quarta-feira, 12 de maio de 2010

O louvor nas reuniões de oração

A 10 de outubro de 1973, no primeiro encontro que os responsáveis pela Renovação Carismática tiveram com Paulo VI, o Papa destacou como característica da Renovação: “O gosto por uma oração profunda, pessoal e comunitária, um retorno à contemplação e uma ênfase colocada no louvor a Deus!”.

Se há alguma coisa que se pode – em grande escala – creditar à Renovação Carismática na espiritualidade do catolicismo dos últimos tempos, essa é, sem dúvidas, o resgate e a prática da oração de louvor, pessoal ou coletivo, espontâneo e inspirado... Primordialmente, a vocação de nossos grupos de oração é proclamar as maravilhas, a grandeza e o poder de Deus, através da adoração, do louvor, de ação de graças. O louvor, em si, é a exaltação, a glorificação de Deus pela sua criatura, que brotam da admiração pelo que Ele é e opera na História da Salvação!

Diz o Pe. Alírio Pedrini que “louvar é elogiar, aplaudir, parabenizar, é falar bem de alguém. É engrandecer e exaltar”. E, falando dos muitos motivos que temos para glorificar a Deus, divide-os em três grupos: “Primeiro, você louva a Deus por aquilo que Ele é; depois, por aquilo que Ele fez e faz; e, por fim, você louva a Deus por aquilo que Ele lhe faz...”.

Falando à Renovação Carismática, na Itália, a 14 de março de 2002, disse João Paulo II: “Faço votos cordiais para que a Renovação no Espírito seja na Igreja uma verdadeira ‘escola’ de oração e de ascese, de virtude e de santidade. De maneira especial, continuai a amar e fazer com que se ame a oração de louvor; forma de prece que mais imediatamente reconhece que Deus é Deus; canta-O por Ele mesmo; glorifica-O pelo que Ele é, antes mesmo do que por aquilo que Ele faz”.

Quando nos reunimos em louvor, estamos, em certo sentido, cumprindo a finalidade para a qual fomos criados. Paulo, falando aos Efésios (cf. 1, 3-14), nos ensina que fomos eleitos desde antes da criação do mundo (...) e adquiridos para louvor de Sua Glória. Esse, aliás, foi o primeiro ato da Igreja recém-contemplada com o dom da Promessa do Espírito, em Pentecostes: “Todos nós os ouvimos apregoar, em nossas línguas, as maravilhas de Deus” (At 2,11), disseram os presentes.

Há, na literatura carismática, abundante material a respeito da importância e da prática do louvor. É necessário que os responsáveis por nossas reuniões de oração se empenhem em permanentemente instruir nosso povo a respeito desse notabilíssimo componente da identidade carismática. Não se deve ter por suposto que as pessoas que freqüentam as reuniões de oração já sabem louvar, e já compreendem o seu valor. É claro que, aprende-se também a louvar pela observação dessa prática na vida dos outros. “Progredir na expressão de louvor é um dom de Deus, mas podemos tomar medidas condizentes para torná-lo mais fácil para Ele no-lo dar”, dizia, nos primórdios da Renovação, Bert Ghezzi. “Não só é conveniente treinar as pessoas em atividades espirituais, como também é não-espiritual deixar de fazê-lo”, complementava ele. Quando, instruídos, demonstramos boa vontade em aprender, permitimos ao Senhor que, mais facilmente, nos ensine...

Aprendamos a louvar. Exercitemo-nos no louvor. Afinal, parece ser esse – segundo Agostinho – o nosso futuro eterno:
Como será intensa aquela felicidade, onde não haverá nenhum mal, onde não faltará nenhum bem, e onde não faremos outra coisa senão louvar a Deus, que será tudo para todos!”.

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