sexta-feira, 9 de abril de 2010

Sexo é ternura

O Catecismo da Igreja Católica, ao falar do sexto mandamento da lei de Deus – que propõe castidade e pureza de intenção no uso da sexualidade aos casados e aos não casados -, define o sexo como um ato de ternura. Ternura é virtude de quem é terno, suave, delicado, respeitador, gentil e capaz de ver a vida do ponto de vista do outro. O contrário é ser durão, violento, bruto, sem fineza e sem classe.

O que a Igreja afirma aos que praticam sexo é muito claro. O encontro sexual deve ser responsável, fruto de carinho e respeito na entrega e no acolhimento, doação, diálogo de corpo e de mente. Que um não force nem engane o outro. Ele não diga nunca: “Tenho uma mulher”, sem dizer também: “Sou dela”. Ela nunca diga que tem um homem sem dizer também: “Sou dele”.

O sexo não significa posse. É sim, doação e entrega serena e respeitosa das potencialidades de um de outro no prazer mais bonito que puderem se dar. Que seja físico, mas também espiritual. Não seja apenas um encontro de carne e, sim, de pessoas que se admiram, e um não imagina a sua vida sem o outro.

A doutrina da Igreja, trocada em miúdos, seria mais ou menos assim: conseguir o corpo de alguém sem a pessoa e a ternura desse alguém não chega nem mesmo a ser um ato sexual, é um desatino sexual; não é laço, é nó cego; não é diálogo, é monólogo. O corpo do homem e o da mulher foram criados para um ajuste e um encaixe, como peças de uma engrenagem maravilhosa que gera afeto, paz e, se souberem o que querem, filhos do jeito certo e no tempo certo. Mas, para isso, é necessário educar o corpo e a alma.

O sexo começa e morra na cabeça. Os órgãos genitais apenas executam a tarefa. Se a cabeça for suja, o ato também será. Se for serena e tranqüila, o ato será cheio de paz. Para milhões de casais, é um magnífico ato espiritual que passa pelos corpos em festa.

Quem disse que a Igreja é contra o sexo nunca leu direito os seus escritos. Ela abomina a grosseria, o erotismo burro, a pornografia sem vergonha, a brutalidade, a leviandade, o desrespeito e o egoísmo.

Para os cristãos, sexo tem que ter nexo e anexo. Se não tiver, fica cada dia mais complexo e perplexo. Na poesia da vida, deixa de ser verso porque se fez perverso.

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