quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Dom Helder Câmara

Principal expoente da Igreja Católica no Brasil. Fundador da CNBB

No dia 27 de agosto de 1999, morria em Recife, Pernambuco, o bispo emérito de Olinda, Dom Helder Câmara, aos 90 anos. Portanto, comemora-se dez anos de seu falecimento.

Dom Helder nasceu em 7 de fevereiro de 1909 e ordenou-se padre em 1931. Nesse mesmo ano, fundou a Juventude Operária Cristã, ligada a L.C.T (Liga Cearense do Trabalho) da qual tornou-se dirigente em 1932 e passou a fazer parte da Ação Integralista Brasileira, organização facista.

Na metade dos anos 30, mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi convidado pelos superiores a abandonar as atividades políticas e dedicar-se mais à evangelização. Quanto à política, retornaria nos anos 60.

Ferrenho opositor à ditadura militar no Brasil, criou as Comunidades Eclesiais de Base. Criou, também, no Rio de Janeiro, a Cruzada São Sebastião, um projeto para erradicar as favelas cariocas.

Foi Bispo auxiliar do Rio de Janeiro. Era chamado de “bispo dos pobres”. Era conhecidíssimo no exterior, e dentre os brasileiros ilustres somente ficou abaixo de Pelé.

Dom Hélder foi indicado quatro vezes ao Prêmio Nobel da Paz, na época do regime militar do Brasil. Por falta de interesse das autoridades brasileiras, faltou a ele este prêmio.

“Por onde andou, comunicou, convenceu, seduziu, mobilizou e organizou. Transformou ideal em ação. Esperança em possibilidade. Solidão, em união. Fé em poder”. (Joaquim Falcão – Folha de São Paulo).

Em meados dos anos 60, após o golpe, conheci Dom Helder. Para o povão no Rio de Janeiro, Padre Helder. Ele percorria o comércio do centro da cidade pedindo donativos e auxílio para a Feira da Providência. Era emocionante contemplar aquele homem de estatura pequena, túnica de franciscano marrom, sandálias (que ele chamava de alpargatas). A todos que ele se dirigia, acenava com um santo sorriso, mas não parava, a não ser para algum indigente que encontrara. A este se aproximava e fazia-lhe o sinal da cruz na testa.

No programa do Chacrinha, na TV, entrava ao vivo para fazer pedidos para a Feira da Providência ou outras campanhas para os pobres. Chacrinha o apresentava, carinhosamente, como o Padre Pidão.

Dom Helder fundou em 1952 a CNBB, primeira entidade do mundo a reunir bispos de um país. Esse tipo de organização só passou a ser reconhecido ou recomendado pela Igreja Católica depois do Concílio do Vaticano II (1962 – 1965), que veio renovar e estimular as práticas da Igreja.

Que a Igreja do Brasil e a CNBB não deixem cair no esquecimento a fé e os ideais deste Apóstolo do amor, da paz e da misericórdia: Dom Helder Câmara!

Frases de Dom Helder para não se esquecer:

“Quando sonhamos sozinhos é só um sonho, mas quando sonhamos juntos é o início de uma nova realidade”. (1992)

“Pobreza é suportável, mas miséria e um acinte à natureza humana”. (1990)
“Não queremos um primeiro, um segundo ou um terceiro mundo. Queremos um só mundo”. (1985)

“A violência do cotidiano neste país de Deus me arrasa e me deprime. Mas a culpa não é do povo. Na verdade, a culpa vem de cima, do governo. O povo apenas reage porque sente fome”. (1983)


Que sua luz e sua inteligência, Dom Helder, nos ajude na caminhada da fé, esperança e caridade.


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