quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Coração inflamado




Febre, mal-estar, cansaço, enjoo. Esses sinais dificilmente são associados a problemas cardíacos, mas podem ser um alerta para miocardite ou pericardite.

Pouco se fala sobre as doenças inflamatórias do coração. Entre os problemas mais comuns estão a miocardite e a pericardite. A primeira é uma infecção no miocárdio, músculo da parede cardíaca. Já a pericardite afeta, como o próprio nome diz, o pericárdio, membrana que envolve a parte externa do coração. Acredita-se que, de todas as doenças que acometem esse órgão, a frequência de ambas seja de 1 a 4%.

Essas infecções têm tratamento e cura, desde que descobertas no início. No entanto, identificá-las não é simples, pois seus sintomas se confundem com outros males. Febre, mal estar, cansaço e enjôo são alguns sinais. Algumas pessoas chegam, até mesmo, a ter diarreia. Esses sintomas dificilmente são associados, em um primeiro momento, ao coração. No entanto, existem alguns alertas que dão indícios de que o problema é cardíaco. Na pericardite é comum apresentar, também, dor torácica. E a miocardite costuma vir acompanhada de cansaço extremo, falta de ar e alteração nos batimentos cardíacos. Exames como o ecocardiograma, o eletrocardiograma, o raio x do tórax e a ressonância magnética auxiliam a comprovar a existência do problema.

Esse tipo de inflamação costuma ocorrer por meio do contágio de vírus, como o Coxsackie – presente no aparelho digestivo –, o citomegalovírus, o adenovírus e o influenza, ou seja, vírus que causam gripe, sinusite e outras doenças. Uma infecção na garganta, por exemplo, pode ser o foco de origem desses vírus, que seguem pela corrente sanguínea e se alojam no peito. Outras formas de contágio são por bactérias, como as que causam a tuberculose, ou fungos, como a candida. A miocardite se desenvolve em 3 a 5% das pessoas que têm infecção pelo Coxsackie. O uso de drogas, como a cocaína, também pode levar ao problema.

Não é raro que a infecção não tratada se instale e acabe, ao longo do tempo, comprometendo o bom funcionamento do coração e se transformando em uma doença séria, que algumas vezes pode ser fatal. Pesquisas indicam que a miocardite é a causa de 8 a 12% da morte súbita de pessoas com menos de 40 anos.

Qualquer pessoa corre o risco de desenvolver uma infecção no coração. No entanto algumas estão mais vulneráveis à doença do que outras, como quem tem tendência às infecções por repetição, tem tuberculose ou apresenta baixa imunidade. Descobrir o dano ao coração ainda no início é essencial para o sucesso do tratamento, que comumente se faz com o uso de anti-inflamatórios. Em casos específicos, o médico pode lançar mão de medicamentos como os imunossupressores. E o repouso é essencial, pois a recuperação completa se dá quando o organismo diminui seu ritmo e o coração reduz o esforço.



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