Um anjo do Senhor foi enviado apressadamente aos pais dos persas para avisar os reis magos que fossem adorar o menino recém-nascido. Eles, guiados durante nove meses pela estrela, chegaram no momento em que a Virgem acabava de dar à luz. Porque, neste tempo, o reino dos persas dominava, por seu poder e suas vitórias, todos os reis que existia nos países do Oriente.
Os Reis dos Magos eram três irmãos: o primeiro, Melcon, reinava sobre os persas. O segundo, Baltazar, reinava na Índia. O terceiro, Gaspar, reinava no país dos árabes.
Tendo-se reunido, por ordem de Deus, chegaram no momento em que a Virgem se tornava mãe. Eles tinham apressado a viagem e encontraram-se lá no momento exato do nascimento de Jesus.
Nesta mesma noite, um anjo da guarda foi mandado à Pérsia e apareceu às pessoas do país na forma de uma estrela muito brilhante, a qual iluminou toda a terra dos persas. Ora, como no dia 25 do primeiro Kanun (festa da natividade de Cristo), celebrava-se uma grande festa na casa de todos os persas e adoradores do fogo e das estrelas. Os magos, com grande pompa, celebravam magnificamente sua solenidade, quando de repente, uma luz viva brilhou por cima de suas cabeças.
Deixando seus reis, suas festas, todos os seus divertimentos e suas casas, saíram para apreciar o espetáculo. Viram no céu uma estrela brilhante em cima da Pérsia. Pelo seu brilho, ela se assemelhava a um grande sol.
E seus reis disseram aos sacerdotes em sua língua: “Que sinal é este que estamos vendo?”.
E eles, como por adivinhação, disseram: “Nasceu o Rei dos Reis, o Deus dos Deuses, a luz emanada da luz. Eis que um dos Deuses veio anunciar-nos o seu nascimento para irmos oferecer-lhe presentes e adora-lo”.
Levantaram-se então todos: os chefes, magistrados, generais e disseram aos seus sacerdotes: “Que presentes convém levarmos?”.
E os sacerdotes lhes disseram: “Ouro, mirra e incenso”.
Então, três reis, filhos dos reis da Pérsia, tomaram, como que por uma disposição misteriosa: Um deles, três libras de mirra. O outro, três libras de ouro. O terceiro, três libras de incenso.
Estavam revestidos de suas preciosas indumentárias, a tiara na cabeça e o seu tesouro nas mãos.
Ao cantar do galo, deixaram seu país, com nove homens que os acompanhavam, e partiram, presididos pela estrela que lhes tinha aparecido.
(Livro armênio da infância, 5,10, século VI)
Próxima semana: A fuga para o Egito.
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