segunda-feira, 19 de abril de 2010

Otimismo

“Sou desafinado, não canto”, dizia o poeta Carlos Drummond de Andrade. “Mas aplaudo quem sabe cantar”. E o Livro dos Provérbios avisa: “Um coração alegre, apesar dos percalços, está sempre em festa”.

Conviver com pessoas alegres e joviais é uma das coisas mais gratificantes da existência. Se o pessimismo envenena, tornando pesado o meio ambiente, o bom humor areja e tonifica, colorindo tudo com pincel verde-esperança.

Existem dois tipos de indivíduos: os que têm e os que não têm chama interior. Os primeiros são luminosos, irradiantes, projetando força e simpatia à sua volta. Os desprovidos de luz interna lembram quarto escuro, sala em trevas, porão insalubre. E a gente fica com medo de chegar perto, de entrar em contato com eles. Porque tenebrosos, são de áspero trato e difícil convivência.

Habitamos um planeta poluído, violento e intoxicado. Para sobreviver, precisamos abrir as janelas da alma e as portas do coração, deixando entrar ar puro de alegria, música, otimismo, poesia, natureza, gratidão.

Pessoas serenas pacificam à sua volta, irradiando paz, segurança e bem estar, deixando-nos confortáveis, agradecidos, de bem com a vida.

Mentes amargas, negativas, colocam mais rugas ainda no rosto da sociedade, já tão triste, melancólica e deprimida. Estatísticas mundiais recentes enfatizam e atestam: otimismo e amor à vida são a chave da longevidade, da saúde psíquica, espiritual.

Viver é recomeçar, cada dia, com o sorriso da perseverança brilhando nos olhos. E muita coragem, ternura e bondade no coração.

Mesmo áspera, a crise é benéfica e salutar, porque nos desinstala e amadurece. Nos obstáculos que surgem, provamos nossa têmpera interior, nossa vinculação profunda ou superficial com Deus.

Na arte de viver cabe-nos administrar desafios, conflitos e contrariedades constantemente. Vitória sem luta? Pobre triunfo sem glória!

Senhor, que saibamos encontrar-te em toda a parte: na dor e na alegria; na flor e no espinho; na bonança e na tempestade; nos bons e nos maus momentos. Teu nome é misericórdia, onipresença.

Dá-nos olhos e coração para descobrir tuas pegadas de bondade, teu rosto e tua mensagem de vida eterna nos fatos, nas coisas, na história, na virada do milênio, no ontem, no hoje, no amanhã, em nossos irmãos de caminhada acima de tudo.

Que todos aqueles que nos vêm visitar sintam-se melhores, mais felizes e reconciliados ao sair de nossa casa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário