quarta-feira, 18 de abril de 2012

Priorizar o amor físico ao espiritual




Ninguém ignora que o amor, oriundo da atração física, é também um sustentáculo do casal, pois é imperativo específico do casamento. O que faz duas pessoas de sexo diferente tornarem-se um casal é precisamente a atração física, evoluída em amor físico. Por que Francisco de Sales e Joana de Chantal não se tornaram um casal? Porque entre eles não havia amor físico, não havia atração física.

O amor físico é importante no casamento. Mas como todos nós conhecemos as limitações, as flutuações, a precariedade do amor físico, se não colocarmos o amor espiritual antes dele e na base dele, o casal terminará rolando no abismo.

Esta é outra causa freqüentíssima da crise conjugal: dar prioridade ao amor físico sobre o amor espiritual. Este erro tanto pode ser encontrado no homem como na mulher. Não somente no homem, segundo julgam alguns. Sem o amor espiritual, que é o cimento, o concreto armado da estabilidade emocional, dificilmente um casal consegue entrosamento durável. E se consegue, raramente perdura.

Aquilo é um meteoro. O que murcha, o que flutua, não pode sustentar duradouramente nada. Sobretudo quando a impiedosa concorrência de produtos mais frescos põe em perigo a mercadoria da casa. Hoje basta passar de carro na frente de alguns colégios, e ele ou ela encontram, de graça, o que procuram na rua, para desgraça de ambos. Evidente. Se o que eu mais valorizo é o corpo, claro que seguirei qualquer corpo que me atraia, mas o corpo do meu parceiro. Entre o jovem atleta e o quarentão, quem leva vantagem no olhar biológico é o jovem atleta. Haja pílulas, então. Haja inferno.

A experiência tem mostrado que só evitam esta crise ou saem dela aqueles que põem o amor espiritual como coroamento do amor carnal. A cópula jamais pode tornar-se a cúpula de nenhum casal. Nem o alicerce. Por causa da dimensão extra biológica, específica do ser humano. Cada vez que esta dimensão não é atendida, não é alimentada, não é respeitada, o casal reduz-se a um par de seres meramente biológicos. Como poderão enfrentar os complexos e problemas de uma vida a dois, cujo objetivo é proporcionar o crescimento integral de ambos, crescimento em todos os níveis? Como? São esses os casais que cometem o erro de confundir conjugal com sexual.


Do livro: Não basta ter amor para ser feliz no casamento, de João Mohama.


Palavra de fé: “Assim os maridos devem amar as suas mulheres, como seu próprio corpo. Quem ama a sua mulher, ama-se a si mesmo”. (Efésios 5,28)

Nenhum comentário:

Postar um comentário