quarta-feira, 20 de julho de 2011

O Mal quer que o Bem seja feito

Conta o poeta persa Rumi que Mo'avia, o primeiro califa da linhagem de Ommiad, que estava um dia dormindo em seu palácio, quando foi despertado um estranho homem.

- Quem é você? - perguntou.

- Sou Lúcifer - foi a resposta.

- E o que deseja aqui?

- Já está na hora de sua prece, e você continua dormindo.

Mo'avia ficou impressionado. Como é que o príncipe das trevas, aquele que deseja sempre a alma dos homens de pouca fé, estava procurando ajudá-lo a cumprir um dever religioso?

Mas Lúcifer explicou:

- Lembre-se que eu fui criado como um anjo de luz. Apesar de tudo que aconteceu na minha existência, não posso esquecer minha origem. Um homem pode viajar para Roma ou Jerusalém, mas sempre carrega em seu coração os valores de sua pátria: o mesmo acontece comigo. Ainda amo o Criador, que me alimentou quando era jovem, e me ensinou a fazer o bem. Quando me revoltei contra Ele, não foi porque não o amasse - muito pelo contrário, eu o amava tanto que tive ciúme quando criou Adão. Naquele momento, eu quis desafiar o Senhor, e isso me arruinou; mesmo assim, ainda me lembro das bênçãos que me foram dadas um dia, e talvez agindo bem eu possa retornar ao Paraíso.

Mo'avia respondeu:

- Não posso acreditar no que me diz. Você foi responsável pela destruição de muita gente na face da terra.

- Pois acredite - insistiu Lúcifer. - Só Deus pode construir e destruir, porque é Todo-Poderoso. Foi Ele, ao criar o homem, que colocou nos atributos da vida o desejo, a vingança, a compaixão e o medo. Portanto, quando olhar o mal à sua volta, não me culpe, porque eu sou apenas o espelho daquilo que acontece de ruim.

Sabendo que alguma coisa estava errada, Mo'avia começou a rezar desesperadamente para que Deus o iluminasse. Passou a noite inteira conversando e discutindo com Lúcifer, e apesar dos argumentos brilhantes que ouvia, não se deixava convencer.

Quando o dia já estava amanhecendo, Lúcifer finalmente cedeu, explicando:

- Está bem, você tem razão. Quando esta tarde cheguei para despertá-lo de modo a não perder a hora da prece, minha intenção não era aproximá-lo da Luz Divina.





"Eu sabia que, deixando de cumprir sua obrigação, você sentiria uma profunda tristeza, e durante os próximos dias iria rezar com o dobro de fé, pedindo perdão por ter esquecido o ritual correto. Aos olhos de Deus, cada uma destas rezas feitas com amor e arrependimento, valeriam o equivalente a duzentas orações feitas de maneira automática e ordinária. Você terminaria mais purificado e inspirado, Deus o amaria mais, e eu estaria mais longe de sua alma".

Lúcifer desapareceu, e um anjo de luz entrou logo em seguida:

- Nunca se esqueça da lição de hoje - disse para Mo'avia. - Às vezes o mal se disfarça em emissário do bem, mas sua intenção escondida é provocar mais destruição.

Naquele dia, e nos dias seguintes, Mo'avia orou com arrependimento, compaixão e fé. Suas preces foram ouvidas mil vezes por Deus.



Reflexão

Inspirada em Mahatma Gandhi:

"Um NÃO pronunciado com convicção profunda, é muito mais importante que um SIM dito para agradar, ser simpático, ou - o que é pior - evitar problemas que fazem parte do seu caminho, e precisam ser resolvidos".




Palavra de fé: “Feliz o povo que vos sabe louvar: caminha na luz da vossa face Senhor”. (Salmo 88, 16)

sábado, 16 de julho de 2011

Mal de Parkinson sob controle

Avanços possibilitam diagnóstico precoce e melhor controle dos sintomas da doença, trazendo qualidade de vida aos pacientes.


Nas últimas décadas, pesquisadores têm-se dedicado à busca de novos tratamentos para as pessoas com o mal de Parkinson. Hoje compreende-se melhor a enfermidade e como ela se desenvolve. O conhecimento é acompanhado de avanços tecnológicos que possibilitam o diagnóstico precoce e um melhor controle dos sintomas da doença.

O Parkinson é uma síndrome crônica com degeneração progressiva do sistema nervoso central. Até o momento, não está estabelecida uma causa determinante para seu surgimento, nem se chegou à cura. O esforço de muitos pesquisadores é direcionado à identificação de fatores de risco. Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, maior a chance de frear a evolução dos sintomas, dentre os quais estão o enrijecimento muscular e os tremores involuntários.

Boa parte desses sintomas pode ser controlada com uma abordagem médica multidisciplinar e o uso de medicamentos. A questão é que, com o passar do tempo, as drogas perdem sua eficácia. Uma opção é a estimulação dos neurônios, por meio de uma cirurgia para implante de eletrodos cerebrais profundos, que geram estímulos elétricos diretos em uma área do cérebro. A técnica, já disponível no Brasil, costuma apresentar um rápido efeito na recuperação do controle do motor.

Mais comum a partir dos 50 anos. O Parkinson pode surgir em indivíduos mais jovens. É o caso do ator norte-americano Michael J. Fox, diagnosticado aos 30 anos. Segundo a Organização Mundial da Saúde, 1% das pessoas com mais de 65 anos tem a doença. No Brasil, estima-se que mais de 200 mil pessoas convivam com ela.

A pesquisa genética tem sido uma aliada no prognóstico da enfermidade. Estudos feitos no Brasil mostram que 18% dos pacientes com menos de 50 anos possuem os genes marcadores do Parkinson. Identificado o fator de risco, pode-se recorrer a outros mecanismos para cercar o diagnóstico.

Um recurso de ponta, ainda em fase de estudo, é o uso de imagens moleculares para mapear a perda de dopamina, neurotransmissor responsável por uma série de funções e movimentos comandados pelo cérebro. Quando começa a apresentar os sintomas do Parkinson, a pessoa já perdeu 80% da dopamina. Identificar essa perda no estágio inicial traz eficiência ao tratamento.

Outra técnica que está sendo utilizada é a ressonância magnética funcional, que permite estudar áreas do cérebro ativadas quando o indivíduo fala, faz movimentos, recebe um estímulo visual ou sensorial. Conhecer o funcionamento dessas áreas é importante para identificar, por exemplo, o risco de distúrbios de linguagem na cirurgia para implante de eletrodos cerebrais profundos.

A evolução nesses estudos pode levar a novas propostas terapêuticas. Enquanto elas não vêm, é preciso apostar no diagnóstico precoce e na pro atividade do paciente que, com atividades físicas, sociais e intelectuais, pode construir uma “reserva cognitiva” que ajuda o cérebro a se adaptar melhor à falta de dopamina e de outras substâncias.




Palavra de fé: “E agora, Senhor, que posso esperar? Minha confiança está em vós”. (Salmo 38,8)

quarta-feira, 13 de julho de 2011

Adoradores radicais

Ouvi esses dias um pregador falar da “cultura de pentecostes” e do “povo de adoradores radicais”. Não se aprofundou, por isso não sei o que ele quis afirmar. Se explicasse em que consiste essa cultura dentro da cultura cristã e, dentro da Igreja Católica, o que significa ser um “adorador radical”, seria mais fácil dialogar com ele.

É que eu me considero pregador da cultura do coração solidário e penso que sou um adorador moderado. Sigo ou tento seguir: “Mateus 5,23”. Jesus diz que a oferta diante do altar espera. Radical é criar um clima de paz. A oferta pode vir depois. Mas o diálogo tem que vir agora. Já!

Então, não acho que basta louvar e orar. Releio “Mateus 7,15-23” e vejo que Jesus põe a justiça em primeiro lugar. Primeiro o justo, depois o adorador. Posso citar mais de 200 passagens dos evangelhos que apontam para a justiça, a fraternidade, a caridade e a ajuda aos irmãos como caminho de luz, de paz e de salvação. Sei também que há pelo menos outras mil passagens que mostram que a oração salva e liberta. Entendo, então, que é preciso agir e orar. Num caso, nós abrimos a porta do lado de fora. No outro, Deus a abre do lado de dentro.

Encaro o céu como o lado de dentro da vida. É como tudo começou e para onde tudo irá um dia. Deus está lá e também no lado de fora. Ele é onipresente. Somos apenas presentes aqui, mas somos convidados, pela justiça, pela compaixão e pela caridade, a criar a paz ao nosso redor e, com isso, a abrir nós mesmos as portas do céu do lado de fora. O céu tem dois tipos de fechaduras: as de dentro e as de fora.

Somos, pois, convidados a falar com o Pai e o Espírito Santo e pedir intercessão do Filho, sem nos esquecermos de pedir aos salvos por ele que também orem por nós. De tanto orar e trocar a campainha do céu, Deus nos abre as portas do lado de dentro. Então o céu nos abre. Estou convencido de que Jesus tem as chaves e que as portas são muitas. No céu espero ver muitos seres humanos bons que chegaram lá por outras portas. É minha forma de ser ecumênico. Jesus deu a entender que é assim. Releio “Mateus 25, 31-46” e me torno cada dia mais ecumênico.




Palavra de fé: “São confundidos os que adoram estátuas e se gloriam em seus ídolos; pois os deuses se prostram diante do Senhor”. (Salmo 96,7)

Obs.: “deuses” = significando anjos.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Verônica – Santa Verônica

Comemoração: 12 de julho


Diz a história de Verônica que ela morava em Jerusalém e que, cheia de compaixão à vista do sofrimento de Jesus a caminho do Calvário, enxugou-lhe o rosto com uma toalha, em que as santas feições ficaram gravadas.

Não há real evidência para tal fato, mas a história teve vasta repercussão entre os cristãos por muitos séculos. Há variantes e amplificações dela, e Verônica tem sido identificada com várias personagens, históricas ou não, principalmente com a mulher que sofria de um fluxo de sangue: “Mateus 9, 20-22”.

Um pano, considerado como “o véu original de Verônica”, é preservado na Igreja de São Pedro em Roma, talvez desde o início do século VIII. O nome de Santa Verônica não consta do Martirológico Romano, que quer dizer: lista de mártires.

A inclusão do seu ato na chamada via-sacra tem sido desaprovada algumas vezes. O nome Verônica, comumente explicado como significando “imagem verdadeira”, foi dado ao véu e deve ter sido transferido para denominar a compassiva santa.

Observação: Os santos são aqueles que aceitam e cooperam com a graça de modo mais entusiástico e menos egoísta do que os outros em graus muito elevados, tornando-se semelhante a Cristo através do auxílio que Cristo deu a eles. São Paulo resume a santidade em uma frase: “Eu vivo; no entanto, não sou eu mas Cristo que vive em mim”.




Palavra de fé: “Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação; que eviteis a impureza”. (1 Tessalonicensses 4,3)

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Catequese 2: A Palavra e o Catequista

A Palavra de Deus tem uma primazia insubstituível na vida da Igreja e no discipulado cristão; é a fonte primordial de sua identidade. No contato assíduo permanente com ela, o catequista confronta sua vida e vai se descobrindo como filho de Deus e irmãos dos outros. É o que nos disse a própria escritura: “Salmo 118, 5-6”, da Bíblia Ave-Maria.

A proximidade e o relacionamento com a Palavra de Deus provocam no catequista as mesmas atitudes e sentimentos de Jesus Cristo: “Filipenses 2,5”; escuta, disponibilidade, compaixão e humildade. Ela o torna autêntico discípulo do mestre.

A Palavra inspirada convida a viver uma atitude contemplativa na história, nos sinais da presença de Jesus, nos sacramentos e na vida das pessoas, especialmente nos pobres: “Mateus 25,31-46”. Ela se faz presente na dimensão celebrativa que o discípulo realiza em comunidade e o conduz a um compromisso transformador e de presença no mundo.

Isto nos leva a assumir a Palavra como critério de leitura e de interpretação da realidade, onde os conflitos e as contradições, a problemática e os desafios exigem do catequista uma atitude de sabedoria para descobrir o projeto de Deus. Olhar a realidade à luz da palavra é um imperativo que brota do seguimento de Jesus.

A Igreja anuncia a Palavra de Deus, e esta se converte em resposta de fé para quem a acolhe. Por isso a Palavra de Deus estimula o catequista não só a ser ele mesmo, mas a formar discípulos e discípulas, conforme o entrar: “Mateus 28,20”.

“Assim, a Igreja não vive de si mesma, mas do evangelho, pelo evangelho e do evangelho tira sem cessar a luz para seu caminho. Por isso, só quem se coloca primeiro à escuta da Palavra é que pode depois torna-se seu anunciador”, afirma Bento XVI.

Jesus Catequista

Geralmente, quando falamos de Jesus, não costumamos ver Nele o discípulo, o formando, mas só o mestre e formador: “Hebreus 4,15”.

Viveu o mesmo processo de aprendizagem próprio de todo o ser humano. Ele, Jesus, antes de ser mestre foi discípulo como todo mundo: “Lucas 2,52”. E mesmo depois, ao longo de três anos de sua vida pública, como formador, ele ia aprendendo no contato com o povo, com os discípulos e com os fatos da vida.

Jesus ensinou dialogando, e dialogando também aprendia: conversando com a samaritana ele teve que aprendes das respostas que recebia dela, como entrar em contato com ela: “João 4, 7-26”. Como a cananéia, cuja filha estava doente, Jesus aprendeu a conhecer melhor a vontade do Pai e que sua missão não era só para os judeus.

Jesus também ensinava através de parábolas, dialogando com o povo. Geralmente, não as explicava, o que provocava as pessoas a pensar e a conversar. É uma forma participativa de ensinar, de educar. Não faz saber, mas faz descobrir, refletir sobre a própria experiência e faz com que essa experiência a leve a descobrir que Deus está presente na vida. É importante para o catequizando saber e experimentar que o catequista acredita neles e na sua capacidade de assimilar e compreender as coisas.


Para pensar e rezar:

O que é a Bíblia para mim?

Com que sentimento leio a Palavra para mim e para os catequizando?

Na catequese uso a Palavra? Como?

Ajudo o catequizando a gostar da Palavra?

A leitura da Palavra é para mim fonte de consciência crítica da realidade?

Ajudo os catequizandos a acolher e reintegrar os colegas excluídos?




Palavra de fé: “Ele criou tudo para a existência, e as criaturas do mundo devem cooperar para a salvação”. (Sabedoria 1,14)

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Família em paz!

Cinco formas de lidar com um conflito...com os filhos

As discussões ocorrem porque cada um acredita que sua maneira de ver o mundo é a correta. E não poderia ser diferente, pois se você achasse que outra maneira seria a mais correta, certamente você a faria.

O que dá origem ao conflito é que, ao considerar a sua posição como modelo, como a única verdadeira, você acaba passando por cima dos outros e dizendo que eles estão errados e que precisam aprender o que é o certo, como você já sabe.

Às vezes, um simples desentendimento ou mal entendido, pode levar a conseqüências desastrosas.

Observe as formas ou situações de enfrentamento mais frequentemente adotadas e escolha uma que mais se pareça com você.

Forma ou situação 1:

Você chega em casa, seu filho vem gritando e ofendendo-o. Você diz para ele que não está ali para ouvir desaforo e que, na verdade, ele que é incapaz de fazer algo bem feito e, por isso, fica procurando alguém em quem jogar a culpa. E você aproveita o momento e, já que foi ofendido, ofende um pouco mais, porque, afinal, não foi você quem começou, não é mesmo?

Você sai dali, caminha pelo corredor e, ao passar pela sala, sua esposa o chama e diz: “Eu não pude evitar! Ouvi toda a discussão e acho que você pegou pesado demais com seu filho, hein!”. E você responde: “Falei, é pouco! Ele merecia ouvir muito mais! Onde é que já se viu falar comigo daquele jeito?”. (Você, o dono da verdade, não pode admitir que esteja também errado. E fica a pensar: - Errar, eu? Impossível!).

Forma ou situação 2:

Você chega em casa, seu filho vem gritando e ofendendo-o. Você diz para ele que não está ali para ouvir desaforo e que, na verdade, ele que é incapaz de fazer algo bem feito e, por isso, fica procurando alguém em quem jogar a culpa. E você aproveita o momento e, já que foi ofendido, ofende um pouco mais, porque, afinal, não foi você quem começou, não é mesmo?

Você sai dali, caminha pelo corredor e, ao passar pela sala, sua esposa o chama e diz: “Eu não pude evitar! Ouvi toda a discussão e acho que você pegou pesado demais com seu filho, hein!”. E você responde: “Você acha que eu fui muito duro? É que eu ando nervoso! Acho que exagerei na dose. (Bom, muito bom! Depois de você ser alertado por alguém, acabou por aceitar que também ultrapassou os limites. Parabéns, você está melhorando!).

Forma ou situação 3:

Você chega em casa, seu filho vem gritando e ofendendo-o. Você diz para ele que não está ali para ouvir desaforo e que, na verdade, ele que é incapaz de fazer algo bem feito e, por isso, fica procurando alguém em quem jogar a culpa. E você aproveita o momento e, já que foi ofendido, ofende um pouco mais, porque, afinal, não foi você quem começou, não é mesmo?

Você sai dali, caminha pelo corredor e, antes de passar pela sala, antes mesmo de alguém falar qualquer coisa, você diminui o passo, meneia a cabeça e diz para si mesmo: “Puxa! Eu pisei na bola de novo! Preciso aprender a me controlar. Não é fácil não! Mas não devo deixar meu sangue ferver! (Viva! Você nem precisou esperar alguém lhe falar! Sozinho, já se deu conta que também errou. Continue assim, está melhorando!)

Forma ou situação 4:

Você chega em casa, seu filho vem gritando e ofendendo-o. Você pede calma e diz que aquela não é uma boa maneira de resolver uma questão, e que você nem sabe porque ele está falando assim. Seu filho teima em continuar ofendendo-o. Então, você pede licença e sai dali. Lá fora você conta até dez, assobia uma bela canção, vai tomar um copo d´água, um chá ou café, ou ainda, faz uma oração ou usa qualquer técnica pessoal para voltar ao ponto de equilíbrio. Sentindo-se mais calmo e seguro, você volta até seu filho. Se ele continuar alterado, você diz que voltará mais tarde, mas daquele jeito não dá para conversar.

E, passando mais um tempo, você volta, pois é preciso entender o problema e encontrar uma solução para aquele mal entendido. Você deve voltar a falar com o seu filho sobre aquele assunto. Você quer entender o que se passa e estará buscando um jeito de solucionar aquele conflito, pois, conversando, é que se entende. (Que maravilha! Que bom seria se todos estivessem amadurecidos assim. O mundo seria uma beleza para se viver. E será, pode acreditar. Você está fazendo a sua parte, e só isso já é um bom começo).

Forma ou situação 5:

Você chega em casa, seu filho vem gritando e ofendendo-o. Você olha para ele serenamente, aproxima-se, lhe dá um abraço e diz: “O que foi que saiu do controle? Diga-me o que eu posso fazer para ajudar. Afinal, somos uma família e família é para todos os momentos, os bons e os nem tanto”. Você percebe que ele está precisando muito de você, e é nesta hora que você pratica a virtude da tolerância e da paciência, pois talvez seu filho esteja se sentindo acuado, sufocado e constrangido. (Parabéns, você praticou um ato de caridade, isto é, um gesto concreto de amor ao próximo e é exatamente para isso que toda a humanidade é chamada: amar, principalmente os que mais precisam).


Pronto. Depois de analisar as diferentes formas de lidar com o conflito, você já pode perceber com qual delas você mais se identifica.

Se for a forma ou situação 1, não há problema, você tem todas as chances de mudar. Daqui pra frente você só pode melhorar.

Se for a forma ou situação 5 (tomara que você já tinha atingido esse nível), então você tem mais é que comemorar. Sua missão está sendo cumprida.

Se estiver entre a 2 e a 4, então siga em frente e procure passar para o patamar seguinte, a 5. De degrau em degrau, você chega lá.

Alguém poderá dizer que não é correto proceder da forma ou situação 5, porque não é justo amar a quem ofendeu, mas vejamos:

Se você tem dois filhos e um deles adoece e uma imensa febre o acomete e ele, sofrendo, geme em seu leito, e um outro filho saudável dorme tranquilamente um sono repousante; diga sinceramente, em qual cabeceira você passará a noite?
É lógico que você se dirigirá à cama do filho doente, e o abraçará e segurará suas mãos, acariciará seus cabelos molhados de suor, fará longas orações.

Acaso você não ama aquele quanto este? Mas seu coração de pai se apieda daquele que sofre e a ele dirige todo o amor e atenção.

De forma semelhante, quem atingiu maturidade sabe que deve dirigir seu olhar amoroso, principalmente àqueles que estão mais arredios, mais distantes, mais rebeldes, pois eles estão doentes e essa é a forma que eles tem de chamar a atenção de gritar socorro, de pedir colo.

Ouça com a escuta secreta do seu próprio coração, o clamor do seu filho por seu amor. Ame mais, ame já. Seu filho precisa de você inteiro.




Palavra de fé: “Pais, não exaspereis vossos filhos. Pelo contrário, criai-vos na educação e doutrina do Senhor”. (Efésios 6,4)

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Crer ou não crer?

Ao longo de nossa vida, no dia-a-dia, muitas decisões importantes precisam ser tomadas: pela sobrevivência, no trabalho, no estudo, no amor, em família, etc.

A mais importante, porém, que é suporte e base para todas estas, citadas, é a fé: crer ou não crer.

Não crer em Jesus Cristo significa o sentido da vida e perder-se, também, na busca de Deus. Sem a expectativa e estímulo para encontrar razões para ser feliz. O próprio Cristo nos diz: “João 14,6”.

Crer em Cristo e em suas palavras é crer em Deus. Recusá-lo, é recusar a Deus. É um constante desafio aos que se dizem Cristãos: Cremos ou não cremos em Cristo? Fazermos ou não fazermos o que Ele ensinou?

As palavras e os ensinamentos são claros e reveladores.

Ele é o Espírito Santo de Deus, aguarda-nos e espera de nós ações objetivas para continuar levando aos irmãos, o anúncio do Reino de Deus e a libertação. Preciso dos nossos lábios para falar, das nossas mãos para socorrer e ajudar, das nossas pernas para caminhar.

O grande mistério da fé é o Cristo ressuscitado em nós para dar continuidade à sua missão e as obras que Deus lhe confiou. É a vida vivida na unidade: Cristo em nós, e nós em Cristo!

O importante para o ser humano é aceitá-lo com fé é conhecê-lo como nos mostra a Bíblia, e não como ouvimos falar. Fazendo isso entraremos em relação com Deus. Jesus sempre caminha conosco, e sempre estará ao nosso lado para nos fazer entender cada situação e decisão na vida, até aquelas mais difíceis.

Para meditar: Como praticar as obras de Deus?

A resposta: “João 6,29”.

Palavra de fé: “Justificados, pois, pela fé temos a paz com Deus, por meio de nosso Senhor Jesus Cristo”. (Romanos 5,1)

sexta-feira, 1 de julho de 2011

O verdadeiro abrigo e alimento

“Senhor, não me escondas teu rosto, não rejeites com ira o teu servo. És meu auxílio, não me deixes, não me abandones. Deus meu salvador. Ainda que meu pai e minha mãe me abandonem, o Senhor me acolhe” (Sl 27,9-10)

Esse salmo e o mês das mães me fizeram lembrar que, na minha infância, tínhamos no quintal muitas galinhas e um galo índio. Certa vez, a galinha carijó juntou um grande número de ovos e se pôs a chocá-los. Tempo depois, surgiu no quintal um mundo de lindos pintinhos, bem amarelinhos. Preocupada com a segurança, a galinha não permitia que eles se afastassem dela, nem ficava tranqüila quando nos aproximávamos de seus filhos.

Com o decorrer do tempo, as avezinhas foram mudando de cor. Para algumas, o amarelo ouro foi substituído pelo branco. Patê delas assumiu a tonalidade avermelhada, outras tiveram suas penas mescladas e muitas ficaram totalmente negras.

No entanto, parece que a galinha mãe nem notou a diferença. Tratava-as sem nenhuma distinção e deixava transparecer a alegria de tê-las todas ao seu lado. Quando já estavam mais grandinhas, apesar de recusarem sua ajuda, ela ciscava o solo e, carinhosamente, tentava depositar o alimento em seus biquinhos e abrigá-las sob suas asas. Para ela, eram como crianças indefesas.

Isso me recordou um programa de TV que homenageava diversas mães. O apresentador aproximou-se da mãe que tinha o maior número de filhos e perguntou-lhe: “A senhora sabe de cor o nome dos seus dezenove filhos?”.

Ela então, aparentemente ofendida com a pergunta, respondeu de imediato: “Claro que sei! E, não só o nome, mas sei também do que gosta cada um, tanto para comer, quanto para vestir!”. E foi relatando uma série de particularidades de cada um.

Assim também é o nosso Deus. Conhece muito bem a fragilidade e as necessidades de todos os seus filhos e filhas. Não só os conhece pelo nome, como sabe também o número de fios de cabelos de cada um. Seu amor é gratuito, ama sem distinção. Sua preocupação não é com raça ou cor, preocupa-se sim com a segurança e bem estar de todos. Não quer que nada de mal aconteça com seus filhos. É um Pai misericordioso que, por amor, entregou-se até mesmo a sua própria vida. Está sempre pronto para abrigar e carregar-se em seu colo. Apesar de nossa recusa, carinhosamente nos oferece como alimento seu próprio corpo e sangue, na eucaristia.



Palavra de fé: “Durante a refeição, Jesus tomou o pão, benzeu-o, partiu-o e deu aos seus discípulos, dizendo: “Tomai e comei, isto é o meu corpo””. (Mateus 26,26)