quarta-feira, 17 de novembro de 2010

O amor ao próximo: A viagem mais excitante de minha vida (o amor que busca o bem)

O famoso piloto de corridas Hans Stuck contou:

- Eu queria participar da corrida em Cuneo, na Itália. Meu mecânico e eu fomos em meu carro particular, pelo caminho de Montreaux, até St. Maurice para chegar até Martigny. Nas proximidades de St. Maurice, um soldado aproximou-se de nós, acenando com a mão: “Houve um grande deslizamento. A entrada está bloqueada por alguns dias. Para chegar à Itália, o Senhor deverá fazer um desvio de uns 200 km”.

Em Ollon, tivemos de interromper de novo a viagem porque havia um grande número de pessoas no meio da estrada. Gente gesticulando, gritando e acenando. Perguntamos o motivo do nervosismo a uma mulher jovem, que nos disse chorando: “Dentro de seis horas eu devia estar em Turim. Consegui em Berna o soro que não há em Turim. Mas o remédio deve estar, o mais tardar, à meia-noite nas mãos dos médicos, senão será tarde demais e o meu filho morrerá. Aqui não se consegue avião e um carro não fará isso tão rapidamente”.

A pobre mulher falava confusamente porque estava muito nervosa. Temia pela vida do filho!

- Entre minha senhora, disse eu. Estou indo para Turim e, se tudo der certo, quinze para meia noite estaremos na sua casa com o soro!

Eu mesmo duvidava das minhas palavras. Apressadamente meu mecânico olhou para o relógio: eram seis horas da tarde. Tínhamos de percorrer 412 km, passando pelo monte São Bernardo. Mantendo uma velocidade de 60 km, em média por hora, o que nas montanhas é muito difícil, levaria aproximadamente sete horas. Chegando, assim, em Turim à meia-noite e quarenta e cinco minutos.

Saímos em desabalada corrida. Vez ou outra falávamos algumas palavras ou frases curtas. Fascinada, nossa acompanhante olhava para o relógio do painel. Três ou quatro vezes a polícia fez sinal para que parasse, sem que eu obedecesse. Simplesmente passávamos a 120 km por hora, por aldeias e monte São Bernardo.

Passava um pouco das nove. A noite estava bem escura quando contornamos as primeiras curvas da montanha. Eu estava em êxtase, como nas grandes corridas! Cortava os cruzamentos em alta velocidade da qual eu mesmo me admirava. Em certo momento, quando estávamos há quase 2.500 metros de altitude, o carro derrapou sobre uma placa de gelo. A mulher, ao meu lado, deu um grito desesperado.

- Se houver um acidente, meu filho morrerá!

Disse-lhe: - E se não arriscarmos, ele também morrerá! Dizendo isso, apertei o acelerador.

No topo da montanha, alguns monges vieram ao nosso encontro: - O Senhor não poderá descer. A entrada ainda não foi aberta.

- Sim, mas eu tenho de... E agora de fato, estava começando a corrida mais excitante da minha vida. Não pensei que conseguiremos descer sãos e salvos. Entre montes de nesse e pedaços de gelo, meu possante carro preto e branco virava de um lado para o outro na estrada. Muitas vezes, andávamos na borda dos precipícios, e em alguns momentos, até de ré. Corríamos o risco constante de ficar atolados. Apesar do frio, eu estava com muito calor. Quase não conseguia respirar.

Quinze para as onze, chegamos ao vale. Faltavam ainda 120 km até Turim. Os freios não funcionavam mais, estavam molhados pela grande quantidade de neve. Agora já não importava. Sem olhar à direita ou à esquerda, seguimos a 130 km por hora pelas maravilhosas estradas italianas.

Cinco minutos antes de quinze para a meia-noite, paramos em frente à casa da mulher. O marido e o médico correram ao nosso encontro.

A criança salvou-se. A viagem mais excitante de minha vida valera a pena!


Palavra de fé: “Faze o bem para o justo, e disso terás grande recompensa, senão dele, pelo menos do Senhor”. (Eclesiástico 12, 2)

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