quinta-feira, 20 de maio de 2010

O que a Igreja ensina sobre... Legalização do jogo

Introdução:
Passando à frente de uma casa de “bingos”, na cidade de São Paulo, li uma placa com a seguinte advertência: “O jogo pode viciar e causar problemas financeiros e emocionais”.

Analisando tal advertência, eu me perguntava: “Como pode alguém procurar uma atividade que não lhe oferece nenhum benefício além de um pequeno momento de prazer, com possíveis conseqüências agravantes?”. Surge ainda outra pergunta: “Qual o problema moral que existe em relação ao jogo?”. Os sorteios são fatos que se realizam ao acaso. O acaso é absolutamente neutro em termos morais, as coisas que acontecem ao acaso são, de toda a forma, vontade de Deus, seja para o bem ou para o mal.

Por que então condená-lo? Segundo o dicionário Aurélio, jogo de azar é aquele em que a perda ou o ganho dependem mais da sorte que do cálculo, ou somente da sorte, como por exemplo, o jogo da roleta, loteria, bingos, etc.

Proibido desde 10 de abril de 1946, pelo Decreto Lei nº 9225, o jogo de azar, periodicamente, volta à cena. Propõe-se sua oficialização sempre com os mesmos argumentos enganosos, como se a liberalização trouxesse consigo a moralização.

O problema do jogo é que a pessoa em questão põe valores monetários, fruto do trabalho humano passado, na busca de mais valores ao sabor do acaso, através de um ato deliberado da sua vontade. Ou seja: sem o suor do seu rosto, sem a autoridade e o empenho necessários. O indivíduo, no caso, arrisca o que tem para ter mais, sem esforço continuado. E, muito freqüentemente, as pessoas encontram a ruína financeira nessa prática que se torna viciosa e explorada por outro grupo de pessoas, os empresários de atividades relacionadas ao jogo.

Ou seja, o proprietário da casa de jogos sempre ganha, sem nenhum trabalho produtivo e distribui uma parcela desses valores aos ganhadores pontuais aqui e acolá. De um lado, portanto, temos pessoas desejando fortuna sem trabalho, e de outro lado, exploradores privados desse vício humano. Também existem suspeitas de que as atividades do jogo são controladas por grupos que atuam em outras atividades à margem da lei, trazendo consigo uma série de atividades ilícitas.

Alguns defensores da volta das casas de jogo se justificam porque essas atividades criam empregos, geram renda, impostos, enquanto outros afirmam que o mesmo poderia dizer da prostituição, do tráfico de drogas, do turismo sexual. Pode haver algum benefício social, mas o aspecto negativo não compensa, definitivamente.


Doutrina da Igreja Católica:
Em matéria divulgada a propósito do projeto de lei (Decreto Lei 9225), assim se expressa o Cardeal D. Eugênio Sales, Arcebispo Emérito do Rio de Janeiro: “Essa é a porta aberta para lavar dinheiro de drogas, seqüestro, tráfico de armas, enfim, atividades do crime organizado”. No mesmo jornal há um elucidativo parecer de um criminalista: “Essa idéia de descriminalizar e ao mesmo tempo permitir os jogos de azar, é um contra-senso do legislador brasileiro.

Na prática, vai privilegiar o Estado que poderá explorar mais esse negócio direta ou indiretamente (por licitação). Para quem sabe da força do lobby em favor da legislação do jogo de azar, não causa surpresa, mas essa tentativa que, em apenas três meses, chegou ao final de sua transmissão no Senado. Os graves malefícios resultantes da jogatina clandestina, como da prostituição e das drogas, são menores se permanecerem na ilegalidade.

Pelo menos a contaminação é dificuldade e, ainda assim, sofre barreira de uma rejeição social. No sentido contrário tudo se nivela: Senhores de bem e comerciantes de tóxicos, ou vendedores de sorte e de sexo serão equiparados perante a Lei.

Jogo de azar conforme o Catecismo da Igreja Católica:

Veja 2413: “Os jogos de azar...”

E mais: 2414: “O sétimo mandamento proíbe...”

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