quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Sob a ótica do pregador

Pregadores de religião mostram sermão após sermão, o mundo onde vivem. Eles! Não necessariamente seus ouvintes. Se lêem pouco, e apenas um tipo de leitura, esse conhecimento unilateral vai aparecer em seus discursos. Se não lêem quase nada, Deus “vai lhes dizer” a maioria das palavras que falarão naquele momento. Chamam o Senhor em socorro da sua falta de estudo e de iniciativa em buscar sua Palavra ou de seu desprezo pela cultura do mundo, presente nos livros de pensadores sérios.

Se a cabeça do pregador está imersa em um buraco ou em uma selva escura, onde a luz só entra uma ou duas horas por dia, o pregador terá um discurso de alma sôfrega, com palavras repletas de assombrações, cheias de soluções rápidas, imediatas, ali, na hora, misteriosas e imediatistas: “Deus quer agora”; “Ele está me dizendo”; “Eu sinto que...”. Com isso, vai sobrecarregar os fiéis de respostas prontas e mágicas. Seu discurso lembrará os livros e filmes de terror, nos quais, em cada beco, pode surgir um demônio ou uma alma penada. Prega certezas e garante tudo em nome de Jesus, porque lhe falta mais leitura e as luzes da esperança. Esta é sempre mais trabalhosa que a certeza, pois faz pensar e conduz à busca de soluções; ao passo que a convicção apresenta respostas prontas, como, por exemplo: “Deus o mandou fazer isso. Então faça e não discuta! Não questione! Aceite Jesus”. Só não é acrescentada esta frase, que está subentendida: “Do jeito que eu estou lhe mostrando”.

Se lesse de verdade o Santo Livro, veria que nem tudo tem solução rápida e que não basta dizer “Senhor, Senhor”, erguer as mãos e usar o nome de Jesus para expulsar qualquer demônio que, às vezes, nem é demônio, nem vai embora. Uma coisa é o demônio real, e outro o de televisão. Religião é muito mais que apontar uma lanterna contra um ângulo escuro e pedir que os telespectadores e ouvintes nos sigam.

Se vive em uma colina onde a luz brilha entre 12 e 15 horas por dia, ele vai ser um pregador de luzes. Seu discurso será o de um homem esperançoso, que semeia confiança e ensina seu povo a caminhar. Provavelmente, mais que apontar sua lanterna para um canto escuro, vai conduzir os fiéis a ir e abrir aquelas janelas, também em nome de Jesus!

Algumas afirmações de pregadores da atualidade demonstram o tipo de formação recebida e os livros que andaram lendo. Quando diz que todos ali, na enorme assembléia, “estão com encosto, só que ele ainda não se manifestou”, o pregador revela seu pensamento sobre a presença do demônio no mundo e nas almas. Está dizendo que, até mesmo na assembléia de batizados e convertidos que se entregaram a Jesus naquela igreja, as sombras continuam onipotentes e o espaço permanece ocupado pelo demônio. Imagine, então, o que ele pensa dos que não pertencem à sua Igreja!

Ao abrir a boca, os pregadores demonstram sua cultura. Um bom número de pregadores da mídia religiosa mostra que sabe das coisas. Mas há muitos que não sabem e acham que não precisam saber. Afinal, Deus é o roteirista que lhes indica o que devem dizer naquela hora. A mensagem deles, porém, mensagem de Deus que não é!

Palavra de fé: “Logo, a fé provém da pregação e a pregação se exerce em razão da Palavra de Cristo”. (Romanos 10,17)

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Amor até o sacrifício

“Jesus morreu na cruz para expiar nossos pecados”.


Auschuvitz, 1941.

Um prisioneiro foge do campo de concentração.

À noite, Fritsch, o comandante do campo, coloca-se diante dos prisioneiros: “o fugitivo não foi encontrado”, grita ele. “Por isso, dez de vocês morrerão no pavilhão da fome”.

Aproxima-se então da primeira fila e olha firmemente no rosto de cada um. Por fim, levanta a mão, aponta com o dedo e diz: “Este aqui!”.

Pálido como um branco lençol, o homem sai da fila. “Aquele também, esse e este...”, e assim, escolheu dos dez condenados à morte. Um deles chama: “O que há de ser da minha pobre mulher e de meus filhos?”.

De repente, algo inesperado acontece. Um prisioneiro são da fila e coloca-se diante de Fritsch. O comandante põe a mão no revólver. “Alto! O que um porco polonês quer diante de mim?!”. O prisioneiro responde calmamente: “Quero morrer no lugar daquele condenado!”. “Quem é você?”. A resposta é breve: “Um sacerdote católico!”.

Seguiu-se um instante de silêncio. Por fim, Fritsch decide, com voz rouca: “Aceito, vá com eles!”.

Assim faleceu o frade franciscano Maximilian Kolbe, aos 47 anos. Era um homem que queria conquistar o mundo pelo amor. Mas dizia: “Ninguém tem um amor maior do que aquele que dá a vida pelos amigos”.



Palavra de fé: “Este é o meu mandamento: amai-vos uns aos outros, como eu vos amo”. (João 15, 12)

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Por que a maioria dos padres não dá a comunhão sob as duas espécies?

Há mais de 40 anos o Concílio do Vaticano II confirmou a possibilidade da comunhão sob os dois sinais que Jesus Cristo escolheu para se fazer presente: comendo o pão e bebendo o vinho. Destacou-se, então, três casos em que se podia comungar sob as duas espécies: na ordenação, na profissão religiosa e no batismo de adultos. Imediatamente a lista se ampliou. A partir da Instrução Geral do Missal Romano, as Conferências Episcopais deveriam determinar a ampliação dessa possibilidade.


Sabemos que a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, como outras na Igreja, recomenda que a comunhão sob duas espécies deva ser promovida. Porém, essa prática deverá ser precedida por uma digna catequese e também digna realização prática pastoral.


Para os pastores da Igreja darem a comunhão somente com o pão eucarístico, não é questão de exclusão e discriminação. É uma questão de responsabilidade pastoral. Para uma assembléia consciente e preparada, a comunhão sob duas espécies significa uma mais plena participação na Ceia do Senhor e um envolvimento comprometido com a nova e eterna aliança feita de amor e solidariedade. Não é estranho ver comunidades despreparadas encararem com vulgaridade o que é tão sagrado e digno da maior reverência.


Nada melhor do que incentivar nas comunidades a boa formação litúrgica.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Conversa com o sábio: O que eu tenho para dar...

Nossos sonhos, mesmo aqueles inatingíveis, merecem ser cultivados e também divididos. Assim, quem sabe, eles se tornem possíveis.

Ler Mario Quintana é uma das alegrias da minha vida. Ele escreve com a leveza de um pássaro. Ele mesmo confessou sua condição alada ao escrever: “Todos esses aí estão atravancando o meu caminho, eles passarão, eu passarinho...”. Mario Quintana escreve de forma que até uma criança entende ao lê-lo. As coisas complicadas, eles as despe até que apareçam na simplicidade da sua nudez.

Veja, por exemplo, esta quadra, que recebeu o nome de “Das Utopias”: “Se as coisas são inatingíveis...ora! Não é motivo para não quere-las.../ Que tristes os caminhos, se não fora/ A mágica presença das estrelas”.

É noite. Tudo está escuro ao nosso redor. Nem mesmo se vê o caminho que nossos pés pisam ao olhar para o chão. Mas olhando para o alto, para o céu escuro, vemos a estrela inatingível. Pode muito bem ser que, dependendo dos anos-luz que a separam da nossa Terra, ela já tenha deixado de existir por milhares de anos. Permanece apenas a sua luz. Assim fizeram os Magos, que seguiam a direção da estrela nos céus para encontrar o Deus-criança na terra. E era assim que faziam os navegadores, no mar escuro.

É o sonho inatingível que nos faz andar. Os caminhantes ganham força comendo o que não existe. O que não existe tem poder. Valéry entendeu: “Que seria de nós sem o socorro do que não existe?”.

Fernando Pessoa disse que é assim que acontece: “Deus quer. O homem sonha. A obra nasce”.

Mas eu sou velho. Velhice é o tempo em que já não se cobram obras dos velhos. Porque a obra leva tempo e aos velhos o tempo falta. Falta-me tempo. Sobram-me, entretanto, os sonhos. Minha missão de educador é repartir com meus discípulos os meus sonhos. Quero apontar-lhes a estrela. Uma estrela apenas. As muitas estrelas confundem os caminhantes. E o meu sonho – sonho que me dá alegria ao pensar na possibilidade da sua realização – é muito simples. Sonho com um jardim.

Os poemas sagrados dizem que foi um sonho que fez com que o Criador criasse um jardim. Se ele sonhou com um jardim é porque jardins não havia. E Deus se sentiu infeliz. Da sua infelicidade surgiu o sonho. E do sonho, a obra. Criou o Universo imenso, bilhões de astros girando num tempo infinito. Mas essa imensidão esmagadora não era bela nem manda. Assim, o Criador foi afunilando a sua obra até chegar a um pequeno espaço, a nossa Terra, onde plantou um jardim. Plantado o jardim, dizem os textos sagrados, Deus viu, sorriu e disse: “É muito bom”. E foi nesse Paraíso que ele colocou duas crianças, um homem e uma mulher, para gozar as delícias do jardim. Quem caminha por um jardim sabe que o nosso destino é a felicidade. No jardim, o nosso corpo faz amor com a natureza.

E para que o nosso prazer com a natureza fosse múltiplo o Criador colocou em nossos corpos esses órgãos eróticos a que damos o nome de sentidos. Os olhos, para fazer amor com as cores, com as formas. Os ouvidos, para os prazeres das canções e do barulho dos riachos. Através do nariz somos penetrados pelos perfumes. A boca se deleita com o mel e com o beijo. E a água do mar agrada a nossa pele... O jardim nos diz que estamos destinados ao prazer.



E o Criador nos deu a vocação suprema: vivemos para ser jardineiros. Existimos para acariciar a terra, para amansá-la, para fertilizá-la, para engravidá-la, para torná-la bela. O Milton Nascimento estava certo. Também a Terra tem cio! Ela nos deseja.

A natureza em si mesma é cruel, bruta e insensível. Ela mata sem dó os distraídos. Mas o jardim é o lugar onde o homem e a natureza se tornam amantes.

Todas as outras vocações estão a serviço desta vocação suprema: plantar e cuidar do jardim, lugar onde os homens, as mulheres e as crianças fazem amor com a natureza.

Mas que coisas horríveis fizemos com a nossa amante! Os homens se esqueceram dela, da Terra, e a trocaram por prostitutas. E até já se anuncia o momento próximo em que sua beleza e sua fertilidade se extinguirão, como resultado daquilo que os homens estão a lhe fazer.

Sonho – não me importa que seja um sonho intangível – com o renascimento do amor antigo, quando os homens olharão para a natureza com os olhos encantados e sofrerão ao vê-la violentada pelos vândalos que a estupram em nome do crescimento econômico.

Sonho com o dia em que as escolas, deixando de lado tudo o que a tradição escolar acumulou e endureceu, se transformarão em “escolas de jardinagem”, em que as crianças, desde pequenas, serão ensinadas a amar e a cuidar da nossa Terra. Por que se a Terra não for cuidada, se a Terra, nossa mãe, morrer, de que servirão todos os outros saberes acumulados? Por acaso saberemos viver em desertos? Esse será o dia em que desejaremos morrer.

Sonho com o dia em que as religiões abandonarão os seus templos e não mais pedirão favores aos deuses. Nesse dia elas compreenderão que no Paraíso, o jardim divino, não havia templos porque Deus andava pelo meio das árvores e se deleitava no prazer do vento fresco da tarde.

Sonho com o dia em que não mais diremos “bom dia” ao nos encontrar e diremos antes “como a nossa Terra é bela!”.

Velho, minhas mãos estão vazias de obras... Mas meu coração está cheio de sonhos. É o que tenho para dar.




Palavra de fé: “Presta atenção às minhas palavras, aplica teu coração à minha doutrina, porque é agradável que as guardes dentro do teu coração e que elas permaneçam, todas presentes em teu lábios”. (Provérbios 22, 17-18)

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O que caminhar faz para a saúde

A caminhada é uma das atividades mais fáceis e saudáveis que existem. Ela tonifica o corpo e queima muitas calorias, além de ser excelente para a mente.

Enquanto você caminha, observa a paisagem, pensa na vida, resolve questões... Veja só quantas vantagens caminhar produz para a saúde:

1. Aumenta a liberação de endorfinas, ajudando no combate ao stress, ansiedade e depressão;

2. Tonifica a musculatura das pernas, coxas e glúteos;

3. O gasto em média é de 200 a 300 calorias por hora;

4. Melhora a circulação sanguínea;

5. Previne varizes;

6. Controla a pressão arterial;

7. Auxilia no controle do colesterol, aumentando o HDL (bom colesterol) e diminuindo o LDL (mau colesterol);

8. Ajuda a prevenir a osteoporose;

9. Aumenta a capacidade dos pulmões de absorverem oxigênio;

10. Acelera a recuperação pós-parto e de cirurgias;

11. Melhora a flexibilidade;

12. Reduz o risco de AVC (acidente vascular cerebral);

13. Melhor a auto estima;

14. Melhora a qualidade do sono.



Palavra de fé
: “Assim eu concluí que nada é melhor para o homem do que estar alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida”. (Eclesiastes 3,2)

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

A Missa é uma refeição

Uma refeição pomposa, dada a grande número de convidados reunidos ao redor do altar. Quem preside este banquete é Jesus Cristo, na pessoa do seu Ministro ordenado que é o sacerdote celebrante. Neste encontro da família de Deus, devemos deixar de lado o egoísmo, ódio, rancor, toda a mesquinhez e os maus julgamentos contra os outros.

Na missa todos participam de tudo em comum: o mesmo pão, as mesmas orações, da mesma fé e do mesmo amor de Cristo Jesus. Na missa forma-se a verdadeira família de Deus ao redor de Jesus Cristo. Leia: “Mateus 18, 19-20”. O ambiente deve ser festivo, levando todos os presentes a manifestarem semblantes alegres e esperançosos.

Na missa temos duas mesas fartas para alimentar toda a Comunidade: a primeira, a mesa da Palavra (Leia: “2 Pedro 2, 2-3”), é a primeira parte da missa que consiste em leituras da Palavra de Deus, o Evangelho, a Homilia e o Credo. A segunda mesa, é a Eucaristia, onde Jesus a todos convida para receber o seu corpo e o seu sangue. Vejam: “João 6, 54-56”. Nas duas mesas, Jesus é sempre o alimento. Na primeira mesa, recebemos Jesus na Palavra. Na segunda mesa, no corpo e no sangue.

Na nossa casa (a Igreja doméstica), saciamos o nosso corpo através do pão, carne, ovos, feijão, manteiga, verduras, café, leite, doces, bebidas, água, frutas, etc. Alimentos que são para a nossa sobrevivência.

Na missa, saciamos a fome e a sede de Cristo, nosso Salvador, que é alimento para a alma e o corpo. Nesse banquete, preparado por Jesus, devemos desfrutar da melhor maneira para que o nosso coração se encha de paz, de fé e de esperança.

Nas refeições em casa, precisamos ter apetite. Na missa, o apetite é a fome e a sede de Deus.

Como os alimentos nos fornecem energias ao nosso corpo para trabalhar dia-a-dia, a missa é a refeição que dá alimentos suficientes para darmos testemunho de Cristo, também, todos os dias. Ele mesmo nos diz: “Mateus 28, 18-20”. Vamos!



Palavra de fé: “Todo aquele que está em Cristo é uma nova criatura. Passou o que era velho; eis que tudo se faz novo!”. (2 Coríntios 5, 17)

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Calúnias de maio e de outubro

Pela enésima vez o repórter disse que no dia 12 de outubro os católicos adoram a santa. Faz quase 30 anos que eles, os repórteres, não se corrigem. Em maio ou outubro, quando os católicos veneram Maria, eles repetem a mesma ladainha. Dizem que adoramos a santa... Ou não pesquisam, ou não sabem, ou até é intencional. O erro é gravíssimo, pois soa como calúnia. Católico que é católico sabe a diferença entre adorar e venerar. Só adoramos ao Deus Uno e Trino, Pai, Filho e Espírito Santo. A ninguém mais. Ad-orare é palavra do latim formada por dois vocábulos que significam “orar para além do comum”. Adorar é mais do que orar. Por isso não adoramos os santos, porque a eles pedimos cumplicidade, intercessão e preces. Diante de Deus, fazemos mais do que orar: submetemo-nos à sua vontade. É prece de submissão.

Venerar é prestar tributo de admiração e respeito pelo que a pessoa é ou representa. Adoramos a Deus, mas apenas veneramos os seus santos, porque eles souberam servir a Deus e por Ele foram santificados. São pessoas especiais e salvas em Cristo, mas mesmo no céu são limitadas porque não viraram deuses. Atingiram a perfeição de pessoa humana, mas não a perfeição absoluta que, esta, só Deus possui.

Tenho pedido a meus amigos jornalistas que nos ajudem deixando de nos caluniar com vocábulo mal-empregado. Pode não significar nada para eles, mas para nós, faz toda a diferença. Não somos idólatras porque usamos as imagens. Nós não as adoramos, nem mesmo os santos por elas representados. Idolatria é o ato de adorar uma imagem que passa a ser um ídolo. Se não adoramos, é apenas imagem. Não vira ídolo.

Veneramos, respeitamos e elogiamos os santos que Deus fez, mas não adoramos santa nenhuma e nem imagem alguma. Católico que faz isso peca gravemente. Quando jornalistas que deveriam estar mais bem informados, ano após ano em outubro, noticiam que os católicos adoram a imagem da santa ou adoram a santa em Aparecida (SP) ou no Círio de Nazaré, em Belém (PA), e quando alguns pregadores de outras Igrejas insistem em dizer que adoramos os santos e suas imagens, das duas uma: ou querem que se pense mal de nós ou não querem transmitir a verdade. Está nos nossos livros, o povo sabe a diferença, católico algum com o mínimo grau de instrução dirá que adora Nossa Senhora, mas o noticiário das 8 ou o das 10 insistem em dizer que o povo fez fila para adorar a santa.

Sugiro aos católicos que, sempre que isso acontecer, encham de e-mails a emissora, até que seu Departamento de Jornalismo para de nos prejudicar. Nós sabemos a diferença entre venerar e adorar. Já é hora, depois de quase 30 anos, de eles também saberem. Afinal, vivem proclamando que estão a serviço da verdade! E a verdade é que não temos fila de adoração de santa nem de imagem de santos, nem adoramos crucifixos. Sabemos a diferença entre a cruz e o Crucificado. A Este, nós adoramos. Como a cruz não é de Deus, a ela, respeitamos e veneramos. É apenas um objeto, para nós muito especial, mas objeto. Que os católicos reajam. Como está, virou calúnias de maio e de outubro!


Palavra de fé: “Jesus disse-lhes: Está escrito: Adorarás o Senhor, teu Deus, e a Ele só servirás”. (Lucas 4, 8)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Palavra de Deus no chão da vida

Não sabemos hoje quantos Círculos Bíblicos existem no Brasil. Só Deus sabe! Neste pequeno artigo, vamos procurar conhecer melhor o que são eles, além de dar algumas sugestões para seu funcionamento.

Nestes últimos tempos, aqui no Brasil, começou a surgir uma leitura nova da Bíblia. É a leitura feita pelo povo que se reúne nas comunidades. A esses grupos de pessoas que se reúnem para a leitura popular da Bíblia chamamos Círculos Bíblicos. Mesmo já popularizados, muita gente ainda pergunta: “Como começar um Círculo Bíblico?” ou “Quantas pessoas devem fazer parte de um Círculo?” e ainda: “Como funciona um Círculo Bíblico?”. Essas perguntas estão na cabeça de muita gente que gostaria de fazer parte de um grupo de estudo da Palavra de Deus, mas não tem bem claro por onde começar a caminhada. Dessa forma, vamos dar algumas dicas e aprofundar alguns assuntos sobre a maneira de se trabalhar com a Bíblia nas comunidades.

Em primeiro lugar, um Círculo Bíblico é uma reunião de pessoas que querem refletir sobre a vida e seus desafios à luz da Palavra de Deus. Tanto faz se este grupo é chamado de Círculo Bíblico, Núcleo Missionário ou Grupo de reflexão. O nome não é tão importante assim, já que varia um pouco de região para região. Também a coisa mais importante no estudo não é aumentar nosso saber bíblico. O mais importante mesmo é criar um espaço onde as pessoas possam conversar comunitariamente, partilhando livremente seus problemas, suas alegrias, suas conquistas, bem como os desafios que cada um, cada uma, enfrenta para tocar o dia-a-dia.

Assim, um Círculo Bíblico existe para:

- Dar aos participantes fundamentos e critérios evangélicos para julgar a realidade e viver melhor a nossa fé cristã. Um Círculo é, antes de tudo, um espaço de comunhão fraterna e de ativa participação na comunidade de fé e na sociedade;
- Incentivar nossa vocação batismal missionária. Todo Círculo Bíblico é também um núcleo missionário. Criar e divulgar os círculos de estudo é uma maneira de evangelizar nossas ruas e bairros a partir das casas;
- Reforçar a Catequese que cada um recebeu, dando aos participantes uma adequada formação para melhor assumir seus trabalhos pastorais nas comunidades, nas paróquias e na sua igreja. Mas, ao promover um debate sobre a realidade, os Círculos também devem preparar os participantes para o compromisso com a política e com a transformação da sociedade. O Círculo deve conduzir os participantes ao compromisso transformador.

Dessa forma, é importante que cada Círculo possa se organizar para melhor desempenhar sua missão formadora e catequética. Distribuir as tarefas e organizar as reuniões faz parte da caminhada de um Grupo de Reflexão ou Círculo Bíblico. Nosso primeiro espaço de comunhão e de participação é o grupo do qual participamos. Na leitura bíblica feita dentro dele, é importante respeitar os passos metodológicos: partir sempre da realidade em que se vive; partilhar a Palavra do Deus que nos fala a partir do texto bíblico; responder a essa Palavra com uma celebração bem participada, onde se assume um compromisso comunitário a partir daquilo que o grupo descobriu com as partilhas feitas ao longo do estudo.


Palavra de fé: “Senhor, mostrai-me os vossos caminhos e ensinai-me as vossas veredas (caminhos)”. (Salmo 24,5)

Nossa Senhora Aparecida – Padroeira do Brasil

Com alegria e fé, nós católicos do Brasil celebramos o Dia da Padroeira do Brasil, Nossa Senhora Aparecida.

Relembramos a segunda quinzena do mês de outubro, de 1977, quando a pequenina imagem foi encontrada nas águas do rio Paraíba pelos pescadores Domingos Garcia, João Alves e Filipe Pedroso.

Da primeira vez pescaram o corpo da imagem e, depois, a cabeça. Um verdadeiro milagre de Deus aconteceu naquele local. Antes de pescarem as partes da imagem, não conseguiram nenhum peixe. Mas, seguinte a pesca das partes da imagem, uma grande quantidade de peixe foi encontrada.

Ao longo de todo o ano, temos peregrinação de milhares e milhares de romeiros que comparecem à Basílica de Nossa Senhora Aparecida para pedir graças ou agradecer as graças já alcançadas.

Neste dia 12 de outubro, ao comemorarmos o Dia Internacional da Padroeira, que o nosso coração possa relembrar e refletir nas suas palavras nas Bodas em Cana: “Fazei tudo o que Ele vos disser”. (João 2, 5). Ouvindo e seguindo os ensinamentos do seu Filho Jesus Cristo, alcançaremos a paz e a felicidade em nossas vidas.

Que em nossos lares e na comunidade, exercitemos com devoção e carinho o nosso afeto à Mãe de Deus e a nossa também.


Nossa Senhora Aparecida, rogai por nós!

Nossa Senhora Aparecida, intercedei por nós!

Nossa Senhora Aparecida, aproximai-nos do nosso Filho Jesus Cristo!


Amém!


Palavra de fé: “Bem aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”. (Lucas 1, 45)

Atitudes para uma boa convivência

Mudar atitudes e comportamentos de uma vida inteira não é fácil, pois requer tempo, paciência, humildade e uma reflexão minuciosa e prolongada dos motivos e causas que existem por trás de cada problema.

Aqui apresentamos algumas sugestões para uma melhor compreensão das pessoas e, assim também, sermos compreendidos pelos outros:

- aceitar os outros como realmente são;

- renunciar a aprovação alheia, mas procurar e exigir a sua;

- não se envolver nos problemas dos outros e só ajudar quando solicitado;

- evitar entrar em conflito íntimo e minorar a culpa;

- dar liberdade ao outro, pois cada um é responsável por si mesmo;

- perguntar-se sempre: De que preciso? O que eu quero? Tenho fé em Deus?

- ser justo consigo mesmo para fazer justiça com o outro, sempre.

A partir da solução de alguns itens, a vida começa a ficar mais leve e suave, mas os problemas não acabam, enquanto vivemos. Muitas pessoas gostem de pensar apenas no que fez e no que deixou de fazer. Fica com a sensação de castigo, chora, desespera-se e acaba deixando tudo bem pior do que era antes.

Precisamos ouvir a voz da nossa consciência, pois é dentro dela, que saem más intenções, imoralidades, roubos, adultérios, invejas, calúnias, orgulhos, injustiças, etc.

Procurando manter limpa a consciência, desenvolver no dia-a-dia as coisas boas que ela nos mostra, vive-se melhor na justiça e na graça, na fé a na esperança.


Palavra de fé: “Com efeito, é coisa agradável a Deus sofrer contrariedades e padecer injustamente, por motivo de consciência para com Deus”. (1 Pedro 2, 19)

Estive enfermo e me visitastes

Já passamos da metade do ano! Já dizia o poeta: “o tempo não pára”. Para nós cristãos, o tempo é um dom de Deus para crescer na fé, no amor, no compromisso e na santidade. Aproveite este segundo semestre para intensificar o seu amor por Jesus e pelos irmãos.

Nesta edição, vou partilhar uma história que ouvi nos bastidores da TV Século 21, mais precisamente no Setor de Produção dos programas. Entre uma reunião e outra de pauta, entre o programa Caminho da Fé e Vida e Saúde, o diretor do programa, Silvio Luiz, contou-me uma história emocionante que achei por bem partilhar com vocês. Ele e mais alguns amigos da TV foram a um “barzinho” para assistir um jogo de futebol e lá perceberam que o dono do bar tinha uma imagem de Nossa Senhora na geladeira do estabelecimento. Conversa vai, conversa vem, esse senhor disse que era muito devoto de Nossa Senhora. Vendo isso, Silvio preparou um kit de orações e levou a residência-bar desse amigo. Chegando lá, o kit lhe foi entregue e ele ficou muito emocionado. Convidou-o para entrar na casa e pediu-lhe que este presente fosse entregue diretamente para sua esposa. Ela estava na cama por causa de um acidente havia muitos anos. Percebia-se todo um carinho especial do marido no cuidado com ela. Ao entrar no quarto, a televisão estava ligada justamente na TV Século 21. O marido disse que sua esposa não troca de canal e que fica o dia todo vendo a nossa programação. Ela ficou muito contente, muito emocionada e disse que a TV Século 21 é sua companhia diária enquanto o esposo tem que trabalhar para o sustento da família.

Esta parece uma história simples, mas não é. O gesto de visitar um doente, levar algumas orações, rezar junto com a família, pode mudar completamente a vida de uma pessoa. É uma realidade que está ao alcance de todos.

Nos textos bíblicos vemos uma infinidade de momentos onde o próprio Jesus tem um carinho muito especial pelos enfermos. Ele ia ao encontro dos doentes e deixava que se aproximassem d´Ele. E ninguém voltava para a casa sem uma palavra, um consolo, uma benção e uma cura.

Hoje somos convidados a continuar esta obra de Jesus. Ele precisa de seus braços, de suas pernas, suas mãos, seus olhos, de sua boca, de seus ouvidos, de seu coração, de seu amor, de sua fé para levar esperança, consolo e afeto aos mais fracos e frágeis desta caminhada.

Obrigado, Silvio, por partilhar esta história conosco! Parabéns porque você e sua equipe aproveitaram o tempo e a oportunidade para evangelizar e levar conforto àquela família.

E você, já visitou um enfermo hoje?



Palavra de fé: “Oxalá a bondade e a fidelidade não se afastem de ti! Ata-as ao teu pescoço, grava-as em teu coração! Assim obterás a reputação aos olhos de Deus e dos homens”. (Provérbios 3, 3-4)

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Curar o coração machucado

O perdão é uma decisão pessoal que beneficia, em primeiro lugar, quem toma a iniciativa. O perdão é muito mais para mim do que para a pessoa que me ofendeu. Por isso, depende mais de mim do que dos outros.

Perdoar é recuperar o poder sobre si mesmo. A mágoa me coloca na mão do outro. O perdão me devolve a autonomia sobre minha própria história.

Perdoar é assumir o presente. Viver nele. Mergulhar nele. Perdoar é não sofrer aquilo que não posso mudar ou resolver. Não podemos mudar o passado. Nunca!

Perdoar é concentrar suas atenções sobre coisas boas da vida. Se algo ou alguém estragou o meu passado, não permitirei que estrague também o meu futuro. Perdoar é começar a valorizar as bênçãos de Deus, as coisas boas. E sair do vício de ver sempre as mesmas coisas, do mesmo jeito.

Perdoar é tomar a decisão de começar uma vida nova. O que fazer para sofrer menos? Isso exige buscar em primeiro lugar o reino de Deus. É decidir-se pela primazia do reino, e não do encardido (o demônio). É optar pelo bem. Divulgá-lo. É aprender a sintonizar-se no bem. Leia e guarde: “Lc 6, 28”. E ainda: “Mt 5, 44-45”.

Você não pode mudar um acontecimento do passado, mas pode mudar a maneira de falar sobre ele. Com Jesus, é possível achar um ponto de vista mais positivo e esperançoso.

Recorde seus objetivos de vida. A mágoa distorce os objetivos. Esquecemos as grandes e permanentes verdades e nos guiamos por momentos. Qual é mesma a minha grande meta? Vocação!

A vida sempre segue adiante. Não pára. Devemos aprender a concentrar nossas atenções sobre as coisas boas da vida. Se já se estragou o passado, não permita que se estraguem o presente e o futuro. Não devemos sofrer por aquilo que não podemos mudar. Não podemos mudar o passado.

Ao machucar uma pessoa você se torna inferior a ela. Ao se vingar, você se iguala. Só é superior quem aprende a perdoar. A mágoa foi o jeito que o encardido (maligno) encontrou para permanecer conosco todos os dias, até os confins dos tempos.

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Consciência, o que é?

O dicionário nos ensina que a consciência é conhecimento, noção. É a voz secreta da nossa alma que aprova ou reprova os nossos atos. Consciência é sinceridade; é o cuidado extremo com que executamos as nossas tarefas; opinião consciente, honradez: é própria do homem de consciência.

Um fato que produz remorso é um questionamento da consciência. O termo “liberdade de consciência” é direito de gozar completa liberdade em religião. Outros termos: “pesar na consciência” é o sentimento de remorso. “Meter a mão na consciência” significa examinar e julgar os próprios atos. “Exame da consciência” é relembrar os pecados cometidos.

Numa visão da espiritualidade e da fé, a consciência é o sacrário da dignidade humana. É ela que nos permite ou não acolher e crescer na fé, esperança e caridade.

Como diz São Paulo: “Digo a verdade em Jesus Cristo, não minto; a minha consciência me dá testemunho pelo Espírito Santo”. (Romanos 9,1).

É o cuidado que devemos ter, a coerência dos nossos atos e atitudes diante de Deus. Leiam: “Ato dos Apóstolos 24,16”.

Necessário se faz acolhermos a Palavra de Deus, a Bíblia Sagrada com consciência de que é para nós que fala, para que aprendemos e sejamos porta vozes do Plano de Salvação. Comprove: “Romanos 2, 15-16”.

Aqui vai uma recomendação de São Paulo a Timoteo, sobre exortação da fé. Leia e grave na consciência: “1 Timoteo 1,19”.

O cristão verdadeiro precisa desenvolver atitudes conscientes, perseverantes na fé, que se desviem de assuntos que faltem com a verdade. E em comunidade, agir com humildade e generosidade, é agir para o bem acolhimento ao irmão e às boas obras. Confiram: “Tito 1, 15”.

Em fim, a consciência indica o bem que se deve fazer e o mal a evitar. Isto nos diz São Pedro, o sucessor de Cristo. Vejam: “1 Pedro 3, 16-17”.



Palavra de fé: “Porque a maldade, condenada por seu próprio testemunho, é medrosa, e, sob o peso da consciência, supõe sempre o pior”. (Sabedoria 17, 10)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Céu demais

Pode-se crer demais ou de menos. Pode haver céu demais numa cabeça. É isso o que o musical Jesus Christ Superstar lembra, quando o personagem Judas chama a atenção de Jesus para o fato de os outros discípulos estarem com céu demais na cabeça. Os autores do filme, Andrew Lloyd Webber e Tim Rice, não eram teólogos, mas acertaram quando mostraram esse conflito. Só erraram ao atribuir isso a Judas. Poderiam ter atribuído a frase a algum santo, como Inácio de Loyola, Vicente de Paulo, ou a Jesus, o qual mandava a pessoa deixar a oferta no altar e ir em busca do irmão, pois considerava a reconciliação com os outros mais importante.

Preocupar-se com a fome dos irmãos aqui na terra também é santidade. Quem vive só de céu lá de cima pode ser bem menos santo do que quem vive de céu já neste mundo. Aliás, o cristianismo ensina que alguém do céu desceu a Terra para que começássemos o reino dos Céus neste mundo. Certos cristãos, ao contrário de Jesus, que fez o céu descer a Terra, agem como se a Terra não valesse nada.

A conversa de que só Deus nos basta e o resto não presta, é anticristã. Jesus mesmo respondeu que havia um segundo mandamento, semelhante ao primeiro, o qual compreendia a exigência do amor ao próximo. O conceito “Deus e eu” não faz nenhum sentido se não lhe for acrescido “e os outros”. Os que têm céu demais na cabeça tendem a ser pessimistas diante das dores da Terra. Apontam para o alto, mostrando para onde irão, enquanto se esquecem de olhar os caminhos que os levam para lá. Estão apontando em direção errada.

O Sol não existe para ser olhado cara a cara, mas para iluminar as coisas ao nosso redor. O certo é aproveitar a luz do Sol lá de cima para ver bem o chão onde pisamos. Faça-se o mesmo com a luz de Deus. Sol demais dá problema nos olhos: o sujeito fica cego. Céu demais dá problemas na alma.

Jesus nos ensina outra coisa. Manda dar de comer, de beber, vestir e cuidar dos necessitados (cf. Mt 25, 31-46). Ele quer o céu já na Terra para que ela respire clima de céu. Ele nunca disse que basta orar e dizer “Senhor, Senhor, eu te louvo!”. Quer que arregacemos as mangas. Quem nunca leu isso andou comprando alguma versão errada dos evangelhos...




Palavra de fé: “Feliz o homem que persevera na sabedoria, que se exercita na prática da justiça, e que, em seu coração, pensa no olhar de Deus que tudo vê”. (Eclesiástico 14,22)