O abade João
Pequeno pensou: “estou cansado de ser um homem como os outros, preciso ser
igual aos anjos, que nada fazem, e vivem contemplando a glória de Deus”.
Naquela noite, abandonou o mosteiro de Sceta e foi para o deserto.
Uma semana
depois, voltou para o convento. O Irmão Porteiro escutou-o bater na porta, e
perguntou quem era.
- Sou o abade João - respondeu. - Estou com
fome.
- Não pode ser -
disse o Irmão Porteiro. - O abade João está no deserto, se transformando em
anjo. Já não sente mais fome, e não precisa trabalhar para sustentar-se.
- Perdoa meu
orgulho - respondeu o abade João.
- Os anjos ajudam
a humanidade; este é o trabalho deles, e
por isso não precisam comer, apenas contemplar.
“Mas eu sou um
homem. A única maneira de contemplar esta mesma glória é fazendo o que os anjos
fazem – ajudando meu próximo. O jejum não adianta nada.”
Ouvindo o gesto
de humildade, o Irmão Porteiro tornou a abrir a porta do convento.
Qual o melhor exemplo
Perguntaram a Dov
Beer de Mezeritch:
- Qual o melhor
exemplo a seguir? O dos homens piedosos, que dedicam sua vida a Deus sem
perguntar por quê? Ou o dos homens cultos, que procuram entender a vontade do
Altíssimo?
- O melhor
exemplo é a criança - respondeu Dov Beer.
- A criança não
sabe nada. Ainda não aprendeu o que é a realidade! - foi o comentário geral.
- Vocês estão
muito enganados, porque ela possui quatro qualidades que nunca devíamos nos
esquecer. Está sempre alegre sem razão. Está sempre ocupada.
Quando deseja
qualquer coisa, sabe exigi-la com insistência e determinação. Finalmente,
consegue parar de chorar muito rápido.
Paulo Coelho
Palavra de fé: “Meu
filho, se entrares para o serviço de Deus, permanece firme na justiça e no
temor, e prepara a tua alma para aprovação”. (Eclesiástico 2,1)
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