terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Com Agostinho

Um apaixonado por Deus, um apaixonado pelos homens. Fez pessoalmente e rude experiência do pecado, da própria fragilidade. Sabe do que é feito o homem. Sua paixão por Deus foi mais forte. Sabe-se salvar de modo puramente gratuito. A partir daí, tudo passa a ser em sua vida louvor e ação de graças, “confissões” da misericórdia do Pai.

Alimentado de Escritura, sobretudo dos Salmos, sabe que em toda a liturgia uma única voz ressoa, a de Jesus Cristo. A liturgia está no coração da Igreja, uma Igreja Católica, universal.

Grande fraternidade, corpo de Cristo, reúne todos os homens que reconhecem em Jesus o único que pode satisfazê-los: “Fizeste-nos para Ti, Senhor, e nosso coração está inquieto enquanto não descansa em Ti!”. A fonte desse desejo é o amor.

É daí que jorra toda a espiritualidade agostiniana. Um amor que faz de nós pessoas vivas e nos unifica: unificação interior e unidade entre pessoas. “Ama a verdade e faze o que quiseres”.

Fórmula audaciosa? Sim. Agostinho nos diz: procura, age, avança, cria e procura de novo incansavelmente. O amor será tua força. Esse desejo de Deus é vivido em clima de amizade, de amparo fraterno e de liberdade espiritual. Com Agostinho, ficamos impressionados pelo espírito da primeira comunidade, confira: “Ato dos Apóstolos 4,32”. Com ele ingressamos na escola de Paulo, o outro convertido para aprender a humildade, a liberdade segundo o Espírito, a complementaridade e a solidariedade dos membros de Cristo.

Qualquer que seja o nosso engajamento apostólico, qualquer que seja a forma de vida evangélica escolhida, em todas as nossas atividades materiais ou intelectuais, pedagógicas ou hospitalares, profanas ou pastorais, temos consciência de sermos membros uns dos outros.

Agostinho nos ajuda a compreender melhor as verdadeiras dimensões dessa união, quando vivermos de acordo com o Espírito de Cristo. Convida-nos a não descansar enquanto o mundo inteiro não for verdadeiramente Corpo de Cristo.

De Agostinho sobre o Salmo 36/37: “Teu desejo é tua oração. Se queres orar sem cessar, não deixeis nunca de desejar!”.

Sermões de Santo Agostinho:
Não sei que dá ao amor os limites da África.
Estende teu amor sobre o mundo inteiro, se queres amar a Cristo, porque os membros de Cristo estão estendidos sobre o mundo inteiro.
Ninguém pode amar o Pai se não ama o Filho, e quem ama o Filho ama também os filhos de Deus.
Que filhos de Deus? Os membros do Filho de Deus. Amando, passa a ser ele também membro; a dileção o faz entrar na unidade do corpo de Cristi, e não haverá mais que um Cristo amando a si mesmo.


Observação: Agostinho foi bispo de Hipona, norte da África.



Palavra de fé: “Espera no Senhor e faze o bem; habitarás a terra em plena segurança”. (Salmo 36/37, 3)

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