segunda-feira, 26 de março de 2012

Soberba... vício detestável

Soberba é a presunção de quem se julga superior aos demais. É o orgulho excessivo; a arrogância; a vaidade e o desrespeito ao próximo. A soberba é a fonte do pecado que nos afasta da relação espiritual com Deus: “Provérbios 16,18”.

O soberbo é orgulhoso e arrogante no seu pensamento. É um homem que renega a Deus, pois é incapaz de fazer o bem ao próximo e sensibilizar-se. O soberbo tem aflorado o complexo de superioridade, atribui-se poderoso e conquistador, que não depende de ninguém, esquecendo-se de ouvir o íntimo da sua consciência: “1 Coríntios 4,7”.

A soberba, em verdade, esconde e maqueia uma série de complexos, frustrações e traumas afetivos na pessoa do soberbo. É uma fuga, é covardia! Ela é origem de todo mal, da infelicidade e do isolamento. É preciso lutar e não permitir que ela domine o nosso espírito e o bom proceder. Jesus nos ensina: “Lucas 14,11”.

O gosto ou pretensões de riqueza de poder, de auto projeção, de prestígio, de constante competição, autoritarismo, fama, triunfalismo (desejo desmedido de poder, riqueza e glória), são atitudes diabólicas e, assim, anticristãs. São Paulo nos alerta: “Romanos 12,16”.

A qualidade fundamental de um verdadeiro cristão é a humildade. Uma pessoa humilde é desprendida de tudo, inclusive de reputação, honra e fama. Sente-se sempre como uma parte e nunca como um todo. Fala se di o menos possível.

Guardemos na mente e no coração as palavras de São Pedro Apóstolo: “1 Pedro 5,5”.


Palavra de fé: “Aquele que souber fazer o bem, e não o faz, peca”. (Tiago 4,17)

Princípios básicos para conquistar a afeição das pessoas

Ponha-os em prática até tornar-se um perito neles e terá a afeição de todos. Ei-los:


1. Aprenda a lembrar-se dos nomes das pessoas. Ineficiência nesse ponto poderá indicar pouco interesse. O nome de uma pessoa é muito importante para ela.

2. Seja atencioso para que ninguém sinta constrangimento a seu lado. Seja expansivo. Seja um homem do lar.

3. Adquira a qualidade de ser calmo a fim de evitar que qualquer coisa o irrite.

4. Não seja egoísta. Procure não dar a impressão de ser “sabichão”. Seja natural e normalmente simples.

5. Cultive a qualidade de ser interessante de modo a terem as pessoas prazer em estar em sua companhia e poderem elas assim tirar proveito do estímulo que irradiará de você.

6. Procure estudar quais os elementos nocivos de sua personalidade e trate de eliminá-los.

7. Procure remediar, com verdadeiro espírito cristão, todo e qualquer desentendimento que, por ventura, teve ou tenha.

8. Comece a gostar das pessoas até aprender a fazê-lo verdadeiramente. Lembre-se do que disse Will Rogers: “Nunca encontrei um homem que não gostasse”. Procure ser assim também.

9. Nunca perca uma oportunidade de felicitar alguém pelos seus êxitos e realizações ou de exprimir-lhes seus sentimentos na hora de amargura.

10. Adquira uma profunda experiência espiritual de maneira a ter algo que possa dar às pessoas algo que as ajude a serem mais fortes e a enfrentar a vida com mais ânimo. Anime as pessoas e receberá delas toda a afeição.




Palavra de fé: “Feliz aquele que encontrou um verdadeiro amigo, e que fala da justiça a um ouvido atento”. (Eclesiástico 25,12)

quarta-feira, 21 de março de 2012

O amor não mata. O que mata é a falta de amor e a depressão grave

Histórias da literatura, como a de Romeu e Julieta, e vários outros mitos do amor romântico valorizam o suicídio como forma de demonstrar amor. Isso é um engano, pois o amor está ligado à vida, à alegria. Quando amamos ficamos mais bonitos, mais criativos, cheios de vida. Se o amor acaba, sofremos, é claro, mas para matar a dor não é necessário matar-se.

Em abril, lemos nos jornais a trágica história de uma jovem linda e talentosa que se matou e deixou cartas na quais dizia que “morria por amor”. Em sua triste despedida, falava que era impossível continuar vivendo sem a companhia de seu amado. O que eu gostaria de frisar com este artigo é que não se morre de amor e sim por falta dele, ou de amor-próprio, e por depressão grave.

O amor romântico valoriza o suicídio. Filmes, livros e revistas falam de jovens que se matam “por amor”, comparando-os a Romeu e Julieta, os personagens de William Shakespeare (1564-1616) considerados os maiores exemplos do amor romântico.

Romeu e Julieta é a história de um terrível engano. Julieta é proibida pela família de viver com Romeu e, aconselhada por frei Laurence, toma uma poção que fará com pareça morta. A ideia é enganar a todos para que Romeu venha resgatá-la. Mas antes que o frade avise Romeu sobre a poção alguém lhe fala da morte da amada. Ao lado dela, no jazigo, ele também toma veneno e morre. Julieta acorda e, vendo Romeu morto, mata-se com o punhal dele.

Vários exemplos na literatura que alimentou nossa formação glamourizam a patologia e de certa forma estimulam jovens deprimidos a cometer suicídio, como se fosse um ato louvável. Os mitos têm grande influência em nossa vida. Os jovens se identificam com esses heróis românticos e tentam repetir sua história.

Quem pensa em matar-se está extremamente confuso. A depressão baixa as defesas e a pessoa perde o controle. Sente que algo dentro de si tem que morrer e confunde a morte simbólica com a morte real. Quer matar a dor, a angústia, não aguenta mais sofrer. Precisa é curar a alma, tratar-se para renascer. O amor é para ser vivido. Se mata, a si ou ao outro, não é amor. O amor de verdade é alegre, tem momentos de loucura, de paixão, mas é pura alegria. O amor nos deixa criativos, bonitos, cheios de vida.

Mas às vezes o amor acaba, e quase nunca isso acontece ao mesmo tempo para os dois envolvidos. Há sempre um que sofre e não se conforma. Nada mais terrível num relacionamento do que ser rejeitado e conviver com o fato de que aquele a quem ainda amamos não nos ama mais.

Apesar do sofrimento, porém, temos que entender que é preferível a verdade cruel do que viver numa mentira ou com alguém que não nos deixa por pena ou covardia. Aquele que é abandonado deveria até agradecer ao outro, que foi honesto, por já não viver mais com alguém que não o ama mais. Se o outro nos deixa, temos a chance de refazer a vida, de amar novamente. Isso é possível em qualquer idade.

Quando descobrimos uma traição, ou o fim de um amor, passamos por várias fases de luto, é como se fosse uma morte. Experimentamos a negação — “Não, ele ainda me ama” —, a revolta — “Não vou permitir, não me separo!” —, a depressão — “Ele não me quer, quero morrer!” — e finalmente, com o tempo, a vida vence, aceitamos a perda, voltamos a nos amar e recomeçamos. Como propõe a bonita canção de Ivan Lins (65) e Vitor Martins: “Começar de novo/ E contar comigo/ Vai valer a pena/ Ter amanhecido/ Ter me rebelado/ Ter me debatido/ Ter me machucado/ Ter sobrevivido/ Ter virado a mesa/ Ter me conhecido/ Ter virado o barco/ Ter me socorrido/ Começar de novo/ E só contar comigo/ Vai valer a pena/ Já ter te esquecido/ Começar de novo...”.



Palavra de fé: “Aquele que ama, ama a vida; aqueles que velam para encontrá-la sentirão sua doçura”. (Eclesiástico 4,13)

segunda-feira, 19 de março de 2012

Você sabia?

- Ruah (palavra hebraica) significa o sopro de Deus; o sopro da vida; o espírito?

- Que foi o Cardeal Estevão Langton, no ano de 1228, quem dividiu a Bíblia em capítulos?

- Quem dividiu a Bíblia em versículos foi o frade São Paganino, no ano de 1528.

- Que a primeira tradução da Bíblia, do Antigo Testamento, foi feita na cidade de Jâmia, perto de Jerusalém, no ano 500 antes de Cristo?

- A segunda tradução do Antigo Testamento foi feita na cidade de Alexandria, no ano 300 antes de Cristo, e foi realizada setenta (70) sábios e foi chamada: versão dos setenta.

- Lutero se baseou na tradução de Jâmia, que aprovou somente sessenta e seis (66) livros da Bíblia, que é a atual Bíblia dos Judeus.

- Que o ponto principal da doutrina protestante baseia-se em: “Romanos 3,28”, excluindo a importância das ações ou obras?

- O purgatório não é um lugar, mas é um estado de purificação onde as almas dos justos completam a purificação de seus pecados, ou seja, das penas dos pecados já perdoados (II Macabeus 12,42).

- Que o segundo Papa (sucessor de Pedro) chamava-se São Lino e nasceu na Toscana, na Itália?

- O nome Buda significa “o iluminado”, mas seu verdadeiro nome é Sidarta, que foi filho do rei Sudhodana e da rainha Maya.

- Que o significado de Papa é: Papai (afetivo) da Igreja?

- Que Jesus deu a Pedro e seus sucessores o poder de ligar e desligar? Confira em: Mateus 16,19.


Palavra de fé: “Com todos esses bens eu me alegrarei, porque é a sabedoria que os guia, mas ignorava que ela fosse sua mãe”. (Sabedoria 7,12)

terça-feira, 13 de março de 2012

REENCANTAR-SE! É POSSÍVEL?

Como é belo o amanhecer! E muito mais encantador é o entardecer! Duas obras primas do Criador, o amanhecer e o entardecer nos dão uma boa oportunidade para refletirmos sobre a beleza do amor que uniu e que une duas pessoas, pelo matrimônio. Estes escolhem viver juntos a felicidade, e este é um projeto divino: Deus quer nossa felicidade. O livro Cântico dos Cânticos nos diz: “Ponha-me como um selo sobre teu coração, como um selo sobre teu braço” (4,6). A condição para a felicidade está aí.

O alvorecer é formidável, carregado de ternura envolvente, que culminará no entardecer, na maturidade e no compromisso de vida partilhado.

Devemos descobrir e redescobrir o espelho que somos do Criador, pois há um único projeto divino para todo o universo: o amor! Se a beleza da natureza nos empolga, a beleza do ser humano precisa nos contagiar. Olha que há abandono visível do ser humano e da natureza. Estamos regredindo em nossa humanidade.

A pessoa é o lugar onde Deus quer morar. Reencantarmo-nos com a beleza de sermos criados por Deus, que depositou em nós a grandeza infinita da eternidade. Redescobrir a beleza da vida a dois, do matrimônio, é próprio de quem entendeu a vida com nobreza, e por isso tem atitudes nobres.

Pedi certo dia que um senhor, já experimentado em anos, dissesse para os casais uma palavra confortadora. E ele respondeu numa frase: “Que cada um descubra a nobreza do casamento”. Certamente ele não deixou que a rotina fosse companheira inseparável, e empreendeu todo esforço em perceber a cada dia a grandeza que tinha diante de seus olhos: sua esposa, seus filhos, sua história.

A superficialidade de nossa sociedade hodierna nos diz que a beleza está no que encanta os olhos. E não faltam os que avaliam a vida a partir daí. Porém, beleza que não passa é aquela que se descobre e redescobre a cada dia. O segredo do reencantamento na vida conjugal é descobrir a nobreza de uma vida a dois e a beleza que não está estampada nos jornais e revistas nem é apregoada pelos que gostam de superficialidades.

Amor se descobre e se redescobre a cada dia. Ele nos amadurece, nos faz adultos de verdade. Posso dizer-lhe que a juventude pode não saber resolver seus conflitos, mas jamais reprova uma atitude profunda de amor.

Você quer a felicidade? Então se reencante com a beleza que está ao alcance de suas mãos: seu esposo, sua esposa, os filhos. Quebrem a rotina, vão à sorveteria e tomem juntos um sorvete, passeiem pela praça de mãos dadas, dêem um abraço e um beijo decididos. Há poetas escondidos em nossas praças. Por que não recuperar o elo perdido?

Não deixe passar despercebido o tempo nem as oportunidades que fazem renascer o amor escondido ou que foi sufocado. Seja intrépido, audaz na bela aventura de amar outra vez, a cada dia.

Palavra de fé: “Eu amei mais do que a saúde e a beleza, e gozei dela mais do que a claridade do sol, porque a claridade que dela emana jamais se extingue”. (Sabedoria 7,10)

segunda-feira, 12 de março de 2012

Depoimento: A escolha de Izilda

Há sete anos, precisei tomar a pior e mais difícil decisão da minha vida: escolher qual das minhas três filhas receberia meu rim. Elas sofriam de uma síndrome genética rara, a glomeruloesclerose focal, que impede os rins de funcionar como filtro do sangue e provoca o envelhecimento rápido do órgão até haver falência. Em 2001, o médico nos comunicou que elas precisariam de um novo rim. Só quem está à espera de um órgão sabe o que significa ficar na fila. Muitas vezes, a pessoa morre antes de encontrar um doador compatível. Poderia ser eu – o problema era como fazer a escolha. Impossível... Já nem dormia...

Anna Paula era a mais fragilizada: além dos efeitos colaterais provocados pelas três sessões semanais de hemodiálise, ela teve depressão, síndrome do pânico e várias crises de hemorragia, que resultaram numa anemia profunda. Sabia que precisava agir logo, mas não conseguia tomar uma decisão. Até que, na noite do Natal, com a família em volta da mesa, Anna Maria e Eva Cristina anunciaram: Anna Paula seria a beneficiada. Elas decidiram por mim. Nós nos beijamos e choramos juntas. O transplante aconteceu em fevereiro de 2005. Foram três horas de operação. Minhas filhas disseram que, ainda anestesiada, eu repetia: “Vocês três vão ser transplantadas. Vai dar tudo certo”.

A princípio, meu marido tinha sido descartado como doador, porque apresentava um problema na urina. Mas ele pediu para refazer o exame, insistindo que o resultado estava errado. Milagrosamente, deu tudo normal e ele conseguiu doar o rim. Eva foi a segunda a ser transplantada. Anna Maria também tinha uma doadora: uma prima distante do meu marido. Nós a reencontramos por acaso, em uma festa, e ela disse que sonhara com uma agulha no seu braço ligada ao de outra pessoa – por isso, queria fazer o exame de compatibilidade. Por incrível que pareça, deu 95%. Era como se ela fosse mãe das meninas. O transplante aconteceu em outubro. Aquela época, já tínhamos fundado a ONG Doe Vida para ajudar quem passa pela mesma situação. Só vence quem nunca deixa de acreditar!



Palavra de fé: “Aquele que ama, ama a vida; aqueles que velam para encontrá-la sentirão sua doçura”. (Eclesiástico 4,13)

quarta-feira, 7 de março de 2012

Dia internacional da Mulher

Mulheres Acabam com o mito da Fragilidade

“Obrigado a ti, mulher, pelo simples fato de seres mulher! Com a percepção que é própria da tua feminilidade, enriqueces a compreensão do mundo e contribuis para a verdade plena das relações humanas” (João Paulo II – Cartas às mulheres do mundo inteiro)

Aí vão elas... Com um pé no próximo século, as mulheres literalmente acabaram com o mito da fragilidade. Todos já sabem da sua capacidade de combinar os papéis de mãe, esposa e profissional. Habilidade indiscutível de aliar atitudes firmes e decididas sem se esquecer da sua feminilidade e sensibilidade.

As mulheres de hoje brilham nas empresas, nos lares, no Congresso, como profissionais liberais, nos esportes e até em áreas antes ‘restritas’ ao universo masculino, até Presidentas como a nossa Dilma. O desafio agora é outro: consolidar sua posição. A questão não é buscar a igualdade com o homem, já que ambos são iguais e se completam. A atuação da mulher deve fazer com que a sociedade a encare como uma pessoa tão importante quanto o homem.

Para que isto ocorra muitas coisas precisam mudar. É preciso combater os modelos de mulher muitas vezes impostos pelos meios de comunicação, assim como ‘declarar guerra’ aos que não valorizam o árduo trabalho das donas de casa. Vale, também, valorizar a maternidade mesmo sendo a realização profissional um aspecto extremamente importante para as mulheres de hoje.

Nesse processo fica indispensável, também, da valorização à figura de Maria, a mãe de Jesus. Companheira, amiga e irmã, ela ainda é e sempre será o símbolo da dignidade e da força da mulher. Maria com sua determinação ao aceitar a missão que Deus lhe confiou, dignifica o papel da mulher na sociedade. Maria, como mãe, determina o papel da mulher no contexto de uma família.

A mulher é um agente transformador da nossa sociedade. Foram muitas as provas que tiveram que dar para legitimar esse papel. Independente das lutas que ainda estão por vir, que a sensibilidade feminina nunca seja esquecida. E se para muitos a falta de força física é a fragilidade das mulheres, a sensibilidade, com toda a certeza, é a maior fortaleza.




Palavra de fé: “Como és formosa, amiga minha! Como és bela! Teus olhos são como pombas”. (Cântico dos Cânticos, 1,15)

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ajuda para resolver os problemas pessoais

Exercício:

1. Acredite que há sempre uma solução para todos os problemas;

2. Mantenha-se calmo. A tensão impede o curso da força do pensamento. Seu cérebro não pode funcionar eficientemente debaixo de tensão nervosa. Enfrente serenamente seus problemas.

3. Não tente forçar uma resposta. Mantenha o espírito tranqüilo para que a solução se apresente claramente.

4. Reúna os fatos imparciais, impessoal e judiciosamente.

5. Faça uma relação desses fatos numa folha de papel. Isso ilumina o pensamento e imprime certa ordem aos vários elementos. Você estará vendo e pensando ao mesmo tempo. O problema se torna objetivo e não subjetivo.

6. Faça uma prece sobre o seu problema, pedindo que Deus ilumine sua mente e seu espírito. Ele por certo atenderá.

7. Tenha fé e procure a orientação de Deus, pela Bíblia Sagrada, por exemplo, a promessa que nos faz no Salmo 90/91, 15: “quando me invocar, eu o atenderei; na tribulação estarei com Ele. Hei de livrá-lo e o cobrirei de Glória”.

8. Confie na faculdade do discernimento e da intuição.

9. Vá a Igreja, procure o alimento Eucarístico, deixe que seu subconsciente atue sobre o problema ao entregar-se você ao exercício da prática religiosa. O pensamento espiritual e criador têm um poder extraordinário para dar respostas certas.

10. Se você seguir fielmente esses exercícios, a resposta que se formar em seu espírito ou que vier a verificar-se será resposta certa para a solução dos seus problemas.

Tente. Ajude-se!


Palavra de fé: “Pois que se uniu a mim, eu o livrarei; e o protegerei, pois conhece o meu nome”. (Salmo 90-91,14)

Por que os discípulos fogem deixando Jesus sozinho?

Não é somente o caso de um Judas que trai Jesus por dinheiro e nem de um Pedro que nega três vezes por medo. Pelo contrário: “Marcos 14,50”.

Estavam com Ele, porém, será que de fato o seguiam? Não eram ainda os homens da vocação e do seguimento de Jesus. Conviviam sim com Ele, mas para “fazer carreira”, para subir na vida:

- Quando Jesus, pela primeira vez, anuncia que as coisas vão mal e que tem não só a impressão, mas também a certeza de que os chefes dos sacerdotes vão acabar com Ele, levando-o nada menos do que a crucifixão: “Marcos 8,32”, pois não era por esse motivo que o seguiam;

- Ao revelar novamente o fim que o aguarda: “Marcos 9,32”. Mas continuavam com suas idéias, porque, ao chegar a Cafarnaum, Jesus lhes pergunta: “Marcos 9,33-34”.

- Além disso, após predizer pela terceira vez o que iria acontecer: “Marcos 10,35-37”.

Pessoas simples, em geral pescadores, camponeses, gente de aldeias e povoados, vislumbraram no chamado de Jesus, que havia outra saída e outros horizontes, sobretudo quando alguém está cansado de sofrer e de se conformar.

Ficaram entusiasmados com a proclamação do Reino de Deus feita por Jesus. As coisas não podem continuar desse jeito, ou seja, os ricos não podem continuar oprimindo os pobres; os juízes não podem continuar a favorecer os poderosos; os romanos não podem submeter para sempre o país. Deus está a favor dos que, na sociedade religiosa e civil judaica, não tem um lugar cômodo!

Algum dia isso deveria mudar. E Jesus percorre o país proclamando que o Reino de Deus começa já, agora. Jesus convida esses homens ainda jovens e lhes oferece um lugar e um trabalho nessa tarefa do Reino.

Tudo começa a ser diferente. Eles se entusiasmam com a possibilidade de “fazer carreira”, de agarrar-se a alguma coisa que os “promova socialmente”. Na verdade, Jesus os tratou sempre como pessoas: sempre os respeitou e contou com eles. E eles o queriam de verdade.

Todavia, naquele tempo ainda não haviam entendido muita coisa do Reino nem do seguimento de Jesus por causa do Reino. E quando as autoridades judaicas e romanas, religiosas e civis prendem Jesus, eles fogem, deixando-o sozinho.





Palavra de fé: “Mas tudo isso aconteceu porque era necessário que se cumprissem os oráculos dos profetas. Então, os discípulos o abandonaram e fugiram”.

quinta-feira, 1 de março de 2012

Olho com cataratas

Há um tipo de catarata, sobre o qual vou escrever, que não atinge o olho, mas a mente. Muita gente, com o passar do tempo, perde o foco da vida e fica extraviado, sem rumo, não consegue discernir bem o que acontece ao seu redor. Mistura tudo e fica desfocado, com visão distorcida da realidade. Isso acontece em várias situações. Por exemplo, no mundo dos negócios, veja-se a questão da corrupção, gente se aproveitando de cargos ou vantagens que tem sobre outros, e rouba, recebe propina como se fosse a coisa mais sadia do mundo. Essa catarata faz um mal danado à ética e à moral. Destrói pilares da convivência humana, corrói valores que sustentam o sentido da vida. Há outro tipo de catarata que é diferente desta, não envolve dinheiro, mas envolve a formação da consciência e do senso crítico. Os jovens são as principais vítimas. Eles, melhor do que ninguém sabem manejar o mundo virtual. Conseguem muita informação, mas não a transformam em conhecimento; se divertem muito, mas não conseguem transformar as experiências em cultura. Não conseguem elaborar os dados que possuem, dando-lhes significados para sua vida. Permanecem vazios diante da vida, sem saber distinguir o que vale a pena, do que é efêmero.

Há também cataratas que atingem os pais. Estes, sufocados com os compromissos de trabalho ou medo do desemprego, têm pouco contato com os filhos. Ficam sem saber como orientá-los. Não sabem lidar com o mundo deles e facilmente sucumbem diante de suas demandas. Tudo permitem por medo de estabelecer limites, temendo serem vistos como retrógados. Quando as conseqüências chegam, se perguntam; onde foi que eu errei? Os estresses se acumulam e o desinteressa toma conta, e aí os próprios vínculos familiares se rompem e as separações acontecem com naturalidade, sem avaliar os sofrimentos que isto vai causar a si próprios e aos seus.

Há ainda outro tipo de catarata que atinge o mundo religioso das pessoas. Há tanta proliferação de religiões, em cada esquina tem uma Igreja. Cada uma oferece mais vantagens que a outra. Confundem a cabeça com promessas e respostas imediatas para todos os problemas. Não importam o que se prega, mas o quanto rende. Deus fica perdido no meio do vozerio e dos milagres que se propagam, e essa catarata ludibria o “crente” ingênuo e desvia a rota da transcendência.

Por isso, fique de olho, cuidado com as cataratas que rondam sua vida; antes que elas se instalem, consulte o bom senso e não se deixe enganar.




Palavra de fé: “O olho é a luz do corpo. Se teu olho é são, todo o teu corpo será iluminado”. (Mateus 6,22)