Febre, mal-estar,
cansaço, enjoo. Esses sinais dificilmente são associados a problemas cardíacos,
mas podem ser um alerta para miocardite ou pericardite.
Pouco se fala sobre as doenças inflamatórias do coração.
Entre os problemas mais comuns estão a miocardite e a pericardite. A primeira é
uma infecção no miocárdio, músculo da parede cardíaca. Já a pericardite afeta,
como o próprio nome diz, o pericárdio, membrana que envolve a parte externa do
coração. Acredita-se que, de todas as doenças que acometem esse órgão, a
frequência de ambas seja de 1 a
4%.
Essas infecções têm tratamento e cura, desde que
descobertas no início. No entanto, identificá-las não é simples, pois seus
sintomas se confundem com outros males. Febre, mal estar, cansaço e enjôo são
alguns sinais. Algumas pessoas chegam, até mesmo, a ter diarreia. Esses
sintomas dificilmente são associados, em um primeiro momento, ao coração. No
entanto, existem alguns alertas que dão indícios de que o problema é cardíaco.
Na pericardite é comum apresentar, também, dor torácica. E a miocardite costuma
vir acompanhada de cansaço extremo, falta de ar e alteração nos batimentos
cardíacos. Exames como o ecocardiograma, o eletrocardiograma, o raio x do tórax
e a ressonância magnética auxiliam a comprovar a existência do problema.
Esse tipo de inflamação costuma ocorrer por meio do
contágio de vírus, como o Coxsackie – presente no aparelho digestivo –, o
citomegalovírus, o adenovírus e o influenza, ou seja, vírus que causam gripe,
sinusite e outras doenças. Uma infecção na garganta, por exemplo, pode ser o
foco de origem desses vírus, que seguem pela corrente sanguínea e se alojam no
peito. Outras formas de contágio são por bactérias, como as que causam a
tuberculose, ou fungos, como a candida. A miocardite se desenvolve em 3 a 5% das pessoas que têm
infecção pelo Coxsackie. O uso de drogas, como a cocaína, também pode levar ao
problema.
Não é raro que a infecção não tratada se instale e acabe,
ao longo do tempo, comprometendo o bom funcionamento do coração e se
transformando em uma doença séria, que algumas vezes pode ser fatal. Pesquisas
indicam que a miocardite é a causa de 8 a 12% da morte súbita de pessoas com menos de
40 anos.
Qualquer pessoa corre o risco de desenvolver uma infecção
no coração. No entanto algumas estão mais vulneráveis à doença do que outras,
como quem tem tendência às infecções por repetição, tem tuberculose ou
apresenta baixa imunidade. Descobrir o dano ao coração ainda no início é
essencial para o sucesso do tratamento, que comumente se faz com o uso de
anti-inflamatórios. Em casos específicos, o médico pode lançar mão de
medicamentos como os imunossupressores. E o repouso é essencial, pois a
recuperação completa se dá quando o organismo diminui seu ritmo e o coração
reduz o esforço.
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