sexta-feira, 1 de julho de 2011

O verdadeiro abrigo e alimento

“Senhor, não me escondas teu rosto, não rejeites com ira o teu servo. És meu auxílio, não me deixes, não me abandones. Deus meu salvador. Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolhe” (Sl 27,9-10)

Esse salmo e o mês das mães me fizeram lembrar que, na minha infância, tínhamos no quintal muitas galinhas e um galo índio. Certa vez, a galinha carijó juntou um grande número de ovos e se pôs a chocá-los. Tempo depois, surgiu no quintal um mundo de lindos pintinhos, bem amarelinhos. Preocupada com a segurança, a galinha não permitia que eles se afastassem dela, nem ficava tranqüila quando nos aproximávamos de seus filhos.

Com o decorrer do tempo, as avezinhas foram mudando de cor. Para algumas, o amarelo ouro foi substituído pelo branco. Patê delas assumiu a tonalidade avermelhada, outras tiveram suas penas mescladas e muitas ficaram totalmente negras.

No entanto, parece que a galinha mãe nem notou a diferença. Tratava-as sem nenhuma distinção e deixava transparecer a alegria de tê-las todas ao seu lado. Quando já estavam mais grandinhas, apesar de recusarem sua ajuda, ela ciscava o solo e, carinhosamente, tentava depositar o alimento em seus biquinhos e abrigá-las sob suas asas. Para ela, eram como crianças indefesas.

Isso me recordou um programa de TV que homenageava diversas mães. O apresentador aproximou-se da mãe que tinha o maior número de filhos e perguntou-lhe: “A senhora sabe de cor o nome dos seus dezenove filhos?”.

Ela então, aparentemente ofendida com a pergunta, respondeu de imediato: “Claro que sei! E, não só o nome, mas sei também do que gosta cada um, tanto para comer, quanto para vestir!”. E foi relatando uma série de particularidades de cada um.

Assim também é o nosso Deus. Conhece muito bem a fragilidade e as necessidades de todos os seus filhos e filhas. Não só os conhece pelo nome, como sabe também o número de fios de cabelos de cada um. Seu amor é gratuito, ama sem distinção. Sua preocupação não é com raça ou cor, preocupa-se sim com a segurança e bem estar de todos. Não quer que nada de mal aconteça com seus filhos. É um Pai misericordioso que, por amor, entregou-se até mesmo a sua própria vida. Está sempre pronto para abrigar e carregar-se em seu colo. Apesar de nossa recusa, carinhosamente nos oferece como alimento seu próprio corpo e sangue, na eucaristia.



Palavra de fé: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo””. (Mateus 26,26)

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