quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ele é agressivo demais!


Meu filho de 8 anos é muito nervoso e tem ataques de fúria difíceis de controlar. Como ajudá-lo a modificar esse comportamento?


Atitudes agressivas normalmente são um pedido de ajuda diante de conflitos que a criança não consegue expressar com palavras. Crises na família, mudança de escola, perda de alguém querido, problemas de aprendizagem e de relacionamento desencadeiam sentimentos de inseguranças e de desamparo. A agressividade é uma reação possível e tende a desaparecer se os pais identificam o que incomoda o pequeno e o ajudam a superar a dificuldade. Mas, se a criança sempre foi briguenta e o quadro está se agravando, talvez seja preciso requisitar o acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra infantil.

Às vezes, a agressividade se aprende na família. Em uma casa onde todos tentam se impor pela força, ser agressivo é uma maneira de se legitimar. Um erro comum é atribuir esse comportamento à natureza do pequeno por meio de comparações como: “É nervosinho como o avô”. Possivelmente, o avô que agia assim passou por sérios problemas de socialização, dos quais o filho pode ser poupado. Por isso, o primeiro passo é a família fazer uma autoavaliação para identificar se o ambiente está propiciando as atitudes agressivas da criança. Outro cuidado importante é calibrar a própria reação nas crises. Gritar e revidar a violência são os piores erros que os adultos podem cometer, pois reafirmam para a criança que aquele comportamento é aceitável – ganha quem é mais forte ou grita mais alto.

Na hora da explosão, o ideal é parar o que estiver fazendo e tentar acalmar a criança dizendo que irão conversar sobre aquilo mais tarde, quando ela conseguir se controlar. Se não funcionar, mande-a para o quarto e deixe-a sozinha para pensar no que fez. Na hora de conversar, os pais devem explicar que ficaram ressentidos com aquele comportamento e que a autoridade deles deve ser respeitada, pois são responsáveis por sua educação. Cabe mostrar à criança como poderia ter resolvido aquele problema de maneira socialmente aceitável. Ao mesmo tempo em que é preciso demonstrar compreensão e interesse pelos sentimentos do filho, não se deve deixar o incidente sem punição. Procure vincular o castigo ao dano causado – por exemplo, se o pequeno quebrou algo na hora da raiva, tem que consertar ou pagar outro com a própria mesada; se ofendeu alguém, deve pedir desculpas. A privação de algo que ele goste, como assistir TV ou ir à casa dos amigos, também pode levá-lo a pensar duas vezes antes de explodir em uma próxima ocasião.

Uma atitude complacente é a pior saída. Se os limites não forem claros, a tendência é que o comportamento violento, que antes se restringia à casa, passe a se manifestar também na escola e com o grupo de amigos. Outro risco é que essas agressões evoluam, passando ao ataque físico. O auxílio de um psicoterapeuta ou psicopedagogo pode ajudar os pais a se posicionarem, estimulando no filho a mudança necessária.



Palavra de fé: “Quem poupa a vara odeia seu filho; quem o ama castiga-o na hora precisa”. (Provérbios 13, 24)

Nenhum comentário:

Postar um comentário