quinta-feira, 13 de maio de 2010

Os limites de Maria

Li um trecho de Paulo no qual o apóstolo afirmava não termos outro intercessor neste mundo além de Jesus. (...) É por Ele, com Ele e nEle. (...) O assunto parou em Maria e alguém perguntou se era válido chamar Maria de dispensadora de todas as graças do céu. Não, não é.

Falei, então, dos limites de Maria e um zeloso defensor da ortodoxia ameaçou mandar meu nome para a Congregação para a Doutrina da Fé, substituta do Santo Ofício. Achou que eu estava pregando heresia ao diminuir o papel de Maria no plano da salvação. Para ele, Maria pode tudo com sua oração. Quando ela pede, Deus se inclina e concede... E eu discordei. O próprio Jesus pediu ao Pai que, se possível, afastasse o cálice de dor, e o Pai não afastou (...). Deus continua soberano. A decisão de atender ou não atender continua sendo dEle.

Determinadas afirmações sobre Maria definitivamente precisam ser explicadas. Podem confundir, e é esta uma das razões porque a nossa devoção a Maria encontra objeção em muitas outras igrejas irmãs. Há muita gente séria que não se opõe por se opor à devoção a Maria. É que detectam imprecisões que contrariam a Bíblia. Cabe a nós, católicos, esclarecer, e bem, o porquê de algumas expressões que usamos. Assim, as expressões “Medianeira de todas as graças”, “Onipotência Suplicante” e “Corredentora” precisam ser explicadas.

Aquele bispo que pedia às mães de família que imitassem Maria em tudo, ouviu de uma fiel na sacristia: “Sr. Bispo, se eu seguir o seu conselho, meu marido e eu nunca mais teremos filhos. Não se deve imitar Maria em tudo. O chamado dela para ser mãe e virgem foi especial. O meu é outro!”. E toca o bispo a explicar a sua frase...

Um colega meu afirmou numa conferência que todas as graças vinham do céu por meio de Jesus, mas passavam por Maria. Embananou-se quando um professor meticuloso quis saber onde estava isso na Bíblia ou na Tradição católica. Pelo que ele sabia, os textos bíblicos falam que tudo que nos vem pelo Filho e não pela mãe. E não está escrito que Jesus tem que pedir a Maria que nos entregue cada graça que Ele nos concede. Nem Maria quer este papel. Ela é a mãe de Deus, mas não é sei papel ficar distribuindo todas as graças que Deus deseja conceder ao mundo. Deus quis precisar de Maria para nos dar Jesus, mas não precisa dela a este ponto para governar o mundo. Nem Jesus. Ou cremos nisso ou acabaremos colocando Maria como Quarta pessoa da SS. Trindade, que ela não é. Ela é linda, e é, depois de Jesus, a cristã que mais sabe orar. De Jesus ela entende e ninguém está mais perto dele do que ela. É por isso que quem está perto de Maria nunca está longe de Jesus, mas quem ousa colocar Maria num plano igual ou mais alto que o do Filho que ela gerou, está longe dos dois. Errou de ênfase, ensina doutrina errada, virou herege! Maria não é toda poderosa. Só Deus é Todo Poderoso.

Não foi isso que aprendi da Santa Igreja Católica. Amar e exaltar Maria é uma coisa. Exagerar é outra. Humilde como ela é, não deseja um culto desses. Ela continua apontando para o Filho. Profetiza, ela diz: “Eu sou apenas seta. O caminho é Ele!”. A verdadeira Maria não contradiz a Bíblia! Maria tem limites!

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