sexta-feira, 24 de junho de 2011

Histórias do coração publicadas em livro

Do excelente livro “Histórias da Alma, Histórias do Coração”. (Christina Feldman e Jack Kornfield, Ed. Pioneira), tiramos algumas histórias para esta e outras colunas. Aqui vão algumas delas:

Estou de passagem:

No século passado, um turista americano foi ao Cairo visitar o famoso rabino polonês Hafez Ayim. O turista ficou surpreso ao ver que o rabino morava num quarto simples, cheio de livros, onde as únicas peças de mobília eram uma mesa e um banco.

- Rabino, onde estão seus móveis? - perguntou o turista.

- E onde estão os seus? – retorquiu Hafez.

- Os meus? Mas eu só estou aqui de passagem!

- Eu também – disse o rabino.

Convencer os outros

Um profeta chegou certa vez a uma cidade para converter seus habitantes. A princípio, as pessoas ficaram entusiasmadas com o que ouviam. Mas, pouco a pouco, a rotina da vida espiritual era tão difícil que homens e mulheres se afastaram, até que não ficou uma só alma para ouvi-lo.

Um viajante, ao ver o profeta pregando sozinho, perguntou:

- Por que continuas exaltando as virtudes e condenando os vícios? Não vês que ninguém aqui te escuta?

- No começo, eu esperava transformar as pessoas – disse o profeta. – Se ainda hoje continuo pregando é apenas para impedir que as pessoas me transformem.


Depois da morte

O imperador mandou chamar o mestre zen Gudo à sua presença.

- Gudo, ouvi falar que você é um homem que tudo compreende – disse o imperador. – Eu gostaria de saber o que acontece com o homem iluminado com o pecador, depois que ambos morrem.

- Como vou saber? – respondeu Gudo.

- Mas, afinal de contas, você não é um mestre iluminado?

- Sim, senhor. Mas não sou um mestre morto!

A reflexão

O padre Alan Jones diz que para a construção de nossa alma precisamos das Quatro Forças Invisíveis: Amor, Morte, Poder e Tempo.

É necessário amar, porque somos amados por Deus. É necessária a consciência da morte para entender bem a vida. É necessário lutar para crescer sem se deixar seduzir pelo poder que conseguimos com isto, pois sabemos que ele não vale nada. Finalmente, é necessário aceitar que a nossa alma, embora seja eterna, está neste momento presa na teia do tempo, com suas oportunidades e limitações. Assim, temos que agir como se o tempo existisse e fazer o possível para valorizar cada segundo.

Estas Quatro Forças não podem ser tratadas como problemas a serem resolvidos, porque são muitos mais importantes que isto. E estão além de qualquer controle. Precisamos aceitá-las e deixar que nos ensinem o que precisamos aprender.



Palavra de fé: “Dizem, com efeito, nos falsos raciocínios: “Curta é a nossa vida, e cheia de tristezas; para a morte não há remédio algum; não há notícia de alguém que tenha da região dos mortos”. (Sabedoria 2,1)

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