quinta-feira, 30 de setembro de 2010

As missões nas famílias

Quando se preparam as missões, todo mundo é envolvido. Na primeira fase, se faz o levantamento das famílias que irão rezar a segunda fase. Nessa fase inicial, são descobertas pessoas excelentes para trabalharem na comunidade. Criam-se ou se refazem laços de amizade.

Já na segunda fase das missões, as famílias começam a se visitar de casa em casa, proporcionando momentos ricos que ajudam na reflexão dos textos do livrinho das missões. É lindo ver as famílias congregadas num só mutirão de oração, reflexão e amizade.

Estivemos no mês de agosto na cidade de Votorantim – SP. Vimos como a vida é iluminada por Deus. No término dessa terceira fase, em 16/08, na comunidade Nossa Senhora Desatadora dos Nós, no almoço de despedida, pois Pe. Brás Romeiro, Pe. Bapstistine e o seminarista José Luís iriam para outra comunidade, um testemunho final na residência do casal Nilton e Sônia emociona a todos. Duas famílias viram que a amizade é tudo. Sandro Camargo deu o seguinte testemunho:

“Meu nome é Sandro Camargo, tenho 40 anos, sempre tive uma preocupação muito grande em afastar as pessoas de mim. Quem mais sofria com isso era a minha esposa, Márcia, e meus filhos, Lucas e Matheus. Eu era tão mesquinho e egoísta, que tentava também afastar os amigos de minha esposa.

Incomodava-se o fato de minha esposa freqüentar as celebrações da missa e estar sempre de bem com a vida. Demorou muito tempo para descobrir que eu fazia isso para alimentar um grande vazio dentro de mim. Eu era oco, sem Deus no coração e sempre buscando motivos para brigar e magoar as pessoas que me amam.

Aí vieram as missões, com grupos de oração se reunindo nas casas e para falar sobre a obra de Deus. Quando meu vizinho, Nilton, pediu para se reunir em minha casa, aceitei, mas foi por obrigação, e ainda comentei com minha esposa o quanto eu achava ‘engraçado’ isso tudo.

Durante a reunião, algo aconteceu, não sei explicar o que foi, só sei que foi muito bom. Depois dessa reunião em casa, fui a todas as outras. As pessoas que eu esnobava passaram a me tratar como amigo, e isso foi muito bom. Aí vieram os padres redentoristas e tudo se completou. Agora eu sei que fomos feitos para viver em comunidade. As diferenças existem, mas junto com elas vêm a tolerância e o amor ao próximo.

Agradeço a Deus, à minha esposa e ao meu amigo, Nilton, por não terem desistido de mim. Agora sei que, mesmo quando caminhamos na escuridão, Deus está sempre presente. Basta você falar: “Estou aqui, Senhor, faz em mim sua obra”.

Minha vida com Jesus Cristo está começando agora. Graças a Deus!”.

Belo testemunho este, que nos faz encher os olhos e ver que as missões são esses momentos de fé, de oração, de comunidade, de alegria e de amizade, sempre com os irmãos e com Deus. E assim vamos “Unidos em Cristo, com Maria, para viver e crescer em comunidade”.


Palavra de fé: “A luz do justo ilumina, enquanto a lâmpada dos maus se extingue”. (Provérbios 13,9)

segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Modo de agir de um bom cristão

Quando por ocasião das missas de “cura e libertação”, ao vermos as igrejas lotadas, sentimo-nos (comunidade e padres) envaidecido. Jesus, ao contrário, diante das grandes multidões fica preocupado. Ele, Jesus Cristo, descreve os seus discípulos como “pequeno rebanho”, vejam em “Lucas 12, 32”, como um “pouco de sal” (Mateus 5,13) ou “de fermento” (Mateus 13,33), como um “grão de mostarda” (Mateus 13,31). Se por um lado não deve causar surpresa, o fato de tanta gente procurá-lo e acompanhá-lo, provavelmente pensa Ele: “ou eles não me entenderam ou Eu não me expressei bem. Por via das dúvidas, é melhor esclarecer melhor as coisas”.

Voltando-se aos discípulos, começa a explicar quais são os compromissos e o modo de agir para quem escolhe segui-lo como seu discípulo (Lucas 14, 25-33). Reflitamos e perguntamos a nós mesmos: qual é o verdadeiro motivo que leva, em certas celebrações, as multidões ás igrejas ou às praças? Os que participam com tanto entusiasmo dessas celebrações litúrgicas, procissões, romarias, estão realmente conscientes dos compromissos que a fé em Cristo nos exige?

Jesus, neste Evangelho (Lucas 14, 25-33), apresenta três exigências bem rigorosas para quem quiser segui-lo: deve desapegar-se da família, dos bens materiais e da própria vida. Condições inaceitáveis para que se deixa guiar por seus ideais humanos. Mas entendidos por aqueles que receberam a “sabedoria do alto”.

Com sua palavra e seu exemplo, Cristo vai estabelecendo os princípios de uma nova convivência pacífica para a humanidade baseada no amor e no perdão.

A vida cristã exige um constante “recomeçar” e uma adesão contínua e sempre renovada na missão de Jesus Cristo. Caminhar com Ele pregando os seus ensinamentos.

Jesus precisa de discípulos para a missão de evangelizar.


Palavra de fé: “...ouví-me todos, e entendei”. (Marcos 7, 14)

Mês de Setembro: mês da Bíblia


O livro mais lido e menos entendido


“Os que semeiam com lágrimas, ceifam em meio a canções. Vão andando e chorando ao levar a semente. Ao regressar, voltam cantando seus feixes”.
(Sl 126,5-6)



Setembro é o mês da Bíblia, este livro mais lido no mundo inteiro e, talvez o menos compreendido. Livro de cabeceira para muitos que sofrem de insônia. Uma arma para quem seleciona passagens a fim de defender suas posições e atacar as dos outros; um documento arqueológico; coletânea de mitos e lendas.

Muito se falou e se fala da Bíblia, milhares e milhares de livros foram escritos para explicá-la. Neste mês em muitas comunidades, por esse Brasil afora, acontecerão cursos bíblicos, palestras sobre a Bíblia. Nas celebrações ela será sempre levada com muita pompa para a mesa da Palavra. Mas o que a Bíblia fala de si mesma? “Tua Palavra é lâmpada para meus pés, e luz para o meu caminho” (Sl 119, 105). A Bíblia nasceu do chão da vida do povo de Deus em sua vida, em suas lutas, vitórias e fracassos. Essas experiências foram contadas, recontadas, cantadas e rezadas.

Quando o caminho pela frente parecia muito escuro, o povo relia o texto sagrado para que sua luz se espalhasse pela vida afora. O texto era mesmo uma lanterna nas mãos do povo para iluminar o caminho a seguir. É isso que ela tem que ser para nós também, sobretudo nestes tempos que estamos vivendo aqui, em nosso Brasil, tempo de desemprego, de inseguranças, tempo de angustia e de desânimo para milhões de brasileiros.

A palavra de Deus não pode ficar prisioneira dos templos, ela é a semente lançada generosamente por Deus no chão da nossa vida, do nosso povo.

Que neste mês de Setembro, mês da Bíblia, Santo Antônio, o homem que conhecia, amava e praticava a Palavra de Deus, nos ajude a viver nossa vida iluminados por essa mesma Palavra que tanto o iluminou.



Palavra de Fé: “Quem ouve a palavra com atenção encontra a felicidade; ditoso quem confia no Senhor!”. (Provérbios 16, 20)

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Frustração no relacionamento entre PAIS e FILHOS

O relacionamento entre pais e filhos sempre foi, e continuará sendo, alvo de conflitos. Basicamente não estamos preparados para ser pais; no entanto, somos todos filhos. Desde pequenos, buscamos a aprovação e o reconhecimento das pessoas que são importantes para nós, entre elas nossos pais. Nem sempre é fácil agradar, e muitos filhos realmente não conseguem isso, pois alguns pais fazem exigências demais e se recusam a aceitar os filhos com as características que lhes são peculiares. Isso pode gerar uma grande frustração, em ambas as partes. Tais lembranças poderiam ficar para trás se não fosse o fato de os filhos, um dia, tornarem-se pais.

Como pais, os filhos passam, mesmo que inconscientemente, a comparar de forma como foram criados com a que dispensam aos próprios filhos. Normalmente, as mágoas que não foram adequadamente resolvidas no passado voltam a atormentar no presente.

É comum filhos que foram duramente exigidos serem mais liberais quando pais, pois sabem o quanto sofreram nas mãos dos genitores.

A forma de expressar afeição é outro ponto que pode trazer divergências entre as gerações. Alguns pais entendem que os filhos precisam se sentir valorizados e constantemente os incentivam e elogiam. Outros, porém, temem que, ao serem elogiados, os filhos sintam-se soberbos, desdenhando-os; por isso, economizam nas palavras doces, carregando na disciplina e nas exigências. Nada do que o filho fizer será suficientemente bom. Qualquer filho criado dessa forma fica realmente revoltado ao se tornar pai, pois acaba espelhando, com pesar, muitas das situações em que teve mérito na infância, e não foi reconhecido. Isso porque quaisquer pais de mediana inteligência são capazes de avaliar os progressos de sua criança, a eficiência escolar e seu bom comportamento.

Alguns pais nunca foram elogiados, então sentem uma enorme dificuldade em elogiar. Se o fazem, no entanto, lembram que jamais foram tratados com delicadeza e lamentam o tempo perdido e a falta de reconhecimento dos genitores. É por isso que o relacionamento entre pais e filhos é tão complexo. No entanto, nem todo filho será pai; mas os que forem invariavelmente irão relacionar a forma como foram tratados como filhos ao tratamento dispensado à própria prole.

É importante que façamos aos outros o que desejamos que nos façam. Independentemente da classificação “pai” ou “filho”, o que existem são pessoas que desejam ser amadas, reconhecidas, valorizadas por suas características inatas ou adquiridas. Se você hoje é pai, com certeza já foi filho, e entende o que estou escrevendo. Se você é filho, compreende parcialmente, mas um dia poderá entender muito mais. Tratar o outro como gostaria de ser tratado, com amor e respeito, é a melhor forma de assegurar que se minimizem as frustrações no relacionamento entre as gerações.



Palavra de fé: “Um filho sábio ama a disciplina, mas o incorrigível não aceita repreensões”. (Provérbios 13,1)

terça-feira, 21 de setembro de 2010

Senhor, faze com que eu ande!

Senhor,

Tu que me mandaste anunciar o Evangelho a todas as criaturas, faze com que eu ande, sem jamais cansar!
Liberta as minhas pernas da preguiça, afasta meu corpo da vontade de dormir, desata meu coração das amarras que o prendem às coisas sem importância, solta o meu Espírito da desgraça do egoísmo e da solidão. E faze com que eu ande pelo mundo todo ao encontro dos corações sem rumo, à procura da humanidade sem destino.


Senhor,

Que eu não acomode debaixo de uma tenda de indiferença, que eu não fique dormindo o tempo todo no meu barco ancorado num mar de tranqüilidade.
Que eu não fique vegetando nesta “doce vida” de cristão não comprometido, mas sinta, como Paulo, o desejo de andar sem parar e a sua própria inquietação missionária: “Ai de mim, se eu não evangelizar!”.


Que eu ande, Senhor:

Ao encontro daquele que sofre porque ninguém ainda lhe estendeu a mão. Ao encontro daquele que chora porque ninguém ainda lhe falou uma palavra de amor. Ao encontro daquele que caminha nas trevas porque ninguém ainda lhe acendeu uma luz.

Que eu seja capaz de levar a todos uma fatia de pão e um copo de vinho; o pão do calor humano e o vinho da esperança.

Que eu ande, Senhor! Mas não me deixes partir sozinho e de mãos vazias!

Deixa que eu leve comigo o suave peso da Tua presença e do teu amor, luz a despertar a fé e a encaminhar o homem para Ti!




Palavra de fé: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura!”. (Marcos 16, 15)

segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Sussurro de Deus

Conta-se que um amigo levou um índio para passear no centro de uma grande cidade. Seus olhos não conseguiam crer no tamanho dos edifícios e ele mal conseguia acompanhar o ritmo frenético das pessoas indo e vindo. Espantava-se com o barulho ensurdecedor das sirenes, dos automóveis e das pessoas falando em voz alta.

De repente, o índio falou: “Ouço um grilo...”. O amigo espantado retrucou: “Impossível ouvir um inseto tão pequeno nessa confusão!”. O índio insistiu que ouvia o cricrilar de um grilo. Então tomou seu amigo pela mãe e levou-o até um canteiro. Afastando as folhas, apontou para o pequeno inseto. “Como?”, perguntou o rapaz, ainda sem crer. O índio pediu-lhe algumas moedas e jogou-as na calçada. Quando elas caíram e se ouviu o tilintar do metal, muita gente se voltou.

Então o índio falou: “Escutei o grilo porque os meus ouvidos estão acostumados com esse tipo de barulho. As pessoas aqui ouvem o dinheiro caindo no chão porque foram condicionadas a reagir a esse tipo de estímulo”. Depois arrematou: “A gente ouve o que está acostumado ou treinado para ouvir”.

É importante fazer algumas reflexões sobre as mensagens que esta pequena história contém.

Vivemos mergulhados numa infinidade de ruídos, de barulhos estranhos, num mundo onde grande parte das pessoas só responde ao estímulo de um tilintar de moedas.

Precisamos adestrar nossa audição para ouvir os mínimos sussurros que passam despercebidos no dia a dia agitado. Poderíamos dizer que, se tivéssemos ouvidos bem treinados, poderíamos ouvir os sussurros de Deus. Nesse mundo barulhento, deixamos de ouvir sons de profunda beleza, como a melodia suave da brisa da manhã ou a sonoridade encantadora do bater das asas de um beija-flor.

Em meio a tantos interesses materialistas, a homenagem que as antigas e frondosas árvores rendem a cada amanhecer, com a cantoria de sua folhagem, não nos sensibiliza a audição. O ritmo frenético em que vivemos não permite ouvir a cantoria dos pássaros, o coaxar das rãs, o piar da coruja solitária que busca refúgio nos grandes centros. É preciso treinar a audição, mas também desenvolver outras sensibilidades que por vezes parecem adormecidas.

Deixar que o nosso coração se enterneça diante do apelo silencioso de uma criança sem lar... Do soluço abafado de alguém que perambula sem esperança... De um pedido de socorro que não chefa a vibrar nas cordas vocais... Do gemido quase mudo que vem do leito de dor da casa vizinha...

Enfim, precisamos apurar todos os sentidos para que possamos ter olhos para ver e ouvidos para ouvir. Mas, acima de tudo, um coração para sentir...



Palavra de fé: “Ao sopro de Deus forma-se o gelo e a superfície das águas se congela”. (Jó 37, 10)

quarta-feira, 15 de setembro de 2010

Ele é agressivo demais!


Meu filho de 8 anos é muito nervoso e tem ataques de fúria difíceis de controlar. Como ajudá-lo a modificar esse comportamento?


Atitudes agressivas normalmente são um pedido de ajuda diante de conflitos que a criança não consegue expressar com palavras. Crises na família, mudança de escola, perda de alguém querido, problemas de aprendizagem e de relacionamento desencadeiam sentimentos de inseguranças e de desamparo. A agressividade é uma reação possível e tende a desaparecer se os pais identificam o que incomoda o pequeno e o ajudam a superar a dificuldade. Mas, se a criança sempre foi briguenta e o quadro está se agravando, talvez seja preciso requisitar o acompanhamento de um psicólogo ou psiquiatra infantil.

Às vezes, a agressividade se aprende na família. Em uma casa onde todos tentam se impor pela força, ser agressivo é uma maneira de se legitimar. Um erro comum é atribuir esse comportamento à natureza do pequeno por meio de comparações como: “É nervosinho como o avô”. Possivelmente, o avô que agia assim passou por sérios problemas de socialização, dos quais o filho pode ser poupado. Por isso, o primeiro passo é a família fazer uma autoavaliação para identificar se o ambiente está propiciando as atitudes agressivas da criança. Outro cuidado importante é calibrar a própria reação nas crises. Gritar e revidar a violência são os piores erros que os adultos podem cometer, pois reafirmam para a criança que aquele comportamento é aceitável – ganha quem é mais forte ou grita mais alto.

Na hora da explosão, o ideal é parar o que estiver fazendo e tentar acalmar a criança dizendo que irão conversar sobre aquilo mais tarde, quando ela conseguir se controlar. Se não funcionar, mande-a para o quarto e deixe-a sozinha para pensar no que fez. Na hora de conversar, os pais devem explicar que ficaram ressentidos com aquele comportamento e que a autoridade deles deve ser respeitada, pois são responsáveis por sua educação. Cabe mostrar à criança como poderia ter resolvido aquele problema de maneira socialmente aceitável. Ao mesmo tempo em que é preciso demonstrar compreensão e interesse pelos sentimentos do filho, não se deve deixar o incidente sem punição. Procure vincular o castigo ao dano causado – por exemplo, se o pequeno quebrou algo na hora da raiva, tem que consertar ou pagar outro com a própria mesada; se ofendeu alguém, deve pedir desculpas. A privação de algo que ele goste, como assistir TV ou ir à casa dos amigos, também pode levá-lo a pensar duas vezes antes de explodir em uma próxima ocasião.

Uma atitude complacente é a pior saída. Se os limites não forem claros, a tendência é que o comportamento violento, que antes se restringia à casa, passe a se manifestar também na escola e com o grupo de amigos. Outro risco é que essas agressões evoluam, passando ao ataque físico. O auxílio de um psicoterapeuta ou psicopedagogo pode ajudar os pais a se posicionarem, estimulando no filho a mudança necessária.



Palavra de fé: “Quem poupa a vara odeia seu filho; quem o ama castiga-o na hora precisa”. (Provérbios 13, 24)

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

Comunidade: Os discípulos no Cenáculo

Ao retornarem do lugar de onde Cristo tinha subido ao céu, os Apóstolos permaneceram juntos. Leia: “Ato dos Apóstolos 1, 12-14”.

Aquele que realmente descobre e vive a experiência da impotência e da solidão, não está só. Ao contrário, somente quem tem a experiência da profunda impotência humana, e, conseqüentemente, da solidão pessoal, é que se sente perto dos outros e se achega facilmente a eles como uma pessoa perdida numa tempestade, sem abrigo. Seu grito, ele o ouve como se fora o grito de todos, e sua ânsia e espera como ânsia e espera de todos.

Somente quem possui a verdadeira experiência da impotência e da solidão, permanece na companhia dos outros sem conjecturas e sem prepotência, mas ao mesmo tempo sem passividade, sem se deixar manipular, sem se submeter a tornar-se escravo da sociedade.

Um homem pode dizer-se verdadeiramente comprometido com suas experiências humanas somente quando sente esta comunidade com os homens: comunidade sem limites e sem restrições, comunidade com cada um e com todos, porque vive o compromisso com o que de mais profundo há em nós e, portanto, com o que há de comum em todos.

Um homem só está realmente comprometido com suas experiências humanas quando, ao dizer “eu”, conseguir vivê-lo tão simples e profundamente a ponto de senti-lo fraternalmente solidário com o “eu” de todos os outros homens.

Seja como for, somente o homem assim comprometido será alcançado pela resposta de Deus.

Convém desde logo observar que esta solidariedade com toda a humanidade só é vivida quando se realiza num ambiente específico.

Mesmo nos Atos dos Apóstolos, a comunidade dos Apóstolos surge numa situação bem determinada (ou ambiente). Lugares e pessoas, não foram eles que os escolheram. Encontraram-se naquele meio quase por acaso e sua vida, no entanto, estará daí por diante subordinada a este fato. Leia: “Ato dos Apóstolos 1,13”. E ainda: “Ato dos Apóstolos 1, 23-26”.

É assim que a humanidade de nosso ser pessoal surge, toma forma e se alimenta num ambiente bem definido: estamos inseridos nele, embora não tenha sido escolhido por nós.

O cuidado no sentido de abranger todo o ambiente e a oferta de nosso espírito comunitário a todas as pessoas que compõem, constituem a medida da abertura de nosso empenho humano. Coincidem, igualmente com a sinceridade de nosso empenho para com a humanidade inteira.

Não compete a nós excluir quem quer que seja da experiência de nossa vida humana. A escolha cabe unicamente a Deus, que exerce através das circunstâncias em que nos coloca. De outro modo, seria um ato subjetivo o abuso de um esquema por nós premeditado.


Palavra de fé: “E o Senhor cada dia lhes ajuntavam outros, que estavam a caminho da salvação”. (Ato dos Apóstolos 2, 47)

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O segredo da paz e das riquezas de Cristo

“Fixe seus olhos no Sangue de Cristo e entenda o quão precioso isso é para seu Pai, ao ser derramado para nossa salvação, Ele levou todo o mundo a graça do arrependimento” (São Clemente de Roma)

Nosso batismo nos libertou “do pecado original e de todos os pecados pessoais, assim como de todas as punições pelo pecado cometido” (CCC, 1263). Fomos transformados de uma vida velha para uma nova criação, capazes de partilhar da natureza de Deus. Entretanto, essa transformação nos foi dada em forma de semente batismal – ao orarmos, ao celebrarmos a Eucaristia, ao vivermos o amor. Nutrimos também a semente da nova vida, quando procuramos o Sangue de Jesus para nos purificar e perdoar.

No batismo, você recebeu o tesouro de uma nova vida, mas Deus agora o chama a escolher viver cada momento do dia como um herdeiro de Cristo.

Se desejamos conhecer o segredo da paz e das riquezas de Cristo, devemos colocar tudo o que temos e o que somos aos seus pés. Devemos substituir nosso “ego” por Cristo e permitir que na sua Cruz, envolto em seu Sangue, fique o amor ao egoísmo e a tudo o que consome a nossa atenção e energia.

Todas as vezes que participar da Santa Missa, permita que Jesus o envolva com seu precioso Sangue.

Durante o Rito Penitencial, peça ao Espírito Santo para aspergir o Sangue de Cristo sobre você. Ao rezar: “Confesso a Deus Todo Poderoso...”, deixe que saiam todos os seus pecados, para que você possa ser lavado. Durante a Oração Eucarística, imagine Jesus no altar. Veja-O como Sacerdote, Vítima e Altar do sacrifício. Ele abriu o caminho para você conhecer o amor do Pai e deseja ministrar-lhe esse amor. Quando receber a Eucaristia, saiba que, na presença do Senhor sobre o altar e com a Sagrada Escritura como testemunha, a misericórdia de Deus está fluindo para você. Depois da Comunhão, sente-se diante do Senhor e ore. Saiba que você foi nutrido pelo seu Sangue. Ele o fortaleceu, curou e moldou à sua semelhança. Sobretudo, deixe que a paz por conhecer o amor de Jesus inunde seu coração e mente.

Então, preenchido com todas as riquezas da presença de Deus, experimente a segurança e a paz que dEle provêm e que dinheiro algum do mundo pode comprar.


Palavra de fé: “Não contristeis o Espírito Santo de Deus, com o qual estais selados para o dia da Redenção”. (Efésios 4,30)

quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Por que o filho único deixou de ser mimado?

Ter apenas um herdeiro é cada vez mais uma opção – e os pais estão mais bem preparados para lidar com ele.

O americano G. Stanley Hall (1844-1924), um dos pais da psicologia infantil, chegou a afirmar que “ser filho único é uma doença”. Desde então o mito vem se propagando. Crianças sem irmãos seriam isoladas, dependentes, mimadas, consumistas, egoístas, autoritárias – enfim, pequenos e problemáticos tiranos.

É tempo de rever esse conceito. Ter apenas um filho é cada vez mais uma opção dos casais. As taxas de fecundidade nunca estiveram tão baixas, graças principalmente às melhorias de condições econômicas. Ter família numerosa não é mais questão de sobrevivência. O Brasil é bom exemplo. Em 1970 cada mulher tinha em média 5,8 filhos. Em 2006 a taxa era de 2, a mesma dos Estados Unidos. E entre as mulheres com renda maior que cinco salários mínimos eram de apenas 1,1. Com a mudança da estrutura familiar, pais e educadores aprendem a lidar com essa nova situação.

O filho único é um tirano em potencial?
Não. Centenas de estudos comprovam que o comportamento da criança não muda se ela tiver ou não irmãos, afirmou Susan Newman, psicóloga da Universidade Rutgers, nos Estados Unidos, ao site ABC News. São outros os fatores que podem influenciar. Ser introvertido, por exemplo, é uma característica mais determinada pela genética. O que o filho único tem de diferente pode ser os pais.

Os pais do filho único podem estragá-lo?
Sim. Pais de filho único têm grandes desafios pela frente, como não pressionar a criança a ser perfeita, disse a psicóloga americana Toni Falbo à revista Claudia Bebê. Eles devem saber domar suas próprias inseguranças e tomar cuidado para não extrapolar nas cobranças, não se tornar superprotetores e ensinar o valor do dinheiro.

O filho único é mais solitário?
Pelo contrário. Como não tem irmãos, ele aprende a ser mais sociável, acredita Carolyn White, editora do site americano www.onlychild.com, voltado para orientação das famílias com um só herdeiro. Alguns cuidados nesse sentido podem ser tomados. Na hora de escolher uma escola os pais devem optar por aquelas que valorizem os trabalhos em grupo e esportes coletivos. No lugar do irmão, é o amiguinho que vai ensinar a criança a dividir os brinquedos, a lidar com o ciúme e a competir por atenção.

Que outros cuidados os pais devem ter com o filho único?
Deixá-lo freqüentar a casa dos amigos é importante para que ele conviva com a diversidade, segundo especialistas ouvidos pelo jornal Diário Popular, de Pelotas.

O filho único é mais adulto que as demais crianças de sua idade?
Sim. Ele possui, em média, mais vocabulário, mais cultura geral e maior interesse por áreas diversas como música, literatura, matemática e ciência, diz o jornalista Bill McKibben, autor do livro Maybe One: A Personal and Environmental Argument for Single-Child Families (Um, Talvez – Uma Argumentação Pessoal e Ambiental em Favor das Famílias de Um Filho Só).

Qual a vantagem de ter um irmão?
Irmão geralmente faz bem. Nele se bate, dele se apanha, divide-se com ele o amor dos pais, diz a Claudia Bebê. Mas ter um segundo filho deve ser sempre uma opção, nunca uma obrigação.

Por que as pessoas cada vez mais têm um filho só?
Geralmente por querer dar mais atenção e melhores recursos a um filho, por falta de tempo para cuidar de sua educação, pelo investimento das mulheres na carreira. Se ter apenas um filho for uma opção, é bom deixar claro para ele. Isso pode evitar futuras chantagens sentimentais.



Manual de instruções

Como educar seu pequeno tirano


- Ponha a criança cedo na escola. Com os amiguinhos ela aprenderá a dividir.

- Prefira escolas que valorizem trabalhos em grupo e esportes coletivos.

- Continue a fazer as atividades de antes do filho. Assim ele não se sentirá sempre o centro das atenções.

- Não dê muitos presentes. Ensine a ele o valor do dinheiro.

- Tome cuidado para não ser superprotetor nem muito exigente.



Palavra de fé: “O filho mal educado é a vergonha do seu pai, a filha semelhante não gozará de nenhuma consideração”. (Eclesiástico 22,3)

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Setembro – mês da Bíblia

Oração antes de ler a Bíblia

Jesus Mestre, que dissestes: “Onde dois ou mais estiverem reunidos em meu nome, aí estarei no meio deles”, ficai conosco, aqui reunidos para melhor meditar e comungar com a vossa Palavra.

Sois o Mestre e a Verdade: iluminai-nos, para que melhor compreendamos as Sagradas Escrituras.

Sois o Guia e o Caminho: fazei-nos dóceis ao vosso seguimento.

Sois a Vida: transformai nosso coração em terra boa, onde a Palavra de Deus produza frutos abundantes de santidade e de apostolado.



Oração depois de ler a Bíblia

Jesus Mestre, vós dissestes que a vida eterna consiste em conhecer a vós e ao Pai. Derramai sobre nós a abundância do Espírito Santo! Que ele nos ilumine, guie e fortaleça no vosso seguimento, porque sois o único caminho para o Pai.

Fazei-nos crescer no vosso amor, para que sejamos, como o apóstolo Paulo, testemunhas vivas do vosso Evangelho.

Como Maria, Mãe, Mestra e Rainha dos Apóstolos, guardaremos vossa Palavra, meditando-a em nosso coração. Jesus Mestre, Caminho, Verdade e a Vida, tende piedade de nós.




Palavra de fé: “... a palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração”. (Hebreus 4, 12)

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Valorize sua vida. Seja feliz.

Na parábola do evangelho de Lucas 14, 1.7-14, nos mostra dois momentos para refletirmos:

- o primeiro é onde se encontra Jesus e como Ele é observado na casa do fariseu (versículo 1 do capítulo 14);

- Cristo também observa os convivas e a maneira como escolhiam os primeiros lugares. Ao propor-lhes a parábola, Jesus participa do diálogo que está acontecendo em volta da mesa.

Lutar pelo “posto”, pela “posição” é uma constante na sociedade de hoje. Por isso, acontecem intrigas, exortações e corrupções.

Muitas vezes, nós também como convidados observados por Jesus, achamos que a posição é o que dá destaque ao homem, até mesmo desrespeitando espaços em pastorais na Comunidade.

Os ensinamentos de Jesus baseavam-se na própria vida, para fazer seus discípulos refletirem na responsabilidade e no comprometimento do agir com humildade no servir ao próximo. Como podemos ver neste evangelho de Lucas.

Assim, nessa parábola, Jesus nos ensina e estimula a evangelização, catequese e apostolado. Ele começa peã vida em seus detalhes mais comuns, convidando-nos a levar ao povo a palavra de Deus, o seu Evangelho.

Acomodados e dominados por falsos valores que assumimos e defendemos, invertemos os valores e os significados em nossa vida, o que acaba nos afastando cada vez mais de Verdade, da Justiça e do Amor – que é o próprio Deus.

Jesus nos orienta a buscarmos os verdadeiros valores, com audácia e firmeza. Que não nos deixemos iludir e enganar por padrões de comportamento que não dão a sensação de grandeza quando na verdade nada se produziu ou aconteceu.

Aos olhos de Deus tudo combina com uma determinada ordem que nem sempre coincide com os nossos critérios.



Palavra de fé: “Tenha Deus piedade de nós e nos abençoe, faça resplandecer sobre nós a luz da sua face”. (Salmo 66,2)

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Vinda de Jesus

Na parábola de Jesus em “Mateus 24, 42-51” fala-nos sobre a sua chegada. Mateus escreve fora de uma lógica a que não estamos acostumados, pois aqui, Ele se dirige aos seus patrícios judeus.


A má interpretação da proximidade da chegada de Jesus confundiu a muitos e fez, até que parassem de trabalhar em seus campos com este pensamento: Pra que plantar se não vou colher?


Passado o tempo, e nessa expectativa, não tinham o que comer e passaram a depender da comunidade para sobreviver!


Assim e aos poucos os cristãos foram caindo na realidade e entendendo o significado mais profundo da parábola de Jesus Cristo. Fica claro que se refere ao nosso tempo de vida até a morte, da qual não sabemos nem o dia e nem a hora que virá. Mas o que precisamos saber e entender, como o mais importante, é que Cristo chega até nós a cada minuto de nossa vida em todos os irmãos que vem ao nosso encontro.


Jesus quer nos ensinar que o nosso encontro com Ele não pode ser deixado para os últimos minutos da vida, e sim, viver com Ele o dia a dia na fé, na esperança de ser feliz neste mundo e estender-se além da morte!



Palavra de fé: “Todos os olhos esperançosos se dirigem para Vós, e a seu tempo Vós os alimentais”. (Salmo 144, 15)

quinta-feira, 2 de setembro de 2010

CASAMENTO

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.

Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente perguntou em voz baixa: "Por quê?" Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava.

Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouvi-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Sentindo-me muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa. Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente.

Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possível porque o nosso filho faria seus exames no próximo mês e precisava de um ambiente propício para preparar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.

Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Percebi que ela estava completamente louca, mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.

Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.

No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.

No quarto dia, quando eu a levantei, senti certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.

No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.

Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Experimentou uma série deles, e com um suspiro, disse: "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias. Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.

Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.

Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".

Eu não consegui dirigir para o trabalho. Fui até o meu novo futuro endereço, subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe Jane. Eu não quero mais me divorciar".

Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.

Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi: "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.

Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando há vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.

Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento. Não é a mansão, o carro, as propriedades, o dinheiro no banco. Estes bens criam um ambiente propício à felicidade, mas não proporcionam mais do que conforto. Portanto, encontre tempo para ser amigo de sua esposa, faça pequenas coisas um para o outro para mantê-los próximos e íntimos. Tenham um casamento real e feliz!


UM CASAMENTO CENTRADO EM CRISTO É UM CASAMENTO QUE DURA UMA VIDA TODA.

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Falar a Teu respeito

Falar a Teu respeito é sempre uma ousadia, mas não permitas Senhor, que eu me torne um pregador atirado e atrevido, daqueles que afirmam o que não sabem, põe na Tua boca o que não disseste, oferecem revelações que não lhes foram feitas e proclama evidências que não aconteceram.

Deu quer, Deus disse, Deus exige, Deus manda, Deus fará, Deus concederá. Deus me diz nesse momento, Deus me disse ontem, Deus me disse meses atrás. É o que dizem com freqüência. E querem que acreditemos. E muitos acreditam, como se qualquer um pudesse ser Teu profeta!

Eles sabem que mentem, sabem que blefam e, se não o sabem, estão tremendamente confusos. Querem tanto que lhes fales que, antes de lhes falar, saem por aí dizendo que falaste. Querem tanto Te encontrar que, antes de Te encontrarem, saem por aí dizendo que Te encontraram. Não Te dão tempo, comem o Teu pão antes de estar assado.

Ousado eu quero ser, atirado não. Proclamarei que Tu existes, que és Pai e que é amoroso. Mesmo não sabendo explicar os desastres ecológicos, as mortes de crianças, as enfermidades incontornáveis, as torturas, os assaltos, os seqüestros, os estupros, a violência, a destruição dos teus filhos inocentes... mesmo assim, eu proclamo que existes.

Ouso dizer que existes e amas, embora não saiba explicar os acontecimentos que me cercam. Não conheço a Tua mente infinita mas dizer que sou profeta, que me dizes coisas, que sopras mensagens aos meus ouvidos e diante de uma platéia atônita, afirmar que eu estive contigo, que estiveste comigo, que me falaste, que me deste um recado, isso eu não farei!

Se me falasses ou eu achasse que me falas, eu procuraria irmãos mais profundos para me orientar sobre a natureza de tais acontecimentos. A maioria dos que disseram que lhes falaste e deste algum recado, estava enganada. Não eras Tu.

Os outros provaram com o tempo e com as suas vidas que algo especial lhes acontecera. Mas, ao fim, nem mesmo eles sabiam explicar como e por que aconteceu. Permaneceram humildes até o fim, nunca se exaltaram. É por essas e por mil outras razões que eu Te peço a graça da ousadia em Te proclamar, mas de não ser atrevido ao Te proclamar.

O mundo tem mais gente passando por santo e por profeta que gente santa e com dom da profecia. É fácil falsificar um produto e, ainda por cima, colocar nele um selo que o apresentam como verdadeiro. Difícil é fazer um produto de qualidade, que mesmo sem selo as pessoas percebam que é genuíno e legítimo.

Não Te peço essa profecia, peço apenas a humildade de reconhecer que talvez eu não a tenha. Anuncio-Te, sem dizer que somos íntimos, não por culpa tua. Eu é que ainda não consegui entrar no Teu santuário. Estou longe de ser o crente e a pessoa que eu deveria ser dentro da minha Igreja, diante das outras igrejas e diante do mundo.


Palavra de fé: “Guarda tua língua do mal, e teus lábios de palavras enganosas”.
(Salmo 33,14)