sexta-feira, 29 de abril de 2011

Declarar e aclamar um santo

A notícia de que Bento XVI declarará beato seu antecessor João Paulo II merece reflexão. É uma prática do catolicismo e um direito do Papa. A quase totalidade dos católicos lhe dá este direito. Aceitamos sua liderança. Pode ser que, aos olhos de muitos católicos, João Paulo II devesse esperar, mas milhões acham sua vida, seu testemunho e seus sofrimentos suficientes para que o incluam entre os exemplos a serem seguidos. Ele amou e testemunhou Jesus e viveu heroicamente a sua fé. Não há santos perfeitos neste mundo, mas ele e outros candidatos como Irmã Dulce viveram a fé com maior perfeição do que a nossa. Declaremos e proclamemos. Jesus fez e continua fazendo novos santos.

Os católicos privadamente proclamam alguém santo, ou santa quando percebem valores cristãos elevados nesta pessoa. Oficialmente, porém, alguém é declarado santo ou santa quando sua vida foi toda voltada para Deus e para o próximo. Como se trata de assunto estritamente católico, uma vez que outras igrejas também proclamam a santidade ou vida santa de seus fundadores e fiéis mais ilustres, mas os cultuam de outra forma, vale a pena entender o porquê destas beatificações ou canonizações.

No fundo tudo pode ser resumido nas frases: Deus é glorificado nos seus santos. Foi herói ou heroína da caridade. Deu a vida pelos outros e viveu pelo reino de Deus.

Sede vós pois perfeitos, como é perfeito o vosso Pai que está nos céus. (Mt 5, 48)

Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira de viver; (I Pd 1, 15). Portanto santificai-vos, e sede santos, pois eu sou o SENHOR vosso Deus. (Lev 20, 7)

Santos serão a seu Deus, e não profanarão o nome do seu Deus, porque oferecem as ofertas queimadas do SENHOR, e o pão do seu Deus; portanto serão santos. (Lev 21, 6)

Para confirmar os vossos corações, para que sejais irrepreensíveis em santidade diante de nosso Deus e Pai, na vinda de nosso SENHOR Jesus Cristo com todos os seus santos. (I Ts 3, 13)

De certa forma o primeiro santo canonizado foi João Batista a quem Jesus declarou santo. Segundo está nos evangelhos, o próprio Jesus deu o critério para o que a Igreja passou a fazer: Ninguém tem maior amor do que aquele que dá a própria vida pelo bem dos outros (Jo 15,13).

Mas nem todos os declarados e aclamados foram imediatamente aceitos pela Igreja. Em alguns casos levou tempo. Houve casos que esperaram 400 anos até serem proclamados e declarados santos, isto é: cristãos sancionados, provados e selados como sinais do Reino. Sanctus, santo, vem de sancire, sancionar. Deus e a Igreja assinariam em baixo desta vida!

Houve casos quase imediatos. Muitos mártires e Francisco de Assis, por exemplo, em menos de um ano foram canonizados. Entraram no cânone dos bem-aventurados que a Igreja aposta que estão salvos e no céu. Ultimamente, José Escrivá, o Fundador da Opus Dei, levou 27 anos. Dom Romero já leva mais de 40 anos em processo e, no entanto, ele morreu pela libertação do seu povo que morria sob uma cruel ditadura.


Tereza de Calcutá levou menos de dez, João XXIII menos de 50, João Paulo II menos de 7, Irmã Dulce menos de 15 anos após a morte. Em alguns casos, a Igreja ouviu a aclamação dos fiéis ou de um grupo de fiéis; em outros, não ouviu e até chegou a tirar da lista de proclamáveis e declaráveis algum candidato sobre quem se lançaram dúvidas pelo que teriam dito e escrito.

É critério da Igreja e não cabe a nenhum grupo querer impor o seu candidato ao reconhecimento de toda a Igreja. E daí? Seu candidato não foi declarado, o que não significa que não tenha levado vida santa. A Igreja não se opõe ao fato de seus fiéis admirarem algum católico que viveu vida heróica. Poderemos pedir a prece de nossos pais e de nossos irmãos de vida santa, desde que não o façamos contra a proposta da Igreja.

Dizer que alguém não será proclamado beato não é o mesmo que dizer que ele não se salvou, que não está no céu ou que sua vida não foi santa. Significa apenas que a Igreja não o proclamará modelo em tudo. Muitos dos santos que admiramos nem sempre escreveram ou disseram coisas hoje aceitas pelos católicos. Estão aí os livros para provar que a Igreja não concorda com eles em tudo. A Igreja mudou muitos conceitos e muitas de suas práticas e hoje, quem dissesse o que eles disseram ou fizesse o que eles fizeram não seria aprovado como modelo de ética cristã. Mas foram vistos como pessoas totalmente dedicadas ao Reino.

Como não há santo sem escorregão e nenhum santo é perfeito e sábio em tudo, a Igreja tem o direito de decidir quem deve ser venerado oficialmente e quem deve esperar. Haverá sempre algum questionamento, mas há que se respeitar a voz do povo e a voz da liderança. Somos produtos de um tempo e os santos viveram outras épocas e outras situações de conflito.

Os irmãos de outras igrejas que cultivem seus heróis do seu jeito. Respeitamos. Mas não nos acusem de adorar os santos! Esta calúnia não admitiremos. Só adoramos a Deus, mas nunca deixaremos de proclamar que ele é bendito pelos santos que nos deu. É bíblico, é teológico e nobre. Gratidão também é sinal de santidade!



Palavra de fé: “Porquanto, é esta a vontade de Deus: a vossa santificação, que vos aparteis da luxúria, que cada qual saiba tratar sua própria esposa com santidade e respeito, sem se deixar levar pelas paixões, como os gentios, que não conhecem a Deus”. (1 Tessalonicenses 4,3)

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sermão do Pe. Antônio Vieira

“Para derrubar um reino desunido não são necessários canhões, basta o lápis.”

“As obras da natureza e as da arte todas se conservam e permanecem na união: e todas na desunião se desfazem, se destroem e se acabam. Esta máquina tão bem composta do mundo, como ser obra de braço onipotente, que é o que sustenta e a conserva, senão a perpétua e constante união de suas partes? Esse foi o pensamento profundo do grão príncipe da Igreja, São Pedro, o qual chamou ao fim do mundo desunião do universo.” (...)

“Toda a vida não é mais que uma união. Uma união de pedras é edifício. Uma união de tábuas é navio. Uma união de homens é exército. E sem esta união tudo perde o nome, e mais o ser. O edifício sem união é ruína. O navio sem união é naufrágio. O exército sem união é despojo (despojo – prisioneiro da guerra). Até o homem (cuja vida consiste na união da alma e corpo) com união é homem, sem união é cadáver. A maior obra da sabedoria, e da onipotência divina, que foi o composto infalível de Cristo, consistia em duas uniões: uma união entre o corpo e a alma, e outra união entre a humildade e a o verbo. Quando perdeu a primeira união, deixou de ser homem; se perdera a segunda, deixava de ser Deus. Oh, Deus! Oh, homens! Que só a vossa união vos há de conservar, é só a vossa desunião vos pode perder.” (...)

“Nobreza desunida não pode ser, porque, em sendo desunida, logo deixa de ser nobreza, logo é vileza (vileza, vilão). Para derrubar um reino e muitos reinos onde há desunião não são necessárias baterias, não são necessários canhões, não são necessários trabucos, não são necessárias balas, nem pólvora, basta uma pedra, lápis. O que sustenta e conserva os reinos é a união.” (...)

“Nós temos muito boas mãos e sabem muito bem nossos competidores, mas se não tivermos união, nem eles haverão mister (mister, de ocupar) mãos para nós. Nem a nós nos hão de valer as nossas.”




Palavra de fé: “Para realizá-lo na plenitude dos tempos – desígnio de reunir em Cristo todas as coisas, as que estão nos céus e as que estão na terra.” (Efésios 1,10)

quarta-feira, 27 de abril de 2011

O orgulho... O orgulhoso

Orgulho é a opinião muito elevada que alguém faz de si mesmo, amor próprio exagerado, prepotência, soberba e aquilo em que se julga superior aos outros.

São atitudes completamente anticristãs. O orgulho revela um desejo de poder e superioridade que acaba por incitar a violência e ambição. Manifesta o gosto pela riqueza, pela autoprojeção pela competição, pelo autoritarismo, pela fama e vanglória (quer dizer, vaidade). Atitudes diabólicas!

Eis o que diz o Senhor: “Eclesiástico 10,7”.

São Paulo falando aos Romanos sobre a caridade fraterna proclama e aconselha: “Romanos 12,16”.

A qualidade fundamental de um verdadeiro cristão é a humildade. E ser humilde e reconhecer-se imperfeito, frágil e pecador e que anseia (ou espera) pela ajuda de Deus e dos irmãos. Confira: “1 Pedro 5,5”.

“Sente-se sempre como uma ponte, nunca como um todo”. (Theodor Fontane)

Precisamos nos tornar conscientes da nossa pobreza e fragilidade e abrirmo-nos para a Palavra de Deus e seus ensinamentos. A fé precisa da Palavra de Deus como uma planta precisa de água.

Deus vê tudo! E alerta: “Isaías 42,8”.



Profissão de fé: “Deixai-vos, pois, instruir por minhas palavras, e nelas encontrareis grandes proveitos”. (Sabedoria 6,25)

terça-feira, 26 de abril de 2011

Humildade

Senhor, fazei com que eu aceite
minha pobreza tal como sempre foi.

Que não sinta o que não tenho.
Não lamente o que podia ter
e se perdeu por caminhos errados
e nunca mais voltou.

Dai, Senhor, que minha humildade
seja como a chuva desejada
caindo mansa,
longa noite escura
numa terra sedenta
e num telhado velho.

Que eu possa agradecer a Vós,
minha cama estreita,
minhas coisinhas pobres,
minha casa de chão,
pedras e tábuas remontadas.
E ter sempre um feixe de lenha
debaixo do meu fogão de taipa,
e acender, eu mesma,
o fogo alegre da minha casa
na manhã de um novo dia que começa.”

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Missa X Missão

Missa

Cerimônia eucarística com que a Igreja Católica comemora o sacrifício de Jesus Cristo. Como nos diz São João (1 João 3,11): “Pois esta é a mensagem que tendes ouvido desde o princípio: que vos amemos uns aos outros”. Ou seja, o sacrifício de Jesus foi por amor à humanidade. A missa é estímulo para o exercício do amor e depois dar provas desse amor como cristãos que atuam por Cristo e com Cristo servindo a Comunidade... aprendendo e ensinando.

O nosso amor para com Deus (linha vertical) deve ser vivido concretamente, sobretudo na amizade e no amor fraterno (linha horizontal). Deve passar da “missa” para a “missão” como prova de fraternidade, que não acontece por acaso, mas deve ser criada em nós com fé e razão. O amor necessita ser exercitado para tornar-se visível.

Missão

Encargo, incumbência, delegação divina conferida num intuito religioso, dar testemunho, pregação da Palavra de Deus e a missão de Jesus Cristo.

É, portanto, uma ordem divina levar o Evangelho a todos os homens: “Marcos 16,15”, leia, medite e grave em seu coração. São palavras de Jesus Cristo.

A missão evangelizadora é de todo povo de Deus. Toda a Igreja é missionária e os presbíteros (os padres) como cooperadores dos bispos, tem como primeira tarefa anunciar o Evangelho de Deus a todos na Comunidade e solidarizar-se com as Igrejas domésticas (as famílias) com visitas pastorais. Como os padres faziam antigamente.

Enfim, precisamos mais “missionar” e não simplesmente “missar”.

O dicionário explica a diferença:

Missionar: fazer, participar de missões, pregar a fé, catequizar.

Missar: ouvir a missa (sem uma ação de resposta efetiva).

Na missa devemos extrair ensinamentos para crescimento da fé e caminhar com Jesus em missão.

Concluindo: o sentido imediato da súplica de Jesus é que todos os cristãos sejam unidos entre si, em espírito de verdadeiro amor fraterno e na unidade da fé na missão de Jesus. Eis a súplica de Jesus: “João 17,21”.

Amém!


Palavra de fé: “Eu neles e tu em mim, para que sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste antes da criação do mundo”.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

O que se lê na Imprensa sobre religião

Religião: rumo aos extremos?


Um estudo internacional divulgado ontem identificou tendência de crescimento no número de pessoas que afirmam não seguir religião alguma em nove países: Austrália, Áustria, Canadá, Finlândia, Holanda, Irlanda, Nova Zelândia, República Tcheca e Suíça. Nesse ritmo, o percentual cada vez menor dos que se declaram religiosos poderia fazer com que se afirmasse, num futuro não muito distante, que a religião simplesmente acabou nesses lugares.


No Brasil, a simples observação dos comportamentos sociais leva a acreditar que aumenta o número de pessoas que não seguem um Deus (ou deuses) institucionalmente estabelecido e representado por uma religião, embora muitos façam a ressalva de que possuem uma espiritualidade própria, que transcende os ritos e normas dos templos. Os resultados detalhados do Censo 2010 poderão confirmar isso ou não.


Ao mesmo tempo, porém, no Brasil e no mundo como um todo, há fortes indícios de que o peso da religião não diminuiu e os religiosos, quando se manifestam, fazem tanto barulho quanto antes, ou até mais. Nesta página mesmo, ma seção de cartas, sempre que surgem assuntos que, de alguma forma, envolvem religião, os debates entre os leitores são acalorados, para dizer o mínimo. A radicalização vem de todos os lados: evangélicos, católicos, espíritas, muçulmanos e assim por diante. Diante disso, deixo aqui uma reflexão: será que a tendência, nesse campo, não é rumarmos para os extremos? De um lado, um percentual crescente de pessoas que não professam nenhuma religião: de outro, religiosos encastelados em nichos cada vez mais ortodoxos.


Quando a religião é um costume amplamente difundido, quase cotidiano, acaba se tornando tão majoritária que é difícil manter sua coesão ideológica. Teoria e prática se distanciam. O sincretismo religioso brasileiro é um ótimo exemplo disso. Não surpreende, portanto, que, cada vez mais, lideranças religiosas católicas e evangélicas se esforcem em combater aqueles que freqüentam com a mesma fé igrejas, templos e terreiros.


O risco da tendência aos extremos é a intolerância. Os religiosos de uma turma não aceitam nem os dias das outras turmas nem os que preferem não ter nenhuma. Os não religiosos também recorrem muitas vezes a ataques ferozes, como se não ter religião fosse uma crença a ser imposta a todos. Prefiro seguir a escritura do que cada uma na sua e respeito incondicional pelas diferenças.

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Atendendo a pedidos explicações sobre...


O livro do Apocalipse 1,8


“Eu sou o Alfa e o Ômega, diz o Senhor Deus, aquele que é, que era e que vem, o Dominador”.
Explica-se: em grego “Alfa” é a primeira letra do alfabeto, e corresponde ao nosso A. “Ômega”, que corresponde ao nosso Z, é a última letra do alfabeto. O sentido, assim, fica bem claro: Nosso Senhor é o início e o fim, é tudo. Diz-se também Alfa à primeira estrela de uma constelação.

Arca da Aliança

Grande caixa de madeira de acácia com o comprimento de 1,25m (dois côvados e meio – medida de comprimento antiga). Um côvado era igual a 3 palmos de mão ou 66cm. Sua largura, 0,75cm (um côvado e meio), a altura também 0,75cm (um côvado e meio). Por dentro e por fora é toda revestida de ouro puro, além de toda a volta. Nos quatro pés eram colocadas argolas de ouro para passarem dois varais de madeira acácia, revestidas em ouro para poder transportá-la. Uma vez passados os varais pelas argolas não serão mais removidas. A tampa era de ouro puro, com dois querubins de ouro batido nas duas extremidades da tampa. Dentro dessa caixa (a arca) seriam guardadas as tábuas da Lei de Deus, os 10 Mandamentos recebidos por Moisés. A “Arca da Aliança” era para os israelitas o sinal da presença de Deus (Javé) que ajuda o seu povo e caminha com Ele.

Confira com detalhes: “Êxodo 25, 10-22”.


Palavra de fé: “O culto que estes celebram é, aliás, apenas a imagem, sombra das realidades celestiais, como foi revelado a Moisés quando estava para construir o Tabernáculo: Olha, foi lhe dito, faze todas as coisas conforme o modelo que te foi mostrado no Monte (Êxodo 24,40)”. (Hebreus 8,5)

Primeira Eucaristia para crianças

Mensagem para as catequistas

A missão principal dos catequistas na preparação das crianças, para a Primeira Eucaristia, deve ser a de criar um sentimento amoroso e de admiração com Jesus Cristo ressuscitado.

Devem os catequistas falar de Jesus com ternura e admiração para criar nas crianças uma afeição por Jesus, um amigo especial, seu Salvador, seu Mestre. Conseguindo o catequista criar esta relação de amizade viva e profunda, terá por certo colocado um forte alicerce de toda a vida cristã e de toda a visa eucarística. Esse íntimo encontro das crianças com Jesus vivo e ressuscitado, é a “evangelização fundamental”.

Será possível uma criança “apaixonar-se” por Jesus Cristo, se ela se apaixona pela Xuxa, Turma da Mônica e outros personagens de revista e programas de TV? Por que não se apaixona por Jesus e sua história contada por um catequista inspirado pela fé e objetivando tocar o coração de uma criança?

É necessário oferecer aos catequistas uma formação e atualização nas formas e na motivação de catequese para envolver as crianças ao redor de Jesus.

Vejamos, por exemplo, a catequese das crianças na Igreja Batista. É uma catequese firme e bem ordenada onde as crianças se encontram com Jesus. Uma das causas dessa firmeza é que as famílias caminham juntas. E nós, católicos, por que não conseguimos?

Em primeiro lugar, talvez, pelo fato dos pais das nossas crianças não as acompanharem. A maioria chega na Igreja só, ou quem sabe, temos que admitir deficiências na formação das catequistas, na objetividade motivacional das crianças e na linguagem de nossa evangelização, tendo em vista as carências familiares das crianças.

Fé e razão devem ser a motivação e o sentimento de união das catequistas e o Padre, principalmente, para encurtar os caminhos entre Jesus e as crianças.

Leia e medite: “Lamentações 4,4b”. E ainda: “Mateus 19,13-15”. Este deve ser o verdadeiro sentimento de um catequista.

Aprofundar no coração da criança, com simplicidade, a importância, o valor da caminhada e o significado da Palavra.

Comunhão significa “comunicação profunda” entre duas pessoas ou ainda “união comum profunda” de dois corações que se acolhem mutuamente o de Jesus e o das crianças para viver uma vida de felicidade, amor e esperança.

Na Comunhão Eucarística a criança “comunga Jesus” e Ele também comunga a criança. A perfeita comunhão é quando os dois corações se completam, sendo que Jesus, nesta relação, se entrega completamente.

O catequista que se entrega amorosamente a catequese também se aprofunda mais e mais na aceitação de Jesus, do Seu Evangelho, dos Seus sacramentos, de Sua Igreja e de todos os irmãos na fé.


A principal causa da falta de perseverança das crianças, após a Primeira Eucaristia, bem como dos jovens após o crisma, está na fragilidade do primeiro contato com Jesus e a Sua história, que é um Jesus vivo que deveria inspirar uma relação profunda de alegria, felicidade, benção e proteção entre Jesus e o catequizando.

Várias são as formas de comunhão com Jesus e todas elas devem ser reveladas às crianças, para melhor conhecerem o sentido da Comunhão Eucarística.

- Comunhão no coração: realmente Jesus está presente no coração da criança batizada, como num sacrário vivo e consagrado pela unção do óleo santo, no dia do batismo: “1 Corintios 3,16”? Confira! Cabe aos pais e aos catequistas revelar essa maravilha às crianças e educá-las a abrir cada vez mais esse templo pra Jesus habitar e agir em suas vidas (como nas nossas). Ensinar a oração espontânea com Jesus como exercício da fé. Isso é Comunhão!

- No Sacrário: falar-lhes que em verdade Jesus está ali presente. É importante esse exercício da catequista levar as crianças bem pertinho do sacrário de Jesus e ensina-las a falar com Ele – oração espontânea e direta da criança para Jesus. Esse contato é uma comunhão não sacramental, mas mística, espiritual, que toca as crianças e também os catequistas.

- Comunhão fraterna: proclame sempre no início de cada aula: “Mateus 18, 19-20”. Verifique que aqui Jesus se apresenta e passa a fazer parte do grupo, necessitando apenas da voz de ternura e generosidade do catequista para interagir nas crianças. Estimular a resposta, após a leitura desse trecho no Evangelho: “Amém”. “Ele está no meio de nós”, resposta que se repete três vezes na Santa Missa. Aqui, mesmo sem Sacrário, Ele se faz presente na Comunidade reunida em seu nome. Apresentar-lhes o Jesus vivo, motivando-os a darem as mãos um ao outro e também ao catequista, formando um círculo. E então, o catequista proclama: “Eis Cristo Jesus aqui”. Todos nós unidos pelo Espírito Santo: “mãos dadas – sinal de união”. Em seguida, o catequista solta a mão direita da mão esquerda da criança próxima (os outros continuam de mãos dadas) e proclama apresentando sua mão solta: “eis a mão direita de Jesus!”. E apontando para a criança à sua direita com sua mão solta, também proclama: “Eis a mão esquerda de Jesus!”.

Quando unidos, de mãos dadas com os irmãos, vivificamos o próprio Jesus. Lembrem-se do que Ele disso no Evangelho!

O catequista deve exortar e manifestar este exercício com convicção e fé para tocar o coração da criança e ser tocado também no sei apostolado catequético.

Lembrem-se sempre: “Levemos Jesus para dentro do coração das crianças, antes que entre o mal”. (São Pio X – O Papa que decidiu sobre a Santa Eucaristia)




Palavra de fé: “Permanecei em mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não permanece na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar frutos, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós os ramos”. (João 15, 4-5a)

sexta-feira, 15 de abril de 2011

Dom Helder e a Páscoa

Meus queridos amigos,

Em um país como o Brasil, a Páscoa fala mesmo a quem anda muito afastado da prática religiosa ou da própria fé. E que, em geral, se respeita Cristo. Mesmo os que não olham para Ele como Filho de Deus que se fez Homem para salvar os Homens. Ele é colocado entre os maiores dentre os maiores. Nós, cristãos, é que muitas vezes somos responsáveis por muitos se afastarem do Cristo. É fácil ser cristão de nome, de tradição, porque nossos pais nos batizaram. Não é fácil ser cristão de verdade: viver o Evangelho.

Nós, que carregamos a responsabilidade e a glória de usar o nome de Cristo, lembremos, de modo especial, dois pensamentos que podem e devem nos acompanhar sempre, mas principalmente no período da Páscoa.
Nas igrejas e capelas antigas do Brasil e de toda a América Latina – herança dos portugueses e espanhóis – é raro não encontrar imagens como as de Nossa Senhora das Dores e do Bom Jesus com a cruz às costas.

Em lugares, sobretudo interior, ainda há Procissões dos Passos e Procissões Encerro arrastando enormes multidões. No pensamento os cristãos, a lembrança da Paixão, Morte e Encerro, do Cristo, em geral ficou muito mais forte do que a lembrança da Ressurreição – Páscoa. Mesmo na Via Sacra, as Estações acabam narrando o Encerro de Cristo. Eis o primeiro pensamento digno de dominar o dia de hoje e toda a nossa vida de cristão: Cristo morreu, sim! Mas Ele ressuscitou. Vamos abrir muito mais espaço em nossa vida para a Ressurreição. Mesmo porque São Paulo nos lembra: Cristo disse que ia ressuscitar e ressuscitou. Ele disse que nós vamos ressuscitar e nós ressuscitaremos. Nosso Deus não é um Deus morto, mas um Deus vivo. O Salvador, o Libertador venceu a morte e nos chama a continuar e completar a libertação do pecado e das conseqüências do pecado, do egoísmo e das conseqüências do egoísmo.

Ótimo que olhemos com respeito, devoção e arrependimento a imagem de Nossa Senhora das Dores. Ótimo que acompanhemos a Via Sacra ou a Procissão dos Passos. Melhor ainda que nossa maior devoção seja a missa, que continua o Calvário e que na missa comunguemos, recebendo não apenas um pão bento, mas o próprio Cristo. Mas tudo isso só terá valor real na medida em que abrir nossos olhos e nos fizer descobrir o Cristo vivo que está em todo aquele que sofre, especialmente nos pobres, nos humilhados, nos oprimidos.

Querem que eu lembre a maior lição de hoje e de sempre? Procurar descobrir, de verdade, em nossa casa, em nossa vizinhança, em nossa comunidade, em nosso trabalho onde está nosso Irmão, onde está o Cristo na lama, desempregado, passando fome, doente, coberto de dívidas...

Onde está mais que a imagem do Cristo: o Cristo vivo. Na Eucaristia, sim. Mas aí de quem comunga e não abre sempre mais os olhos para o Cristo em quem sofre, em quem precisa da nossa compreensão e do nosso amor. De quem precisa de ajuda, mas, sobretudo, de justiça.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Qualquer semelhança é mera coincidência

Secretária eletrônica de Avós

“Bom dia! No momento não estamos em casa mas, por favor, deixe-nos a sua mensagem depois de ouvir o sinal:

- Se é um dos nossos filhos, disque 1

- Se precisa que fiquemos com as crianças, disque 2

- Se quer o carro emprestado, disque 3

- Se quer que lavemos e passemos a roupa, disque 4

- Se quer que as crianças durmam aqui em casa, disque 5

- Se quer que busquemos na escola, disque 6

- Se quer que lhe preparemos uns bolinhos pra domingo, disque 7

- Se querem vir comer aqui em casa, disque 8

- Se precisam de dinheiro, disque 9

- Se é um dos nossos amigos, pode falar!”.



Palavra de fé: “Como é infame aquele que abandona seu pai, como é amaldiçoado por Deus aquele que irrita sua mãe!”. (Eclesiástico 3,18)

Observação: “É amaldiçoado por Deus”, no hebraico significa: “irrita o seu criador”.

terça-feira, 12 de abril de 2011

Uma reflexão sobre o Domingo de Ramos

Mais uma semana e já estaremos na Semana Santa. A partir daí, em alguns lugares do mundo se cultiva a fé em Jesus Cristo. Fiéis se reunirão para relembrar “a entrada gloriosa em Jerusalém e aclamado como um Rei pelo povo nas ruas”. Ler em “João 12,13”!

A realidade humana é de fato imprevisível, principalmente quando ela manifesta seu instinto de maldade. O mesmo povo que hoje aclama e glorifica como Rei, alguns dias depois irá pedir que ele morra: “João 19,6”.

O mesmo povo que ele curou e dele recebeu tanta prova de amor, dentro de poucos dias participarão do processo de sua condenação.

O que aconteceu naqueles tempos, e ainda acontece hoje, é que nem sempre um povo é mau, mas sim os seus dirigentes ou as lideranças no poder. É o povo como massa de manobra sem imaginar as conseqüências.

E bom, ao longo deste “Tempo Pascoal”, que reflitamos e meditemos sobre nossas atitudes, se somos manipulados e usados, como aquele povo de Jerusalém. O tempo passa, a humanidade evolui... mas o processo de manipular, explorar, massificar continua no mundo, imperando a falsidade e a traição!

E agora, queridos irmãos em Cristo?

Resta-nos guardar com fé estas palavras de Jesus Cristo: “João 10, 17-18”!



Palavra de fé: “Antes da festa da Páscoa, sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo ao Pai, como amasse os seus que estavam no mundo, até o extremo os amou”. (João 13,1)

quinta-feira, 7 de abril de 2011

Perfil do Coordenador de Pastoral

É um cargo de serviço para o bem da comunidade e está bem claro na Bíblia: “1 João 3,16”. Confira.

Características do coordenador de pastoral: pessoa normal, homem ou mulher. Não precisa ser culto, arrumadinho, nem sofisticado. Também não pode ser relaxado e descuidado. O certo é ser uma pessoa normal, dedicada, atenciosa, simples, espontânea e com espírito cristão de acolhimento.

Por exemplo:

- De fácil relacionamento, saber ouvir e entender as coisas e as pessoas, capaz de receber opiniões e reclamações. Não ser indiferente e intransigente, agarrado às próprias idéias;

- Disponível e interessado, disposto a servir, atender, assumir, ensinar com a própria experiência e ajudar na Comunidade;

- Humilde e paciente. Humilde para reconhecer as capacidades de cada um, como presente de Deus, para servir os irmãos. Ser humilde é dialogar, aceitar e reconhecer que nem tudo que fazemos, dizemos ou somos, é perfeito. Ser humilde é ser corajoso na verdade;

- Imparcial. A verdade e o bem comum é o caminho e o verdadeiro foco para o crescimento das pastorais na Comunidade. Animar a união das opiniões mais simples e não priorizar projetos extravagantes que em nada ajudam na evangelização e na valorização da vida em comunidade. Deus está mais próximo dos pobres e dos mais fracos;

- Entusiasmado e autêntico. Nem sempre é possível ficar alegre e animado. Nem sempre as coisas vão como queremos. Ser feliz é coisa de Deus. Cultivar o otimismo mesmo nas crises, olhar mais para o lado bom das coisas e das pessoas. Evitar comentários negativos e pessimistas;

- Estudioso. Inteligente não é aquele que estudou muito, mas aquele que sabe das coisas. Estudar não é só ir à escola. A melhor escola é a vida, e a vida em comunidade ninguém ensina ninguém, mas todos aprendem uns com os outros. O coordenador observa os fatos, a vida e lê muito, principalmente a Bíblia, jornais, revistas etc. Participa de encontros, seminários, cursos e debates para aprimorar seus conhecimentos e aplicá-los ou estimulá-los na Comunidade;

- Ter fé. Crer em Deus, nas pessoas e ter uma visão generosa com os irmãos que chegam na comunidade (acolhê-los), convicção principal do coordenador, pois Deus é a cabeça como nos ensina Jesus Cristo: “Mateus 18, 19-20”. Confira na Bíblia;

- Bom humor e motivação. Transmitir confiança, simples e sempre disposto, determinado, organizado, solícito e disponível. Saber sempre e com clareza o que dizer, como dizer, quando dizer; com educação, atenção e respeito. Ser prudente, cauteloso e previdente (que providencia tudo junto com os outros);

- Que não queira fazer tudo sozinho. Animador para que todos participem das tarefas. Não ser perfeccionista, dar voz e vez para a todos. Ajudando-os, distribuindo tarefas tanto para os tímidos, quanto para os desenvoltos. Cada pessoas é diferente da outra, mas unidos e em conjunto chegaremos a bons resultados para a comunidade.

Tudo que se faz para “servir” é vocação. É sentir-se chamado por Deus e pelo povo para construir o Reino da Fraternidade.

Deus faz o plano e a proposta... a nós cabe a resposta!

Não queira fazer tudo sozinho. Motive a anime para que todos participem das tarefas. Não seja perfeccionista. Dê voz e vez para todos. Ajude-os. Distribua tarefas tanto aos tímidos quanto aos mais desenvoltos. Cada pessoa é diferente da outra, mas ajustadas e em conjuntos, chegaremos a bons resultados.

Tudo que se faz para “servir” é vocação, e vocação é sentir-se chamado por Deus e pelo povo para construir o Reino da Fraternidade.

Deus faz a proposta... a resposta é nossa!

Você faz o papel de Jesus Cristo:

- ajuda as pessoas a conhecerem o plano amoroso de Deus;

- orienta e anima;

- distribui tarefas;

- não cumula cargos;

- confia nos outros dando-lhes oportunidades e líderes para os movimentos.

Não esqueça: em comunidade é melhor errar com muitos do que acertar sozinho. Desperte nos jovens o interesse para atuar nas pastorais com objetivos motivacionais de acordo com o gosto de cada um.

Deve gostar de todos, mesmo que nem todos gostem de você.

O coordenador preparado para animar as pastorais puxa a Igreja para frente.

Não existe comunidade sem amor e não há amor sem comunidade: “1 João 4,21”.





Palavra de fé: “Vivei em boa harmonia uns com os outros. Não vos deixeis levar pelo gosto das grandezas; afeiçoai-vos com as coisas modestas. Não sejais sábios aos vossos próprios olhos”. (Romanos 12,16)

terça-feira, 5 de abril de 2011

O Purgatório

O que fala o dicionário: Teologicamente – lugar ou estado em que as almas dos justos, incompletamente purificado, acabam de pagar suas faltas (pecados).

O que a Igreja ensina: é um dogma de fé, apesar de muitos não acreditarem.

“Dogma de fé”, quer dizer: uma das verdades que Deus nos revelou. Lamentavelmente muitos não acreditam, porém, em alguns trechos da Bíblia, encontramos de maneira clara esta certeza.

Verifiquem em “2 Macabeus 12, 38-46” sobre o sacrifício pelos mortos em um culto aos defuntos.

Também no evangelho de “Mateus 5,17-37”, sobre a nova lei comparada à antiga, esta prisão a que se refere o texto significa o fogo do Purgatório. Pagar o último centavo é “purgar”, que quer dizer: eliminar as impurezas.

Quem reza pelos mortos aumenta o círculo de futuras amizades que o esperam no céu. A devoção das almas é um exercício da amizade eterna. É amizade que antecipa a misericórdia de Deus para as almas.

Quem reza pela alma dos falecidos prepara para si mesmo uma recepção amistosa, quando ele mesmo (o que reza) chegar ou despertar na eternidade.

Rezar pelas almas é rezar, mil vezes por si mesmo. É formar uma amizade vantajosa. É aquela amizade de que fala Cristo no Evangelho: “Fazei-vos amigos lá onde a traça não corrói e o verme não come!”.


Oração:
“Senhor,
Quantos amigos que me batem amistosamente no ombro, rezarão por mim depois da morte?”.



Palavra de fé: “Lembra-te que a morte não tarde e de que o pacto da moradia dos mortos te foi revelado, pois é lei deste mundo que é preciso morrer”. (Eclesiástico 14,12)

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Alcoolismo: entre as mulheres é pior

Homens e mulheres metabolizam o álcool de forma distinta. O organismo feminino não consegue processar a bebida tão eficientemente quanto o masculino. As doenças decorrentes do alcoolismo matam proporcionalmente duas vezes mais mulheres do que homens alcoólatras. Entre elas, os estragos à saúde provocados pelo vício da bebida costumam aparecer dez anos antes do que entre eles.

Distúrbios cardiovasculares
O cálcio é um potente vasoconstritor. O álcool potencializa a ação do mineral na parede das artérias, o que facilita a hipertensão, um dos principais fatores de risco para infartos e derrames.
Mulheres X Homens
Como os vasos sanguíneos das mulheres são naturalmente mais estreitos do que os dos homens, o risco de hipertensão e insuficiência cardíaca chega a ser 40% maior entre elas.



Doenças hepáticas
O fígado é, por excelência, o órgão de processamento do álcool e, portanto, o mais prejudicado pelo consumo excessivo de bebida. O vício leva ao acúmulo de gordura no fígado, o que pode desencadear um quadro de hepatite ou cirrose. O fígado só metaboliza uma dose de álcool por hora – o excesso é desejado na corrente sanguínea, intoxicando outros órgãos.
Mulheres X Homens
Para os mesmos níveis de ingestão de álcool, o risco de cirrose é 3 vezes maior no sexo feminino do que no masculino.



Câncer
O hábito da bebida pode levar a um quadro de inflamação celular crônica, facilitando o crescimento desordenado das células. A bebida está associada sobretudo aos cânceres de fígado, estômago, intestino, esôfago, pâncreas e mama.
Mulheres X Homens
Como as mulheres retêm quantidades elevadas de álcool no sangue, o câncer, entre elas, costuma aparecer 5 anos antes do que entre as mulheres.


Osteoporose
Mediante a exposição constante e exagerada ao álcool, as células formadoras de ossos perdem o vigor. O esqueleto se enfraquece.
Mulheres X Homens
Mulheres com menos de 60 anos que tomam de duas a seis doses diárias de álcool tem risco 30% maior de fratura de colo de fêmur.





Palavra de fé: “Restaurai-nos, ó Deus dos exércitos; mostrai-nos serena a vossa face e seremos salvos”. (Salmo 79,8)