A família não está desestabilizada só na Europa ou nos países desenvolvidos, ou nos países marcados pela pobreza extrema. Está desestabilizada não só entre os católicos, mas também em todas as religiões, mesmo naquelas onde se pensa que a estrutura familiar seja sólida. O que falta à família humana? Por que há traições matrimoniais ou por que filhos revoltados matam os pais e pais raivosos renegam o que eles mesmos geraram?
A família não está em crise, ela por si mesma, como a vida humana, é crise, que se alterna com tempos de bonança para depois voltar o grito da tempestade. Há famílias, isto é, eu e você, visto que ninguém pode viver sozinho, que acreditam, que buscam a pedra angular sobre a qual se pode construir o relacionamento humano afetivo, sexual, político, social. Esta pedra angular é o amor.
Santa Teresa de Ávila diz: "o maior problema é que não sabemos o que seja o amor". É verdade. Hoje falamos, como sempre se tem falado, de amor, mas não sabemos sempre concretizá-lo na vida de cada dia. Na maioria das vezes entendemos por amor a própria satisfação, os próprios gostos, ter todos ao nosso serviço, para que façam tudo o que nós desejamos.
É a busca do prazer próprio, sem levar em consideração o outro. Este tipo de amor lentamente se revela como um câncer, vai penetrando e apodrecendo a beleza da vida, o amor, para ser verdadeiro, deve ser atento ao outro, capaz de esquecer-se de si mesmo, da própria felicidade, e ver a felicidade do outro que caminha ao nosso lado. Só posso ser feliz fazendo felizes os demais.
Na família, a pedra fundamental sobre a qual se deve construir o futuro não são coisas, nem beleza, nem juventude, nem saúde, nem projeção, porque tudo isto passa como vento e um belo dia podemos no levantar pobres, doentes, velhos, sem trabalho, mas nunca nos levantaremos sem amor e sem vida.
É preciso sentar-se como Jesus junto ao poço da vida e saber pedir a água aos que vêm buscá-la. Não impor, não dominar, só pedir... e lentamente estaremos em condição de dar a água que trazemos no poço do coração, uma água viva que jorra do alto.
Deixemos de olhar nossa pequena sombra, pensando só em nós mesmos, comecemos a olhar o que o outro espera de mim para que seja feliz. Todo o amor autêntico, verdadeiro, sabe dizer sim e sabe dizer não. Todo sim e todo não que pronunciamos devem fazer crescer o ser humano, a glória de Deus. Nunca o nosso sim e não devem diminuir-nos e diminuir os outros.
Palavra de fé: “Tua mulher será em teu lar como uma vinha fecunda. Teus filhos em torno à tua mesa serão como brotos de oliveira” (Salmo 127/128,3)
terça-feira, 20 de dezembro de 2011
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário