sábado, 16 de julho de 2011

Mal de Parkinson sob controle

Avanços possibilitam diagnóstico precoce e melhor controle dos sintomas da doença, trazendo qualidade de vida aos pacientes.


Nas últimas décadas, pesquisadores têm-se dedicado à busca de novos tratamentos para as pessoas com o mal de Parkinson. Hoje compreende-se melhor a enfermidade e como ela se desenvolve. O conhecimento é acompanhado de avanços tecnológicos que possibilitam o diagnóstico precoce e um melhor controle dos sintomas da doença.

O Parkinson é uma síndrome crônica com degeneração progressiva do sistema nervoso central. Até o momento, não está estabelecida uma causa determinante para seu surgimento, nem se chegou à cura. O esforço de muitos pesquisadores é direcionado à identificação de fatores de risco. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de frear a evolução dos sintomas, dentre os quais estão o enrijecimento muscular e os tremores involuntários.

Boa parte desses sintomas pode ser controlada com uma abordagem médica multidisciplinar e o uso de medicamentos. A questão é que, com o passar do tempo, as drogas perdem sua eficácia. Uma opção é a estimulação dos neurônios, por meio de uma cirurgia para implante de eletrodos cerebrais profundos, que geram estímulos elétricos diretos em uma área do cérebro. A técnica, já disponível no Brasil, costuma apresentar um rápido efeito na recuperação do controle do motor.

Mais comum a partir dos 50 anos. O Parkinson pode surgir em indivíduos mais jovens. É o caso do ator norte-americano Michael J. Fox, diagnosticado aos 30 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1% das pessoas com mais de 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que mais de 200 mil pessoas convivam com ela.

A pesquisa genética tem sido uma aliada no prognóstico da enfermidade. Estudos feitos no Brasil mostram que 18% dos pacientes com menos de 50 anos possuem os genes marcadores do Parkinson. Identificado o fator de risco, pode-se recorrer a outros mecanismos para cercar o diagnóstico.

Um recurso de ponta, ainda em fase de estudo, é o uso de imagens moleculares para mapear a perda de dopamina, neurotransmissor responsável por uma série de funções e movimentos comandados pelo cérebro. Quando começa a apresentar os sintomas do Parkinson, a pessoa já perdeu 80% da dopamina. Identificar essa perda no estágio inicial traz eficiência ao tratamento.

Outra técnica que está sendo utilizada é a ressonância magnética funcional, que permite estudar áreas do cérebro ativadas quando o indivíduo fala, faz movimentos, recebe um estímulo visual ou sensorial. Conhecer o funcionamento dessas áreas é importante para identificar, por exemplo, o risco de distúrbios de linguagem na cirurgia para implante de eletrodos cerebrais profundos.

A evolução nesses estudos pode levar a novas propostas terapêuticas. Enquanto elas não vêm, é preciso apostar no diagnóstico precoce e na pro atividade do paciente que, com atividades físicas, sociais e intelectuais, pode construir uma “reserva cognitiva” que ajuda o cérebro a se adaptar melhor à falta de dopamina e de outras substâncias.




Palavra de fé: “E agora, Senhor, que posso esperar? Minha confiança está em vós”. (Salmo 38,8)

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