segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

Sacramento do Matrimônio


Reflexões teológicas:

O matrimônio é uma realidade humana. Envolve pessoas no contexto do amor. Pelo sacramento do matrimônio, o cristão deseja que o Senhor ilumine e conduza suas expressões e iniciativas matrimoniais.

Nesta procura de Deus, descobre-se no íntimo do amor humano, a aliança que Deus faz com os homens em Jesus Cristo.

O amor conjugal cristão não pode aceitar separações ou divórcio – o casal cristão deve esforçar-se por viver o amor pascal do Senhor no sacramento do matrimônio.

O matrimônio cristão é um sinal profético. Para os esposos deve significar a missão de participar na transformação do mundo e da sociedade. E atinge, especificamente, a educação dos filhos na Comunidade humana.

A celebração do matrimônio visa confirmar a disponibilidade dos esposos de assumirem seu amor conjugal no contexto cristão com suas metas e serviços. O amor conjugal é um compromisso com a comunidade cristã e com a comunidade humana. A celebração pode significa, também, o compromisso da comunidade para com os esposos.

A celebração expressa e significa: a graça e a força do Espírito de Jesus.

Dificuldades encontradas:

1. Os meios de comunicação: rádio, cinema, jornal, revistas e especialmente a TV, entram diretamente na vida das famílias. Distorcendo os valores da verdadeira vivência matrimonial e familiar;

2. O consumismo descaracteriza o sexo, desvirtua o amor-doação e supõem com facilidade a separação e o divórcio. Ligada a esta mentalidade consumista, esta mentalidade de um liberalismo pelo qual se entende que o casal tem liberdade e direito absoluto à felicidade individual. Esquece-se com isto a dimensão social da sexualidade;

3. O machismo que persiste de modo subjacente e camuflado oprimindo a mulher e deixando-a numa situação de inferioridade e submissão;

4. Da parte econômica a distância entre os pobres e os ricos. Os ricos cada vez mais ricos e os pobres cada vez mais pobres;

5. A educação dos filhos ressente-se de condições e qualidade do ensino nas escolas para formar e educar os filhos. Faltam escolas com condições de formar e profissionalizar o jovem. Soma-se a isso, muitas vezes, a ausência dos pais no lar devido às exigências e condições de trabalho;

6. As famílias incompletas, especialmente casais divorciados e das mães solteiras. A fidelidade conjugal se vê, frequentemente, abalada pela permissividade, pelo consumismo sexual, protegido pelo anonimato ou por estruturas sociais injustas que obrigam as migrações em busca de emprego;

7. Celebração religiosa do matrimônio é procurada, muitas vezes, para satisfazer um vago sentimento religioso, e por isso, assume-se uma atitude descomprometida com a verdadeira coerência cristã.
“... é satisfatório verificar que são cada dia mais numerosos cristãos que procuram o casamento para viver a sua fé dentro do ambiente familiar, e a partir dele, dando valioso testemunho evangélico e educando com dignidade uma família numerosa. Muitos, também, são os noivos que se preparam com seriedade para o matrimônio e tratam de dar à celebração, um verdadeiro sentido cristão. Nota-se também o empenho em revigorar a pastoral da família nas comunidades paroquiais e adaptá-la aos desafios e circunstâncias da vida moderna”. (Puebla, 579)

Orientações pastorais:

Os três núcleos da pastoral do matrimônio:

a) Preparação para o casamento (curso de noivos), orientação para o amor humano, compreensão religiosa do matrimônio cristão, sinal de aliança e missão profética no mundo;

b) Celebração: expressa as múltiplas realidades assumidas no matrimônio;

c) A pastoral familiar: vivência concreta do matrimônio nos seus aspectos evangelizador, profético e libertador.

Preparação para o matrimônio: a escolha do parceiro deveria ser entendida como uma vocação especial. Na preparação dois itens são importantes: a educação para o amor humano e a pastoral da juventude.

1. Educação para o amor humano deve ser considerada em toda a sua dimensão humana e transcendente, própria do homem feito filho de Deus: em sua relação com Deus, consigo mesmo, com o outro e com as coisas criadas, o processo educativo deve valorizar formas adequadas, progressivas e não funcionalistas de participação nas preocupações e problemas humanos, sociais e de Igreja. Educar para o amor humano pleno, exige dos pais o cultivo da generosidade, da doação, do diálogo, do compromisso, do testemunho devido e da disponibilidade plena para servir. É o exemplo:

2. Pastoral da Juventude: a comunidade cristã é o lugar propício para experiências de amor. Em comunidade os jovens, muitas vezes, tem oportunidade de através da vivência e experiências comunitárias, o valor do outro,da amizade. No relacionamento com o outro sexo, aprendem não só a conviver mas também ser disponível em servir os outros com generosidade, exercendo a caridade cristã, aprendem a observar para os mais carentes e necessitados.

Como realizar uma preparação de forma eficiente:

Sempre feita a preparação dos noivos com antecedência e por pessoas competentes que compreendem a santidade do ato que serão ministrados. Atentos as normas da CNBB quanto a preparação próxima (conf. doc. CNBB 12, pág. 10-15).

Objetivos a serem alcançados na preparação:

- aprofundamento na compreensão teológica do amor e dos sacramentos para assumirem os compromissos decorrentes da sacramentalidade do matrimônio;

- capacitar os noivos a uma opção adulta, madura, consciente e livre para que se tornem capazes de assumir o sacramento a serviço da família e da sociedade.


Diversas formas de realizar a preparação:

1. Catecumenato pré-matrimonial: uma experiência de fé aos noivos capazes de uma preparação mais profunda;

2. Curso de noivos: há diversidade e multiplicidade dos cursos de noivos existentes nas dioceses e arquidioceses, seria desejável estabelecer vários roteiros de conteúdo que atendessem às diversas camadas sociais. Motivar os noivos a participar na comunidade.

A celebração do casamento:

A medida do possível mostrar-lhes da importância do sacramento e do respeito ao rito da celebração.

Matrimônio mistos:

É o matrimônio entre pessoas batizados, das quais uma seja católica e outra não católica. A igreja dá uma atenção especial aos matrimônios mistos.

Aplica-se os princípios ecumênicos do Concílio Vaticano II, de acordo com os documentos que se baseia a atual disciplina.

Há necessidade de instrução adequada a ambas as partes. Não é permitido haver duas celebrações. O que se recomenda e fazer uma só cerimônia ecumênica com os representantes dos dois credos.


Resumo extraído do Diretório dos Sacramentos (Edições Paulinas).


Próxima semana: Sacramento da Ordem.

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