quarta-feira, 30 de maio de 2012

Família não é cemitério




Hoje mais do que nunca estou convencido que o coração da Igreja, da humanidade, é a família. Tudo depende desta célula viva onde cada ser inicia a sua história. Ninguém vem ao mundo sozinho, e nos primeiros anos de vida todos temos a necessidade de encontrar alguém que, com amor e ternura, nos assuma, fazendo-nos adultos. É como no corpo humano: cada célula é fundamental e quando elas morrem e não são mais capazes de se reproduzir acontece o fim da vida. Assim, quando a célula familiar é contaminada, ela se enfraquece e morre. Pensar na família não é pensar em pessoas que vivem juntas como se fossem um cemitério. A família não é cemitério, encontro de mortos, mas sim de pessoas vivas que na comunhão e na diversidade constroem um futuro feito de sonhos e de ideais. A família é vida, a ela se pode aplicar o que a Igreja diz quando fala da família religiosa chamada comunidade: o centro da família deve ser Jesus Cristo; é dele que nasce a vida e a Ele é que volta a vida. Não são os outros os interesses na família; o amor verdadeiro entre esposos, entre pais e filhos, tem sua mais profunda raiz não no sangue, mas sim em Cristo de quem todos nos alimentamos, vivemos.
Na família deve desaparecer todo individualismo, egoísmo, onde cada pessoas se preocupa com seu próprio cantinho e não sabe olhar ao seu redor para ver as necessidades dos outros. Superado o individualismo, não pode ser destruída, porém, a individualidade. Ninguém é igual ao outro, carregamos dentro do nosso coração as nossas peculiaridades e diferenças que nos enriquecem. Deus derrama sobre nós os seus carismas e nos permite sermos ajuda para os outros. Aconselharia os pais e filhos a terem um dia de paz e de alegria, para sentirem mais forte o amor, para lerem e meditarem juntos o capítulo 15 de João. É o capítulo da videira onde Jesus apresenta a família de Deus e humana unida e cooperando para o bem-estar de todos.
Cada um tem sua missão: o tronco da videira que é Cristo, o pai que pode e limpa a videira, a seiva que é o Espírito Santo, e nós que somos os ramos. Todos são chamados a realizar a própria missão. Assim na família, a sua beleza é dada quando os pais e os filhos sabem assumir a própria missão, e os que trabalham juntos, amigos, conhecidos, a própria função. A família necessita de intimidade, de espaço, de privacidade que não pode ser substituída por nada e por ninguém. A família não é cemitério sem vida, é jardim cheio de vida e de amor.

Frei Patrício Sciadini – OCD

Palavra de fé: “Fui um verdadeiro filho para meu pai, terno e amado, junto de minha mãe”. (Provérbios 4,3)

O que o povo e Jesus esperam do sacerdote




Que ela seja mais comprometida com a comunidade e não priorizar compromissos fora dela. Fazer da palavra de Jesus sua missão, não permitindo que o povo da comunidade esqueça os seus ensinamentos.
Qual a utilidade de um sacerdote?
Em primeiro lugar é um homem de oração, de adoração, do culto, da celebração dos santos mistérios. O sacerdote deve falar de Deus, da nossa salvação e da vida eterna. Precisa ser apaixonadamente homem de fé, como também ser “puro” e dedicado à missão.
O sacerdote deve estar disponível no meio do povo como alguém que, pela opção de pastor, fala uma língua diferente dos outros. Veja em: “Romanos 12,2”. O que dele espera a Comunidade (povo de Deus), é que não seja “como os demais”: o sacerdote deve ser homem de caridade, paciente e atencioso. Um conciliador.
É como um enviado do amor de Deus, que desce ao vale (o mundo), onde muitos vivem sua solidão e descrença para anunciar-lhes a misericórdia, a reconciliação e a esperança. O sacerdote não pertence a si, nem vive para si. O verdadeiro e santo sacerdote enfrenta as exigências da sociedade, fazendo-se voz dos mais fracos: os pequenos, os pobres, os anciãos, os oprimidos e os marginalizados. Não pertence a si mesmo, mas aos outros. Não vive para si e não busca o que é seu. Procura o que é de Cristo, o que é de seus irmãos. Compartilha as alegrias e os sofrimentos, sem distinção de idade, categoria social, política e prática religiosa.
Ele é o guia do povo que lhe foi confiado. Não é um chefe (ditador), mas pastor de uma comunidade formada por pessoas, cada qual com seu nome, sua história, seu destino, seu segredo. O sacerdote tem a difícil missão de guiar essas pessoas com atenção religiosa, respeito pela dignidade humana, seu trabalho, seus direitos e plena consciência de que são filhos de Deus.
O sacerdote deve entregar a vida numa intensa dedicação generosa e sem limites (a exemplo de Cristo), defendendo e formando a grandeza humana e o crescimento cristão de cada fiel e todo o seu povo. Um sacerdote deve ser, ao mesmo tempo, pequeno e grande, nobre de espírito como um rei, simples e dedicado como um camponês. Um servidor dos pequenos e fracos; que não se humilha aos poderosos, mas se inclina diante dos fracos; que não se humilha aos poderosos, mas se inclina diante dos pobres e pequenos, discípulos do seu Senhor e cabeça do seu rebanho. Na comunidade o sacerdote vivifica Cristo em ação paciente, disponível e acolhedor.


Palavra de fé: “Ao contrário, revesti-vos do Senhor Jesus Cristo e não façais caso da carne nem lhe satisfaçais aos apetites”. (Romanos 13,14)

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Você sabia?




- Que Aarão era irmão de Moisés e que nasceu no Egito?

- Barnabé, um dos doze apóstolos, era levita e natural da Ilha de Chipre, foi quem apresentou São Paulo após a conversão, aos demais apóstolos?

- Bartolomeu apóstolo converteu ao cristianismo o Rei Polímio e sua mulher; esse fato provocou o ódio dos idólatras que, indignados, levaram Bartolomeu à morte?

- André apóstolo, antes de conhecer Jesus Cristo, era discípulo de São João Batista e é padroeiro da Escócia?

- Felipe apóstolo, era natural da Betsaida, foi bispo de Éfaso?

- João apóstolo, evangelizou os Samaritanos e esteve em Jerusalém no ano 37 e depois por ocasião do Concílio dos Apóstolos que se realizou em Antioquia?

- Judas Iscariotes apóstolos exercia o cargo de tesoureiro no colégio apostólico. Após a condenação de Jesus enforcou-se. Foi o traidor.

- Judas Tadeu apóstolo, descendia de Davi, era irmão de São Tiago, o menor, e primo de Jesus; autor de uma epístola?

- Matias apóstolo, escolhido pelos onze para substituir Judas Iscariotes. Seus restos mortais estão na Basílica de Santa Maria maior, em Roma?

- Pedro apóstolo, chamado príncipe dos apóstolos, chamava-se Simão, era filho de Jonas, irmão de André, era pescador e natural de Betsaida, mas residia em Cafarnaum?

- Tiago apóstolo, o maior filho de Zebedeu e Salomé, irmão de João, foi degolado sobe o Monte Sion, em Jerusalém?

- Tiago menor, apóstolo, filho de Alfeu e primeiro bispo de Jerusalém.

- Tomé apóstolo, ficou marcado pela incredulidade, que manifestou sobre a ressurreição e é festejado em 21 de dezembro?


Palavra de fé: “Mostrais vossa força aos que não crêem no vosso poder, e confundis os que a não conhecem (sabedoria) e ousam afrontá-la”. (Sabedoria 12,17).




quinta-feira, 24 de maio de 2012

Milagres eucarísticos




São muitos os milagres eucarísticos que aconteceram em todo o mundo. Conheça alguns dos mais importantes e curiosos:


PORTO ETEN, PERU (1649): Durante a Adoração do Santíssimo, em 1649, o rosto do menino Jesus surgiu na hóstia, no momento em que o Frei Jerônimo Manrique colocava o ostensório no tabernáculo, mas logo a imagem se desfez. Dias depois, no dia 22 de julho do mesmo ano durante as festividades de Santa Maria Madalena, padroeira da cidade, o menino apareceu de novamente na hóstia; porém, vestido com algo semelhante a uma toga. Durante a aparição, que durou mais ou menos 15 minutos, muitas pessoas viram na Hóstia três pequenas flores brancas unidas entre si. Elas simbolizavam as três pessoas da Santíssima Trindade presentes na Hóstia Consagrada. Ainda hoje, todos os anos, a festa do Menino Milagroso de Eten é comemorada entre os dias 12 e 24 de julho, quando os fiéis transportam a imagem do seu Santuário ao Templo da cidade.


BOLSENA, ITÁLIA (1234): Durante uma Missa na Basílica de Bolsena, Itália, da hóstia consagrada começaram a cair gotas de sangue sobre o corporal após a consagração. Alguns dizem que isto ocorreu porque o padre teria duvidado da presença real de Cristo na Eucaristia.
O Papa Urbano IV teria então pronunciado diante da relíquia eucarística as palavras: “Corpus Christi”. Decidiu estender a festa de Corpus Christi a toda a Igreja.


LANCIANO, ITÁLIA (por volta do ano 700): Por volta do ano 700, aconteceu um milagre eucarístico mais conhecido. Pão e hóstia se transformaram materialmente no corpo e no sangue de Cristo. Doze séculos depois, um minucioso exame clínico foi realizado para estudar o milagre ocorrido com um monge sacerdote que duvidava da presença de Cristo na eucarística. Os resultados foram: a “carne”, transformada da hóstia, é de um tecido muscular cardíaco; o “sangue”, transformado do vinho, pertence ao grupo sanguíneo AB (o mesmo do Santo Sudário), bastante comum entre os judeus. Os dois elementos estudados são matéria viva, comprovadamente tecidos de um corpo mumificado.


GLOTWO, POLÔNIA (1290): Um sacerdote de Glotwo escondeu uma píxide de prata com uma hóstia consagrada, para protegê-la da invasão dos lituanos. O povoado do vilarejo foi exterminado pelas tropas lituanas, e os poucos sobreviventes nada sabiam sobre a hóstia. Após muitos anos, um camponês que arava sua terra, com ajuda dos bois, notou um grande monte de terra se formando. Os bois se inclinaram e uma luz muito forte surgiu do monde de terra. O camponês escavou o pedaço de terra e encontrou uma píxide toda suja de barro, que continha uma hóstia intacta. Foi construída no local uma pequena igreja dedicada ao Corpo de Cristo.


ÍNDIA, CHIRATTAKONAM (2001): Na igreja da paróquia de Saint Mary of Chirattakonam, durante a exposição do Santíssimo Sacramento, apareceu nele o rosto de Cristo, coroado por espinhos. A cada dia a imagem ficava mais nítida. A hóstia está conservada num ostensório dentro da mesma igreja.
  

SAINT-ANDRÉ DA REUNIÃO, ILHA DA REUNIÃO (1902): O Abade Henri Lacombe viu em uma hóstia, junto a outras pessoas, o rosto de um homem que aprecia ser Jesus, com uma coroa de espinhos e expressão de dor. A imagem apareceu e ali permaneceu durante horas. Depois de algum tempo a imagem mudou para um crucifixo e depois da recitação do Tantum Ergo a imagem desapareceu.




Palavra de fé: “Quem crê em mim, como diz a Escritura: Do seu interior manarão rios de água viva”. (João 7,38).



Esclerose múltipla



Diagnóstico antecipado e tratamento adequado garantem qualidade de vida.

Apesar de ser mais comum do que se imagina, muita gente ainda desconhece a Esclerose Múltipla (EM) e não sabe que quanto antes diagnosticar, e com um tratamento adequado, é possível sim se ter qualidade de vida.

A Esclerose Múltipla (EM) é uma doença crônica do sistema nervoso central (SNC) que inclui o cérebro, a medula espinal e o nervo óptico. O SNC depende de um fluxo regular e eficiente dos impulsos nervosos para manter o corpo funcionando normalmente.

A maioria das fibras nervosas é coberta por mielina que ajuda a manter uma condução rápida e contínua dos impulsos nervosos. Na EM, esta camada é destruída como resultado de inflamação. Ao longo do tempo, uma grande variedade de sintomas pode surgir, dependendo da área do SNC que tenha sido danificada.

Frequentemente a fibra nervosa é destruída, resultando em incapacidade permanente e cicatrizes teciduais no SNC. A perda visual pode ocorrer se houver inflamação do nervo óptico, que conecta o cérebro ao olho.

Os sintomas da esclerose múltipla são muito variados e, mesmo em uma determinada pessoa, estes sintomas podem variar em diferentes ocasiões da vida.

Isto acontece porque a doença é causada por uma inflamação dentro do cérebro e da medula espinal e nem sempre as mesmas áreas estão inflamadas.

É importante ter bem claro o fato de que os sintomas da esclerosa múltipla devem durar mais do que 24 horas consecutivas, ou seja, não é sintoma de esclerose múltipla uma tontura, um formigamento ou um embaçamento visual que aconteça e desapareça em alguns minutos ou horas. Como a área do cérebro está inflamada, os sintomas podem se instalar abruptamente e persistirem por vários dias, podendo voltar espontaneamente ao normal. Isto é chamado de surto de doença. No período entre os surtos o paciente pode estar absolutamente normal ou pode ter alterações inespecíficas como, por exemplo, fadiga.

As áreas mais comumente afetadas pela inflamação são o nervo óptico (sintomas de perda visual), a área do sistema de movimentos (sintomas de fraqueza de um ou mais membros), a área da coordenação (incoordenação, vertigem), e a área da sensibilidade (formigamento, queimação, anestesia de uma região).


Dr. Sergio Semeraro Jordy, médico responsável pelo atendimento do novo Ambulatório Especializado no tratamento de Esclerose Múltipla da Santa Casa de Misericórdia de Santo Amaro.


Palavra de fé: “O homem paciente esperará até um determinado tempo, após o qual a alegria lhe será restituída”. (Eclesiástico 1,29)




segunda-feira, 21 de maio de 2012

Deus é nossa esperança, vida e salvação




Jesus é verdadeiramente mestre e caminho seguro para a nossa salvação. Nossos corações sempre sobrecarregados pelas nossas ambições, pela busca do sucesso, pela sede do dinheiro, por rancores, invejas e, também, pelas paixões desenfreadas que tiram-nos o foco em Deus e, assim, insensíveis ao chamado de Jesus: “Mateus 11,28-29”.

De fato, como mestre amoroso, Jesus Cristo quer ensinar-nos a vivermos felizes e descobrir o profundo infinito amor que Deus tem por nós. A esperança cristã, nesse amor, funda-se na nova realidade histórica da ressurreição de Jesus Cristo, a maior prova: “1 Pedro 1,3”. Ele ressuscitou e vive em nós!

A essência do cristianismo está na permanência da união íntima e real com Cristo, ou, como se diz também, perseverar na graça de Deus: “Atos dos Apóstolos 13,43”.

Assim, encontraremos o verdadeiro sentido da vida e razões para sermos felizes. Em Deus e com Deus possuímos tudo. A vocação do homem é a vida eterna, a comunhão com Deus. Ninguém por si só e com as próprias forças se liberta de suas mazelas e pecados e se eleva acima de si próprio. Todos necessitamos de Jesus Cristo, de exemplar mestre e salvador. Para nossa salvação necessitamos da misericórdia de Deus e é isso que nos fala São Paulo: “Romanos 11,30-32”.

Que todos procurem conhecer Jesus Cristo, sua história e a sua missão, que nos deixemos seduzir por seus atrativos de amor e caridade, e assumirmos uma postura de verdadeiros cristãos e herdeiros da missão não acabada. Que praticando a caridade e proclamando a sua Palavra, nossas ações ajudem a melhorar o mundo e ao mesmo tempo, mudaremos a nossa imagem aos olhos de Deus e dos nossos irmãos.


Palavra de fé: “O teu ensinamento, porém, seja conforme à sã doutrina”. (Tito 2,1)

terça-feira, 15 de maio de 2012

Promessa é dívida?




Dívida e pagar: duas palavras infelizes usadas no ditado popular sobre cumprir promessas. Deformam o sentido e o valor bíblico-teológicos do tema.

O ato de prometer é atitude norma na mera convivência com os outros em todas as relações humanas.

Haveria convívio humano alheio às promessas no sentido de “palavra empenhada” e o consequente valor moral: fidelidade do promitente?  Prometer é mais que o propósito e a intenção.

Do ponto de vista religioso fazer promessa é um fenômeno universal. Ela é uma das vertentes da religiosidade popular vivida em todas as classes sociais, mais ainda nas pobres e humildes. O ato de prometer faz um salto qualitativo quando envolve o divino. Mas, ver na promessa uma troca, um negócio com Deus é um perigo não desprezível que a anula.

Aí não cabe prometer nada! Igualmente se no conteúdo ou na formulação entrarem a superstição, a crença mágica em pretensas forças misteriosas que o promitente poderia manipular.

Não imposta por mandamento divino a promessa é devoção válida se programada com reflexão, lucidez e temor filial a Deus.

Sob pressão emocional forte como doenças e angústias maiores é bom pensar duas vezes. Nunca fazê-la para outra pessoa cumprir sem aprovação consciente dela.

Às vezes não se tem uma noção clara, outras, promete-se o que não se pode cumprir ou coisas fúteis.

Prometer coisas muito difíceis será sincero? Não é preciso antes ter coerência com toda a vida cristã, ligar-se de fato à comunidade, buscar uma conversão maior a Deus na oração humilde e na gratidão fiel?

“É melhor não fazer promessas do que fazê-las e depois não cumprir” (Eclesiastes, 5,4).

Podemos mudar a promessa por outro ato equivalente ou de maior valor espiritual. Em coisas mais graves e dúvidas de consciência é costume recorrer ao sacerdote onde for viável.

Na Bíblia a promessa é a raiz da História da Salvação. A promessa do próprio Deus falando. Sua Palavra é Promessa! Deus é fiel a sim mesmo apesar da infidelidade do povo aliado. Confiar nele é o caminho bíblico para se ter um coração novo. O discípulo de Jesus faz do comprometer-se a linguagem fundante do amor: prometo ser fiel!


Pe. Antônio Clayton Sant’Anna, C.Ss.R


Palavra de fé: “Vigiai e orai, para que não entreis em tentação. Pois o espírito está pronto, mas a carne é fraca”. (Marcos 14,38)

Uma lição para a vida




Tempos atrás, eu era vizinho de um médico, cujo "hobby" era plantar árvores no enorme quintal de sua casa. Às vezes, observava da minha janela o seu esforço para plantar árvores e mais árvores, todos os dias. O que mais chamava a atenção, entretanto, era o fato de que ele jamais regava as mudas que plantava. Passei a notar, depois de algum tempo, que suas árvores estavam demorando muito para crescer. Certo dia, resolvi então aproximar-me do médico e perguntei se ele não tinha receio de que as árvores não crescessem, pois percebia que ele nunca as regava. Foi quando, com um ar orgulhoso, ele me descreveu sua fantástica teoria.
Disse-me que, se regasse suas plantas, as raízes se acomodariam na superfície e ficariam sempre esperando pela água mais fácil, vinda de cima. Como ele não as regava, as árvores demorariam mais para crescer, mas suas raízes tenderiam a migrar para o fundo, em busca da água e das várias fontes nutrientes encontradas nas camadas mais inferiores do solo. Essa foi a única conversa que tive com aquele meu vizinho. Logo depois, fui morar em outro país, e nunca mais o encontrei.
Vários anos depois, ao retornar do exterior fui dar uma olhada na minha antiga residência. Ao aproximar-me, notei um bosque que não havia antes. Meu antigo vizinho havia realizado seu sonho!
O curioso é que aquele era um dia de um vento muito forte e gelado, em que as árvores da rua estavam arqueadas, como se não estivessem resistindo ao rigor do inverno.
Entretanto, ao aproximar-me do quintal do médico, notei como estavam sólidas as suas árvores, praticamente não se moviam, resistindo implacavelmente àquela ventania toda. Efeito curioso, pensei eu...As adversidades pela qual aquelas árvores tinham passado, tendo sido privadas de água, pareciam tê-las beneficiado de um modo que o conforto do tratamento mais fácil jamais conseguiria.
Todas as noites, antes de ir me deitar, dou sempre uma olhada em meus filhos. Debruço-me sobre suas camas e observo como têm crescido. Freqüentemente, oro por eles. Na maioria das vezes, peço para que suas vidas sejam fáceis:
"Meu Deus, livre meus filhos de todas as dificuldades e agressões desse mundo"...
Tenho pensado, entretanto, que talvez seja hora de alterar minhas orações.
Essa mudança tem a ver com o fato de que é inevitável que os ventos gelados e fortes nos atinjam e aos nossos filhos.
Sei que eles encontrarão inúmeros problemas e que, portanto, minhas orações para que as dificuldades não ocorram, têm sido ingênuas demais.
Sempre haverá uma tempestade, ocorrendo em algum lugar.
Portanto, pretendo mudar minhas orações.
Farei isso porque, quer nós queiramos ou não, a vida não é muito fácil. Ao contrário do que tenho feito, passarei a orar para que meus filhos cresçam com raízes profundas, de tal forma que possam retirar energia das melhores fontes, das mais divinas, que se encontram nos locais mais remotos.
Oramos demais para termos facilidades, mas na verdade o que precisamos fazer é pedir para desenvolver raízes fortes e profundas, de tal modo que quando as tempestades chegarem e os ventos gelados soprarem, resistiremos bravamente,
ao invés de sermos subjugados e varridos para longe.

Autor desconhecido

Palavra de fé: “Entre a manhã e a tarde muda o tempo, e tudo isso acontece num instante aos olhos de Deus” (Eclesiástico 18,26)

sábado, 12 de maio de 2012

Quem tem mãe não tem medo




Não é fácil ser mãe, ainda mais nos dias de hoje. Ser mãe ‘obriga’, pelo menos, teoricamente uma total doação.

Na época da ditadura militar, o caricaturista e jornalista Henfil ‘usava’ a sua mãe para fazer críticas ao regime. Através de cartas publicadas na revista ‘Isto é’, contava não só para ela, mas para todos os brasileiros, os desmandos dos generais e seus aliados. Ironia ou não, Henfil não teve problemas com a censura, pelo menos com esse trabalho. Em 1980, lançou o livro ‘Cartas da mãe’, que reúne as cartas publicadas na revista. No prefácio, resume: “Quem tem mãe, não tem medo!”.

É exatamente esta a sensação que a mãe nos traz... Com ela, parece que a gente pode tudo: ir bem na escola, ficar bom quando estamos doentes, resolver aquele problema que aparentemente não tem solução, além, é claro, de nos sentirmos um dos seres mais amados da face da terra!.

Talvez para elas a situação seja complicada. Não é fácil ser mãe, ainda mais nos dias de hoje. Ser mãe ‘obriga’, pelo menos teoricamente, uma total doação. Nessa entrega, sacrificam-se sonhos, projetos, carreira... mas o melhor é poder escutar de muitas delas que tudo isso vale a pena.

Neste mês também de Maria, Mãe de todos nós, vamos pedir por todas as mães do mundo. Que elas sejam mais compreendidas e valorizadas. Que sua força e poder para amar sejam cada vez mais fortalecidos. Que a Mãe do Céu, tire de uma vez todos os nossos medos e nos ensine a ser pessoas melhores. Que Ela olhe por nossas mães, para que inspiradas no seu exemplo, contribuam de uma forma mais eficaz para que haja mais amor no mundo, afinal, quem é que não precisa disso?

Cristina Thomaz

Palavra de fé: “Quem honra sua mãe é semelhante àquele que acumula um tesouro”. (Eclesiástico 3,5)


quarta-feira, 9 de maio de 2012

Humildade e Covardia




Para compreender as diferenças, como está no dicionário:

- humildade – virtude que nos dá sentimento das nossas fraquezas; modéstia; demonstração de respeito; de submissão.

- covardia – medo; ações que demonstram medo ou perversidade; fraqueza de ânimo, timidez.

Muita confusão existe em torno dessas duas palavras, em relação à conduta humana e espiritual. Humildade quer seja consciente ou inconsciente, é uma virtude da alma. Geralmente os humildes sabem agir de maneira compreensiva, diante de qualquer falta por eles cometida, tem bom senso. Leia e medite: “1 Pedro 5,5-7”.

Já o covarde reage de maneira agressiva e destemperada, devido a falta de argumentação, falta de confiança em si mesmo, à falta de equilíbrio mental e emocional, e falta de sinceridade. Assim são os covardes. Acumulam erros nos seus atos, nas suas ações e em seus relacionamentos. Daí advém o medo e a covardia que o impelem para ações desagradáveis aos outros e a Deus: “2 Timoteo 3,1-5”. Cuidado!

Os covardes são cínicos e grosseiros quando explodem. Essa baixeza é fruto do medo e da consciência que eles tem de si mesmos, da falta de capacidade, ou seja, da falta de humildade para reconhecer seus erros e limitações em se contato diário com os demais.

Como vemos a diferença entre o humilde e o covarde é grande. O humilde é corajoso, sem arrogância; tem pensamentos positivos; é otimista sem exageros; é virtuoso e discreto; é sincero e solícito sem segundas intenções; é amigo desinteressado. É autêntico e transparente, procura aprender, sabe reconhecer suas faltas e defeitos, não se aborrece, procura corrigir-se quando repreendido, enfim, ser humilde é ter virtude e privilégio das grandes almas, é ser exemplo e, ao mesmo, sabe aprender sempre que preciso.

Palavra de fé: “As palavras agradáveis são como um favo de mel; doçura para a alma e saúde para os ossos”. (Provérbios 16,24)

“O perverso cava o mal; há em seus lábios como que um fogo devorador”. (Provérbios 16,27)


terça-feira, 8 de maio de 2012

A palavra é... Leigo.




Diante de um determinado assunto específico sobre o qual não temos domínio é muito comum dizermos que somos “leigos no assunto”. Nesse mesmo sentido o Dicionário Aurélio nos diz que um dos significados de leigo é “aquele que desconhece ou conhece pouco determinado assunto”.

Em alguns contextos, como por exemplo, o político, leigo foi utilizado como sinônimo de quem não tem religião. Dessa maneira, logo após a proclamação da República, em 15 de novembro de 1889, um de decreto dizia que o Brasil seria um estado leigo. Essa declaração foi reafirmada pela Constituição de 1988.

No entanto, o uso de leigo como sinônimo de quem não tem religião ou não entende determinado assunto é impreciso e, de certa forma, incorreto.

Leigo é uma palavra derivada do grego laikós – “alguém do povo”, da raiz laos – “povo”. Portanto, quando utilizado pela Igreja, leigo é sinônimo de Povo de Deus.

O Concílio Vaticano II (1962-1965), na Lúmen Gentium, nos diz que “pelo nome de leigos estão compreendidos todos os cristãos, exceto os membros de ordem sacra e do estado religioso aprovado pela Igreja. Esses fiéis pelo Batismo foram incorporados a Cristo, constituídos no Povo de Deus e a seu modo feitos participantes do múnus sacerdotal, profético e régio de Cristo”. (LG 31).

Os leigos são os principais protagonistas da evangelização. Eles cumprem no mundo o papel do “fermento na massa” (Mateus 13,33). Os leigos exercem no mundo do trabalho e na sociedade um papel fundamental. Sua presença e perseverança é fundamental para a difusão do evangelho na vida cotidiana.

Uma importante contribuição sobre o papel do leigo na evangelização foi dada pela Conferência de Puebla (1979): “o leigo é homem de Igreja no coração do mundo e homem do mundo no coração da Igreja” (Puebla, 786). É dessa forma, agindo no coração do mundo, que os leigos como membros povo de Deus e protagonistas da Evangelização e da promoção humana exercem seu poder transformador por meio da Boa-Nova.

Palavra de fé: “Se meu pai e minha mãe abandonarem, o Senhor me acolherá”. (Salmo 26/27,10)

segunda-feira, 7 de maio de 2012

O Seio oculto




O lar é o seio oculto onde todas as dores se apagam; onde o pranto encontra consolo; onde a doçura e o carinho de mãe perdoam e aquecem, dando ternura e conforto materno; onde o sorriso meigo é sincero da fiel amizade amorosa, enobrece a jornada dando vida à vida.

O lar representa famílias e destinos. Respeitá-lo e encará-lo a sério é dever, pois ele é o berço das crianças, a escola, o templo fraterno, o pão de cada dia é o conforto doméstico de onde deriva todo contentamento que impulsiona as criaturas para as nobres e virtuosas realizações.

O lar é o esteio de todas as belas coisas que no mundo existe; é o jardim de onde nascem as lindas flores que alegram a existência com seus ingênuos sorrisos, com suas virtudes e peraltices, que é a nobre criança, botão ou flor, partindo pela vida afora na longa caminhada, aprendendo e vivendo, transformando-se num ser eficiente, segundo sua índole. Talvez num sábio, filósofo, inventor ou santo, cuja semente a ser semeada e fertilizada nesse sublime jardim, é a rosa “flor mulher”, que significa tudo no destino de um lar e na missão divina de mãe, que cumprindo seu dever poderá transformar um mundo de conflitos e ambições incertas, num eterno paraíso e fazer do Universo um “Doce Lar”.


Palavra de fé: “Ouve, meu filho, a instrução de teu pai: não desprezes o ensinamento de tua mãe”. (Provérbios 1,8)

terça-feira, 1 de maio de 2012

Felicidade



Ser feliz é encontrar força no perdão, esperança nas batalhas, segurança no palco do medo, amos dos desencontros. É agradecer a Deus a cada minuto pelo milagre da vida.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
Apesar de todos os desafios,
Incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas
E se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si,
Mas ser capaz de encontrar um oásis
No recôndito da sua alma.

É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica,
Mesmo que injusta.

Pedras no caminho?
Guardo todas, um dia vou
Construir um castelo...

Fernando Pessoa

Palavra de fé: “Meu filho, conserva tua alma na doçura, e dá-lhe a honra que merece”. (Eclesiástico 10,31)