Dieta diferenciada,
novo medicamento para crianças e estimulação do nervo vago são algumas das boas
novas.
Dois milhões. Essa é a estimativa do número de brasileiros
que têm epilepsia, um mal que, se não tratado, interfere – e muito – na
qualidade de vida não apenas do paciente, mas daqueles que convivem com ele. O
problema é causado por uma descarga excessiva e anormal de neurônios, nossas
células nervosas. E isso pode provocar convulsões, espasmos musculares e perda
de memória. É uma doença mais frequente nos dois extremos da vida: infância e
velhice. Algumas crianças apresentam as crises já nos primeiros meses, mas ao
longo dos anos o problema pode desaparecer. De qualquer forma, já existem
diversas soluções, algumas delas recentes, para amenizar ou mesmo acabar com as
crises. Mas isso ainda não significa a cura.
Os medicamentos comumente usados atuam de diversas formas
no sistema nervoso central. No entanto, para cerca de 30% dos pacientes, as
atuais drogas não funcionam de maneira eficiente. Nesse caso, uma boa parcela
deles pode realizar uma avaliação que tem como finalidade descobrir se existe
algo que possa ser feito por meio de uma cirurgia para aplacar as crises. Cerca
de dois terços dos pacientes operados ficam livres dos sintomas.
Outro tratamento é um tipo de dieta, chamada de
cetogênica, que tem sido usada, há mais de 50 anos, como terapia nas epilepsias
de difícil controle com bons resultados. Ela costuma reduzir dramaticamente a
frequência das crises e, na maioria dos casos, possibilita a redução nas doses
de medicamentos e, algumas vezes, até sua suspensão. Essa dieta, que deve ser
feita apenas com orientação médica, tem como objetivo induzir o estado de
cetose, ou seja, quando o organismo usa seus depósitos de gordura como fonte de
energia. Na dieta cetogênica a ingestão de calorias mantém-se normal, de acordo
com as necessidades de cada pessoa, porém essas calorias são fornecidas pelo
componente gordura. As proteínas são reduzidas ao estritamente recomendado para
a faixa etária do paciente e há restrição quase total dos carboidratos (pão,
macarrão, arroz, açúcar, doces, entre outros). Os médicos perceberam,
especialmente em crianças que não respondem bem aos tratamentos convencionais
da epilepsia, que a ação desse cardápio no organismo atenua a atividade
elétrica anormal.
Existe ainda mais uma novidade em medicamentos: alguns
deles estão com uma apresentação mais atraente. São as cápsulas com
microgrânulos, que podem ser abertas e esse pó colocado em uma colher com a
comida preferida da criança. Dessa forma, há mais aceitação do medicamento e
aumenta a adesão ao tratamento. Além disso, consumido dessa forma, o
medicamento é absorvido de maneira mais lenta e uniforme, o que melhora sua
eficácia e tolerância.
Outra boa notícia é que uma técnica, que tem ação no nervo
vago, passou a ser usada recentemente no tratamento de pacientes com epilepsia,
com resultados positivos. Uma espécie de marca-passo, colocado no tórax,
estimula o nervo vago, que fica próximo ao pescoço. Essa estimulação ajuda no
controle das crises, apesar de habitualmente não acabar com elas. Os estudos
agora estão focados em células-tronco, ou melhor, no implante delas no sistema
nervoso central para amenizar ou mesmo resolver de uma vez o problema da
epilepsia.
Fonte: www.einstein.br
Palavra de fé: “Deixai-vos, pois, instruir por minhas palavras, e nelas encontrareis
grande proveito”. (Sabedoria 6,25)
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