O Senado acaba de aprovar o divórcio rápido e a punição
para os pais que difamam um ao outro na frente dos filhos. As histórias de
repetem. O menino que viu sua mãe morrer estuprada por bandidos nunca mais se
recuperou do ódio. Não descansou enquanto não matou os dois rapazes que a
destruíram.
A menina que viu seu pai matar sua mãe com um tiro, por
alegada infidelidade cresceu silenciosa, arredia, misteriosa e nunca se casou.
Não acreditava em amor e nem em casamento. A história se repete. Há os bons
filhos e filhas que perdoam, escolhem a paz e o perdão para não repetirem os
ódios de seus pais. E há os que jamais perdoam. Pais violentos e vingativos são
exceção, mas ainda que sejam poucos já são demais.
A lei que facilita o divórcio pretende aliviar a carga de
sofrimento dos casais separados que desejam construir uma nova relação, dessa
vez fundada em amor e respeito, porque para a atual relação tempestuosa não há
mais chance de reconciliação. Pensa na paz da pessoa que deseja uma nova
chance.
O Congresso não pergunta se a nova relação será sólida e
não terminará do mesmo jeito. Não fizeram lei para que os casais separados e
divorciados busquem ajuda e aconselhamento. Quem os ajudará a não prolongar o
conflito, mesmo depois de ambos recasados?
O Congresso também pensou nas crianças e nos adolescentes,
fruto de uniões tempestuosas e estabeleceu punição para pai ou mãe que difamem
o outro na frente dos filhos. Realmente acontece muitas vezes que quem ficou
com a guarda do filho põe ódio naquele coração.
Outra vez, há moças e rapazes maravilhosos, obra-prima de
Deus, que não apenas perdoam os pais, como criam diálogo suficiente para que
parem de se odiar. São admiráveis, posto que quem mais sofre são eles, mas
perdoam. È uma bênção conhecer filhas e filhos perdoadores, de longe mais
maduros do que seus pais sedentos de vingança.
Se a lei é boa? É, mas falta uma outra. Continuará
permitido mostrar cenas de violência doméstica na televisão? E isso,
indiretamente, também não é difamar?Se as crianças não podem ver a realidade em
sua casa, porque se lhes permite ver o que há na casa dos outros, ainda que
virtualmente? Não produz o mesmo efeito? Por acaso, sendo lá longe e com os
outros deixa de ser deletério? Por que o Congresso censura os pais, mas permite
que um estúdio de televisão mostre em filmes e novelas a briga do casal e o
sangue a escorrer? Por acaso todas as crianças sabem a diferença?
Pe Zezinho
Palavra de fé: “Sois belo, o mais belo dos filhos dos homens. Expande-se a graça em
vossos lábios, pelo que Deus vos cumulou de bênçãos eternas”. (Salmo 44/45,3)
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