terça-feira, 21 de junho de 2011

Jesus Cristo é o centro da nossa vida

Cristo é superior aos anjos: “Hebreus 1, 1-2”.

Hoje o mesmo Deus continua a nos falar por Jesus Cristo e também de muitas maneiras: no silêncio, no retiro, no sofrimento, na tristeza, na perseguição, na noite escura do espírito que nos faz gritar: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?”.

Paulo insiste que em meio às tribulações nossa resposta será norteada pelo amor: “1 Coríntios 4, 12-13”. Nas horas escuras é só a oração que nos sustenta e nos faz perseverar. Jesus rezou do alto da cruz: “Lucas 23, 46”.

Outra maneira de Deus nos falar é ouvir o próximo, dar ouvido ao clamor do povo, ir ao encontro dos que choram e se debatem na extrema miséria, do que é oprimido, explorado, expulso de sua terra, desrespeitado nos seus direitos, do detento na prisão. Tudo isso nos faz rezar, nos faz encontrar o Senhor.

O Papa Bento XVI – encíclica “Deus cáritas est” afirma: “Para a Igreja, a caridade não é uma espécie de atividade de assistência social – que se poderia deixar a outros, mas pertence à sua natureza. É expressão irrenunciável da sua própria essência”.

As Diretrizes Gerais da Ação Evangelizadora apresentam a Palavra, os Sacramentos e a Caridade como fontes de vida da Igreja. Destacam que a caridade é o “centro da vida cristã”. Aqui se encontra o distintivo dos cristãos, nas palavras do próprio Cristo: “João 15, 9-13”.

Por isso, a Conferência de Aparecida assumiu com força nova a opção pelos pobres, Dap. 399. Nunca podemos tapar os nossos ouvidos diante do clamor ao próximo. É Deus que nos fala através do oprimido. O fundamento de tudo isso é Jesus Cristo, que é o centro de nossa vida.

Todos e construtores, de nós mesmos, da sociedade, da Igreja, o importante é construirmos sobre a rocha como recomenda Jesus: “Mateus 7, 24-25”. Construir sobre a rocha é fixar a mente em Jesus Cristo: “Hebreus 3,1”. Fixar é aderir, firmar, assimilar. Essa é a nossa meta, a finalidade da nossa vida. Este retiro é uma oportunidade para isso. Vejam a pregação de João Batista: “Marcos 1, 1-5”, convidando o povo a acolher, aderir, firmar-se em Jesus Cristo. Preparem o caminho, endireitem suas estradas.

Ele vem. Ele traz o perdão, conversão, vida e nos faz renascer. Ele é a razão de estarmos aqui. Para isso é necessário o encontro que transforma e que converte. É como o homem que encontra o seu tesouro: “Mateus 13, 44-46”.

Para isso é necessário em primeiro lugar o encontro: “Marcos 1, 16-20”. Jesus vê Simão e André lançando redes. Foi para isso que Jesus os chamava para lançar as redes, ser missionários. Qual a condição? Deixarem à barca e a rede, o que possuíam.

João e Tiago estão consertando as redes. Elas se rompem com os atritos. Assim também é a nossa vida... é necessário reatarmos os laços com Jesus Cristo. Mas não podemos parar por aí, só consertando as redes a vida inteira. Hoje, esse é o grande perigo: uma religião somente de sentimentos e devocionismo.

Jesus Cristo é a manifestação plena do amor radical que se entrega, não somente pelos justos, mas, também, pelos pecadores: “Romanos 5,8”.
Seu desejo de salvação não é somente aguardar os que o buscam. Jesus é incessante e eterna entrega, de si mesmo para o outro. É o convite contínuo para todos nós, e por meio de nós a toda a humanidade, para segui-lo em meio às diferenças e desencontros.

Consequentemente, as atitudes de alteridade e gratuidade marcam a vida do catequista.

Alteridade se refere ao outro, ao próximo, àquele que em Jesus Cristo, é meu irmão e minha irmã, mesmo estando do outro lado do planeta. É o reconhecimento que o outro é diferente de mim e esta diferença nos distingue, mas não nos afasta.

As diferenças nos atraem e nos complementam, convidando-nos ao respeito mútuo, ao encontro, ao diálogo, à partilha, ao intercâmbio de vida e solidariedade. Fechar-se no isolamento, no individualismo e em atitudes que transformam pessoas em mercadorias, é cair no pecado da idolatria e semear infelicidade. A vida só se ganha na entrega, na doação. Preservar-se é, em Jesus Cristo, auto entregar-se: “Mateus 10,38”.

Todo relacionamento é igualmente chamado a acontecer na gratuidade. A semelhança de Cristo que, saindo de si, foi ao encontro dos outros, nada esperando em troca: “Filipenses 2,5”. O catequista é chamado a questionar um mundo que se constrói a partir da mentalidade do lucro e do mercado, atitudes que geram violência, vingança, guerra e destruição: “Mateus 6, 24-25”.

Gratuidade significa amar em Jesus Cristo, o irmão e a irmã, respondendo através de atitudes fraternas e solidárias, a grande questão proposta a Jesus: “Lucas 10,29”. Significa cortar a raiz mais profunda da violência, da exclusão, da exploração, do pensar em si mesmo buscando sempre a retribuição e interesse próprio.

Gratuidade e alteridade, como expressões de amor, são fontes de paz, reconciliação, de perdão, que é o ápice da nova Lei. Ela leva a amar o inimigo, o que não é pactuar com a impunidade, corrupção e com todas as formas de desrespeito aos direitos básicos de toda a pessoa.

A gratuidade e alteridade levam o catequista a angustiar-se diante da inércia, da omissão dos responsáveis em tomar atitudes que superem o mal existente. Isto, porém, não impede o catequista do ideal do perdão e da reconciliação.

Gratuidade e alteridade são os modos de compreender o que há de mais decisivo em Jesus Cristo: a saída de si, rumo à humanidade marcada pelo pecado, fonte de dor e morte.

É por aí que Jesus Cristo vai se tornando centro da nossa vida. É por aí que se tem experiência de Deus, o encontro com o Senhor.

Biblicamente o profeta experimentava Deus, quando, olhando a realidade dura, sentia um apelo de Deus na Palavra, e respondia a esse apelo com gesto de amor em prol da vida.

É, pois, motivado pela atitude constante de ida ao encontro do outro que o catequista contempla a realidade, não desejando que ela se encaixe em suas expectativas, mas encarnando-se na realidade, ele discerne as exigências do Reino de Deus e trabalha para que esse Reino cresça cada vez mais.


Jesus nos amor até o fim. Por isso, a fidelidade do catequista é uma das maiores provas do seu amor ao mestre.




Palavra de fé: “Meu filho, ouve-me, adquire uma instrução sadia, torna o teu coração atento às minhas palavras”. (Eclesiástico 16,24)

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