concorram.


Resposta à pergunta confira na segunda-feira, dia 15/02.

Títulos dados a Jesus, encontrados no capítulo 1, 1-51 do Evangelho de João (respostas da semana passada)


1. “O Verbo” (João 1, 14)


2. “O Filho Único” (João 1, 18)


3. “O cordeiro de Deus” (João 1, 29)


4. “O Filho de Deus” (João 1, 34)


5. “Rabi” (João 1, 38)


6. “Messias” (João 1, 41)


7. “Jesus de Nazaré” (João 1, 45)


8. “Mestre” (João 1 49)


9. “Filho do Homem” (João 1, 51)


sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Sacramento: Unção dos Enfermos


1. Reflexões Teológicas:

As dores e as enfermidades afligem a vida de todos e são os maiores problemas que angustiam toda a humanidade. Apesar dos avanços da ciência e a tecnologia a serviço da medicina para atenuar e curar muitas doenças, não conseguem sanar os males pela raiz. O povo fica muito distante de bom atendimento, principalmente os menos favorecidos.

Para os que tem fé, enfrentar o mistério da dor e da morte, transforma-se num ato de coragem e esperança, e pela palavra de Jesus Cristo, a confiança e a coragem para supera-las. A solidariedade da comunidade para com os doentes é a força de Cristo em ação.

Os Evangelhos atestam o quanto o próprio Senhor se empenhou em cuidar corporal e espiritualmente dos doentes. Assim, aquele que obedece gravemente necessita de assistência especial dos irmãos e da graça de Deus para enfrentar a sua situação.

Por isso, da comunidade a solidariedade de amor de Cristo e fortalecimento com o Sacramento da Unção dos Enfermos, poderoso auxílio. Lembrem: “Tiago 5,14-15”.

Este Sacramento dá ao enfermo a graça do Espírito Santo. Proporciona também, em caso de necessidade, o perdão dos pecados e a consumação da reconciliação cristã.

Dificuldades encontradas:

Muitos fiéis ficam sem estes sacramentos: reconciliação, eucaristia e unção dos enfermos, por causa de idéias distorcidas.

Os fiéis, em geral, têm uma idéia distorcida sobre o sacramento da Unção dos Enfermos, quase sempre o associam à idéia de morte. E até por vezes a visita do sacerdote ao enfermo assusta e traumatiza.

Muitas famílias não aceitam a doença como um fato natural e uma realidade a ser assumida com simplicidade e, por isso, isolam ao máximo seus doentes do convívio social, o que acaba por dificultar a ação pastoral tanto do sacerdote quanto da comunidade. Descobrir os doentes nas famílias, muitas vezes, torna-se um desafio.

A própria formação dos sacerdotes quanto à importância evangélica e ao valor humano das pastorais dos doentes deixa a desejar.

Em geral, a assistência espiritual dos enfermos é protelada até a última hora, quando pouco ou nada se pode fazer.

Faltam serviços organizados de pastoral. Poucas pessoas nas Paróquias se interessam por essa pastoral, por sequer uma ação externa a Paróquia, ou seja, ninguém vê. Por outro lado, as pastorais internas na Paróquia, todos disputam para aparecer.

Há no entanto sinais de esperança, como a tentativa de criar ministério não ordenado dos doentes.

A formação e a organização prática dos agentes da pastoral de saúde e dos doentes está longe de ser ideal.
Orientações pastorais:

Necessidade de preparação da Comunidade:

Ao cuidar dos doentes, a Igreja imita e serve Cristo.

A Comunidade deve organizar-se para tal tarefa: Exemplos nas parábolas: “Vai e também tu faze o mesmo”.

O próprio Cristo considera feito a Si próprio todo e qualquer gesto de caridade para com o doente: “Estive enfermo e me visitaste”.

O padre é o principal animador desta pastoral. Compete a ele conscientizar os fiéis das exigências evangélicas e humanas desta pastoral. Animando-os a assumi-lo com espírito de fé e caridade fraterna.

Formação de equipe:

Devem ser pessoas sensíveis e dispostas. Equilibradas e de fácil relacionamento humano. Principalmente pessoas de fé e gosto pelo apostolado junto aos doentes. Ter alguma disponibilidade de tempo para a ação.

O número de pessoas depende das necessidades na Comunidade. Aconselha-se para cada par de agentes (ou dupla como os discípulos), ter de 3 a 5 doentes, ao seu encargo e que, na medida do possível, sejam os mais próximos da sua residência. Para dar-lhes uma boa assistência, sobretudo nos casos mais graves.

Convém que o padre escolha, por indicação dos voluntários, um coordenador e um substituto para planejar a ação pastoral e estabelecer uma reunião mensal para avaliar o atendimento aos doentes.

As visitas aos doentes, se possível duas vezes por semana, tem por finalidade animá-los na fé, confortá-los na caridade e atendê-los nas necessidades espirituais.

A visita aos doentes pelo sacerdote torna-se oportunidade para aproximar os fiéis da Comunidade cristã. A própria visita dos agentes leigos, quando bem orientada, assume grande eficácia para o crescimento da vida comunitária. Muitas vezes, junto ao doente crônico, brota a semente de uma comunidade cristã, que bem cultivada, traz bons frutos.

Contem conosco para ajudar e fornecer subsídios para formar uma pastoral ativa.


Próxima semana: Matrimônio.

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

Preocupar-se com os outros


Quando nos preocupamos com os outros ou com o outro, automaticamente saímos do nosso egocentrismo e começamos a fazer parte do plano de Deus.

Muitas vezes, não entendemos que a palavra “ajudar” não tem significado de quantidade ou proporção de tamanho, mas sim um dever de amor ao próximo. Amor não é só sentimento, amor é decisão.

O que me faz, muitas vezes, crescer, não são as grandes atitudes que tenho que tomar, mas o que é necessário fazer.

Ás vezes, somos muito imaturos, quando achamos que temos o controle total de nossa vida e esquecemos que, quanto mais estamos ajudando, mais somos ajudados.

Talvez a necessidade do outro seja para nós um eterno exercício de começo e recomeço que nos leva a entender que só se vê bem o outro quando se vê com o coração; por que o amor sem ação não passa de um mero sonho, e a ação sem amor torna-se um passatempo.


Débora e Márcia
Eq. 06 – N. Sra. Da Saúde – Setor A
Criciúma - SC



Do blog
: Ouçam o que nos conta Jesus: “Lucas 10,30-37”.

Ouçamos, meditemos, gravemos no coração e façamos o que Ele nos determina.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Pergunta do mês: Por que, quando mudam de religião, algumas pessoas que antes eram católicos se tornam tão contrárias á devoção a Nossa Senhora?


Em minha opinião, os que eram católicos e se converteram a outra religião (quem sabe evangélica) eram fiéis distantes de sua fé. Mergulhados num mar de dor, angustia, desespero e medo, alguém lhes jogou uma tábua, a quem eles se agarraram. Encontraram uma paz que não tinham, porque, embora católicos, viviam longe da prática religiosa. Na outra igreja em que se acertaram, nem sempre os pastores ensinam a respeitar a caminhada de fé dos demais.

Em muitas igrejas, em vez de pregar a comunhão, prega-se a intolerância religiosa. É aí que tantos ex-católicos acabam por jogar pedras na antiga religião, criticando a caminhada de fé. Passam a criticar a Virgem Maria, achando que ela não tem importância alguma; em conseqüência, até perdem a serenidade quando nos vêem testemunhando nosso amor pela Mãe de Jesus. Paciência!

Deixemos que Nossa Senhora os faça entender um dia o papel dela na história da Salvação. Para nós, católicos, que queremos crescer na fé, Maria será sempre a mãe da Igreja, o modelo de discípula e missionária, a companheira de caminhada neste mundo. Nós a chamamos de Mãe de Deus e nossa Mãe. Compreendemos que na Deus a fez “cheia de graça”! Está lá na Bíblia: que Deus sempre esteve com ela; que o Senhor fez grandes coisas em sua vida: que por tudo isso, todas as gerações a chamarão de bem-aventurada.

Continuemos, então, a amá-la, deixando que falem sozinhos os que nos criticam e se irritam por amarmos, venerarmos e invocarmos a Mãe de Jesus e nossa!


terça-feira, 2 de fevereiro de 2010

Confiar sempre em Jesus


Quando somos envolvidos por tribulações, sofrimentos e perseguições, aí então nos lembramos de Jesus.

Buscá-lo com salvação e remédio para nos curar passa a ser a luz no fundo do túnel. Mas para encontrá-lo, é necessário fé e esperança. Depositar Nele toda a nossa confiança. Ele é fiel aos que o buscam de coração sincero e não ilude ninguém. Ouçam-no: “João 16,33”.

Confiar em Jesus é conhecê-lo, amá-lo e fazer o que Ele nos ensina na Bíblia Sagrada, a Boa Nova da Salvação. Acolhendo-o em nossas vidas dessa maneira, estaremos dando uma nova chance a nós mesmos, renovando as esperanças de uma vida nova mais saudável, mais feliz e cheia de paz. Ouçam-no mais uma vez: “Mateus 14,27”.

A nossa confiança em Cristo cresce à medida que nos esquecemos de nós mesmos e nos colocamos disponíveis como seus discípulos e mensageiros.

Quem vive em união com Jesus Cristo não precisa ter medo nem dos homens, nem do mundo e nem da morte. Palavras de São Paulo: “Colossenses 2,7”.

Confiar em Jesus é renovar as esperanças. Reza: “Salmo 22”.

Títulos dados a Jesus

Responda pela Bíblia Ave Maria
Do Evangelho de João, capítulo 1, 1-51




1. “............... João 1,14 ..........................”

2. “............... João 1,18 ..........................”

3. “............... João 1,29 .........................”

4. “............... João 1,34 .........................”

5. “............... João 1,38 .........................”

6. “............... João 1,41 .........................”

7. “............... João 1,45 .........................”

8. “............... João 1,49 .........................”

9. “............... João 1,51 .........................”


Responda certo e ganhe uma Bíblia Ave Maria e o livro “Louvemos o Senhor 2009”, enviando a sua resposta até a próxima sexta-feira, dia 05/02/2010, para o e-mail: paula_vts@hotmail.com com o nome completo, endereço, telefone e e-mail (se tiver).