quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O amor ao próximo

O trem se foi (o amor por interesse)

Dom Bosco é considerado um dos maiores santos da Itália. Ele construiu em Turim, um gigantesco orfanato e também oficinas de aprendizagem para os meninos de rua.

Certa vez, visitando a região da Alba, à noite, quis voltar para Turim, mas perdeu o último trem. Sob intensa chuva, bateu à porta de uma casa paroquial que ficava nas imediações da estação. Um padre abriu a porta e perguntou quem ele era.

- Sou um pobre sacerdote de Turim. Acabei de perder o último trem.

- Qual sua formação em Turim?

- Cuido de uma pequena igreja, num bairro pobre.

- O Senhor já jantou?

- Se tiver a bondade de me dar algo para comer, aceitaria com alegria.

- Sinto muito, não tenho nada pronto. Mas posso arranjar-lhe um pouco de pão e queijo.

- Eu lhe fico grato.

- O Senhor pretende pernoitar aqui?

- Bem, como vê, com esta chuva, o trem já se foi!

- Sim, compreendo, mas não tenho cama disponível.

- Não se incomode. Duas cadeiras são suficientes.

- Se é assim, acomode-se. Sinto não poder abrigá-lo melhor.

O padre mandou a empregada trazer o pão e o queijo e continuou perguntando:

- Conhece em Turim um tal Dom Bosco?

- Sim, um pouco.

- Nunca o encontrei, disse o padre. Mas quero pedir-lhe um favor. O Senhor acha que ele me ajudaria?

- Se puder... Ele sempre se alegra em ajudar os outros!

- Pensei em escrever-lhe uma carta amanhã, pedindo para abrigar uma criança em seu orfanato.

- Certamente ele fará isso, asseguro-lhe.

- Realmente? O Senhor é amigo do Dom Bosco?

- Sim, desde criança.

- Então, poderá intermediar a questão para mim?

- A questão já está resolvida. Fica como recompensa pela sua presente obra de amor.

- Mas... o Senhor... quem é o Senhor?

- Eu sou Dom Bosco.

- Dom Bosco? O Senhor é Dom Bosco? Por que não me disse logo? Perdoe-me o mau jeito, mas... como iria adivinhar?

- Vamos, deixe esse pão e queijo. Agora me lembro, sobrou alguma coisa do almoço.

O padre ficou confuso. O suor corria-lhe o rosto. Chamou a empregada. Pediu que colocasse uma toalha limpa e que trouxesse uma sopa de peixe e um omelete de presunto. Em seguida, correu até o armário e lá tirou um pedaço de frango assado e uma garrafa de vinho tinto.

Continuava muito nervoso. Enquanto isso, Dom Bosco não conseguia conter o riso.

Depois do jantar, Dom Bosco foi levado a um bonito quarto de dormir. No dia seguinte, o padre o acompanhou até a estação ferroviária, sem parar de pedir desculpas.

Na despedida, Dom Bosco deu-lhe um abraço:

- Veja, padre, podemos tirar uma bela lição disso que aconteceu. Se nós nada temos, nada podemos dar. Mas se temos muito, damos aquilo que achamos certo. Mas devemos sempre dar por amor ao próximo e não por interesse próprio.



Palavra de fé: “Inclinai-me o coração às vossas ordens e não para a avareza”. (Salmo 118, 36)

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