quinta-feira, 29 de julho de 2010

Autismo, um silêncio que diz muito

Mais que uma doença, esta é a anomalia neurológica que se manifesta em crianças pequenas e as priva de capacidade de se comunicar com os outros.


Crianças recolhidas em si mesmas, alheias aos estímulos externos, que fazem uso de palavras e gestos repetidos: essas manifestações podem ser indício de autismo. A síndrome, que vem sendo estudada há mais de meio século e que, no Brasil, segundo estimativas, atinge 235 mil pessoas, das quais 15 mil apenas no Estado de São Paulo, pode ser definida por alterações presentes desde a mais tenra idade – em particular antes dos três anos de idade. Nesta fase de seu desenvolvimento, a criança autista já apresenta desvios qualitativos de comunicação, interação social e de uso da imaginação.

Durante muito tempo, julgou-se que o isolamento dos indivíduos autistas era consciente e intencional. Hoje, sabe-se que o autismo é uma anomalia mental que afeta, segundo estimativas, cinco de cada 10 mil crianças que nascem. Sua causa ainda não é conhecida. No entanto, há casos que podem ser relacionados à fenilcetonúria (carência hereditária de determinadas enzimas), à síndrome de X frágil (alteração cromossômica), à encefalite (infecção do cérebro e da medula) ou a uma infecção viral, como a rubéola congênita. Os estudos sobre gêmeos indicam que a perturbação pode, em parte, ser genética. Se um deles for autista, há grande probabilidade de o outro também vir a ser.

Ainda hoje não se conhece a cura para o problema. No entanto, está provado que um diagnóstico precoce contribui para uma significativa melhora. Assim, é possível aprimorar a qualidade de vida do autista e integrá-lo ao seu meio social, desde que se faça acompanhar por uma equipe de especialistas ainda na fase inicial do seu crescimento. Por isso, é muito importante que os pais tomem a iniciativa de relatar suas impressões ao médico.

Para endossar essa linha de conduta, um estudo sobre autismo recentemente desenvolvido pela Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, definiu parâmetros para uma avaliação precoce. Ele sugere que a medição do crânio dos bebês pode dar subsídios confiáveis para o diagnóstico de um quadro de autismo, uma vez que o cérebro do autista parece desenvolver-se anormalmente depressa, durante determinados períodos, nos primeiros anos de vida da criança.

Tratamento pode ser caro
Quando o médico é informado pelos pais sobre os sintomas detectados na criança, ele sugere então uma avaliação com uma equipe de especialistas. No caso de se confirmar o diagnóstico, o autista é em seguida encaminhado a um centro de apoio (veja abaixo), onde então tem início um tratamento que nem sempre é acessível a todos os bolsos, pois é especialmente concebido e desenvolvido para atender às necessidades deste tipo de paciente.

Além do próprio autista, seus pais também necessitam de orientação. Uma prática que pode ser de grande auxílio são as reuniões para troca de experiências pessoais.


Sintomas da doença
Se uma criança apresentar pelo menos metade destes sintomas, recomenda-se que passe pela avaliação de especialistas, pois estes podem ser indícios de que sofra da doença:

• Ausência de interação social: a criança tem dificuldades para conviver com os demais.

• Risadas desajustadas e fora de propósito.

• Resistência ao receber carinho ou expressão de afeto.

• Birras injustificadas.

• Pouco ou nenhuma interação visual: parece não perceber os outros.

• Repete palavras ou frases, em vez de formular frases (ecolalia).

• Comporta-se como se fosse surda.

• Aponta ou utiliza gestos em vez de palavras.

• Atitude desinteressada do meio.

• Gosta de fazer girar objetos.

• Não se adapta bem a alterações na rotina.

• Vincula-se a objetos de maneira desajustada e injustificada.

• Hiperatividade ou inatividade.

• Indiferença aos métodos normais de ensino.

• Desenvolvimento irregular das capacidades motoras (pode empilhar bem cubos, mas ter dificuldades para jogar bola).

• Aparente insensibilidade à dor.

• Não revela medo diante de perigos evidentes.

• Pode demonstrar auto-agressão.


Associações dão apoio
Em São Paulo, a Associação dos Amigos dos Autistas (Ama) conta com profissionais especializados que oferecem educação especial diária. A Ama atende em duas unidades: no Sítio Nova Esperança, localizado no bairro de Parelheiros, e no Centro de Reabilitação Infantil, que fica no bairro do Cambuci. Além da Escola Marysia Portinari, o Sítio Nova Esperança é formado por oficinas para jovens e adultos, onde os autistas são incentivados a desenvolver habilidades manuais e atividades profissionalizantes.

No Rio de Janeiro, o Centro de Desenvolvimento Humaitá e a Associação de Pais e Amigos de Portadores de Necessidades Especiais (Ames) também acolhem portadores de autismo.

Essas Associações oferecem ainda treinamento especializado a profissionais de instituições e pais de autistas.

- Associação Amigos dos Autistas (Ama)
R. Lavapés, 1123 – Cambuci – São Paulo (SP) – Tel. (11) 3272-8822
WWW.ama.org.br

- Associação de Pais e Amigos de Portadores de Necessidades Especiais (Ame)
R. Goiânia, 38 – Andaraí – Rio de Janeiro (RJ) – Tel. (21) 2278-3281

- Centro de Desenvolvimento Humaitá
R. Gen. Dionísio, 43 – Botafogo – Rio de Janeiro (RJ) – Tel. (21) 2558-3760

quarta-feira, 28 de julho de 2010

Para você que precisa de alegria

Quando a tristeza nos invade tudo perde sentido e valor.

Fica-se remoendo as mesmas lamentações e a vontade de viver diminui sensivelmente.

Como é terrível a solidão de sonhos que se desfizeram, de esperanças que morreram e de projetos que não possível concluir.

Sentir-se, de repente, só de mãos vazias, de coração cansado, de esperança morta, é tremendamente ingrato.

Quando não mais encontramos resposta para as mil e uma interrogações que se acumulam em nosso espírito – pobre e abatido pelo peso das incompreensões e dos problemas da vida – é, então que precisamos munir-nos da força de Deus, levantar nossa fronte cansada e fixar os olhos no Ressuscitado: COM A SUA MORTE, ELE VENCEU AS MORTES TODAS. Também aquela que você, amigo, está vivendo agora.

Só ele pode ser sustentáculo perene de suas fraquezas, a alegria constante para a tristeza imensa que povoa seu caminho.

“Coragem! Eu venci o mundo!” (Jo 16,33)

Estas, amigo, são palavras do Cristo, aquele que deseja ver você vencendo as decepções e os fracassos da existência, sem entregar-se ao desalento pernicioso de um derrotado.

Procure não se preocupar demais com os dramas que o afligem.

Evite falar neles toda hora.

Abandone-se nas mãos de Deus. Deixe que Ele entre em você.

Sintonize com Ele, em profunda comunhão de amor, e você verá que A ALEGRIA DE VIVER AINDA NÃO MORREU.

Você verá que viver é bonito, apesar dos pesares.

Você verá que a tristeza nada constrói.

Você verá perplexo um mundo novo descortinar-se.

Aceite-o de coração e viva novamente feliz!

segunda-feira, 26 de julho de 2010

Paciência nas perturbações

Precisamos ser pacientes com os outros, e principalmente com nós mesmos.

O sentimento de culpa e amargura que sentimos depois de cometermos alguma falta, deve impulsionar-nos a uma atitude de arrependimento e reconciliação sincera. O homem que, humildemente conhece a sua fraqueza e limitações, não deve se desesperar em suas quedas ou desilusões.

Fraqueza e cair é um grande mal, porém, nesse momento não devemos perder o ânimo e a fé depois da queda, para evitarmos um mal maior.

A perturbação e o desalento revelam a nossa fragilidade na fé, a nossa falta de confiança naquele que cura as nossas fraquezas e as nossas enfermidades: “Salmo 102,3”.

Por isso, devemos exercitar a paciência na busca da paz e no encontro com Deus: “1 Coríntios 14,33”.

Procurar e conhecer mais a Palavra de Deus – a Bíblia – seguir os ensinamentos e exemplos que Jesus nos deixou.

A paciência é a virtude de quem suporta males e incômodos sem queixumes e revoltas: “1 Pedro 2, 23”.

Cristo deve ser o centro da nossa vida, caminho e direção, auxílio para os cristãos vencerem as perturbações e o sofrimento: “Hebreus 12, 13”.

No exercício da paciência, por certo, nos tornamos agradáveis a Deus: “1 Pedro 2, 20”.


Creia!

Mestre, fale-nos de Deus

Uma história do Mestre Benjamim


A tenda do Mestre Benjamim estava cheia. Uma velhinha de voz trêmula e pele cheia de rugas lhe pediu: “Mestre, fale-nos sobre Deus...”.

Mestre Benjamim fez silêncio. Olhou para vazio. Vagarosamente um sorriso foi se abrindo.

“Quantas pessoas aqui, na minha tenda, estão pensando no ar? Por favor, levantem uma mão...”. Ninguém levantou a mão.

“Ninguém levantou a mão... Ninguém está pensando no ar. E, no entanto, todos nós o estamos respirando. O ar é a nossa vida e não precisamos pensar nele em dizer o seu nome para que ele nos dê vida. Mas o homem que se afoga no fundo das águas só pensa no ar. Deus é assim. Não é preciso pensar nele e pronunciar o seu nome. Ao contrário, quando se pensa nele o tempo todo é porque está se afogando...

“Que desejamos para os nossos filhos? Que eles sejam felizes. Sorrimos ao vê-los por aí correr, a pular, a cantar, a brincar, pensando nas coisas de criança. Mas enquanto brincam e riem eles não pensam em nós. Se um filho ao se levantar viesse até você e o elogiasse, e agradecesse porque você lhe deu a vida e jurasse amor para sempre, e fizesse a mesma coisa na hora do almoço, e repetisse os mesmos gestos e palavras ao meio da tarde, e de noite fizesse tudo de novo, suspeitaríamos de que alguma coisa não está bem. O que desejamos é que eles gozem a vida sem pensar em nós. Quem pensa demais e fala demais sobre Deus é porque não o está respirando.

Fez-se silêncio. Foi quando uma lufada de vento entrou pela tenda, fazendo balançar a lâmpada de óleo que pendia o teto.

“Deus é como o vento. Sentimos na pele quando ele passa, ouvimos a sua música nas folhas das árvores e o seu assobio nas gretas das portas. Mas não sabemos de onde vem nem para onde vai. Na flauta o vento se transforma em melodia. Mas não é possível engarrafá-lo em lugares fechados a que eles dão o nome de “casa de Deus”. Mas se Deus mora numa casa estará ele ausente do resto do mundo? Vento engarrafado não sopra...”.

Ouviu-se então o pio distante de uma coruja.

“Deus é como um pássaro encantado que nunca se vê. Só se ouve o seu canto...”. “Deus é uma suspeita do nosso coração de que o universo tem um coração que pulsa como o nosso. Suspeita... Nenhuma certeza. Deus nos deu asas. Mas as religiões inventaram gaiolas.

Tudo o que vive é pulsação do sagrado. As aves do céu, os lírios dos campos... Até o mais insignificante grilo, no seu cricri rítmico, é uma música do Grande Mistério.

É preciso esquecer os nomes de Deus que as religiões inventaram para encontrá-lo sem nome no assombro da vida.

Não precisamos dizer o nome “rosa” para sentir o seu perfume.

Muitas pessoas que jamais pronunciam o nome de Deus o conhecem como reverência pela vida.

Há pessoas que se sentem religiosas por acreditarem em Deus. De que vale isso? Os demônios também acreditam e estremecem ao ouvir o seu nome (Tiago 2,19).

Os homens religiosos, quando alguém morre, dizem: “Deus o levou para si”. Então, enquanto vivo, ele estava distante de Deus? Deus é Deus dos mortos ou Deus dos vivos? Deus não mora no mundo dos mortos. Ele mora no nosso mundo, passeia pelo jardim. Deus é beleza. Quer ver Deus? Veja a beleza do Sol que se põe, sem pensar em Deus.

Quer ouvir Deus?

Entregue-se à beleza da música, sem pensar em Deus.

Quer sentir o cheiro de Deus? Respire fundo o cheio do jasmim, sem pensar em Deus.

Quer saber como é o coração de Deus? Empurre uma criança num balanço porque Deus tem o coração de criança, sem pensar em Deus.

Há beleza demais no Universo. Mas o tempo vai-nos roubando as coisas que amamos. Vai-se o arbusto, vai-se a montanha, vão-se os riachos cristalinos, vão-se as pessoas amadas, vamos nós... O tempo é um monstro que devora os seus filhos. Fica a saudade. Saudade é a presença da ausência das coisas que amamos e nos foram roubadas pelo tempo. Quando se pronuncia o nome sagrado, está se afirmando que a beleza amada não está perdida no passado. Está escrito num poema sagrado: “Lança o teu pão sobre ás águas porque depois de muitos dias o encontrarás...” (Eclesiastes 11,1).

As águas dos rios são circulares, o tempo é circular, o que foi perdido volta, um eterno retorno... Deus existe para nos curar da saudade...

Eu gostaria de dar um conselho: “Não sejam curiosos a respeito de Deus, pois eu sou curioso sobre todas as coisas e não sou curioso a respeito de Deus. Não há palavra capaz de dizer quando eu me sinto em paz perante Deus e a morte. Escuto e vejo Deus em todos os objetos, embora de Deus eu não entenda nem um pouquinho... Eu vejo Deus em cada uma das vinte e quatro horas e em cada instante de cada uma delas, nos rostos dos homens e das mulheres eu vejo Deus...” (Walt Whitman). “Sejamos simples e calmos como os regatos e as árvores, e Deus amar-nos-á fazendo de nós belos como as árvores e os regatos, e dar-nos-á verdor na sua primavera e um rio aonde ir ter quando acabemos” (Alberto Caeiro).

Ouvidas essas palavras a velhinha sorriu pra o Mestre Benjamim e fez um gesto com a sua mão, abençoando-o.

segunda-feira, 19 de julho de 2010

Casar-se de novo

Meus amigos separados não cansam de perguntar como consegui ficar casado 30 anos com a mesma mulher.

As mulheres sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo. Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário.

Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue: Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade.

Eu, na realidade já estou em meu terceiro casamento – a única diferença é que casei três vezes com a mesma mulher.

Minha esposa, se não me engano está em sei quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher.

O segredo no fundo é renovar o casamento e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua-de-mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?

Sem falar dos inúmeros quilos que se acrescentaram a você depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 kg em um único mês. Por que vocês não podem conseguir o mesmo?

Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares novos e desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo, a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou o mesmo marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas.

Muitas vezes não é a sua esposa que está ficando chata e mofada, é você, são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração.

Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo circuito de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar.

Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas se você se separar sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal ‘estabilidade do casamento’ nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos.

A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma ‘relação estável’, mas saber mudar junto.

Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensado em fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, porque não fazer na própria família? E o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto descubra a nova mulher ou o novo homem que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo interessante par.

Tenho certeza que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças.

Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

Tudo no seu devido tempo. Sequência de uma vida feliz.

Criança, não queira crescer rapidamente. Se quiser ser um adulto feliz, você precisa ser uma criança feliz. Se quiser ser feliz, desligue um pouco a TV e aprenda a brincar, sorrir, correr e viver intensas emoções. A vida adulta é muito séria e tem muitas ansiedades, por isso, aproveite o tempo da ingenuidade. Curta seus amigos, role no tapete com seus pais, beije-os, toque-os.

Adolescente, não viva uma crise crônica de insatisfação. Honre a sua inteligência, aprenda a fazer muito do pouco e amar aquilo que você tem. Dê mais valor ao conteúdo do que à embalagem e não fique colocando defeitos em seu corpo. Rebele-se contra o padrão de beleza expresso pela mídia. Seja feliz do jeito que você é. A beleza está nos olhos de quem a vê.

Adulto, não aja por instinto como agiu no começo da vida. Aprenda a expor e não impor as suas idéias. Treine ser eficiente, lúcido e trabalhar em equipe. Mas não viva para trabalhar, trabalhe para viver. Faça coisas fora da sua agenda que promovam seu prazer de viver e sua tranqüilidade. Que adianta você ser o mais rico no cemitério?

Idoso, deixe a sabedoria vestir a sua inteligência. Não tenha medo do fim da existência. A vida é apenas uma gota na perspectiva da eternidade. Não deixe o medo ser seu mestre. O medo é um péssimo matemático. Ele sempre aumenta e distorce a realidade. Aposenta-se de seu trabalho, mas não aposente sua inteligência.


Sugestão do blog para meditação: “Sabedoria 2, 23”.

Esquizofrenia é doença de adolescentes e jovens adultos


Em Caminho das Índias, novela da Rede Globo, a autora Glória Perez aborda os problemas causados pela esquizofrenia. O personagem Tarso Cadore, interpretado por Bruno Gagliasso, vem demonstrando características de uma doença que afeta a sua vida. Mas afinal, o que é esquizofrenia?



A esquizofrenia é um transtorno do funcionamento do cérebro. As causas da doença ainda não estão claras para a ciência. Algumas pesquisas indicam que pode ser alguma alteração na química cerebral, fatores genéticos e mesmo alterações estruturais. Pessoas sem nenhum parentesco com esquizofrênicos tem 1% de chances de virem a desenvolver a doença: com pai ou com mãe aumenta para 10 a 15%; com irmão com a enfermidade as chances chegam a 20%.

O desenvolvimento da moléstia pode ser gradual, o que é mais comum, mas também pode ser acelerado. Geralmente ocorre durante a adolescência ou na mudança desta fase para a idade adulta. Na maioria dos casos não se percebe que algo está acontecendo com o paciente. Até a percepção da doença pelos familiares, e sua solidificação, podem se passar meses.

Na maior parte dos casos os primeiros sintomas são: dificuldade de concentração, estados de tensão de origem desconhecida, insônia e desinteresse pelas atividades sociais com conseqüente isolamento. Também é comum um desleixo com a aparência e um descuido com a higiene pessoal. O paciente desenvolve uma apatia, não apresenta vontade de realizar nenhuma atividade, fica deitado ou assistindo TV o tempo todo.

Com o passar do tempo os sintomas se agravam, o paciente apresenta uma conversa estranha, muitas vezes irreal. Podem desenvolver alucinações, mais comumente as auditivas. Ele ouve vozes que lhe humilham, xingam, ameaçam ou até mesmo conversam entre si.

Além das alucinações, também pode apresentar delírios. Acreditam estarem sendo perseguidos, como se alguém intencionasse lhe matar ou fazer-lhe algum mal.Também sofrem de perturbações do pensamento e alteração da sensação do eu – os pacientes acreditam não serem eles mesmos, imaginando que alguém tomou o seu corpo, ou crendo ser outra pessoa.

A única vantagem de se diagnosticar precocemente a doença é o início imediato do tratamento. Como ela não apresenta cura, o tratamento, através da medicação, apenas aliviará os sintomas e diminuirá o sofrimento vivido por paciente e família. Outras formas de terapia não substituem a utilização dos remédios.

Toda família também sofre com a esquizofrenia, pois, além dos sintomas, o preconceito é um forte obstáculo que se precisa enfrentar. É necessário compreender melhor a doença para ajudar o paciente. Se você também precisa de ajuda não poderá auxiliar aquele que de você precisa.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Um filho e seus presentes

Eu queria que meu corpo fosse como um ninho para o meu filho. Acolhida assim, a criança aprende que o Universo a protege e experimenta a bondade. Aí, sim, os filhotes podem voar seguros, com um futuro à sua frente.

Ter um filho é algo que muda a nossa vida de forma inexorável. Dali para a frente o coração caminhará por caminhos fora do seu corpo.

Lembrei-me dos meus sentimentos antigos de pai diante dos meus filhos adormecidos. Veio-me à mente a imagem de um ninho. Bachelard, o pensador mais sensível que conheço, escreveu sobre os ninhos. Imaginou que para o pássaro o ninho é uma cálida e doce morada, uma penugem externa antes que a pele nua encontre sua penugem corporal.

Era isso que eu queria ser. Eu queria que o meu corpo fosse um ninho-penugem que protegesse meus filhos.

Que felicidade enche o coração de um pai quando o filho que ele tem no colo se abandona e adormece! Deitada adormecida nos braços-ninho do seu pai a criança aprende que o Universo é um ninho! Não importa que não seja! Não importa que os ninhos estejam todos ao abandono! O ninho é uma fantasia eterna. “O ninho leva-nos de volta à infância, a uma infância!” (Bachelard).

É impossível calcular a importância desses momentos efêmeros na vida de uma criança. É impossível calcular a importância desses momentos efêmeros na vida de um pai. O pai que tem o seu filho adormecido nos seus braços é um poeta! Um homem que guarda memórias de um ninho na sua alma tem de ser um homem bom. Uma criança que guarda memórias de um ninho em sua alma tem de ser uma criança calma.

Mas logo o pequeno pássaro começará a ensaiar seus vôos incertos. Agora não serão mais os braços do pai, arredondados num abraço, que irão definir o espaço do ninho. Os braços do pai terão de se abrir para que o ninho fique maior. E serão os olhos do pai no espaço que irão marcar os limites do ninho. A criança se sente segura se, de longe, ela vê que os olhos do seu pai a protegem. Olhos também podem ser ninhos.

O que a criança deseja não é liberdade. O que ela deseja é excursionar, explorar o espaço desconhecido desde que seja fácil voltar. Tela de Van Gogh: é um jardim. Ao lado direito do jardim, mãe e criança que acabam de chegar. Ao lado esquerdo, o pai, jardineiro, agachado com os braços estendidos na direção do filho pequeno. É preciso que o pai esconda o seu tamanho, que ele esteja agachado para que seus olhos e os olhos do seu filho se contemplem no mesmo nível. A cena é como um acorde suspenso, que pede uma resolução. É certo que o filho largará a mãe da mãe e virá correndo para o pai... E a fantasia pinta a cena final de felicidade que o pintor não pode pintar: o pai pegando o filho no colo, os dois rindo de felicidade...

O tempo passa. Os pássaros tímidos aprendem a voar sem medo. É a adolescência. Pobre pai que continua a estender os braços para o filho adolescente. Adolescente não quer ninho. Adolescente quer asas. Voar, voar... A volta ao ninho é o momento que não se deseja. Porque a vida não está no ninho, está no vôo. Se eles procuram os olhos dos pais, não é para se certificarem de que não estão sendo vistos! Aos pais só resta contemplar, impotentes, o vôo dos filhos para onde eles mesmos não podem ir. E o pai se tranqüiliza e pode finalmente dormir ao ouvir, de madrugada, o barulho da chave na porta: “Ele voltou...”.

Mas chega o momento quando os filhos partem para não mais voltar. Através da minha janela vejo um ninho que rolinhas construíram nas folhas de uma palmeira. A pombinha está chocando seus ovos. Vejo sua cabecinha aparecendo fora do ninho. Mas numa outra folha da mesma palmeira há um outro ninho, abandonado. Esse é o destino dos ninhos, de todos os ninhos: o abandono.

Gibran Kahlil Gibran escreveu, no seu livro O Profeta, um texto dedicado aos filhos. Não sei de cor suas precisas palavras. Mas vou tentar reconstruí-las. É aos pais que ele se dirige.

“Vossos filhos não são vossos filhos. Vossos filhos são flechas. Vós sois o arco que dispara a flecha. Disparadas as flechas, elas voam para longe e o arco fica só”.

Este é o destino dos pais: a solidão. Os filhos partem para construir seus próprios ninhos e é a esses ninhos que eles deverão retornar.

Assim é com os bichos. Deveria ser conosco também. Mas não é. Quem é pai tem o coração fora de lugar, coração que caminha, para sempre, por caminhos fora do seu próprio corpo. Dito pela Adélia: “Pior inferno é ver um filho sofrer sem poder ficar no lugar dele”. Dito pelo Vinícius, escrevendo ao filho: “Eu, muita noites, me debrucei sobre o teu berço e verti sobre teu pequenino corpo adormecido as minhas mais indefesas lágrimas de amor, e pedi a todas as divindades que cravassem na minha carne as farpas feitas para a tua”.

Sei que é inevitável e bom que os filhos deixem de ser crianças e abandonem a proteção do ninho. Eu mesmo sempre os empurrei para fora.

Sei que é inevitável que eles voem em todas as direções como andorinhas adoidadas.

Sei que é inevitável que eles construam seus próprios ninhos e eu fique como o ninho abandonado no alto da palmeira...

Mas o que eu queria, mesmo, era poder fazê-los de novo dormir no meu colo...

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Viver como irmãos

Na parábola em “Lucas 10, 25-27”, Jesus ensina-nos o verdadeiro significado: amar o nosso próximo como a nós mesmos. Quer dizer “sermos irmãos” de todos que cruzam os nossos caminhos e que esperam alguma coisa de nós. Ser irmão é partilhar, ser sensível as necessidades do próximo, deixar seus compromissos pessoais para ajudar o outro.

Só nos tornamos irmãos de verdade quando nos comprometemos de forma efetiva e como prova de nosso amor a Deus!

A amizade e a fraternidade são construídas na caminhada em busca da fé. Elas não se encontram prontas e sem o exercício do amor ao próximo!

Sabemos e entendemos bem esta parábola, mas não sabemos ou relutamos em pô-las em prática. Falta-nos a prática. Falamos muito de fé, mas não a vivemos.

De forma clara, Jesus nos revela nesta parábola onde nós encontramos o nosso próximo. E responde quando perguntado, que o próximo é todo aquele que passa ao nosso lado, no dia-a-dia, nos tempos de hoje. Seja qual for a sua fisionomia, o próximo é um Cristo nosso irmão.

Assim, Jesus coloca no amor ao próximo a nossa retribuição ao seu amor por todos nós e a concretização da sua obra de salvação.

Entender isso é entender tudo que Jesus quer nos ensinar.

Fazer-nos irmãos!

Não se esqueça do principal

Uma lenda nos conta que uma mulher pobre com uma criança no colo, passou diante de uma caverna e escutou uma voz misteriosa que dizia: “Entre e pegue tudo o que você desejar, mas não se esqueça do principal. Lembre-se: você tem oito minutos. Depois disto a porta se fechará para sempre. Aproveite a sua oportunidade e não se esqueça do principal!”.

A mulher entrou na caverna e encontrou muitas riquezas. Fascinada pelas jóias, pôs a criança no chão e começou a juntar tudo o que podia no avental. A voz misteriosa sempre repetia: “Você tem só oito minutos, e não se esqueça do principal!”.

Esgotados os oito minutos, a mulher carregada de ouro, correu para fora da caverna e a porta se fechou. Lembrou-se, então, que a criança ficara e a porta se fechara para sempre. A riqueza durou pouco e o desespero... sempre!

A mulher só se preocupou com as riquezas e esqueceu-se do principal: a criança!

Assim acontece conosco. Temos uns oitenta anos para viver e uma voz sempre nos diz: “NÃO SE ESQUEÇA DO PRINCIPAL: A VIDA ESPIRITUAL, A ORAÇÃO, OS SACRAMENTOS, A VIDA INTERIOR!”. Mas a ganância, a riqueza, a matéria... tudo isto nos fascina, e o principal fica de lado.

Esgotamos nosso tempo com trabalhos, estudos, diversões, lazeres, bens materiais... e deixamos de lado a vida da fé, da graça, a espiritualidade.

É bom lembrar que estamos neste mundo uma única vez. Quando a porta se fechar, de nada nos adiantará lamentar. Temos um tempo para viver: mas não nos esqueçamos do principal!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Jesus nos ensina como rezar o Pai Nosso

Segundo o Evangelho de “Mateus 6, 7-15”


Nos Evangelhos encontramos duas interpretações da oração do Pai Nosso: uma com sete pedidos, e outro no Evangelho de “Lucas 11, 2-4” com cinco.

No Evangelho de Mateus, eis os sete pedidos:

1. Pai-Nosso: que todos reconheçam que Deus é Pai, por meio de Jesus Cristo vivo e presente no meio de nós;

2. Reino: que se realize o seu reino, já neste mundo, com a justiça;

3. Vontade: para vivermos no mundo a vida que Deus quer para nós. “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”;

4. Pão: que Deus a todos oferece o necessário e o suficiente para vivermos, o pão material e o pão da vida, que é a Eucaristia;

5. Perdão: que o perdão, incondicional de Deus, seja a motivação para nós também perdoarmos. O perdão é dom de Deus. O perdão que recebemos de Deus existe, de fato, à medida que perdoamos o nosso irmão;

6. Tentação: que Deus não nos deixe fraquejar e cair nas tentações e nas injustiças;

7. Perder a fé: eis a grande ameaça na sociedade atual que nos impõe como valores o ter, o poder, a ambição, o prestígio, a idolatria, a sexualidade e outras mais.


Pai-misericordioso protegei-nos e iluminai-nos. Amém!


Leia a medite: Salmo 96, 6-12.

sexta-feira, 2 de julho de 2010

Oração do enfermo - Reze com fé!

Senhor coloco-me humildemente diante de Ti, frágil e pecador (a), em atitude de oração.

Sei que tudo podes, tudo ouves, que estás dentro de minh´alma. Eu é que não te dou a devida importância e atenção.

Perdão Senhor, médico dos médicos!

Olha com misericórdia para mim e para o meu corpo fragilizado pela doença.

Sabes bem, Senhor, quanto é penoso o sofrimento.

Sei também que não te alegras com o sofrimento dos Teus filhos.

Ajuda-me Senhor!

Concede-me, Senhor, força e coragem para vencer os momentos de desespero, de dor e cansaço.

Dai-me, Senhor, por graça, paciência, compreensão, fé, esperança e humildade.

Aceitai, Senhor, a minha doença, as minhas preocupações, angústias e sofrimentos, para que possa aproximar-me mais de Ti, o Senhor da vida.

Permite, Senhor, que eu una meus sofrimentos aos sofrimentos do Teu Filho Jesus Cristo, que, por amor, a humanidade deu Sua vida no alto da cruz. Amém!




Após esta oração, reze um Pai Nosso e uma Ave-Maria.


Reze uma vez ao dia, durante 30 dias ininterruptamente.


Tome seus remédios conforme as indicações médicas.


Depois, veja o resultado. Tenha fé!

Diagnóstico: Alzheimer

Almocei com um amigo semanas atrás e, quando perguntei a razão de seu abatimento, ele me disse sem rodeios: “Essa manhã recebi o diagnóstico de minha mãe: é Alzheimer”. Imaginei essa senhora, alegre e vital, enveredando pelas sombrias trilhas de uma enfermidade diabólica, e entendi a tristeza de meu amigo como se fosse minha. Minha própria mãe morreu aos 90 anos, depois de bem mais de uma década sendo paulatinamente envolvida na mortalha mental e emocional do Alzheimer. Uma bela mulher ativa tornou-se inexoravelmente uma estranha, raramente ostentando uma vaga semelhança com a que fora minha mãe.

A doença se manifesta em geral muito sutil: um esquecimento aqui, uma confusão ali. Uma atitude estranha aqui, outra ali, intercaladas por fases de aparente normalidade. A sociabilidade muda, os bons modos parecem esquecidos, o controle do dinheiro se torna caótico, e é dificílimo interferir. Há enorme resistência dos familiares em aceitar essa enfermidade. Para mim, minha mãe sofria episódios naturais de esquecimento. Só o choque de um dia a encontrar com uma pintura bizarra no rosto, ela tão recatada, me fez cair na duríssima realidade. Ela já não sabia, ou em longos períodos não sabia, o que estava fazendo. Algumas pessoas mais chegadas tinham me avisado: eu havia me recusado a ver.

O que eu disse a meu amigo, disse a mim mesma nos muitos longuíssimos anos daquela jornada: o doente em geral não sofre. A família sim. O que se pode fazer? Muito pouco, além de cuidar para que ele esteja bem alimentado, bem abrigado, medicado e tratado com carinho. Nada de criticar quando não sabe mais quem somos, porque no fim não sabe mais quem ele próprio é. Quando já não se porta à mesa como antes, quando faz “artes” às vezes perigosas, ele precisa ser protegido, não mais ensinado. Não vai mesmo aprender. Como sempre nas doenças graves, devemos lembrar que a vítima não somos nós: é o outro. Nesse processo, que em geral dura muitos anos, não há nada de bom, de belo, de encantador, a não ser o exercício da ternura, da paciência e dos cuidados, sem esperar muito retorno, pois em breve seremos chamados de senhor, senhora, moça, não mais de filha, filho, meu querido. O ser amado se distancia, sem volta, sem saber, sem querer e sem que nada possa evitar: agora havia ali uma velhinha da qual eu cuidava como podia. Por fim, para a proteger de si própria, por insistência dos médicos ela foi posta na melhor clínica que pude assumir. Jamais esquecerei a dor e a culpa que me assaltaram, contrariando qualquer raciocínio. Milhares de vezes tentei me convencer de que minha mãe nem existia mais, era apenas uma velhinha de quem eu tinha de cuidar. Como ficção, funcionava: como realidade, a cada uma das centenas de visitas meu coração se partia outra vez.

Cuide de sua doente, eu disse a um amigo, da melhor forma. Não alimente nenhuma esperança vã, pois tudo é triste, infinitamente desalentador. Uma coisa que ajuda, um pouco, é tentar entrar no universo do doente, em lugar de querer que ele retorne ao nosso. Mas cuide também de si mesmo. Tente pegar-se no colo, proteja-se da culpa insensata que nos espreita, siga sua vida. Na natureza morrem árvores jovens, e velhas árvores tortas vivem muito além da última floração.

Estamos mergulhando no mistério: isso torna a vida possível mesmo quando não a entendemos.