quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Frustração no relacionamento entre PAIS e FILHOS

O relacionamento entre pais e filhos sempre foi, e continuará sendo, alvo de conflitos. Basicamente não estamos preparados para ser pais; no entanto, somos todos filhos. Desde pequenos, buscamos a aprovação e o reconhecimento das pessoas que são importantes para nós, entre elas nossos pais. Nem sempre é fácil agradar, e muitos filhos realmente não conseguem isso, pois alguns pais fazem exigências demais e se recusam a aceitar os filhos com as características que lhes são peculiares. Isso pode gerar uma grande frustração, em ambas as partes. Tais lembranças poderiam ficar para trás se não fosse o fato de os filhos, um dia, tornarem-se pais.

Como pais, os filhos passam, mesmo que inconscientemente, a comparar de forma como foram criados com a que dispensam aos próprios filhos. Normalmente, as mágoas que não foram adequadamente resolvidas no passado voltam a atormentar no presente.

É comum filhos que foram duramente exigidos serem mais liberais quando pais, pois sabem o quanto sofreram nas mãos dos genitores.

A forma de expressar afeição é outro ponto que pode trazer divergências entre as gerações. Alguns pais entendem que os filhos precisam se sentir valorizados e constantemente os incentivam e elogiam. Outros, porém, temem que, ao serem elogiados, os filhos sintam-se soberbos, desdenhando-os; por isso, economizam nas palavras doces, carregando na disciplina e nas exigências. Nada do que o filho fizer será suficientemente bom. Qualquer filho criado dessa forma fica realmente revoltado ao se tornar pai, pois acaba espelhando, com pesar, muitas das situações em que teve mérito na infância, e não foi reconhecido. Isso porque quaisquer pais de mediana inteligência são capazes de avaliar os progressos de sua criança, a eficiência escolar e seu bom comportamento.

Alguns pais nunca foram elogiados, então sentem uma enorme dificuldade em elogiar. Se o fazem, no entanto, lembram que jamais foram tratados com delicadeza e lamentam o tempo perdido e a falta de reconhecimento dos genitores. É por isso que o relacionamento entre pais e filhos é tão complexo. No entanto, nem todo filho será pai; mas os que forem invariavelmente irão relacionar a forma como foram tratados como filhos ao tratamento dispensado à própria prole.

É importante que façamos aos outros o que desejamos que nos façam. Independentemente da classificação “pai” ou “filho”, o que existem são pessoas que desejam ser amadas, reconhecidas, valorizadas por suas características inatas ou adquiridas. Se você hoje é pai, com certeza já foi filho, e entende o que estou escrevendo. Se você é filho, compreende parcialmente, mas um dia poderá entender muito mais. Tratar o outro como gostaria de ser tratado, com amor e respeito, é a melhor forma de assegurar que se minimizem as frustrações no relacionamento entre as gerações.



Palavra de fé: “Um filho sábio ama a disciplina, mas o incorrigível não aceita repreensões”. (Provérbios 13,1)

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