sexta-feira, 21 de maio de 2010

Vinde Espírito Santo

Eis a prece das comunidades cristãs. Aproxima-se o domingo de Pentecostes, quando, 50 dias depois da Páscoa, veio o Espírito Santo sobre os apóstolos, reunidos com Maria, no cenáculo.

É o momento de agradecermos o dom do Espírito Santo, prometido por Jesus Cristo (Jo 14,16). Nestes dias da novena, cada um se dispõe a crescer na fé, acolhendo sempre mais a presença do Espírito Santo que nos é dado no batismo e na confirmação.

Procuremos entender melhor a ação do Espírito Santo de união que nos ajuda a superar distâncias e ressentimentos e sermos capazes de compreensão, amor e perdão. Ele é Espírito de paz. Peçamos, nesta semana, maior união em família, fruto de conversão pessoal e de um relacionamento de verdadeiro amor. O Espírito nos dá a força do amor que faz brotar de novo a vida, onde o tronco parecia ressequido e estéril.

As comunidades tem se empenhado em valorizar os dons do Espírito Santo, já proclamados por Isaías (11, 1-2). Nas celebrações litúrgicas da crisma, os jovens trazem grandes velas acesas ou faixas e estandartes simbolizando os sete dons. Unamos nossa fé para pedir graças de que necessitamos.

O dom da sabedoria faz-nos ver a vida e a história à luz de Deus. Como os raios que procedem do sol, assim percebemos que fomos criados e destinados à comunhão plena com Deus. Tudo coopera para o bem, quando temos a experiência do amor infinito de Deus (Rom 8,28).

O dom da inteligência ajuda-nos a penetrar no sentido dos acontecimentos, compreendendo a explicação e os valores de cada situação. No sofrimento captamos o apelo à semelhança com Cristo e à solidariedade; na gratuidade do amor, o segredo da felicidade. “É maior a alegria de quem dá” (Atos 20, 35).

Pelo dom da ciência somos capazes de aplicar as luzes obtidas às condições em que nos encontramos. Assim, conhecemos a ilusão de quem acumula bens excessivos e não reparte, o vazio da sofreguidão do prazer e da ânsia de poder.

O conselho nos facilita discernir os melhores caminhos a percorrer, de modo a alcançar e promover o Reino de Deus. Por este dom, identificamos a própria vocação e os meios concretos de realizá-la.

A fortaleza auxilia-nos a enfrentar as lutas e vicissitudes do cotidiano, resistindo às tentações e à atração do mal. Inspira-nos o perdão, a prece por quem nos calunia e persegue e a fazer o bem a quem nos ofende. É o dom dos mártires que testemunham a fé em Cristo, sem medir sacrifícios.

Precioso é o dom da piedade que nos concede o afeto filial diante do Pai celeste, ajudando-nos a rezar, permanecendo unidos à vontade divina e entregando-nos confiantes a Deus, nas alegrias e sofrimento da vida.

O sétimo dom é o temor de Deus. Não se trata de medo, mas de respeito. Tão grande é o amor, que temos receio de ofender a nosso Pai e benfeitor. Este respeito se estende à vida e dignidade de todos os filhos de Deus. É o dom que está na raiz da defesa e promoção da vida nascente no seio materno até o respeito aos demais direitos humanos.

Nestes dias abençoados cresce em nós, cristãos, o anseio da união fraterna que Jesus Cristo pediu ao Pai (Jo 17,21).

É tempo de graça, de reconciliação e unidade. “Vinde, Espírito Santo”.

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