segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

A missão dos setenta e dois, nossa missão

Ao enviar os setenta e dois dos seus discípulos para a missão, Jesus lhes apresenta o Reino de Deus como uma grande messe, como uma grande colheita. Tal missão tem uma abrangência universal, reafirmada pela imagem da messe. Ela é dirigida ao povo de Israel, mas também a todos os povos e nações. O objetivo da missão é semear a Palavra de Deus nos corações dos que acolhem a Deus e o honram como seu Senhor e Rei.


Colocado justamente no início da subida de Jesus para Jerusalém, este episódio caracteriza a ação formadora do Senhor. Ele deseja transmitir aos seus discípulos o fervor e o ardor missionários. Eles se reconhecem seus continuadores e recebem a força do Senhor para tornar a Igreja presente, por toda a parte, em sua intenção “católica”. Tal fato só se concretizará após Pentecostes, mas já agora se entrevê a futura missão dos Apóstolos.


Com efeito, “não só os Doze Apóstolos, observa Orígenes, pregaram a fé em Cristo, mas o Evangelho nos diz que outros setenta foram enviados para pregar a Palavra de Deus, para que graças a eles, o mundo conhecesse as palmas da vitória de Cristo”. O número setenta é bastante bíblico. Moisés escolheu setenta anciãos para ajudá-lo em sua tarefa de liderar o povo através do deserto. O Sinédrio, o conselho que governava o povo de Israel, era composto de 70 membros. Em Jesus este número quer expressar a totalidade das nações e povos, para os quais seus discípulos deviam levar sua Palavra e agir com o seu poder.


Eles pertencem ao grupo dos artesãos da paz. Diz Jesus: “Se houver um homem de paz, a vossa paz irá repousar sobre ele”. O missionário de Cristo anuncia a Sua paz e deve comunicá-la aos que estão preparados para recebê-la. No entanto, até a segunda vinda do Senhor, os discípulos encontrarão oposição e perseguição. Serão como ovelhas no meio de lobos. “Entretanto, eles serão capazes de sobreviver, escreve s. Cirilo de Alexandria, porque Jesus é o pastor deles e ele os protegerá dos lobos em meio às perseguições”. Os discípulos terão sempre presente que Jesus veio como cordeiro que tira o pecado do mundo. “A saudação de paz é dirigida a todos, sem discriminação, observa s. Agostinho, embora só seja recebida pelos que são filhos da paz”.


Somos todos convocados a oferecer nossa vida no humilde serviço ao nosso Mestre e Senhor. Por isso, suplicamos: “Senhor, possam a alegria e a verdade do Evangelho transformar nossa vida para testemunhá-lo a todos os nossos semelhantes. Ajudai-nos a anunciar vossa verdade e vossa luz onde quer que estejamos”.

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