quarta-feira, 23 de março de 2011

Religião também se aprende moral

“Crescei e multiplicai-vos”. Um ideal para nosso tempo?

No livro de Gênesis, a Bíblia coloca um lindo contexto para a procriação: Deus não é sexuado, mas Ele faz os seres humanos sexuados para serem criadores com Ele. Com isto lhes confere o dom de procriar.

A procriação biológica é apenas o começo de algo ainda maior, pois os animais também procriam. Quando fez os seres humanos Deus disse: “Façamos o Homem à nossa imagem e semelhança”. Assim, fez os seres humanos com inteligência e com a capacidade de amar.

Neste contexto, “crescei e multiplicai-vos” é uma missão ética a ser pensada e exercida com amor. A Igreja reconhece que o casal se torna um “intérprete do amor criador de Deus” nas situações concretas. Por isso deve agir com responsabilidade na procriação. Alguns critérios são: “levar em conta o seu bem pessoal, o bem dos filhos já nascidos ou por nascer, as condições da vida social, suas condições pessoais de vida material e espiritual”; e também os valores da família, sociedade e da Igreja. Formando bem sua consciência, a decisão sobre ter ou não filhos cabe “em última instância ao casal fazê-la diante de Deus” (Gaudium et Spes n. 50).

Hoje, é bem maior a responsabilidade social que pesa sobre o número de filhos e sua educação. Então a maioria dos casais tem poucos filhos. E isto pode ser um gesto de responsabilidade. Mas outros não querem filho nenhum; e isto pode ser um gesto de egoísmo. É preciso ter razões nobres para ter ou não ter filhos.

Toda pessoa ou casal que estiver restrito aos seus próprios interesses não participa deste sacramento maior que nos faz co-criadores com Deus. Mas se hoje vivemos, temos que agradecer por tantas pessoas que assumiram esse amor comunicativo e fecundo, para nos transmitir vida com qualidade e dignidade.



Palavra de fé: “Deus quis honrar pais pelos filhos, e cuidadosamente fortaleceu a autoridade da mãe sobre eles”. (Eclesiástico 3,3)

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