segunda-feira, 14 de março de 2011

Uma “santa” brevemente legitimada – Irmã Dulce

Em 13 de março, o Brasil inteiro e principalmente a Bahia lembrará a morte de Irmã Dulce.

“Mãe da Bahia”, “Mãe dos desempregados”, “Peregrina da caridade”, a “Irmã Dulce dos pobres”. Esta “santa” tinha uma devoção especial a Santo Antônio, que herdou de seu avô Manoel uma pequena estátua do santo que tinha em casa, e também, do seu pai Augusto, que morava perto da igreja de Santo Antônio.

A pequena estátua ainda está no quarto onde viveu Irmã Dulce nos seus últimos anos. Seu nome de batismo: Maria Rita de Souza Lopes Pontes e Dulce, nome de sua mãe, que tomaria ao se tornar freira.

Costumava conversar com Santo Antônio para discernir se tinha ou não vocação. Em sua ingenuidade, quando queria alguma graça do Santo, e esta graça demorava a chegar, ela colocava a pequena estátua de cabeça para baixo ou na chuva, até que o Santo atendesse.

Quando Deus a inspirou a dedicar-se aos mais pobres, ela tomou Santo Antônio como companheiro, advogado, patrono e provedor.

Em 1950 fundou um albergue para velhos desamparados e deu o nome de “Albergue santo Antônio”. Em 1958 iniciou as obras do hospital com o nome de “Hospital Santo Antônio”, que assiste sozinho no Norte e Nordeste mais doentes que qualquer outro hospital. Mesmo sem recursos fixos nada cobrava aos pobres.

Igualmente dedicado ao Santo, fundou o “Centro Educacional Santo Antônio”, no município de Simões Filho – Bahia, onde formou e sustentou milhares de órfãos, muitos meninos de rua e os transformou em jovens e adultos honestos e trabalhadores, dando a todos casa, comida, roupa, escola, atividades educativas e recreativas, iniciação a profissão e, também, ensinamentos de oração e catequese, experiências comunitárias e assistência sanitária.

Até novembro de 1990 manteve estas obras pela caridade, pedindo ajuda a comerciantes, empresários e pessoas de boa vontade. Por isso, passou a ser chamada de “Peregrina da Caridade”. Dado o grande volume de doações que chegava diariamente, afirmava: “É milagre de Santo Antônio”.

Pequenininha em estatura, 1m50, franzina, pesando 40kg, andar curvado, com apenas 38% de capacidade respiratória, crises contínuas de enfisema pulmonar, alimentava-se pouco e dormia de 2 a 3 horas por noite. Essa agonia durou catorze meses seguidos. Contrariando as previsões médicas em vista do estado de debilidade da Irmã Dulce, que pediu que a levasse para morrer junto de seus pobres.

Tinha grande devoção por Santo Antônio, que entrou na vida eterna em um dia 13. “Santo Antônio, por certo, acolheu-a de braços abertos”.

Aguardamos com fé e esperança o momento de podermos rezar: “Santa Irmã Dulce rogai por nós!”.


Palavra de fé: “Mas cuidarei para que, ainda depois do meu falecimento, possais conversar sempre a lembrança dessas coisas”. (1 Pedro 1,15)

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