segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

Na frente dos filhos





O Senado acaba de aprovar o divórcio rápido e a punição para os pais que difamam um ao outro na frente dos filhos. As histórias de repetem. O menino que viu sua mãe morrer estuprada por bandidos nunca mais se recuperou do ódio. Não descansou enquanto não matou os dois rapazes que a destruíram.

A menina que viu seu pai matar sua mãe com um tiro, por alegada infidelidade cresceu silenciosa, arredia, misteriosa e nunca se casou. Não acreditava em amor e nem em casamento. A história se repete. Há os bons filhos e filhas que perdoam, escolhem a paz e o perdão para não repetirem os ódios de seus pais. E há os que jamais perdoam. Pais violentos e vingativos são exceção, mas ainda que sejam poucos já são demais.

A lei que facilita o divórcio pretende aliviar a carga de sofrimento dos casais separados que desejam construir uma nova relação, dessa vez fundada em amor e respeito, porque para a atual relação tempestuosa não há mais chance de reconciliação. Pensa na paz da pessoa que deseja uma nova chance.

O Congresso não pergunta se a nova relação será sólida e não terminará do mesmo jeito. Não fizeram lei para que os casais separados e divorciados busquem ajuda e aconselhamento. Quem os ajudará a não prolongar o conflito, mesmo depois de ambos recasados?
O Congresso também pensou nas crianças e nos adolescentes, fruto de uniões tempestuosas e estabeleceu punição para pai ou mãe que difamem o outro na frente dos filhos. Realmente acontece muitas vezes que quem ficou com a guarda do filho põe ódio naquele coração.

Outra vez, há moças e rapazes maravilhosos, obra-prima de Deus, que não apenas perdoam os pais, como criam diálogo suficiente para que parem de se odiar. São admiráveis, posto que quem mais sofre são eles, mas perdoam. È uma bênção conhecer filhas e filhos perdoadores, de longe mais maduros do que seus pais sedentos de vingança.

Se a lei é boa? É, mas falta uma outra. Continuará permitido mostrar cenas de violência doméstica na televisão? E isso, indiretamente, também não é difamar?Se as crianças não podem ver a realidade em sua casa, porque se lhes permite ver o que há na casa dos outros, ainda que virtualmente? Não produz o mesmo efeito? Por acaso, sendo lá longe e com os outros deixa de ser deletério? Por que o Congresso censura os pais, mas permite que um estúdio de televisão mostre em filmes e novelas a briga do casal e o sangue a escorrer? Por acaso todas as crianças sabem a diferença?


Pe Zezinho


Palavra de fé: “Sois belo, o mais belo dos filhos dos homens. Expande-se a graça em vossos lábios, pelo que Deus vos cumulou de bênçãos eternas”. (Salmo 44/45,3)

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