sábado, 10 de dezembro de 2011

A idade aumenta e a visão diminui? Pode ser degeneração macular

Incidência da doença deve triplicar até 2025, mas novas terapias apresentam excelente grau de eficiência.

Para quem já passou dos 50 anos, a dificuldade, por causa da visão, em realizar atividades como ler, escrever, dirigir e identificar os traços de um rosto pode ser indicio de Degeneração Macular Relacionada a Idade (DMRI),principal causa da perda da acuidade visual nas faixas etárias mais avançadas. Ela atinge 8% dos indivíduos com mais de 50 anos, crescendo exponencialmente até acometer 2/3 das pessoas com 90 anos ou mais. Com o envelhecimento da população, estima-se que ate 2025 os casos em todo o mundo triplicarão.

A DMRI afeta a mácula, uma estrutura localizada no centro da retina,responsável pela visão central e de detalhes. A causa principal é o deposito, no fundo do olho, de drusas,um material acumulado pelas células ao longo dos anos, mas que nem sempre compromete a visão.

Fatores genéticos, hereditários, étnicos (incide mais em pessoas de pele e olhos claros) e tabagismo são alguns fatores de risco. Cerca de 90% dos portadores de DMRI possuem a forma seca da doença (atrófica), mais amena e de progressão gradual ao longo dos anos. Embora não tenha cura, alimentação adequada, uso de suplementos vitamínicos e abandono do cigarro ajudam a retardar sua evolução, se o diagnóstico for feito precocemente. Por isso, após os 50 anos e importante a realização anual do exame de fundo de olho com dilatação de pupila,que permite observar eventuais alterações na mácula.

Os outros 10% tem a DMRI na forma úmida (exsudativa), que se caracteriza pela perda aguda da visão, com formação de manchas no campo visual, uma progressão da forma seca, provocada pelo crescimento anormal de vasos sanguíneos na área da mácula, causando inchaço e hemorragia. O diagnóstico é feito com exames como a retinografia fluorescente, que estuda a circulação no fundo de olho, e a tomografia de coerência óptica, que permite identificar alterações no tecido com elevada resolução.

Usada pela primeira vez em 2005, a terapia antiangiogênica revolucionou o tratamento da DMRI úmida, com a utilização de drogas que bloqueiam o fator de crescimento dos vasos sanguíneos. A droga é injetada no fundo de olho e age diretamente na área afetada, com procedimento realizado em centro cirúrgico, de forma segura e sem dor para o paciente. São três aplicações, uma por mês, com possibilidade de repetição se a resposta ao tratamento for parcial. Hoje, essa é considerada a terapia de escolha para esses casos.

Estudos científicos mostram que 25% a 45% dos pacientes submetidos a terapia antiangiogênica tiveram reversão na perda visual e mais de 90% apresentaram estabilidade.

Mesmo em sua forma mais grave, a DMRI não causa cegueira total, mas pode ser altamente incapacitante, trazendo perda de qualidade de vida. Assim, depois dos 50 anos, é importante estar bem atento para o problema. Afinal, apesar da incidência crescente, a DMRf pode ser perfeitamente controlada com atenção aos fatores de risco, diagnóstico precoce e terapias cada vez mais eficazes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário