quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

É tempo de fazer balanço

Cada ano lhe reserva um 31 de dezembro. É o fim do ano que chegou. Com foguetes e alegria para uns, com tristezas e pouca esperança para outros.

Antes do baile do “reveillon”, é preciso para um pouco e lançar um olhar sobre o ano que passou. Dobrar a fronte diante do Criador e agradecer a oportunidade que tivemos de viver, enquanto outros já partiram. Houve um superávit ou um déficit no rendimento espiritual do ano?

Quantas chances de realização nos oferece o ano! E nem sempre talvez aproveitamos ao máximo as oportunidades de fazer o bem. A omissão é o grande mal do século. O indiferentismo perante o que deveria ser feito, é dos piores males que aflige a humanidade. E talvez tenhamos incorrido neste erro.

Mais um ano está passando... Milhares e milhares de horas-vida Deus nos deu. Até que ponto temos valorizado esta vida? Esta chance de crescimento que a bondade de Deus nos concedeu?

Mais um ano está chegando. E com ele, esperanças de que tudo melhores. Especialmente no campo espiritual.

O novo ano deverá ser melhor. Em termos de santificação, não podemos contentar-nos com o que já obtivemos. Devemos ser exigentes conosco. Nossa meta é subir, subir sempre. Crescer, crescer sempre. O ideal de perfeição que o Cristo nos apontou é imenso e não podemos cruzar os braços diante do muito que ainda deve ser feito. Leia e medite: “Mateus 5, 48”.

As falhas e os fracassos do ano que termina não devem repetir-se. As lições que a vida nos ensina, estas sim, devem ficar gravadas profundamente em nosso coração. A mais importante, sem dúvida, é aquela que o amor do Mestre nos ensina: que a vida, diariamente, deve ser partilhada.

Um novo ano é a grande oportunidade que Deus nos oferece. Abrem-se novos caminhos, descortinam-se novos horizontes, nascem novas perspectivas.

E mais um ano de graças e de benção com que Deus nos brinda.

Sejamos otimistas, e não derrotados!

Sejamos dinâmicos, e não passivos!

Sejamos construtores da história, e não omissos!

Que você, amigo leitor, tenha um ano cheio de realizações e que o mundo se alegre por você estar vivendo hoje.



Palavra de fé: “Permanece firme em tua aliança com Deus: que isto seja sempre o assunto de tuas conversas. E envelhece praticando os mandamentos”. (Eclesiástico 11,21)

Duas jóias preciosas

Do padre cisterciense Marcos Garcia, em Burgos, na Espanha: “Às vezes Deus retira uma determinada benção para que a pessoa possa compreendê-Lo, além dos favores e dos pedidos. Ele sabe até que ponto pode provar uma alma – e nunca vai além deste ponto. Nestes momentos, jamais podemos dizer ‘Deus me abandonou’. Ele jamais faz isto. Nós é que podemos, às vezes, abandoná-Lo. Se o Senhor nos coloca diante de uma grande prova, também sempre nos dá as graças suficientes – eu diria, mais que suficientes – para ultrapassá-la”.

A esse respeito, a leitora Camila Galvão Piva me envia uma interessante história, intitulada “As duas jóias”: Um rabino muito religioso vivia feliz com sua família – uma esposa admirável dois filhos queridos. Certa vez, por causa de seu trabalho, teve que se ausentar de casa por vários dias. Justamente quando estava fora, um grave acidente de carro matou os dois meninos.

Sozinha, a mãe sofreu em silêncio. Mas sendo uma mulher forte, sustentada pela fé e pela confiança em Deus, suportou o choque com dignidade e bravura. Entretanto, como dar ao esposo a triste notícia? Embora também sendo um homem de fé, ele já tinha sido internado por problemas cardíacos no passado, e a mulher temia que o conhecimento da tragédia acarretasse também a sua morte.

Restava apenas rezar para que Deus lhe aconselhasse a melhor maneira de agir. Na véspera da chegada do marido, orou muito – e recebeu a graça de uma resposta.

No dia seguinte, o rabino retornou ao lar, abraçou longamente a esposa e perguntou pelos filhos. A mulher disse que não se preocupasse com isso, tomasse seu banho, descansasse.

Horas depois os dois sentaram-se para almoçar. Ela lhe pediu detalhes sobre a viagem, ele contou tudo o que tinha vivido, falou sobre a misericórdia de Deus – mas tornou a perguntar pelos meninos.

A esposa, numa atitude, um tanto embaraçada, respondeu ao marido:

“- Deixe os filhos, depois nos preocupamos com eles. Primeiro quero que me ajude a resolver um problema que considero grave”.

O marido já preocupado, perguntou novamente:

“- O que aconteceu? Notei você abatida! Fale tudo o que lhe passa pela alma e tenho certeza que resolveremos juntos qualquer problema, com a ajuda de Deus”.

“- Enquanto você estava ausente, um amigo nosso visitou-me e deixou duas jóias de valor incalculável, para que as guardasse. São jóias muito preciosas! Jamais vi algo tão belo! Ele vem buscá-las e eu não estou disposta a devolvê-las, pois já me afeiçoei a elas. O que você me diz?”.

“- Ora mulher! Não estou entendendo o seu comportamento! Você nunca cultivou vaidades!”.

“É que nunca havia visto jóias assim! Não consigo aceitar a idéia de perdê-las para sempre!”.
E o rabino respondeu com firmeza e muita certeza:

“- Ninguém perde o que não possui. Retê-las equivaleria a roubo! Vamos devolvê-las, eu a ajudarei a superar a falta delas. Faremos isso juntos, hoje mesmo”.

“- Pois bem, meu querido, seja feito a sua vontade. O tesouro será devolvido. Na verdade, isso já foi feito. As jóias preciosas eram nossos filhos. Deus os confiou a nossa guarda e durante a sua viagem veio buscá-los. Eles se foram...”.

O rabino compreendeu na mesma hora. Abraçou a esposa e juntos derramaram muitas lágrimas – mas tinha entendido a mensagem e a partir daquele dia lutaram para superar juntos a perda.

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Amanhã é Natal!

Por que a noite de Natal é noite de Ceia de Natal?

Porque nasce o mensageiro da Boa-Nova de que Deus tem boa vontade para com todos os pobres.

Porque nasce a luz do mundo, para que em nossa vida não caminhemos pelas trevas do pecado.

Porque nasce aquele que vem dar-nos verdadeiros desejos de viver, imprimindo à nossa vida um novo sentido e uma nova orientação.

Porque nasce “Aquele” que foi o único capaz de poder afirmar com verdade: “Vinde a mim todos os que estais tristes e aflitos; Eu vos aliviarei”.

Porque nasce o verdadeiro Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo, esse pecado coletivo que nós homens de todos os tempos fabricamos.

Porque nasce “Aquele” que vos dará como preceito de sua religião: “Amai-vos uns aos outros”.

Porque nasce quem pôde dizer: “Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que morra, viverá para sempre”.

Motivos mais que suficientes para que chamemos essa noite uma verdadeira NOITE DE CEIA DE NATAL.




Palavra de fé: “O anjo disse-lhes: - Não temais, eis que vos anuncio uma boa-nova que será alegria para todo o povo: hoje vos nasceu na cidade de Davi um Salvador, que é Cristo Senhor”. (Lucas 2, 10-11)

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Má postura, a grande vilã das dores nas costas

A dor nas costas é uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos. De acordo com dados da Organização Mundial de Saúde, 80% dos adultos sofrerão pelo menos uma crise aguda durante toda a vida.


Esse incômodo ocorre, principalmente, em pacientes sedentários, obesos e entre aqueles que mantêm uma má postura, prática muito comum entre os brasileiros.


O indivíduo que não faz um alongamento adequado, não senta corretamente na cadeira ou trabalha muito em pé, pode ter dores nas costas.


Nas atividades do lar, por exemplo, fazer movimentos incorretos para varrer o chão, carregar um simples balde ou abaixar para pegar um objeto de maneira errada, pode se transformar em um transtorno.


A falta de prevenção pode converter aquela “dorzinha” em escoliose, cifose ou os famosos bicos de papagaio. Procure um especialista, pois com um exame simples de radiografia, o médico poderá avaliar e conduzir um tratamento correto.


No canal da Clínica Fares no Youtube, você encontra mais informações sobre este tema, entre outras dicas de saúde e bem estar.


Acesse os sites:

www.youtube/dicasdesaude.com.br e www.clinicafares.com.br




Palavra de fé: “Aquele que peca na presença daquele que o fez, cairá nas mãos do médico”. (Eclesiástico 38, 15)

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Jesus guia nossos passos no caminho da paz

Inspirado no cântico de Zacarias: “Lucas 1, 67-79”.


Palavras de Santo Agostinho: “Desperta, ó homem! Por ti, Deus se fez homem. Celebramos com alegria a vinda de nossa salvação e redenção. Ele se converteu para nós em Justiça, santificação e redenção. A verdade brotou na terra. Alegremo-nos por essa graça, para que nossa glória seja o testemunho que nos dá consciência. Que graça maior pode fazer-nos Deus? Tendo um Filho único, o fez Filho do Homem para que o Filho do Homem se fizesse Filho de Deus. Procura qual é a tua Justiça e observa se podes outra coisa encontrar senão a graça”.

O cântico de Zacarias coloca diante de nossos olhos a coisa mais essencial que Jesus nos traz, a verdadeira natureza de sua liberdade: a libertação de todos os nossos inimigos. Isso significa a libertação de tudo o que nos mantém longe do nosso destino como filhos de Deus.

A missão de João Batista é ser profeta do Deus Altíssimo para preparar o caminho do Filho de Deus. E o Filho de Deus guiará o povo pelo caminho da paz, que na Sagrada Escritura significa integridade, harmonia e vida plena, em todos os sentidos.





Palavra de fé: “Cantarei, eternamente, as bondades do Senhor; minha boca publicará sua fidelidade de geração em geração”. (Salmo 88, 2)

sábado, 18 de dezembro de 2010

Sugestões para presentes de Natal

Todas as lojas estão oferecendo seus artigos. Também eu venho ofecer-lhe uma sugestão para este Natal. Sugestão de presentes que você pode ofertar, sem prejudicar com isso o orçamento.


Sugestão para você que é esposo:

- reavivar sua ternura com a esposa e filhos. Um amor, desinteressado e total, é melhor presente que você lhes pode ofertar. Um tempo disponível para eles, deixando um pouco o corre-corre de sua vida agitava, para criar um clima de diálogo em seu lar. Uma preparação espiritual com todos, para o Cristo renascer de fato em cada coração.

Sugestão para você que é esposa:

- junto com os ornamentos com os quais vocês vai embelezar o lar, procure ornamentar o seu coração e o de seu esposo e filhos. Eles merecem um carinho todo especial para viverem espiritualmente bem o Natal. Você, que é mãe, já lhes sugeriu uma boa confissão e comunhão, para que tenha de fato sentido celebrar o Natal? Ou a família de vocês vai ficar na base de festinha, peru assado e champagne de meia noite?

Sugestão para você jovem:

- dê a seus pais, neste Natal, o presente da compreensão e do diálogo, que ás vezes durante o ano, você lhes negou. Será que eles esperariam outra coisa de você?

Uma sugestão para todos:

- o melhor presente que você pode dar a si mesmo, à humanidade e a Deus, é você preparar-se espiritualmente bem para o Natal, participando ativamente da vinda do Senhor. Faça Jesus Cristo renascer em você e todo mundo sairá lucrando com isso. Este é o maior presente que você pode oferecer.

Claro, teria outras sugestões... por exemplo: para você que está brigado, a sugestão é a paz e a reconciliação. Para você que é viciado, largar o vício e virar gente. Para você que reza pouco: rezar mais. Para você que anda “desligado”: voltar de novo à vivência da fé.

Para quem ama, cada dia é Natal.

Viva, hoje mesmo, as sugestões apresentadas e seja feliz com Cristo!


Palavra de fé: “Tudo isto não é mais do que a sombra do que devia vir. A realidade é Cristo”. (Colossenses 2, 17)

quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

Leite materno, mais que um alimento

O leite materno é considerado, por todos os órgãos importantes da saúde, o alimento ideal para a criança, desde o nascimento até os dois anos de vida.


Rico em nutrientes, o leite materno possui de 35% a 58% de gordura, 35% a 44% de carboidratos, 5% a 7% proteínas, cálcio, fósforo, vitaminas, ferro e uma série de outros micro nutrientes. Além de aumentar a imunidade e proteger a criança contra doenças respiratórias e diarréias infecciosas.


O leite materno traz benefícios até na vida adulta, pois é fator de prevenção de algumas doenças crônicas. Vários estudos recomendam seu uso exclusivo até os seis meses de idade. Nenhum outro tipo de alimento é necessário, nem água ou chá, somente algumas vitaminas recomendadas pelo pediatra.


Por isso, diversas pesquisas em todo mundo, inclusive no Brasil, demonstram que as crianças amamentadas exclusivamente no peito até os seis meses tiveram menos risco de contraírem doenças respiratórias ou diarréias. Estima-se que o aleitamento materno exclusivo pode reduzir em 50% as mortes por doenças respiratórias e 66% das causas por diarréias.


No canal da Clínica Fares no Youtube você encontra mais informações sobre este tema e outras dicas de saúde e bem estar.




Palavra de fé
: “Como crianças recém-nascidas desejai com ardor o leite espiritual que vos fará crescer para a salvação”. (1 Pedro 2, 2)

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Anunciar o Evangelho

Por serem membros da Igreja os fiéis leigos, têm por vocação e missão, anunciar o Evangelho. Para essa obra foram habilitados pelos sacramentos da iniciação cristã e pelos dons do Espírito Santo. Os leigos têm parte ativa na vida e na ação da Igreja. Participando ativamente da vida litúrgica da comunidade, devem empenhar-se nas obras e ações das pastorais.


Devem ter bons sentimentos e acolhimento para trazer de volta a Igreja, os irmãos e irmãs que estiverem afastados e fazer jus ao prêmio: “Tiago 5, 19-20”.


Cooperar intensamente na comunicação da Palavra de Deus, sobretudo na atividade catequética.


Toda a missão da Igreja se faz sob a graça e a ordem de Jesus Cristo: “Mateus 28, 19-20”.


“Evangelizar é a graça e a vocação própria da Igreja, a sua identidade mais profunda”. (Paulo VI)


Evangelizando, a Igreja é constituída e plasmada como Comunidade de Fé, mais precisamente como comunidade de uma fé confessada na adesão à Palavra de Deus, celebrada nos sacramentos e vivida na caridade.


A Boa Nova tende a despertar no coração e na vida do homem a conversão e a adesão pessoal a Jesus Cristo.


Sem dúvida, a ordem de Jesus: “Ide e pregai o Evangelho”, lembra-nos da urgência que não passa... ajudá-lo na missão.


A situação atual, não só no mundo, como também de tantas partes da Igreja, exige que a Palavra de Cristo se preste uma obediência mais pronta e generosa.


Todo discípulo é chamado pessoalmente. Nenhum discípulo pode negar-se de dar sua própria resposta: “1 Coríntios 9, 16”.


Ano novo está chegando... é hora de nos lançarmos numa nova evangelização! Jesus, como sempre, espera.


Palavra de fé: “Pois fostes regenerados não duma semente corruptível, mas pela Palavra de Deus, semente incorruptível, viva e eterna”. (1 Pedro 1, 23)

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Insônia

A insônia, aquela situação em que o sono é escasso ou não é reparador, é algo muito comum, ocorrendo mais frequentemente em mulheres, idosos e pessoas com problemas emocionais. Muitas vezes é desencadeada por doenças, principalmente a que causam dor, como artrite, ou pelo uso de certos medicamentos e substâncias que tiram o sono, como o café.


Existem medidas que podem ajudar em casos de insônia. Para começar, é bom que o quarto de dormir seja suficientemente escuro e silencioso (para algumas pessoas, um ruído constante, de fundo, como o de um ventilador de teto, ajuda a conciliar o sono), com temperatura agradável, e que a cama seja confortável. Evitar café, chá, bebidas energizantes e refeições fartas perto da hora de dormir, quando idealmente deve ser sempre a mesma, assim como a hora de despertar. O exercício físico, praticado durante o dia, favorece o repouso, segundo pesquisadores da Universidade de Satnford, nos EUA. Técnicas de relaxamento também são úteis.


Se a pessoa não consegue conciliar o sono, o melhore levantar e ler ou ouvir música suave, evitando o “tenho que dormir de qualquer jeito”, que não funciona. Aliás, idealmente a cama só deveria ter duas funções: sono e sexo. Levar coisas para fazer no leito não é boa idéia. Já a sesta (curta, em torno de vinte a trinta minutos) pode ajudar. Quanto a medicamentos, só aqueles que o médico prescreve, mesmo porque, quando a insônia se prolonga, uma consulta ao doutor sempre está indicada.



Palavra de fé: “Honra o médico por causa da necessidade, pois foi o Altíssimo quem o criou”. (Eclesiástico 38, 1)

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

O círculo da alegria e da felicidade

Conta Bruno Ferrero que, certo dia, um camponês bateu com força na porta de um convento. Quando o irmão porteiro abriu, ele lhe estendeu um magnífico cacho de uvas.

- Caro irmão porteiro, estas são as mais belas produzidas pelo meu vinhedo. E venho aqui para dá-las de presente.

- Obrigado! Vou levá-las imediatamente ao abade, que ficará alegre com esta oferta.

- Não! Eu as trouxe para você.

- Para mim? – o irmão ficou vermelho, porque achava que não merecia tão belo presente da natureza.

- Sim! – insistiu o camponês. – Porque sempre que bati na porta, você abriu. Quando precisei de ajuda porque a colheita estava destruída pela seca, você me dava um pedaço de pão e um copo de vinho todos os dias. Eu quero que este cacho de uvas traga-lhe um pouco do amor do sol, da beleza da chuva e do milagre de Deus, que o fez nascer tão belo.

O irmão porteiro colocou o cacho diante de si e passou a manhã inteira a admirá-lo: era realmente lindo. Por causa disso, resolveu entregar o presente ao abade, que sempre o havia estimulado com palavras de sabedoria.

O abade ficou muito contente com as uvas, mas lembrou-se que havia no convento um irmão doente, e pensou: “Vou dar-lhe o cacho. Quem sabe, pode trazer alguma alegria à sua vida”.

E assim o fez. Mas as uvas não ficaram muito tempo no quarto do irmão doente, porque este refletiu: “O irmão cozinheiro tem cuidado de mim por tanto tempo, alimentando-me com o que há de melhor. Tenho certeza que se alegrará com isso”.

Quando o irmão cozinheiro apareceu na hora do almoço, trazendo sua refeição, ele entregou-lhe as uvas.

- São para você – disse o irmão doente. – Como sempre está em contato com os produtos que a natureza nos oferece, saberá o que fazer com esta obra de Deus.

O irmão cozinheiro ficou deslumbrado com a beleza do cacho e fez com que o seu ajudante reparasse a perfeição das uvas. Tão perfeitas, pensou ele, que ninguém para apreciá-las melhor que o irmão sacristão. Como era ele o responsável pela guarda do Santíssimo Sacramento e muitos no mosteiro o viam como um homem santo, ele seria capaz de valorizar melhor aquela maravilha da natureza.

O sacristão, por sua vez, deu as uvas de presente ao noviço mais jovem, de modo que este pudesse entender que a obra de Deus está nos menores detalhes da criação. Quando o noviço o recebeu, o seu coração encheu-se da Glória do Senhor, porque nunca tinha visto um cacho tão lindo. Na mesma hora lembrou-se da primeira vez que chegara ao mosteiro e da pessoa que lhe tinha aberto a porta. Fora este gesto que lhe permitira estar hoje naquela comunidade de pessoas que sabiam valorizar os milagres.

Assim, pouco antes do cair da noite, ele levou o cacho de uvas para o irmão porteiro.
- Coma e aproveite – disse o noviço. – Porque você passa a maior parte do tempo aqui sozinho e estas uvas o fará muito feliz.

O irmão porteiro entendeu que aquele presente tinha lhe sido realmente destinado, saboreou cada uma das uvas daquele cacho e dormiu feliz.

Desta maneira, o círculo foi fechado. O círculo de felicidade e alegria, que sempre se estende em torno das pessoas generosas.




Palavra de fé: “Um amigo fiel é uma poderosa proteção: quem o achou, descobriu um tesouro”. (Eclesiástico 6, 14)

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Catequese Bíblico-Missionária

Jesus Cristo: ontem...
O Templo, em Jerusalém, era o centro político, econômico, social, religioso e o orgulho dos judeus perante os outros povos. Jesus diz que: “não ficará pedra sobre pedra e tudo será destruído”. E a história mostra que, nos anos 70, os romanos destruíram o Templo e também a cidade de Jerusalém.

Lucas, que escreve por volta do ano 85, aproveita esse acontecimento para mostrar, à comunidade cristã, que, ao contrário do que muitos judeus pensavam ainda não era o fim do mundo, nem o julgamento final. Diante de tantas perseguições, guerras, terremotos, fome e outros sinais, o importante era permanecer firmes na fé, resistir à violência e ser solidários para “ganhar a vida!”.


Hoje...
Diante de tantos acontecimentos, como: guerras, fome, aquecimento global, destruição da camada de ozônio, tsunamis, terremotos e muitos outros, uns pensam que já estamos no fim do mundo e que, em breve, acontecerá o juízo final.

No Evangelho de hoje, Jesus nos alerta que essas coisas vão acontecer e que a vida continua, pois o fim do mundo acontecerá no momento de nossa morte, longe de nos causar medo ou pânico. O importante é testemunhar nossa fé. Para isso, muitos cristãos sofreram o martírio, e alguns, ainda hoje, por denunciar as injustiças, são mortos.

Mas o que é a morte diante da vida? Malaquias diz que, para os que temem a Deus, “nascerá o sol da justiça, trazendo salvação”, e Jesus mostra que a vida vence a morte. Por isso, Ele ressuscitou.

Não temos de ficar preocupados com o futuro, e sim com o presente. Paulo exorta os cristãos a trabalharem dia e noite para ganhar o pão e que o importante é nunca cansar de fazer o bem (2Ts 3, 13). Nossas boas obras, no presente, a fé, a graça de Deus e a justiça serão essenciais para “ganharmos a vida!”.

... e sempre
O cristão é convidado a testemunhar sua fé num mundo que, muitas vezes, prega outros valores. Assim pode ser odiado, perseguido ou até morto pelos detentores do poder, como foi Jesus Cristo. No que depender de nós, temos de fazer nossa parte e permanecermos firmes na fé, diante dos tantos desafios. O importante é lutar para que todos possam ter vida plena no presente e no futuro, pois, no fundo, tudo gira em torno do “ganhar a vida!”.



Palavra de fé: “A palavra de Cristo permaneça em vós em toda a sua riqueza, de sorte que com toda a sabedoria vós possais instruir e exortar mutuamente”. (Colossenses 3, 16)

Cuidados com o idoso

Tonturas e fraquezas nas pernas são algumas das causas que levam idosos a caírem com freqüência. Para evitar fraturas, o melhor é fazer algumas modificações dentro da residência:


Entrada: prefira rampas e escadas. Ambas devem ter sempre corrimão, de preferência de cor chamativa.


Piso: evite os lisos e o uso de tapetes e passadeiras que podem provocar escorregão. No banheiro, substitua tapetinhos por adesivos antiderrapantes.


Luz: à noite, use luzes fracas espalhadas pelos corredores para que o idoso possa se locomover pelos ambientes, com segurança, com o mínimo de claridade.


Móveis: opte por peças mais altas e com braços para facilitar o apoio do idoso na hora de levantar.


Mesas e bancadas: o melhor é comprar ou montar aquelas em que seja possível preparar a comida sentada.


Armários: objetos do dia a dia devem ficar na altura dos braços, para evitar que o idoso tenha de se abaixar muito ou pegar escada.


Banheiro: instale barras, principalmente dentro do box e perto do vaso sanitário.


Vaso sanitário: opte pelos modelos mais altos.


Apoio: além das barras, tenha sempre um assento fixo dentro do box para maior apoio.


Quarto: a cama deve ficar próxima de um interruptor de luz.


Porta: instale portas largas para facilitar a passagem do andador e da cadeira de rodas.

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

O que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?

Resposta de Santo Agostinho:


- Eis como respondo a quem pergunta: “Que fazia Deus antes de criar o céu e a terra?”. Não vou responder como aquele que, segundo se narra, respondeu, contornando com graça a dificuldade da pergunta: “Deus preparava o inferno para aqueles que perscrutam estes profundos mistérios”. Não vou responder assim, porque uma coisa é procurar compreender, outra é querer brincar.

Eu preferiria responder: “Aquilo que não sei, não sei”. Seria melhor do que dar uma resposta que exponha ao ridículo quem faz uma pergunta profunda e traga louvor a quem deu uma resposta falsa. Mas, eu respondo meu Deus, que és o criador de tudo. E se pelo nome de céu e terra se compreendem todas as criaturas, responderei sem exitar: “Antes de criar o céu e a terra, Deus não fazia nada”. Pois, se tivesse feito alguma coisa, o que poderia ser, senão uma criatura?”.

Oxalá pudesse saber tudo o que importa conhecer, como estou certo de que não havia nenhuma criatura antes da primeira criatura!




Palavra de fé: “Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus”.
(Salmo 8, 2)

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Sua vida pode ser cheia de alegria

“Na exata proporção em que damos alegria a receberemos em troca. É uma lei de exata reciprocidade. A alegria aumente quando a damos, e diminui quando tentamos reservá-la só para nós. Alias a menos que a demos, acabaremos por perdê-la. Dando-a, acumularemos um depósito de alegria maior do que jamais poderíamos esperar”.

Meditai e crede: “Filipenses 4, 4”.

E mais: “João 13, 17”.

Tão convencido estou da importância dos pensamentos alegres para melhorarem a vida que os pratico deliberadamente e preparei uma fórmula simples para me ajudar:

1. Procurei no Novo Testamento todas as referências à alegria, e as tem em grande quantidade. Aliás, o Novo Testamento é um livro alegre e o Cristianismo é uma religião alegre;

2. Tratei de decorar uma porção destas passagens. Por tal método, poderá recondicionar sua mente. Por um processo de absorção de pensamentos alegres tenderá a expulsar os sombrios;

3. Costumo repetir diariamente algumas dessas passagens. Repetindo constantemente, em voz alta um pensamento, você acabará por modificar-se, harmonizando-se com Ele. Com o tempo, tenderá a tornar-se como está pensando e dizendo;

4. Fiz uma lista de todos os fatos alegres em minha vida. Leio-a frequentemente, para rememorar as razões de minha alegria;

5. Procuro levar alegrias ao maior número possível de pessoas. É um fato curioso este de obter alegria, dando-a. Perderá a alegria se, egoisticamente, tentar guardá-la só para si;

6. Procuro enxergar o lado alegre da vida. A pessoa deve ver claramente os sofrimentos da vida e ajudar a aliviá-los, o melhor que puder. Mas também, há muitas alegrias e a pessoa deve saber igualmente enxergá-las;

7. Tomei o hábito de agir alegremente de um modo normal e sensato.




Palavra de fé: “Eu me aproximarei do altar de Deus, do Deus da minha alegria e exultação”. (Salmo 42, 4)

Eu quero encontrar Deus

O homem chega exausto no mosteiro:

- Venho procurando Deus há muito tempo, falou. Talvez o senhor me ensine de maneira correta de encontrá-lo, sugeriu o viajante.

- Entre e veja nosso convento, disse o padre, pegando-o pelas mãos e levando-o até a capela. – Aqui estão as mais belas obras de arte do século 16, que retratam a vida do Senhor e Sua glória junto aos homens.

O homem aguardou, enquanto o padre explicava cada uma das belas pinturas e esculturas que adornavam a capela. No final, repetiu a pergunta: - Muito bonito tudo o que vi. Mas eu gostaria de aprender a maneira mais correta de encontrar Deus.

- Deus!, respondeu o padre. – Você disse muito bem: Deus! E levou o homem até o refeitório, onde estava sendo preparado o jantar dos monges.

- Olhe à sua volta: daqui a pouco será servido o jantar, e você está convidado para comer conosco. Poderá ouvir a leitura das escrituras, enquanto sacia sua fome.

- Não tenho fome e já li todas as escrituras, insistiu o homem. – Quero aprender. Vim até aqui para encontrar Deus.

O padre de novo pegou o estranho pelas mãos e começaram a caminhar pelo claustro, que circundavam um belo jardim.

- Peço aos meus monges para manterem a grama sempre cortada, e que tirem as folhas secas da água da fonte que você vê ali no meio. Penso que este é o mosteiro mais limpo de toda a região.

O estranho caminhou um pouco com o padre, depois pediu licença, dizendo que precisava ir embora.

- Você não vai ficar para jantar? – perguntou o padre.

Enquanto montava no seu cavalo, o estranho comentou: - Parabéns por sua bela igreja, pelo refeitório acolhedor, pelo pátio impecavelmente limpo. Entretanto, eu viajei muitas léguas apenas para aprender a encontrar Deus, e não para deslumbrar-me com eficiência, conforto e disciplina.

Um trovão caiu do céu, o cavalo relinchou, e a terra foi sacudida. De repente, o homem tirou seu disfarce, e o padre viu que estava diante de Jesus.

- Deus está onde o deixam entrar – disse Jesus. – Mas vocês fecharam a porta deste mosteiro para ele, usando regras, orgulho, riqueza, ostentação. Da próxima vez que um estranho se aproximar pedindo para encontrar Deus, não mostre o que vocês conseguiram em nome Dele. Escute e pergunta e tente respondê-la com amor, caridade e simplicidade.


Palavra de fé: “Buscai o Senhor, já que Ele se deixa encontrar, invocai-o já que está perto”. (Isaias 55, 6)

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Ter sabedoria é não esquecer o objetivo da vida

Sucesso.... e então?



O grande escritor espanhol, Lope de Veja, estava em seu leito de morte. Sua vida passou então como um filme diante dos seus olhos. Tinha tido de fato muito sucesso... Não deveria, pois, estar satisfeito ao fim de uma existência tão cheia de êxito?


Quando chegou, porém, sua última hora de vida, ele passou a ver as coisas de forma diferente. O médico que cuidava dele disse-lhe maravilhado: “O senhor pode morrer feliz. O mundo não o esquecerá. O senhor entrará na história como alguém grandioso”.


“Senhor doutor”, disse o moribundo, “vejo agora tudo mais claramente: perante Deus, é grande somente quem tem bom coração. Ficaria feliz se pudesse trocar todos os aplausos recebidos em minha vida por uma só boa ação...”.




Palavra de fé: “Sim, a sabedoria é um espírito que ama os homens, mas não deixará sem castigo o blasfemador pelo crime de seus lábios, porque Deus lhe sonda os rins, penetra até o fundo do seu coração, e ouve as suas palavras”. (Livro da Sabedoria 1, 6).

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

Plano de Deus – Revelação amorosa

Na sua infinita misericórdia, em uma decisão de pura bondade e amor, Deus criou livremente o homem para fazê-lo participar da sua vida bem aventurada. Então Deus disse: “Gênesis1, 26-28”.

Por isso desde o início da humanidade está sempre perto do homem.

No plano de Deus, homem e mulher foram criados à sua imagem e chamados a conhecê-lo e amá-lo com todas as suas forças.

Por uma decisão totalmente livre e espontânea, Deus se revela e se doa ao homem: “Efésios 1, 11”.

Por isso precisamos abrir o nosso coração e conhecer melhor Aquele que preparou para nós um “plano de amor” que só pode revelar-se, a nós, claramente pela fé.

Acolhamos a oração de São Paulo sobre o amor de Deus por nós: “Efésios 1, 18-19”.

Muitos são os projetos do coração humano, mas é o desígnio de Deus que permanece firme e se realiza segundo o plano amoroso de Deus, o acontecimento central da história humana é este: “1 João 4, 9-10”.

Cristo é a imagem de Deus no meio de nós, o primogênito do Plano de Deus e de toda a criação.

Cristo é o centro da catequese do Plano de Deus. No seu sofrimento e morte na cruz, ressuscitou e agora vive conosco, para sempre, pelo Espírito Santo: “Mateus 18, 19-20”.

Desde o início da criação até a consumação dos tempos, toda a obra de Deus é uma benção, um projeto de Salvação e vida eterna.

Jesus Cristo veio ensinar-nos com palavras, ensinamentos e exemplos, o caminho da salvação, que nos leva ao Pai: “João 14, 6”.

Após a morte e ressurreição aparece aos discípulos e lhes transmite toda a autoridade para dar continuidade à sua missão de anunciar a todos a salvação, o plano amoroso de Deus: “Mateus 28, 18-20”.

Assim também nós cristãos batizados somos convidados a dar seqüência, no mundo de hoje, ao plano de Deus a partir das nossas famílias e também agindo na Comunidade e no mundo.

Atribui-se:

- ao Pai – a nossa salvação: “Ato dos Apóstolos 2, 23”;

- ao filho – a redenção no seu sangue: “Efésios 1, 7-8”;

- ao Espírito Santo – a santificação e comunicação da vida: “Efésios 1, 13-14”.





Portanto é pela união com Cristo nos tornamos partícipes da paz e do amor de Deus: “1 Pedro 5, 14”.

O Santo age onde quer, pois o essencial é que o plano de Deus seja levado adiante. Estar sempre disposto a reconhecer a ação de Deus em pessoas e lugares inesperados.

Observação: reflexão partilhada no Encontro de Casais com Cristo (ECC) na Paróquia Santo Inácio de Loyola – Vila Mariana – em 20/11/2010.


Palavra de fé: “Portanto, consolai-vos uns aos outros com estas palavras: “1 Tessalonicenses 4,18”

terça-feira, 23 de novembro de 2010

Déficit de atenção e hiperatividade

Será que o seu filho tem?

Saiba, de uma vez por todas, o que é mito e o que é verdade em relação ao TDAH.

Os especialistas atestam a gravidade da doença e prescrevem medicamentos para as crianças. Ao contrário, jornais e revistas questionam a existência do distúrbio. Aí fica a confusão na cabeça dos pais. Nada de desespero. O TDAH é um dos mais bem estudados transtornos da psiquiatria – mais de 8 mil pesquisas foram realizadas e apresentadas no III Congresso Internacional da Associação Brasileira do Déficit de atenção (ABDA), realizada no Rio de Janeiro.

Afinal, o que é TDAH?

Talvez você conheça alguém com este sintoma. O menino não pára quieto, a menina é distraída e vive no mundo da lua. Estes comportamentos são sintomas de um transtorno neurobiológico. Crianças com TDAH reagem menos a alguns estímulos, além de terem partes do cérebro menores que o normal. Tem dificuldades de regular dopamina e repinefrina, substâncias necessárias para a concentração e o controle de impulsos.

O TDAH tem três subtipos:

1. O predominante desatento, é o que, apesar de ter sintomas de hiperatividade, apresenta mais os de desatenção. É a criança que não consegue se concentrar para copiar matérias ou fazer tarefas. Vai mal à escola e nas provas, porque não lê direito os enunciados. Está no mundo da lua e não termina o que começou. É o tipo mais comum, por isso, a maioria dos pais não os leva às clínicas médicas, porque a criança não dá trabalho, ou seja, mal é notada. Passa horas e horas fazendo o que gosta como: desenhar, jogar vídeo game, mas terá dificuldades na atividade menos atraente ao seu gosto.

2. Sintomas de hiperatividade e impulsividade, neste caso, a criança não pára quieta. Seu comportamento é excessivo. Arrisca-se mais que o normal em relação à idade, corre e fala sem parar, age sem pensar. Os pais devem prestar atenção minuto a minuto, pois o risco de acidentes é grande. É o tipo mais raro.

3. Combinato é uma mistura dos dois sintomas citados anteriormente.

Todo mundo tem alguns desses sintomas, mas não o bastante para se diagnosticar TDAH. É preciso que ocorram com freqüência bem maior que nas outras pessoas, que atrapalham as principais atividades da vida. Alguns até consegue, tirar boas notas e ir bem na carreira profissional. Mesmo assim, pode ocorrer algum dano em outra área, como a social e a pessoal.

É o que aparece nas estatísticas da doença. As crianças com TDAH têm de duas a quatro vezes mais chances de sofrer acidentes ou traumas e sete vezes mais chances de envenenamento. Quando adultos, tem três vezes mais chances de morrer na juventude.

São mais suscetíveis a álcool e drogas e mais probabilidades de engravidar na adolescência e abandonar a escola mais cedo.

Apesar da gravidade do distúrbio, reconhecido pela Organização Mundial da Saúde, o TDAH causa polêmica. Alguns defendem que ele não existe e que seria uma invenção da indústria farmacêutica para vender remédios. Mas para os estudiosos a verdade é outra.

“Ciência não é questão de opinião, e sim, pesquisa”, diz o presidente da ABDA, Paulo Mattos, da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Duvidar que o TDAH existe é o mesmo de duvidar de diabetes ou do câncer.

Preste atenção no seu filho para ver se há algum problema. “Existe a criança bagunceira e a criança com TDAH”, diz Paulo Mattos. São coisas diferentes. Apenas o que tem o distúrbio deve ser medicado. O difícil é fazer o chamado “diagnóstico diferencial”, ou seja, distinguir sintomas com exatidão o transtorno que acomete a criança. Os sintomas do TDAH podem ser confundidos com os da depressão ou dislexia, por exemplo.

As complicações aumentam quando se pensa nos transtornos que acompanham o TDAH. “As doenças vem em conjunto”, diz Russel Barkley, do Departamento de Psiquiatria da Universidade Médica Upstate, de Nova Iorque, nos EUA. Quem tem uma, tem mais chance de ter a outra.

No TDAH, 80% dos portadores, em média, apresentam pelo menos uma; 54% apresentam duas. O sucesso do tratamento depende de diagnosticar todas as doenças existentes. Por exemplo, tratar uma criança com TDAH será diferente de tratar uma que tenha TDAH e transtorno bipolar.

Existe o risco de uma criança ser diagnosticada e não ter o distúrbio? Sim. Como a doença não é detectada por exames laboratoriais, e sim por avaliação clínica, pode haver engano. Por isso, é fundamental procurar um bom especialista. Um ponto de partida é o site da ABDA – www.tdah.org.br – que indicam profissionais e traz dados sobre a doença.

Pesquisar, ler livros, visitar sites confiáveis, conversar com especialistas, dará aos pais mais segurança. Não é preciso dar remédios para os filhos sem questionar. Os pais precisam ter segurança para fazer o melhor para seus filhos. O diagnóstico correto é fundamental para que a criança receba o tratamento adequado e não tomar remédios à toa.

Em alguns pacientes, os sintomas diminuem com a idade. De 14% a 35% estarão curados aos 18 anos. A maioria conviverá com o distúrbio por toda a vida. É crônico como o diabetes, precisando tratá-lo todo o dia, na maior parte com medicação. Casos leves não precisarão de medicamentos, mas cerca de 80% vão. Nesses casos, o metilfenidato, composto de remédios como Ritalina, que é o único disponível no Brasil. Tecnicamente é um estimulante, mas o efeito é o oposto: aumenta a concentração e diminui a hiperatividade e impulsividade. Melhorando os índices de leitura, decréscimo do absenteísmo e da repetência escolar. Apesar dos benefícios, a Ritalina é polêmica. Talvez, por causa do crescimento das vendas do remédio.

Nos EUA, onde o TDAH é mais conhecido, o número de pacientes tratados chega a 60%.

A Ritalina pode causar efeitos colaterais, como: impotência, irritação gástrica e dor de cabeça. Além disso, é contra indicado para pacientes com arritmias cardíacas, tique motores, hipertensão e glaucoma.

Ele altera o organismo para que o cérebro funcione melhor. É como um par de óculos: corrige a maneira como a criança enxerga o mundo.

Para tratar os sintomas primários do TDAH, ou seja, hiperatividade, impulsividade e desatenção, a psicoterapia não tem muito efeito. Já a medicação resolve de imediato. A terapia pode ajudar e colaborar na aceitação do distúrbio, mas não irá curá-lo. Da mesma forma que se altere o ambiente para que um deficiente possa movimentar-se com mais facilidade, assim deve ser alterada a rotina do portador de TDAH. Significa, por exemplo, sentar na primeira carteira na escola e entregar cinco problemas de cada vez, no lugar de cinqüenta ao mesmo tempo. A taxa de herança genética é de 75%, uma das mais altas da psiquiatria, diz a geneticista Tatiana Alegre. Tanto que, 30% dos casos é preciso tratar também os pais.

O ambiente influencia apenas em torno de 25%. Entre os fatores ambientais associados ao TDAH, o fumo na gravidez é um dos principais, junto com hemorragias cerebrais e álcool.

Para os pais importa saber: meu filho vai ficar bem? A resposta, felizmente, é sim.


Seu filho tem TDAH?
Todos nós temos alguns desses sintomas, mas é a freqüência com que ocorrem que determina se há ou não um distúrbio. Se, além disso, são observados em mais de um ambiente – por exemplo, casa e escola – talvez seja bom procurar um médico.

Desatenção – seu filho:
• Não consegue prestar muita atenção a detalhes ou comete erros por descuido nos trabalhos da escola;
• Tem dificuldade de manter a atenção em tarefas ou atividades de lazer;
• Parece não estar ouvindo quando se fala diretamente com ele;
• Não segue instruções até o fim e não termina deveres da escola, tarefas ou obrigações;
• Tem dificuldades para organizar tarefas e atividades;
• Evita, não gosta ou se envolve contra a vontade em tarefas que exigem esforço mental prolongado;
• Perde coisas necessárias para atividades, como brinquedos, deveres da escola, lápis ou livros;
• Distrai-se com estímulos externos;
• É esquecido em atividades do dia-a-dia.

Hiperatividade – seu filho:
• Mexe com as mãos ou os pés ou se remexe na cadeira;
• Sai do lugar na sala de aula ou em outras situações em que se espera que fique sentado;
• Corre de um lado para outro ou sabe demais nas coisas em situações em que isso é inapropriado;
• Tem dificuldade em brincar ou envolver-se em atividades de lazer de forma calma;
• Não pára ou, frequentemente, está a mil por hora;
• Fala em excesso;
• Responde perguntas de forma precipitada antes delas terem sido terminadas;
• Tem dificuldade de esperar a sua vez;
• Interrompe os outros ou se intromete nas conversas ou jogos dos outros.

sábado, 20 de novembro de 2010

O jogral de Nossa Senhora

Conta uma lenda medieval que, com o Menino Jesus nos braços, Nossa Senhora resolveu descer a Terra e visitar um mosteiro.


Orgulhosos, todos os padres fizeram uma grande fila e cada um postava-se diante da Virgem, procurando homenagear a mãe e o filho. Um declamou belos poemas, outro mostrou suas iluminuras para a Bíblia. Um terceiro disse o nome de todos os santos. E, assim por diante, monge após monge mostrou seu talento e sua dedicação aos dois.


No último lugar da fila havia um padre, o mais humilde do convento, que nunca havia aprendido os sábios textos da época. Seus pais eram pessoas simples, que trabalhavam num velho circo das redondezas, e tudo que lhe haviam ensinado era tirar bolas para cima e fazer malabarismos.


Quando chegou sua vez, os outros padres quiseram encerrar as homenagens, porque o antigo malabarista não tinha nada de importante para dizer e podia desmoralizar a imagem do convento. Entretanto, no fundo do seu coração, também ele sentia uma imensa necessidade de dar alguma coisa de si para Jesus e a Virgem.


Envergonhado, sentindo o olhar reprovador dos seus irmãos, ele tirou algumas laranjas do bolso e começou a jogá-las para cima, fazendo malabarismos – que era a única coisa que sabia fazer. Foi só neste instante que o Menino Jesus sorriu e começou a bater palmas no colo de Nossa Senhora. E foi para esse que a Virgem estendeu os braços, deixando que segurasse um pouco a criança.




Palavra de fé: “Meu filho, faze o que fazes com doçura, e mais do que a estima dos homens, ganharás o afeto deles”. (Eclesiástico 3, 19)

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O amor ao próximo: A viagem mais excitante de minha vida (o amor que busca o bem)

O famoso piloto de corridas Hans Stuck contou:

- Eu queria participar da corrida em Cuneo, na Itália. Meu mecânico e eu fomos em meu carro particular, pelo caminho de Montreaux, até St. Maurice para chegar até Martigny. Nas proximidades de St. Maurice, um soldado aproximou-se de nós, acenando com a mão: “Houve um grande deslizamento. A entrada está bloqueada por alguns dias. Para chegar à Itália, o Senhor deverá fazer um desvio de uns 200 km”.

Em Ollon, tivemos de interromper de novo a viagem porque havia um grande número de pessoas no meio da estrada. Gente gesticulando, gritando e acenando. Perguntamos o motivo do nervosismo a uma mulher jovem, que nos disse chorando: “Dentro de seis horas eu devia estar em Turim. Consegui em Berna o soro que não há em Turim. Mas o remédio deve estar, o mais tardar, à meia-noite nas mãos dos médicos, senão será tarde demais e o meu filho morrerá. Aqui não se consegue avião e um carro não fará isso tão rapidamente”.

A pobre mulher falava confusamente porque estava muito nervosa. Temia pela vida do filho!

- Entre minha senhora, disse eu. Estou indo para Turim e, se tudo der certo, quinze para meia noite estaremos na sua casa com o soro!

Eu mesmo duvidava das minhas palavras. Apressadamente meu mecânico olhou para o relógio: eram seis horas da tarde. Tínhamos de percorrer 412 km, passando pelo monte São Bernardo. Mantendo uma velocidade de 60 km, em média por hora, o que nas montanhas é muito difícil, levaria aproximadamente sete horas. Chegando, assim, em Turim à meia-noite e quarenta e cinco minutos.

Saímos em desabalada corrida. Vez ou outra falávamos algumas palavras ou frases curtas. Fascinada, nossa acompanhante olhava para o relógio do painel. Três ou quatro vezes a polícia fez sinal para que parasse, sem que eu obedecesse. Simplesmente passávamos a 120 km por hora, por aldeias e monte São Bernardo.

Passava um pouco das nove. A noite estava bem escura quando contornamos as primeiras curvas da montanha. Eu estava em êxtase, como nas grandes corridas! Cortava os cruzamentos em alta velocidade da qual eu mesmo me admirava. Em certo momento, quando estávamos há quase 2.500 metros de altitude, o carro derrapou sobre uma placa de gelo. A mulher, ao meu lado, deu um grito desesperado.

- Se houver um acidente, meu filho morrerá!

Disse-lhe: - E se não arriscarmos, ele também morrerá! Dizendo isso, apertei o acelerador.

No topo da montanha, alguns monges vieram ao nosso encontro: - O Senhor não poderá descer. A entrada ainda não foi aberta.

- Sim, mas eu tenho de... E agora de fato, estava começando a corrida mais excitante da minha vida. Não pensei que conseguiremos descer sãos e salvos. Entre montes de nesse e pedaços de gelo, meu possante carro preto e branco virava de um lado para o outro na estrada. Muitas vezes, andávamos na borda dos precipícios, e em alguns momentos, até de ré. Corríamos o risco constante de ficar atolados. Apesar do frio, eu estava com muito calor. Quase não conseguia respirar.

Quinze para as onze, chegamos ao vale. Faltavam ainda 120 km até Turim. Os freios não funcionavam mais, estavam molhados pela grande quantidade de neve. Agora já não importava. Sem olhar à direita ou à esquerda, seguimos a 130 km por hora pelas maravilhosas estradas italianas.

Cinco minutos antes de quinze para a meia-noite, paramos em frente à casa da mulher. O marido e o médico correram ao nosso encontro.

A criança salvou-se. A viagem mais excitante de minha vida valera a pena!


Palavra de fé: “Faze o bem para o justo, e disso terás grande recompensa, senão dele, pelo menos do Senhor”. (Eclesiástico 12, 2)

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Seguir a Cristo é agir com Ele

Nas comunidades muito se fala, mas pouco de faz!

O “templo” de nossa alma, onde habita o Espírito Santo, constrói-se pela observância dos mandamentos de Deus e nos exemplos deixados por Jesus Cristo. Confira: “Mateus 7, 24”.

Para que edificação seja segura como a rocha é preciso o alicerce, a fé. Compare: “Mateus 7, 25”.

Depois do alicerce, colocam-se pedras para que, o “templo”, seja bem fundamentado. Ei-las: obediência, paciência, temperança, compaixão, abnegação, mansidão. Deve-se colocar, principalmente, coragem, dedicação e constância. O construtor deve ser hábil e generoso e não como aqueles que põem uma pedra e tiram outra.

Quem tem humildade, e a põem em prática, é esse construtor que com sua habilidade é capaz de edificar um “templo” sólido.

O “templo” indica a missão do verdadeiro cristão e o fundamento sobre o qual ele se estabelece. A única possibilidade de viver como filho de Deus é fazer a sua vontade, de acordo com os seus ensinamentos. E visto Jesus Cristo é o nosso Mestre e Senhor.

Sigamos os seus exemplos com amor e humildade!


Palavra de fé: “Felizes aqueles cuja vida é pura, e seguem a lei do Senhor”. (Salmo 118, 1)

O cérebro dos ateus é diferente

O neurocientista Andrew Newberg, em entrevista à Revista época, fala do seu livro “Como Deus muda o seu cérebro”, e das reações do cérebro à meditação e a oração. O neurocientista usou uma técnica especial de tomografia em pessoas orando ou meditando para avaliar o funcionamento cerebral.

Como Deus pode mudar a estrutura cerebral das pessoas?

- “Os estudos usando imagens do cérebro mostram que, em longo prazo, há alterações no lobo frontal (relacionado à memória e a regulação das emoções) e no sistema límbico (ligado às emoções). As pessoas tendem a controlar mais as suas emoções e expressá-las. A meditação e a oração ajudam a melhorar a relação consigo mesmo e com os outros. Também, especulamos que essas práticas alteram, inclusive, a química cerebral, como os níveis de serotonina e dipamina, que regulam nosso humor, nossa memória e o funcionamento geral do nosso corpo, mas ainda não temos provas disso”.

- “Não olhamos exatamente para as diferenças entre religiões, mas para as diferentes práticas. A forma como você pratica a religião é mais importante que as idéias religiosas em si”.

- “Muitos cientistas acreditam que a espiritualidade tem um papel na saúde. A pergunta é quem vai administrar isso e como os profissionais da saúde vão lidar com a espiritualidade de maneira apropriada e benéfica. Essas questões ainda não foram respondidas”.

- “Encontramos algumas diferenças e também notamos que essas diferenças dependem do tipo de prática religiosa. O problema é que nunca sabemos se aquelas mudanças estão lá porque a pessoa é religiosa há muito tempo ou se ela nasceu daquela maneira e, por causa disso, procurou um tipo de religião ou meditação”.

O Dr. Andrew Newberg, sugere exercícios de meditação em seu novo livro. Veja a seguir:

Bocejo profundo:

1. procure um lugar quieto e confortável. Você pode sentar-se, mas ficar em pé permite uma inalação mais profunda;

2. respire fundo, finja estar bocejando. Repita várias vezes e, na quinta ou sexta vez, você bocejará de verdade;

3. preste atenção ao que acontece com sua boca, garganta, seu peito e barriga e não se surpreenda se seu olho lacrimejar;

4. repita de doze a quinze vezes os bocejos, com alguns segundos de pausa. O exercício dura dois minutos.

Assim como a prece, a meditação pode trazer uma sensação de estar alheio ao mundo externo, o que diminui a ansiedade.

Leia o livro e faça os exercícios.



“A crença é necessária”. (Jordan Grafman – neurocientista)



Palavra de fé: “Quem pode penetrar a sabedoria divina, anterior a tudo?” (Eclesiático 1, 3)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O amor ao próximo

O gato ama os ratos? (o amor por prazer)


Um médico de Munique contou:

Um jovem marido trouxe sua esposa ao meu consultório. A moça teria uns vinte anos, bonita, elegante, mas muito doente dos nervos. Queixava-se o marido de que a mulher evitava-o e ficava, às vezes, o dia inteiro imóvel, perdida em seus pensamentos.

Conversei longamente com a jovem mulher (vou chamá-la aqui de Suzane). Foi difícil fazê-lo falar. Mas, pouco a pouco, descobri toda a sua história.

Aos dezesseis anos, apaixonara-se por um homem casado, de nome Rolf, que tinha vinte e quatro anos. Trabalhavam no mesmo escritório.

Rolf sentia-se importante com o amor devotado daquela bela moça, e a tratava com superioridade. Um dia, durante uma festa no escritório, trocaram o primeiro beijo, que mudou completamente o relacionamento deles. E passaram a encontrar-se com mais freqüência, após o expediente. Rolf falava à jovem que era infeliz no casamento e que queria separar-se da esposa. Ela acreditava.

Depois, prometeu casar-se com Suzane, assim que estivesse divorciado. Conseqüência: a jovem fez aquilo pelo qual há muito tempo ansiava, entregou-se a ele.

Esse relacionamento infeliz durou mais de um ano. Durante esse tempo, Suzane esperou que Rolf levasse a questão do divórcio a sério. Por fim, ele confessou que sua mulher nunca lhe daria o divórcio.

Suzane sentiu-se como se tivesse levado uma bordoada na cabeça. Por causa desse seu relacionamento com um homem casado, havia brigado com os pais e estava numa situação difícil, quase impossível. Mas não desistiu. Decidiu lutar pelo seu amor. Procurou a mulher de Rolf e pediu que ela desse o divórcio. Só então ficou sabendo que a esposa de Rolf ignorava esse relacionamento extraconjugal. O choque dessa conversa foi bastante forte para ambas.

A esposa, que era uma pessoa forte, decidiu pedir o divórcio. Rolf reagiu de modo diferente daquele que Suzane esperava. Ele declarou que amava a esposa e não iria separar-se dela e dos filhos, e recriminou Suzane pelo que havia feito e os dois romperam.

Suzane sofreu as conseqüências. Pediu demissão do emprego e começou a trabalhar em outro lugar, onde conheceu outro rapaz, com o qual se casou logo em seguida.

Mas, pouco depois do casamento, percebeu que não se esquecera de Rolf e nem amava o seu marido.

A reação à decepção que sofrera e viera mais tarde as conseqüências, transformando-se, assim, numa mulher neurótica.

Nesta triste história, podemos ver claramente que o amor que visa o prazer, não é um amor verdadeiro. Suzane estava disposta a destruir a família de Rolf. Este, por sua vez, mentia para Suzane, aproveitando-se de sua inexperiência. Com isso, a sangue frio, destruiu o futuro dela.

Amor por interesse e amor que busca o prazer, são amores aparentes. Um procura tirar vantagem do outro, buscando apenas a própria satisfação. Amar-se assim, como um gato ama o rato: o gato quer brincar primeiro e depois devora-o para satisfazer-se.



Palavra da fé: “Para o fornicador todo o alimento é doce; não se cansará de pecar até a morte”. (Eclesiástico 23, 24)

Parusia, a segunda vinda de Jesus Cristo.

“Eis que venho em breve”. (Apocalipse 22, 7)

Assim como Cristo se ofereceu, uma só vez, por conta dos nossos pecados e deixou este mundo no sacrifício da cruz, sua volta por Ele mesmo anunciado, será para trazer a salvação àqueles que o esperam. Confira na Bíblia: “Filipenses 3, 20”.

Para que este encontro seja agradável e feliz, devemos reformular a nossa vida. Buscando uma conversão sincera e o perdão das nossas faltas e pecados.

Eis duas formas para encontrarmos o consolo e a salvação:

1. Atitudes não sacramentais:

- um verdadeiro e sincero arrependimento, ou seja, afastar-se do mal e converter-se a Deus e a seus mandamentos;
- leitura e escrita da palavra de Deus, a Bíblia Sagrada;
- dialogar, com sinceridade e fé, com Deus, pela oração;
- ser misericordioso com os irmãos e ajuda-los a aproximar-se de Deus;
- perdoar o próximo, eliminando o rancor e maus sentimentos;
- ajudar na conversão de um pecador. Veja: “Tiago 5, 19-20”;
- agir na caridade em favor ao próximo, os carentes e necessitados;
- suportar os sofrimentos com paciência por amor ao Deus e aos irmãos.

2. Atitudes sacramentais:

- o batismo;
- participação na celebração da Eucaristia (sacrifício da reconciliação);
- confissão;
- a unção dos enfermos.

Agindo assim, enquanto aguardamos a manifestação das promessas de Cristo, conquistaremos a confiança e não seremos confundidos por Ele na sua volta.

Vamos guardar as palavras de São Pedro, o sucessor e primeiro Papa: “2 Pedro 3, 14”.


Palavra de fé
: “Homem da Galiléia, por que fiscais, olhando para o céu? Esse Jesus que acaba de ser arrebatado para o céu voltará do mesmo modo que o vistes subir para o céu”. (Ato dos Apóstolos 1, 11)

O amor ao próximo

O trem se foi (o amor por interesse)

Dom Bosco é considerado um dos maiores santos da Itália. Ele construiu em Turim, um gigantesco orfanato e também oficinas de aprendizagem para os meninos de rua.

Certa vez, visitando a região da Alba, à noite, quis voltar para Turim, mas perdeu o último trem. Sob intensa chuva, bateu à porta de uma casa paroquial que ficava nas imediações da estação. Um padre abriu a porta e perguntou quem ele era.

- Sou um pobre sacerdote de Turim. Acabei de perder o último trem.

- Qual sua formação em Turim?

- Cuido de uma pequena igreja, num bairro pobre.

- O Senhor já jantou?

- Se tiver a bondade de me dar algo para comer, aceitaria com alegria.

- Sinto muito, não tenho nada pronto. Mas posso arranjar-lhe um pouco de pão e queijo.

- Eu lhe fico grato.

- O Senhor pretende pernoitar aqui?

- Bem, como vê, com esta chuva, o trem já se foi!

- Sim, compreendo, mas não tenho cama disponível.

- Não se incomode. Duas cadeiras são suficientes.

- Se é assim, acomode-se. Sinto não poder abrigá-lo melhor.

O padre mandou a empregada trazer o pão e o queijo e continuou perguntando:

- Conhece em Turim um tal Dom Bosco?

- Sim, um pouco.

- Nunca o encontrei, disse o padre. Mas quero pedir-lhe um favor. O Senhor acha que ele me ajudaria?

- Se puder... Ele sempre se alegra em ajudar os outros!

- Pensei em escrever-lhe uma carta amanhã, pedindo para abrigar uma criança em seu orfanato.

- Certamente ele fará isso, asseguro-lhe.

- Realmente? O Senhor é amigo do Dom Bosco?

- Sim, desde criança.

- Então, poderá intermediar a questão para mim?

- A questão já está resolvida. Fica como recompensa pela sua presente obra de amor.

- Mas... o Senhor... quem é o Senhor?

- Eu sou Dom Bosco.

- Dom Bosco? O Senhor é Dom Bosco? Por que não me disse logo? Perdoe-me o mau jeito, mas... como iria adivinhar?

- Vamos, deixe esse pão e queijo. Agora me lembro, sobrou alguma coisa do almoço.

O padre ficou confuso. O suor corria-lhe o rosto. Chamou a empregada. Pediu que colocasse uma toalha limpa e que trouxesse uma sopa de peixe e um omelete de presunto. Em seguida, correu até o armário e lá tirou um pedaço de frango assado e uma garrafa de vinho tinto.

Continuava muito nervoso. Enquanto isso, Dom Bosco não conseguia conter o riso.

Depois do jantar, Dom Bosco foi levado a um bonito quarto de dormir. No dia seguinte, o padre o acompanhou até a estação ferroviária, sem parar de pedir desculpas.

Na despedida, Dom Bosco deu-lhe um abraço:

- Veja, padre, podemos tirar uma bela lição disso que aconteceu. Se nós nada temos, nada podemos dar. Mas se temos muito, damos aquilo que achamos certo. Mas devemos sempre dar por amor ao próximo e não por interesse próprio.



Palavra de fé: “Inclinai-me o coração às vossas ordens e não para a avareza”. (Salmo 118, 36)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Para meditar:

Meditar significa pensar com maturidade e responsabilidade; refletir muito; pensar e se examinar interiormente; estudar e entender; projetar os ensinamentos em atitudes.

“Amar a Deus sobre todas as coisas”
Este é o primeiro mandamento da Lei de Deus. Deus criou o homem dotado de razão e lhe conferiu a dignidade de ter a iniciativa dos seus atos. Confira na Bíblia e guarde no seu coração: “Eclesiástico 15,14”. Para que Ele mesmo possa entrar no plano de Deus, deixou ensinamentos para se buscar a sabedoria que nos leva a plena e feliz perfeição. Veja em: “Eclesiástico 15,15”. Assim procurando praticar, fielmente o que agrada a Deus, o homem estará sob sua proteção.

A liberdade (o livre arbítrio) é o poder baseado na razão e na vontade de agir e não agir, fazer isto ou aquilo, portanto, praticar atos após examinar as conseqüências e não por impulso.

Pelo “livre arbítrio” cada qual dispõe de si mesmo. A liberdade nos possibilita escolher entre o bem e o mal, o certo e o errado, por tanto exercer a perfeição ou pecar.

A liberdade é uma força de crescimento e de amadurecimento quando voltada para Deus. Por isso, voltar-se para Deus é seguir Jesus Cristo, a Sua Palavra, os Seus ensinamentos e exemplos.

Deus é amor, Deus é verdade, Deus é luz! E em Jesus Cristo tudo isto é visível!

Negar a Deus é acolher falsos profetas, falsos ídolos, falsas doutrinas, todos os tipos de crendices, adivinhações ou relação com mortos. Cuidado! Leia: “Deuteronômio 18, 10-13”.


O próprio alerta, pelo profeta, para não nos deixar-mos enganar: “Jeremias 29, 8-9”.

Conservar a fé, de maneira sadia, como exorta São Paulo na sua carta a Tito: “Tito 1, 15-16”.

Jesus foi enviado por Deus como “caminho e luz do mundo” para nos conduzir ao Pai. O nosso exemplo a seguir como nos lembra o Apóstolo: “Filipenses 4, 8-9”.

E conclui: “1 Tessalonicenses 3,9”.

Assim seja!


Palavra de fé: “Ele (Deus) criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação. Nelas nenhum princípio é funestro, e a morte não é a rainha da terra, porque a justiça é imortal”. (Sabedoria 1, 14-15).

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Abaixo o medo!

Nego-me a submeter ao medo
que me tira a alegria de minha liberdade,
que não me deixo arriscar nada,
que me torna pequeno e mesquinho,
que me amarra, me persegue,
que ocupa negativamente minha imaginação,
que sempre pinta visões sombrias.

No entanto, não quero levantar barricadas por medo do medo.
Eu quero viver e não quero encerrar-me.
Não quero ser amigável por ter medo de ser sincero.
Quero pisar firme porque estou seguro
e não para encobrir meu medo.

E, quando me calo, quero fazê-lo por amor
e não por temer as conseqüência de minhas palavras.
Não quero acreditar em algo só pelo medo de não acreditar.
Não quero filosofar por medo que algo possa atingir-me de perto.

Não quero dobrar-me,
só porque tenho medo de não ser amável.
Não quero impor algo aos outros
pelo medo de errar, não quero ser inativo.

Não quero fugir de volta para o velho, o inacreditável,
por medo de não me sentir seguro de novo.
Não quero fazer-me importante
porque tenho medo de que senão poderia ser ignorado.

Por convicção e amor,
quero fazer o que faço e deixar de fazer o que deixo de fazer.
Do medo, quero arrancar o domínio e dá-lo ao amor.
E quero crer no Reino que existe em mim!



Palavra de fé: “Assim tu caminharás pela estrada dos bons e seguirás as pegadas dos justos”. (Provérbios 2, 20)

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sob a ótica do pregador

Pregadores de religião mostram sermão após sermão, o mundo onde vivem. Eles! Não necessariamente seus ouvintes. Se lêem pouco, e apenas um tipo de leitura, esse conhecimento unilateral vai aparecer em seus discursos. Se não lêem quase nada, Deus “vai lhes dizer” a maioria das palavras que falarão naquele momento. Chamam o Senhor em socorro da sua falta de estudo e de iniciativa em buscar sua Palavra ou de seu desprezo pela cultura do mundo, presente nos livros de pensadores sérios.

Se a cabeça do pregador está imersa em um buraco ou em uma selva escura, onde a luz só entra uma ou duas horas por dia, o pregador terá um discurso de alma sôfrega, com palavras repletas de assombrações, cheias de soluções rápidas, imediatas, ali, na hora, misteriosas e imediatistas: “Deus quer agora”; “Ele está me dizendo”; “Eu sinto que...”. Com isso, vai sobrecarregar os fiéis de respostas prontas e mágicas. Seu discurso lembrará os livros e filmes de terror, nos quais, em cada beco, pode surgir um demônio ou uma alma penada. Prega certezas e garante tudo em nome de Jesus, porque lhe falta mais leitura e as luzes da esperança. Esta é sempre mais trabalhosa que a certeza, pois faz pensar e conduz à busca de soluções; ao passo que a convicção apresenta respostas prontas, como, por exemplo: “Deus o mandou fazer isso. Então faça e não discuta! Não questione! Aceite Jesus”. Só não é acrescentada esta frase, que está subentendida: “Do jeito que eu estou lhe mostrando”.

Se lesse de verdade o Santo Livro, veria que nem tudo tem solução rápida e que não basta dizer “Senhor, Senhor”, erguer as mãos e usar o nome de Jesus para expulsar qualquer demônio que, às vezes, nem é demônio, nem vai embora. Uma coisa é o demônio real, e outro o de televisão. Religião é muito mais que apontar uma lanterna contra um ângulo escuro e pedir que os telespectadores e ouvintes nos sigam.

Se vive em uma colina onde a luz brilha entre 12 e 15 horas por dia, ele vai ser um pregador de luzes. Seu discurso será o de um homem esperançoso, que semeia confiança e ensina seu povo a caminhar. Provavelmente, mais que apontar sua lanterna para um canto escuro, vai conduzir os fiéis a ir e abrir aquelas janelas, também em nome de Jesus!

Algumas afirmações de pregadores da atualidade demonstram o tipo de formação recebida e os livros que andaram lendo. Quando diz que todos ali, na enorme assembléia, “estão com encosto, só que ele ainda não se manifestou”, o pregador revela seu pensamento sobre a presença do demônio no mundo e nas almas. Está dizendo que, até mesmo na assembléia de batizados e convertidos que se entregaram a Jesus naquela igreja, as sombras continuam onipotentes e o espaço permanece ocupado pelo demônio. Imagine, então, o que ele pensa dos que não pertencem à sua Igreja!

Ao abrir a boca, os pregadores demonstram sua cultura. Um bom número de pregadores da mídia religiosa mostra que sabe das coisas. Mas há muitos que não sabem e acham que não precisam saber. Afinal, Deus é o roteirista que lhes indica o que devem dizer naquela hora. A mensagem deles, porém, mensagem de Deus que não é!

Palavra de fé: “Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da Palavra de Cristo”. (Romanos 10,17)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amor até o sacrifício

“Jesus morreu na cruz para expiar nossos pecados”.


Auschuvitz, 1941.

Um prisioneiro foge do campo de concentração.

À noite, Fritsch, o comandante do campo, coloca-se diante dos prisioneiros: “o fugitivo não foi encontrado”, grita ele. “Por isso, dez de vocês morrerão no pavilhão da fome”.

Aproxima-se então da primeira fila e olha firmemente no rosto de cada um. Por fim, levanta a mão, aponta com o dedo e diz: “Este aqui!”.

Pálido como um branco lençol, o homem sai da fila. “Aquele também, esse e este...”, e assim, escolheu dos dez condenados à morte. Um deles chama: “O que há de ser da minha pobre mulher e de meus filhos?”.

De repente, algo inesperado acontece. Um prisioneiro são da fila e coloca-se diante de Fritsch. O comandante põe a mão no revólver. “Alto! O que um porco polonês quer diante de mim?!”. O prisioneiro responde calmamente: “Quero morrer no lugar daquele condenado!”. “Quem é você?”. A resposta é breve: “Um sacerdote católico!”.

Seguiu-se um instante de silêncio. Por fim, Fritsch decide, com voz rouca: “Aceito, vá com eles!”.

Assim faleceu o frade franciscano Maximilian Kolbe, aos 47 anos. Era um homem que queria conquistar o mundo pelo amor. Mas dizia: “Ninguém tem um amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos”.



Palavra de fé: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”. (João 15, 12)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por que a maioria dos padres não dá a comunhão sob as duas espécies?

Há mais de 40 anos o Concílio do Vaticano II confirmou a possibilidade da comunhão sob os dois sinais que Jesus Cristo escolheu para se fazer presente: comendo o pão e bebendo o vinho. Destacou-se, então, três casos em que se podia comungar sob as duas espécies: na ordenação, na profissão religiosa e no batismo de adultos. Imediatamente a lista se ampliou. A partir da Instrução Geral do Missal Romano, as Conferências Episcopais deveriam determinar a ampliação dessa possibilidade.


Sabemos que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como outras na Igreja, recomenda que a comunhão sob duas espécies deva ser promovida. Porém, essa prática deverá ser precedida por uma digna catequese e também digna realização prática pastoral.


Para os pastores da Igreja darem a comunhão somente com o pão eucarístico, não é questão de exclusão e discriminação. É uma questão de responsabilidade pastoral. Para uma assembléia consciente e preparada, a comunhão sob duas espécies significa uma mais plena participação na Ceia do Senhor e um envolvimento comprometido com a nova e eterna aliança feita de amor e solidariedade. Não é estranho ver comunidades despreparadas encararem com vulgaridade o que é tão sagrado e digno da maior reverência.


Nada melhor do que incentivar nas comunidades a boa formação litúrgica.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Conversa com o sábio: O que eu tenho para dar...

Nossos sonhos, mesmo aqueles inatingíveis, merecem ser cultivados e também divididos. Assim, quem sabe, eles se tornem possíveis.

Ler Mario Quintana é uma das alegrias da minha vida. Ele escreve com a leveza de um pássaro. Ele mesmo confessou sua condição alada ao escrever: “Todos esses aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho...”. Mario Quintana escreve de forma que até uma criança entende ao lê-lo. As coisas complicadas, eles as despe até que apareçam na simplicidade da sua nudez.

Veja, por exemplo, esta quadra, que recebeu o nome de “Das Utopias”: “Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não quere-las.../ Que tristes os caminhos, se não fora/ A mágica presença das estrelas”.

É noite. Tudo está escuro ao nosso redor. Nem mesmo se vê o caminho que nossos pés pisam ao olhar para o chão. Mas olhando para o alto, para o céu escuro, vemos a estrela inatingível. Pode muito bem ser que, dependendo dos anos-luz que a separam da nossa Terra, ela já tenha deixado de existir por milhares de anos. Permanece apenas a sua luz. Assim fizeram os Magos, que seguiam a direção da estrela nos céus para encontrar o Deus-criança na terra. E era assim que faziam os navegadores, no mar escuro.

É o sonho inatingível que nos faz andar. Os caminhantes ganham força comendo o que não existe. O que não existe tem poder. Valéry entendeu: “Que seria de nós sem o socorro do que não existe?”.

Fernando Pessoa disse que é assim que acontece: “Deus quer. O homem sonha. A obra nasce”.

Mas eu sou velho. Velhice é o tempo em que já não se cobram obras dos velhos. Porque a obra leva tempo e aos velhos o tempo falta. Falta-me tempo. Sobram-me, entretanto, os sonhos. Minha missão de educador é repartir com meus discípulos os meus sonhos. Quero apontar-lhes a estrela. Uma estrela apenas. As muitas estrelas confundem os caminhantes. E o meu sonho – sonho que me dá alegria ao pensar na possibilidade da sua realização – é muito simples. Sonho com um jardim.

Os poemas sagrados dizem que foi um sonho que fez com que o Criador criasse um jardim. Se ele sonhou com um jardim é porque jardins não havia. E Deus se sentiu infeliz. Da sua infelicidade surgiu o sonho. E do sonho, a obra. Criou o Universo imenso, bilhões de astros girando num tempo infinito. Mas essa imensidão esmagadora não era bela nem manda. Assim, o Criador foi afunilando a sua obra até chegar a um pequeno espaço, a nossa Terra, onde plantou um jardim. Plantado o jardim, dizem os textos sagrados, Deus viu, sorriu e disse: “É muito bom”. E foi nesse Paraíso que ele colocou duas crianças, um homem e uma mulher, para gozar as delícias do jardim. Quem caminha por um jardim sabe que o nosso destino é a felicidade. No jardim, o nosso corpo faz amor com a natureza.

E para que o nosso prazer com a natureza fosse múltiplo o Criador colocou em nossos corpos esses órgãos eróticos a que damos o nome de sentidos. Os olhos, para fazer amor com as cores, com as formas. Os ouvidos, para os prazeres das canções e do barulho dos riachos. Através do nariz somos penetrados pelos perfumes. A boca se deleita com o mel e com o beijo. E a água do mar agrada a nossa pele... O jardim nos diz que estamos destinados ao prazer.



E o Criador nos deu a vocação suprema: vivemos para ser jardineiros. Existimos para acariciar a terra, para amansá-la, para fertilizá-la, para engravidá-la, para torná-la bela. O Milton Nascimento estava certo. Também a Terra tem cio! Ela nos deseja.

A natureza em si mesma é cruel, bruta e insensível. Ela mata sem dó os distraídos. Mas o jardim é o lugar onde o homem e a natureza se tornam amantes.

Todas as outras vocações estão a serviço desta vocação suprema: plantar e cuidar do jardim, lugar onde os homens, as mulheres e as crianças fazem amor com a natureza.

Mas que coisas horríveis fizemos com a nossa amante! Os homens se esqueceram dela, da Terra, e a trocaram por prostitutas. E até já se anuncia o momento próximo em que sua beleza e sua fertilidade se extinguirão, como resultado daquilo que os homens estão a lhe fazer.

Sonho – não me importa que seja um sonho intangível – com o renascimento do amor antigo, quando os homens olharão para a natureza com os olhos encantados e sofrerão ao vê-la violentada pelos vândalos que a estupram em nome do crescimento econômico.

Sonho com o dia em que as escolas, deixando de lado tudo o que a tradição escolar acumulou e endureceu, se transformarão em “escolas de jardinagem”, em que as crianças, desde pequenas, serão ensinadas a amar e a cuidar da nossa Terra. Por que se a Terra não for cuidada, se a Terra, nossa mãe, morrer, de que servirão todos os outros saberes acumulados? Por acaso saberemos viver em desertos? Esse será o dia em que desejaremos morrer.

Sonho com o dia em que as religiões abandonarão os seus templos e não mais pedirão favores aos deuses. Nesse dia elas compreenderão que no Paraíso, o jardim divino, não havia templos porque Deus andava pelo meio das árvores e se deleitava no prazer do vento fresco da tarde.

Sonho com o dia em que não mais diremos “bom dia” ao nos encontrar e diremos antes “como a nossa Terra é bela!”.

Velho, minhas mãos estão vazias de obras... Mas meu coração está cheio de sonhos. É o que tenho para dar.




Palavra de fé: “Presta atenção às minhas palavras, aplica teu coração à minha doutrina, porque é agradável que as guardes dentro do teu coração e que elas permaneçam, todas presentes em teu lábios”. (Provérbios 22, 17-18)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que caminhar faz para a saúde

A caminhada é uma das atividades mais fáceis e saudáveis que existem. Ela tonifica o corpo e queima muitas calorias, além de ser excelente para a mente.

Enquanto você caminha, observa a paisagem, pensa na vida, resolve questões... Veja só quantas vantagens caminhar produz para a saúde:

1. Aumenta a liberação de endorfinas, ajudando no combate ao stress, ansiedade e depressão;

2. Tonifica a musculatura das pernas, coxas e glúteos;

3. O gasto em média é de 200 a 300 calorias por hora;

4. Melhora a circulação sanguínea;

5. Previne varizes;

6. Controla a pressão arterial;

7. Auxilia no controle do colesterol, aumentando o HDL (bom colesterol) e diminuindo o LDL (mau colesterol);

8. Ajuda a prevenir a osteoporose;

9. Aumenta a capacidade dos pulmões de absorverem oxigênio;

10. Acelera a recuperação pós-parto e de cirurgias;

11. Melhora a flexibilidade;

12. Reduz o risco de AVC (acidente vascular cerebral);

13. Melhor a auto estima;

14. Melhora a qualidade do sono.



Palavra de fé
: “Assim eu concluí que nada é melhor para o homem do que estar alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida”. (Eclesiastes 3,2)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Missa é uma refeição

Uma refeição pomposa, dada a grande número de convidados reunidos ao redor do altar. Quem preside este banquete é Jesus Cristo, na pessoa do seu Ministro ordenado que é o sacerdote celebrante. Neste encontro da família de Deus, devemos deixar de lado o egoísmo, ódio, rancor, toda a mesquinhez e os maus julgamentos contra os outros.

Na missa todos participam de tudo em comum: o mesmo pão, as mesmas orações, da mesma fé e do mesmo amor de Cristo Jesus. Na missa forma-se a verdadeira família de Deus ao redor de Jesus Cristo. Leia: “Mateus 18, 19-20”. O ambiente deve ser festivo, levando todos os presentes a manifestarem semblantes alegres e esperançosos.

Na missa temos duas mesas fartas para alimentar toda a Comunidade: a primeira, a mesa da Palavra (Leia: “2 Pedro 2, 2-3”), é a primeira parte da missa que consiste em leituras da Palavra de Deus, o Evangelho, a Homilia e o Credo. A segunda mesa, é a Eucaristia, onde Jesus a todos convida para receber o seu corpo e o seu sangue. Vejam: “João 6, 54-56”. Nas duas mesas, Jesus é sempre o alimento. Na primeira mesa, recebemos Jesus na Palavra. Na segunda mesa, no corpo e no sangue.

Na nossa casa (a Igreja doméstica), saciamos o nosso corpo através do pão, carne, ovos, feijão, manteiga, verduras, café, leite, doces, bebidas, água, frutas, etc. Alimentos que são para a nossa sobrevivência.

Na missa, saciamos a fome e a sede de Cristo, nosso Salvador, que é alimento para a alma e o corpo. Nesse banquete, preparado por Jesus, devemos desfrutar da melhor maneira para que o nosso coração se encha de paz, de fé e de esperança.

Nas refeições em casa, precisamos ter apetite. Na missa, o apetite é a fome e a sede de Deus.

Como os alimentos nos fornecem energias ao nosso corpo para trabalhar dia-a-dia, a missa é a refeição que dá alimentos suficientes para darmos testemunho de Cristo, também, todos os dias. Ele mesmo nos diz: “Mateus 28, 18-20”. Vamos!



Palavra de fé: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se faz novo!”. (2 Coríntios 5, 17)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Calúnias de maio e de outubro

Pela enésima vez o repórter disse que no dia 12 de outubro os católicos adoram a santa. Faz quase 30 anos que eles, os repórteres, não se corrigem. Em maio ou outubro, quando os católicos veneram Maria, eles repetem a mesma ladainha. Dizem que adoramos a santa... Ou não pesquisam, ou não sabem, ou até é intencional. O erro é gravíssimo, pois soa como calúnia. Católico que é católico sabe a diferença entre adorar e venerar. Só adoramos ao Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo. A ninguém mais. Ad-orare é palavra do latim formada por dois vocábulos que significam “orar para além do comum”. Adorar é mais do que orar. Por isso não adoramos os santos, porque a eles pedimos cumplicidade, intercessão e preces. Diante de Deus, fazemos mais do que orar: submetemo-nos à sua vontade. É prece de submissão.

Venerar é prestar tributo de admiração e respeito pelo que a pessoa é ou representa. Adoramos a Deus, mas apenas veneramos os seus santos, porque eles souberam servir a Deus e por Ele foram santificados. São pessoas especiais e salvas em Cristo, mas mesmo no céu são limitadas porque não viraram deuses. Atingiram a perfeição de pessoa humana, mas não a perfeição absoluta que, esta, só Deus possui.

Tenho pedido a meus amigos jornalistas que nos ajudem deixando de nos caluniar com vocábulo mal-empregado. Pode não significar nada para eles, mas para nós, faz toda a diferença. Não somos idólatras porque usamos as imagens. Nós não as adoramos, nem mesmo os santos por elas representados. Idolatria é o ato de adorar uma imagem que passa a ser um ídolo. Se não adoramos, é apenas imagem. Não vira ídolo.

Veneramos, respeitamos e elogiamos os santos que Deus fez, mas não adoramos santa nenhuma e nem imagem alguma. Católico que faz isso peca gravemente. Quando jornalistas que deveriam estar mais bem informados, ano após ano em outubro, noticiam que os católicos adoram a imagem da santa ou adoram a santa em Aparecida (SP) ou no Círio de Nazaré, em Belém (PA), e quando alguns pregadores de outras Igrejas insistem em dizer que adoramos os santos e suas imagens, das duas uma: ou querem que se pense mal de nós ou não querem transmitir a verdade. Está nos nossos livros, o povo sabe a diferença, católico algum com o mínimo grau de instrução dirá que adora Nossa Senhora, mas o noticiário das 8 ou o das 10 insistem em dizer que o povo fez fila para adorar a santa.

Sugiro aos católicos que, sempre que isso acontecer, encham de e-mails a emissora, até que seu Departamento de Jornalismo para de nos prejudicar. Nós sabemos a diferença entre venerar e adorar. Já é hora, depois de quase 30 anos, de eles também saberem. Afinal, vivem proclamando que estão a serviço da verdade! E a verdade é que não temos fila de adoração de santa nem de imagem de santos, nem adoramos crucifixos. Sabemos a diferença entre a cruz e o Crucificado. A Este, nós adoramos. Como a cruz não é de Deus, a ela, respeitamos e veneramos. É apenas um objeto, para nós muito especial, mas objeto. Que os católicos reajam. Como está, virou calúnias de maio e de outubro!


Palavra de fé: “Jesus disse-lhes: Está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e a Ele só servirás”. (Lucas 4, 8)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Palavra de Deus no chão da vida

Não sabemos hoje quantos Círculos Bíblicos existem no Brasil. Só Deus sabe! Neste pequeno artigo, vamos procurar conhecer melhor o que são eles, além de dar algumas sugestões para seu funcionamento.

Nestes últimos tempos, aqui no Brasil, começou a surgir uma leitura nova da Bíblia. É a leitura feita pelo povo que se reúne nas comunidades. A esses grupos de pessoas que se reúnem para a leitura popular da Bíblia chamamos Círculos Bíblicos. Mesmo já popularizados, muita gente ainda pergunta: “Como começar um Círculo Bíblico?” ou “Quantas pessoas devem fazer parte de um Círculo?” e ainda: “Como funciona um Círculo Bíblico?”. Essas perguntas estão na cabeça de muita gente que gostaria de fazer parte de um grupo de estudo da Palavra de Deus, mas não tem bem claro por onde começar a caminhada. Dessa forma, vamos dar algumas dicas e aprofundar alguns assuntos sobre a maneira de se trabalhar com a Bíblia nas comunidades.

Em primeiro lugar, um Círculo Bíblico é uma reunião de pessoas que querem refletir sobre a vida e seus desafios à luz da Palavra de Deus. Tanto faz se este grupo é chamado de Círculo Bíblico, Núcleo Missionário ou Grupo de reflexão. O nome não é tão importante assim, já que varia um pouco de região para região. Também a coisa mais importante no estudo não é aumentar nosso saber bíblico. O mais importante mesmo é criar um espaço onde as pessoas possam conversar comunitariamente, partilhando livremente seus problemas, suas alegrias, suas conquistas, bem como os desafios que cada um, cada uma, enfrenta para tocar o dia-a-dia.

Assim, um Círculo Bíblico existe para:

- Dar aos participantes fundamentos e critérios evangélicos para julgar a realidade e viver melhor a nossa fé cristã. Um Círculo é, antes de tudo, um espaço de comunhão fraterna e de ativa participação na comunidade de fé e na sociedade;
- Incentivar nossa vocação batismal missionária. Todo Círculo Bíblico é também um núcleo missionário. Criar e divulgar os círculos de estudo é uma maneira de evangelizar nossas ruas e bairros a partir das casas;
- Reforçar a Catequese que cada um recebeu, dando aos participantes uma adequada formação para melhor assumir seus trabalhos pastorais nas comunidades, nas paróquias e na sua igreja. Mas, ao promover um debate sobre a realidade, os Círculos também devem preparar os participantes para o compromisso com a política e com a transformação da sociedade. O Círculo deve conduzir os participantes ao compromisso transformador.

Dessa forma, é importante que cada Círculo possa se organizar para melhor desempenhar sua missão formadora e catequética. Distribuir as tarefas e organizar as reuniões faz parte da caminhada de um Grupo de Reflexão ou Círculo Bíblico. Nosso primeiro espaço de comunhão e de participação é o grupo do qual participamos. Na leitura bíblica feita dentro dele, é importante respeitar os passos metodológicos: partir sempre da realidade em que se vive; partilhar a Palavra do Deus que nos fala a partir do texto bíblico; responder a essa Palavra com uma celebração bem participada, onde se assume um compromisso comunitário a partir daquilo que o grupo descobriu com as partilhas feitas ao longo do estudo.


Palavra de fé: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas (caminhos)”. (Salmo 24,5)

Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil

Com alegria e fé, nós católicos do Brasil celebramos o Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Relembramos a segunda quinzena do mês de outubro, de 1977, quando a pequenina imagem foi encontrada nas águas do rio Paraíba pelos pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso.

Da primeira vez pescaram o corpo da imagem e, depois, a cabeça. Um verdadeiro milagre de Deus aconteceu naquele local. Antes de pescarem as partes da imagem, não conseguiram nenhum peixe. Mas, seguinte a pesca das partes da imagem, uma grande quantidade de peixe foi encontrada.

Ao longo de todo o ano, temos peregrinação de milhares e milhares de romeiros que comparecem à Basílica de Nossa Senhora Aparecida para pedir graças ou agradecer as graças já alcançadas.

Neste dia 12 de outubro, ao comemorarmos o Dia Internacional da Padroeira, que o nosso coração possa relembrar e refletir nas suas palavras nas Bodas em Cana: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (João 2, 5). Ouvindo e seguindo os ensinamentos do seu Filho Jesus Cristo, alcançaremos a paz e a felicidade em nossas vidas.

Que em nossos lares e na comunidade, exercitemos com devoção e carinho o nosso afeto à Mãe de Deus e a nossa também.


Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Nossa Senhora Aparecida, intercedei por nós!

Nossa Senhora Aparecida, aproximai-nos do nosso Filho Jesus Cristo!


Amém!


Palavra de fé: “Bem aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”. (Lucas 1, 45)

Atitudes para uma boa convivência

Mudar atitudes e comportamentos de uma vida inteira não é fácil, pois requer tempo, paciência, humildade e uma reflexão minuciosa e prolongada dos motivos e causas que existem por trás de cada problema.

Aqui apresentamos algumas sugestões para uma melhor compreensão das pessoas e, assim também, sermos compreendidos pelos outros:

- aceitar os outros como realmente são;

- renunciar a aprovação alheia, mas procurar e exigir a sua;

- não se envolver nos problemas dos outros e só ajudar quando solicitado;

- evitar entrar em conflito íntimo e minorar a culpa;

- dar liberdade ao outro, pois cada um é responsável por si mesmo;

- perguntar-se sempre: De que preciso? O que eu quero? Tenho fé em Deus?

- ser justo consigo mesmo para fazer justiça com o outro, sempre.

A partir da solução de alguns itens, a vida começa a ficar mais leve e suave, mas os problemas não acabam, enquanto vivemos. Muitas pessoas gostem de pensar apenas no que fez e no que deixou de fazer. Fica com a sensação de castigo, chora, desespera-se e acaba deixando tudo bem pior do que era antes.

Precisamos ouvir a voz da nossa consciência, pois é dentro dela, que saem más intenções, imoralidades, roubos, adultérios, invejas, calúnias, orgulhos, injustiças, etc.

Procurando manter limpa a consciência, desenvolver no dia-a-dia as coisas boas que ela nos mostra, vive-se melhor na justiça e na graça, na fé a na esperança.


Palavra de fé: “Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus”. (1 Pedro 2, 19)

Estive enfermo e me visitastes

Já passamos da metade do ano! Já dizia o poeta: “o tempo não pára”. Para nós cristãos, o tempo é um dom de Deus para crescer na fé, no amor, no compromisso e na santidade. Aproveite este segundo semestre para intensificar o seu amor por Jesus e pelos irmãos.

Nesta edição, vou partilhar uma história que ouvi nos bastidores da TV Século 21, mais precisamente no Setor de Produção dos programas. Entre uma reunião e outra de pauta, entre o programa Caminho da Fé e Vida e Saúde, o diretor do programa, Silvio Luiz, contou-me uma história emocionante que achei por bem partilhar com vocês. Ele e mais alguns amigos da TV foram a um “barzinho” para assistir um jogo de futebol e lá perceberam que o dono do bar tinha uma imagem de Nossa Senhora na geladeira do estabelecimento. Conversa vai, conversa vem, esse senhor disse que era muito devoto de Nossa Senhora. Vendo isso, Silvio preparou um kit de orações e levou a residência-bar desse amigo. Chegando lá, o kit lhe foi entregue e ele ficou muito emocionado. Convidou-o para entrar na casa e pediu-lhe que este presente fosse entregue diretamente para sua esposa. Ela estava na cama por causa de um acidente havia muitos anos. Percebia-se todo um carinho especial do marido no cuidado com ela. Ao entrar no quarto, a televisão estava ligada justamente na TV Século 21. O marido disse que sua esposa não troca de canal e que fica o dia todo vendo a nossa programação. Ela ficou muito contente, muito emocionada e disse que a TV Século 21 é sua companhia diária enquanto o esposo tem que trabalhar para o sustento da família.

Esta parece uma história simples, mas não é. O gesto de visitar um doente, levar algumas orações, rezar junto com a família, pode mudar completamente a vida de uma pessoa. É uma realidade que está ao alcance de todos.

Nos textos bíblicos vemos uma infinidade de momentos onde o próprio Jesus tem um carinho muito especial pelos enfermos. Ele ia ao encontro dos doentes e deixava que se aproximassem d´Ele. E ninguém voltava para a casa sem uma palavra, um consolo, uma benção e uma cura.

Hoje somos convidados a continuar esta obra de Jesus. Ele precisa de seus braços, de suas pernas, suas mãos, seus olhos, de sua boca, de seus ouvidos, de seu coração, de seu amor, de sua fé para levar esperança, consolo e afeto aos mais fracos e frágeis desta caminhada.

Obrigado, Silvio, por partilhar esta história conosco! Parabéns porque você e sua equipe aproveitaram o tempo e a oportunidade para evangelizar e levar conforto àquela família.

E você, já visitou um enfermo hoje?



Palavra de fé: “Oxalá a bondade e a fidelidade não se afastem de ti! Ata-as ao teu pescoço, grava-as em teu coração! Assim obterás a reputação aos olhos de Deus e dos homens”. (Provérbios 3, 3-4)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Curar o coração machucado

O perdão é uma decisão pessoal que beneficia, em primeiro lugar, quem toma a iniciativa. O perdão é muito mais para mim do que para a pessoa que me ofendeu. Por isso, depende mais de mim do que dos outros.

Perdoar é recuperar o poder sobre si mesmo. A mágoa me coloca na mão do outro. O perdão me devolve a autonomia sobre minha própria história.

Perdoar é assumir o presente. Viver nele. Mergulhar nele. Perdoar é não sofrer aquilo que não posso mudar ou resolver. Não podemos mudar o passado. Nunca!

Perdoar é concentrar suas atenções sobre coisas boas da vida. Se algo ou alguém estragou o meu passado, não permitirei que estrague também o meu futuro. Perdoar é começar a valorizar as bênçãos de Deus, as coisas boas. E sair do vício de ver sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito.

Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova. O que fazer para sofrer menos? Isso exige buscar em primeiro lugar o reino de Deus. É decidir-se pela primazia do reino, e não do encardido (o demônio). É optar pelo bem. Divulgá-lo. É aprender a sintonizar-se no bem. Leia e guarde: “Lc 6, 28”. E ainda: “Mt 5, 44-45”.

Você não pode mudar um acontecimento do passado, mas pode mudar a maneira de falar sobre ele. Com Jesus, é possível achar um ponto de vista mais positivo e esperançoso.

Recorde seus objetivos de vida. A mágoa distorce os objetivos. Esquecemos as grandes e permanentes verdades e nos guiamos por momentos. Qual é mesma a minha grande meta? Vocação!

A vida sempre segue adiante. Não pára. Devemos aprender a concentrar nossas atenções sobre as coisas boas da vida. Se já se estragou o passado, não permita que se estraguem o presente e o futuro. Não devemos sofrer por aquilo que não podemos mudar. Não podemos mudar o passado.

Ao machucar uma pessoa você se torna inferior a ela. Ao se vingar, você se iguala. Só é superior quem aprende a perdoar. A mágoa foi o jeito que o encardido (maligno) encontrou para permanecer conosco todos os dias, até os confins dos tempos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Consciência, o que é?

O dicionário nos ensina que a consciência é conhecimento, noção. É a voz secreta da nossa alma que aprova ou reprova os nossos atos. Consciência é sinceridade; é o cuidado extremo com que executamos as nossas tarefas; opinião consciente, honradez: é própria do homem de consciência.

Um fato que produz remorso é um questionamento da consciência. O termo “liberdade de consciência” é direito de gozar completa liberdade em religião. Outros termos: “pesar na consciência” é o sentimento de remorso. “Meter a mão na consciência” significa examinar e julgar os próprios atos. “Exame da consciência” é relembrar os pecados cometidos.

Numa visão da espiritualidade e da fé, a consciência é o sacrário da dignidade humana. É ela que nos permite ou não acolher e crescer na fé, esperança e caridade.

Como diz São Paulo: “Digo a verdade em Jesus Cristo, não minto; a minha consciência me dá testemunho pelo Espírito Santo”. (Romanos 9,1).

É o cuidado que devemos ter, a coerência dos nossos atos e atitudes diante de Deus. Leiam: “Ato dos Apóstolos 24,16”.

Necessário se faz acolhermos a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada com consciência de que é para nós que fala, para que aprendemos e sejamos porta vozes do Plano de Salvação. Comprove: “Romanos 2, 15-16”.

Aqui vai uma recomendação de São Paulo a Timoteo, sobre exortação da fé. Leia e grave na consciência: “1 Timoteo 1,19”.

O cristão verdadeiro precisa desenvolver atitudes conscientes, perseverantes na fé, que se desviem de assuntos que faltem com a verdade. E em comunidade, agir com humildade e generosidade, é agir para o bem acolhimento ao irmão e às boas obras. Confiram: “Tito 1, 15”.

Em fim, a consciência indica o bem que se deve fazer e o mal a evitar. Isto nos diz São Pedro, o sucessor de Cristo. Vejam: “1 Pedro 3, 16-17”.



Palavra de fé: “Porque a maldade, condenada por seu próprio testemunho, é medrosa, e, sob o peso da consciência, supõe sempre o pior”. (Sabedoria 17, 10)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Céu demais

Pode-se crer demais ou de menos. Pode haver céu demais numa cabeça. É isso o que o musical Jesus Christ Superstar lembra, quando o personagem Judas chama a atenção de Jesus para o fato de os outros discípulos estarem com céu demais na cabeça. Os autores do filme, Andrew Lloyd Webber e Tim Rice, não eram teólogos, mas acertaram quando mostraram esse conflito. Só erraram ao atribuir isso a Judas. Poderiam ter atribuído a frase a algum santo, como Inácio de Loyola, Vicente de Paulo, ou a Jesus, o qual mandava a pessoa deixar a oferta no altar e ir em busca do irmão, pois considerava a reconciliação com os outros mais importante.

Preocupar-se com a fome dos irmãos aqui na terra também é santidade. Quem vive só de céu lá de cima pode ser bem menos santo do que quem vive de céu já neste mundo. Aliás, o cristianismo ensina que alguém do céu desceu a Terra para que começássemos o reino dos Céus neste mundo. Certos cristãos, ao contrário de Jesus, que fez o céu descer a Terra, agem como se a Terra não valesse nada.

A conversa de que só Deus nos basta e o resto não presta, é anticristã. Jesus mesmo respondeu que havia um segundo mandamento, semelhante ao primeiro, o qual compreendia a exigência do amor ao próximo. O conceito “Deus e eu” não faz nenhum sentido se não lhe for acrescido “e os outros”. Os que têm céu demais na cabeça tendem a ser pessimistas diante das dores da Terra. Apontam para o alto, mostrando para onde irão, enquanto se esquecem de olhar os caminhos que os levam para lá. Estão apontando em direção errada.

O Sol não existe para ser olhado cara a cara, mas para iluminar as coisas ao nosso redor. O certo é aproveitar a luz do Sol lá de cima para ver bem o chão onde pisamos. Faça-se o mesmo com a luz de Deus. Sol demais dá problema nos olhos: o sujeito fica cego. Céu demais dá problemas na alma.

Jesus nos ensina outra coisa. Manda dar de comer, de beber, vestir e cuidar dos necessitados (cf. Mt 25, 31-46). Ele quer o céu já na Terra para que ela respire clima de céu. Ele nunca disse que basta orar e dizer “Senhor, Senhor, eu te louvo!”. Quer que arregacemos as mangas. Quem nunca leu isso andou comprando alguma versão errada dos evangelhos...




Palavra de fé: “Feliz o homem que persevera na sabedoria, que se exercita na prática da justiça, e que, em seu coração, pensa no olhar de Deus que tudo vê”. (Eclesiástico 14,22)