quarta-feira, 10 de novembro de 2010

O amor ao próximo

O gato ama os ratos? (o amor por prazer)


Um médico de Munique contou:

Um jovem marido trouxe sua esposa ao meu consultório. A moça teria uns vinte anos, bonita, elegante, mas muito doente dos nervos. Queixava-se o marido de que a mulher evitava-o e ficava, às vezes, o dia inteiro imóvel, perdida em seus pensamentos.

Conversei longamente com a jovem mulher (vou chamá-la aqui de Suzane). Foi difícil fazê-lo falar. Mas, pouco a pouco, descobri toda a sua história.

Aos dezesseis anos, apaixonara-se por um homem casado, de nome Rolf, que tinha vinte e quatro anos. Trabalhavam no mesmo escritório.

Rolf sentia-se importante com o amor devotado daquela bela moça, e a tratava com superioridade. Um dia, durante uma festa no escritório, trocaram o primeiro beijo, que mudou completamente o relacionamento deles. E passaram a encontrar-se com mais freqüência, após o expediente. Rolf falava à jovem que era infeliz no casamento e que queria separar-se da esposa. Ela acreditava.

Depois, prometeu casar-se com Suzane, assim que estivesse divorciado. Conseqüência: a jovem fez aquilo pelo qual há muito tempo ansiava, entregou-se a ele.

Esse relacionamento infeliz durou mais de um ano. Durante esse tempo, Suzane esperou que Rolf levasse a questão do divórcio a sério. Por fim, ele confessou que sua mulher nunca lhe daria o divórcio.

Suzane sentiu-se como se tivesse levado uma bordoada na cabeça. Por causa desse seu relacionamento com um homem casado, havia brigado com os pais e estava numa situação difícil, quase impossível. Mas não desistiu. Decidiu lutar pelo seu amor. Procurou a mulher de Rolf e pediu que ela desse o divórcio. Só então ficou sabendo que a esposa de Rolf ignorava esse relacionamento extraconjugal. O choque dessa conversa foi bastante forte para ambas.

A esposa, que era uma pessoa forte, decidiu pedir o divórcio. Rolf reagiu de modo diferente daquele que Suzane esperava. Ele declarou que amava a esposa e não iria separar-se dela e dos filhos, e recriminou Suzane pelo que havia feito e os dois romperam.

Suzane sofreu as conseqüências. Pediu demissão do emprego e começou a trabalhar em outro lugar, onde conheceu outro rapaz, com o qual se casou logo em seguida.

Mas, pouco depois do casamento, percebeu que não se esquecera de Rolf e nem amava o seu marido.

A reação à decepção que sofrera e viera mais tarde as conseqüências, transformando-se, assim, numa mulher neurótica.

Nesta triste história, podemos ver claramente que o amor que visa o prazer, não é um amor verdadeiro. Suzane estava disposta a destruir a família de Rolf. Este, por sua vez, mentia para Suzane, aproveitando-se de sua inexperiência. Com isso, a sangue frio, destruiu o futuro dela.

Amor por interesse e amor que busca o prazer, são amores aparentes. Um procura tirar vantagem do outro, buscando apenas a própria satisfação. Amar-se assim, como um gato ama o rato: o gato quer brincar primeiro e depois devora-o para satisfazer-se.



Palavra da fé: “Para o fornicador todo o alimento é doce; não se cansará de pecar até a morte”. (Eclesiástico 23, 24)

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