Nesta questão,
supervalorizar não é positivo, é negativo, o certo seria dizer: desvalorizar.
O uso
inadequado, incorreto ou “mágico” de medalhas e outras coisas, abençoadas,
longe de dar proveito espiritual ao usuário, reforça sua ignorância na vivência
da fé e nas relações de amor a Deus. Desvaloriza a motivação religiosa
doutrinária exigida pra um uso verdadeiramente cristão. Freia o que progresso
na fé. É supervalorização negativa atribuir um valor exagerado a objetos e
coisas imaginando defender-se de má-sorte, de malefícios ou para acreditarem em
amuletos, talismãs, feitiços, mandingas e correlatos. Além de superstição, há
nisso uma espécie de idolatria, ou seja, vê poder divino em coisas fabricadas pelo
homem.
Na visão
religiosa cristã, a fé nunca pode ser cega, irracional e alienada. É alienação
entregar seu destino e opções pessoais a objetos, práticas e símbolos
religiosos como se tivessem por si poderes divinos. Pior ainda é valer-se de
tarôs, búzios, horóscopos, crendices, etc.
Está em
moda difundir o fenômeno religioso em forma de mercadoria e oferecer soluções
mágicas para os problemas e angústias humanas! Ao contrário, a fé cristã
ilumina a consciência da responsabilidade pessoal perante todas as situações da
vida. A Criação divina nos marcou com o dom da liberdade e nos fez superiores
às forças naturais. O livre-arbítrio é privilégio de cada indivíduo
responsável. Não somos prisioneiros de nenhum destino. Não estamos sujeitos a
supostos “espíritos” ou sob o poder magnético, energético, místico de ninguém
nem de nada, seja magia, fetichismo, ritualismo, fatalismo, força cósmico, aura
etc.
É
preciso libertar-se das formas mágicas de relacionar-se com a realidade, o
mundo, a cultura religiosa popular. Resistir ao modismo e ao culto às
aparências que seduzem os jovens no convívio social: tatuagens, modas grifes e
afastamentos da Igreja.
A
publicidade campeia pesada e entra em área religiosa também. A simbologia
religiosa de objetos é cultura universal. Reflete a tendência profunda do ser
humano em busca do transcendente. Mas superstições e interesses de traços
culturais e comportamentais alienantes. Desvirtuam os valores do Evangelho
buscando em objetos religiosos proteção e defesa contra perseguições e males
(físicos e morais). A espiritualidade é estéril se lhe falta o senso de
pertença à Igreja, se desvincula da fé e vida concreta, se coloca mais devoção
em símbolos dos santos e dos anjos protetores do que confiança no ensino do
Evangelho.
De fato,
os objetos religiosos abençoados não são necessários para nos ligarmos a Deus.
São secundários. Podem ajudar, se usados com respeito e boa formação cristã.
Esse é um amadurecimento exigido como questão de fé!
Pe. Antônio Clayton
Sant’Anna, C.Ss.R.
Palavra de fé: “Ó Altíssimo, quando o terror me assalta, é em vós que eu ponho a minha
confiança”. (Salmo 55/56, 4)
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