quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Desafiou o câncer, por amor à vida do seu filho. E arriscou a própria vida!

Ao ver João tão saudável, ninguém diz que a gestação foi em meio a sessões de quimioterapia, radioterapia e remédios para combater um câncer de mama. Mesmo contra a vontade dos médicos e sabendo que eu poderia morrer, decidi levá-la adiante. Nunca tiraria um filho para continuar viva.

Eu me preparava para a cirurgia de retirada da mama, quando, durante o exame pré-operatório, descobri a gravidez. Já estava com três meses. Era loucura, porque passava por um processo de menopausa induzida! Meu médico foi taxativo: “Você tem a opção de tirar a mama e correr o risco de perder o bebê por falta de oxigenação ou prosseguir, mas o tumor pode crescer!”. Ou seja, era morte dos dois lados. Em casa, chorei muito. Meu namorado se desesperou e disse que não criaria uma criança doente se eu partisse. Nosso namoro terminou, mas não desisti – pedi a Deus que me desse forças para continuar. À medida que minha barriga crescia, pensava: “O que meu bebê fez para que eu prefira a minha vida à dele? E saía feliz dos exames de ultrassonografia, lembrando do médico dizendo: “Olhe os bracinhos dele, os dedos...”

Minha doença evoluiu, mas eu já não estava mais preocupada. Não sei de onde vinha tanta certeza. Sabia que ficaria bem e tudo daria certo. Com sete meses de gravidez, os médicos optaram pela cesárea. A sala de parto estava preparada para caso algo desse errado, porque eu podia morrer na mesa. Foi uma tensão indescritível. Felizmente o João nasceu perfeito, com 46 centímetros e 2,245 quilos. Ao ver o rosto do meu filho, chorei. Depois que ele saiu da UTI, onde passou dez dias internado, voltei a fazer quimioterapia. Agora que o tumor regrediu para 2 centímetros, aguardo o momento de fazer a mastectomia.

Antes, eu vivia deprimida – hoje, sou outra. Tenho um objetivo, vejo que recebi uma benção. Estava quase estéril, gravemente doente e, de repente, me descobri gerando um ser. Como poderia pensar em morte? Estou terminando o curso técnico de enfermagem e já faço estágios para ajudar outras pessoas com câncer. Quero mostrar que nenhuma dor resiste à grandeza da vida.



Palavra de fé: “Sofre as demoras de Deus; dedica-te a Deus, espera com paciência a fim de que no derradeiro momento tua vida se enriqueça”. (Eclesiástico 2,3)

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