segunda-feira, 2 de maio de 2011

Família: lugar de santas divergências

Não há dúvida de que a família é a celular vital da Igreja, da sociedade e que o futuro da harmonia da humanidade depende da harmonia das famílias que, unidades pelo amor, lutam para que haja igualdade e solidariedade.

A civilização do amor, tão desejada pela Igreja, se inicia na família. O grande investimento que é necessário fazer para o futuro, mesmo das vocações, é a família. Das famílias santas, Deus vai chamar jovens para que trabalhem em tempo integral no serviço evangelizador, no sacerdócio, na vida consagrada e no engajamento apostólico. Não há também como duvidar que os meios de comunicação, logicamente não todos, não estão preocupados com o bem estar econômico e estrutural das famílias, mas vivem injetando nas famílias a destruição dos valores para que o individualismo cada vez mais violento divida e rompa a unidade do amor conjugal.

Falar de família unidade não significa uma família no estilo patriarcal, ditatorial, onde o pater familiae manda e desmanda, senhor da vida e da morte, decide tudo o que deve ser feito, não consulta ninguém e determina desde a vocação dos filhos ao que se deve comer e aonde se deve ir. A família está inserida na sociedade hodierna, portanto, influenciada pelos meios de comunicação e em processo de crescimento na busca de uma sua maneira de viver, sem perder a sua identidade de união e amor. Não podemos e nem devemos pensar numa família nivelada por baixo ou por cima, sem o exercício amoroso da liberdade, do diálogo e da busca da verdade.

Neste sentido, na família há santas divergências que devem ser não sufocadas, mas sim compreendidas como uma riqueza que faz crescer a família, os indivíduos. O pluralismo na unidade vale também no que diz respeito à família, cada membro tem direito de expressar a sua opinião, os seus desejos para sua felicidade, e buscar a realização da própria vocação sem ferir a unidade e o amor. O fio de ouro que une as divergências familiares é o fio do amor mútuo, do respeito e da unidade. A família não pode ser um “bloco monolítico” fechado em si mesmo, mas sim aberto a novos caminhos e horizontes. Brigas, desentendimentos, divergências, sempre as encontraremos em todo grupo humano que se une, sejam quais forem os motivos da união. É só pensar na comunidade que Jesus criou com seus apóstolos onde Ele mesmo ensina que o que deve estar no centro não é projeção de um ou de outro, mas sim o serviço é o amor.

Ter opiniões diferentes não é impor e ficar amuado, nervoso se os outros não aceitam o que nós pensamos, mas que estas divergências não firam nem o amor e nem a unidade, e sejam motivos de busca da verdade na caridade. A caridade na verdade. Pensar diferente significa que temos uma cabeça diferente, uma inteligência, uma visão diferente, mas o objetivo deve ser o mesmo, criar uma família onde reina o amor que supera todas as diferenças.



Palavra de fé: “Honra teu pai por teus atos, tuas palavras, tua paciência”. (Eclesiástico 3,9)

Nenhum comentário:

Postar um comentário