quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A fonte que purifica


“Do mesmo modo como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também será levantado o Filho do Homem, a fim de que todo o que nele crer tenha a vida eterna” (Jô 3,14-15)


No dia 14 de setembro, a Igreja celebra a Exaltação da Santa Cruz. Essa festa nasceu em Jerusalém, nos primeiros séculos do cristianismo. Conforme a tradição popular, as comemorações tiveram início no ano 326, quando Santa Helena encontrou a cruz de Jesus Cristo. A sua celebração estendeu-se com grande rapidez pelo Oriente e pouco depois por toda a cristandade.

Contam os historiadores, que no ano 614, os persas saquearam Jerusalém, destruíram muitas igrejas e apoderaram-se da santa cruz. No entanto, após a imensa batalha, no ano 628, as relíquias foram recuperadas pelo imperador bizantino, Heráclio.

Segundo uma piedosa tradição, quando seus soldados recuperaram a santa cruz, o imperador Heráclio quis carregá-la pessoalmente ao Monte Calvário, de onde havia sido retirada. Então, Heráclio foi buscá-la acompanhado de seus súditos e cortejado com toa a pompa dispensada a um monarca. Vestido com suas belas roupas, coroa e muitas jóias, colocou a cruz sobre seus ombros e se pôs a caminho. Mal iniciou o trajeto, a cruz foi aumentando gradativamente seu peso. A cada passo, o peso ia se tornando insuportável. Já pensava em desistir, quando Zacarias, bispo de Jerusalém, fez-lhe ver que, para levar nos ombros a santa cruz, deveria desfazer-se das insígnias imperiais, e imitar a pobreza e a humildade de Cristo que, para carregá-la, despojou-se de tudo. Heráclio, numa demonstração de humildade, acatou a sugestão, trocou suas ricas vestimentas por uma túnica e, descalço, conseguiu forças para levar a santa cruz até o ponto mais alto do Calvário.

Esse fato comprova que é impossível carregarmos a cruz diária recobertos de supérfluos, e que não existe evangelho sem cruz. Relutamos em aceitar a dor, maldizemos as tribulações, e isso torna o peso do madeiro insuportável. A revolta diante da cruz da doença e das perdas diárias amplia o sofrimento. Para que a cruz do dia a dia se torne mais leve e possamos aceitá-la com resignação, basta lembrar que Jesus, em seu calvário, só por amor, aceitou a sua vontade do Pai e derramou todo o seu sangue para nos salvar. A aceitação ameniza a angústia e a dor, é o fermento que nos faz crescer e transforma a cruz em fonte de purificação da alma.



Palavra de fé: “E, sendo exteriormente reconhecido como homem, humilhou-se ainda mais, tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz”. (Filipenses 2,8)

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