sexta-feira, 8 de julho de 2011

Catequese 2: A Palavra e o Catequista

A Palavra de Deus tem uma primazia insubstituível na vida da Igreja e no discipulado cristão; é a fonte primordial de sua identidade. No contato assíduo permanente com ela, o catequista confronta sua vida e vai se descobrindo como filho de Deus e irmãos dos outros. É o que nos disse a própria escritura: “Salmo 118, 5-6”, da Bíblia Ave-Maria.

A proximidade e o relacionamento com a Palavra de Deus provocam no catequista as mesmas atitudes e sentimentos de Jesus Cristo: “Filipenses 2,5”; escuta, disponibilidade, compaixão e humildade. Ela o torna autêntico discípulo do mestre.

A Palavra inspirada convida a viver uma atitude contemplativa na história, nos sinais da presença de Jesus, nos sacramentos e na vida das pessoas, especialmente nos pobres: “Mateus 25,31-46”. Ela se faz presente na dimensão celebrativa que o discípulo realiza em comunidade e o conduz a um compromisso transformador e de presença no mundo.

Isto nos leva a assumir a Palavra como critério de leitura e de interpretação da realidade, onde os conflitos e as contradições, a problemática e os desafios exigem do catequista uma atitude de sabedoria para descobrir o projeto de Deus. Olhar a realidade à luz da palavra é um imperativo que brota do seguimento de Jesus.

A Igreja anuncia a Palavra de Deus, e esta se converte em resposta de fé para quem a acolhe. Por isso a Palavra de Deus estimula o catequista não só a ser ele mesmo, mas a formar discípulos e discípulas, conforme o entrar: “Mateus 28,20”.

“Assim, a Igreja não vive de si mesma, mas do evangelho, pelo evangelho e do evangelho tira sem cessar a luz para seu caminho. Por isso, só quem se coloca primeiro à escuta da Palavra é que pode depois torna-se seu anunciador”, afirma Bento XVI.

Jesus Catequista

Geralmente, quando falamos de Jesus, não costumamos ver Nele o discípulo, o formando, mas só o mestre e formador: “Hebreus 4,15”.

Viveu o mesmo processo de aprendizagem próprio de todo o ser humano. Ele, Jesus, antes de ser mestre foi discípulo como todo mundo: “Lucas 2,52”. E mesmo depois, ao longo de três anos de sua vida pública, como formador, ele ia aprendendo no contato com o povo, com os discípulos e com os fatos da vida.

Jesus ensinou dialogando, e dialogando também aprendia: conversando com a samaritana ele teve que aprendes das respostas que recebia dela, como entrar em contato com ela: “João 4, 7-26”. Como a cananéia, cuja filha estava doente, Jesus aprendeu a conhecer melhor a vontade do Pai e que sua missão não era só para os judeus.

Jesus também ensinava através de parábolas, dialogando com o povo. Geralmente, não as explicava, o que provocava as pessoas a pensar e a conversar. É uma forma participativa de ensinar, de educar. Não faz saber, mas faz descobrir, refletir sobre a própria experiência e faz com que essa experiência a leve a descobrir que Deus está presente na vida. É importante para o catequizando saber e experimentar que o catequista acredita neles e na sua capacidade de assimilar e compreender as coisas.


Para pensar e rezar:

O que é a Bíblia para mim?

Com que sentimento leio a Palavra para mim e para os catequizando?

Na catequese uso a Palavra? Como?

Ajudo o catequizando a gostar da Palavra?

A leitura da Palavra é para mim fonte de consciência crítica da realidade?

Ajudo os catequizandos a acolher e reintegrar os colegas excluídos?




Palavra de fé: “Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação”. (Sabedoria 1,14)

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