sábado, 20 de novembro de 2010

O jogral de Nossa Senhora

Conta uma lenda medieval que, com o Menino Jesus nos braços, Nossa Senhora resolveu descer a Terra e visitar um mosteiro.


Orgulhosos, todos os padres fizeram uma grande fila e cada um postava-se diante da Virgem, procurando homenagear a mãe e o filho. Um declamou belos poemas, outro mostrou suas iluminuras para a Bíblia. Um terceiro disse o nome de todos os santos. E, assim por diante, monge após monge mostrou seu talento e sua dedicação aos dois.


No último lugar da fila havia um padre, o mais humilde do convento, que nunca havia aprendido os sábios textos da época. Seus pais eram pessoas simples, que trabalhavam num velho circo das redondezas, e tudo que lhe haviam ensinado era tirar bolas para cima e fazer malabarismos.


Quando chegou sua vez, os outros padres quiseram encerrar as homenagens, porque o antigo malabarista não tinha nada de importante para dizer e podia desmoralizar a imagem do convento. Entretanto, no fundo do seu coração, também ele sentia uma imensa necessidade de dar alguma coisa de si para Jesus e a Virgem.


Envergonhado, sentindo o olhar reprovador dos seus irmãos, ele tirou algumas laranjas do bolso e começou a jogá-las para cima, fazendo malabarismos – que era a única coisa que sabia fazer. Foi só neste instante que o Menino Jesus sorriu e começou a bater palmas no colo de Nossa Senhora. E foi para esse que a Virgem estendeu os braços, deixando que segurasse um pouco a criança.




Palavra de fé: “Meu filho, faze o que fazes com doçura, e mais do que a estima dos homens, ganharás o afeto deles”. (Eclesiástico 3, 19)

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